Caso 8: meningites Flashcards
DEFINIÇÃO DE MENINGITE
A meningite é definida como uma inflamação das leptomeninges (aracnoide e pia-máter) que envolvem o cérebro e a medula espinhal
ETIOLOGIA MENINGITE bacteriana
período neonatal até 2 meses de vida
a partir de 2 meses de vida
De modo geral, no período neonatal e até os 2 meses de vida, as bactérias que causam meningites refletem a flora materna e o meio em que os lactentes vivem, sendo as enterobactérias (E. coli, Klebsiella sp., Aerobacter, Salmonella sp., Proteus sp.), o estreptococo do grupo B (Streptococcus agalactiae) e a Listeria monocytogenes os principais agentes etiológicos. Vale destacar que, em nosso meio, a Listeria é um agente isolado em menor frequência do que em relação ao relatado em outros países
A partir de 2 meses de vida, entre as meningites bacterianas de causa determinada, três agentes são responsáveis por mais de 90% dos casos: Neisseria meningitidis (meningococo), Haemophilus influenzae tipo b (Hib) e Streptococcus pneumoniae (pneumococo)
PATOGÊNESE - MENINGITE BACTERIANA
8 ETAPAS
do que resulta, mais frequentemente, a meningite bacteriana
A patogênese da meningite bacteriana se estabelece em sucessivas etapas descritas a seguir: colonização nasofaríngea; invasão e sobrevivência intravascular; invasão meníngea e da barreira hematoliquórica; mecanismos de defesa gerando resposta inflamatória no espaço subaracnoide; aumento de pressão intracraniana, vasculite, alteração no fluxo sanguíneo cerebral e lesão neuronal.
A meningite bacteriana resulta, mais frequentemente, da disseminação hematogênica de microrganismos de um local distante de infecção
Com menor frequência, a meningite pode ocorrer após invasão bacteriana de um processo infeccioso adjacente às meninges, como as sinusites, otites médias agudas, mastoidites, celulites orbitárias e osteomielites craniana ou vertebral. Pode ainda ocorrer invasão direta do sistema nervoso central (SNC) pela bactéria, por exemplo, após traumas cranioencefálicos com fraturas ósseas da calota e da base do crânio, estabelecendo uma comunicação entre a pele ou as mucosas e o líquido cefalorraquidiano (LCR), ou após traumas cranianos penetrantes por objetos contusos. A bactéria pode também atingir diretamente o SNC, através da pele, em crianças portadoras de malformações congênitas, como meningomieloceles ou fístulas neuroectodérmicas
FATORES PREDISPONENTES DE MB 7 ( ver quadro de fatores predisponentes + agentes etiologicos)
Barreira hematoliquórica alterada, implante coclear, síndrome nefrótica
Deficiências de complemento
Asplenia, doença falciforme
Pós-trauma
Após neurocirurgia
Derivação ventrículo–peritoneal
Meningomielocele, presença de cisto dermoide
doença meningocócica definição
infecção bacteriana aguda
Quando se apresenta na forma de doença
invasiva, caracteriza-se por uma ou mais síndromes clínicas, sendo a meningite meningocócica
a mais frequente delas, e a meningococcemia a forma mais grave
doença meningocócica- agente etiológico
A composição antigênica da cápsula polissacarídica permite a classificação
do meningococo em 12 diferentes sorogrupos:
- são os principais responsáveis pela ocorrência da doença invasiva
- Os meningococos são também classificados em sorotipos e sorossubtipos, de acordo com
a composição antigênica das proteínas de membrana externa
-No Brasil, os sorogrupos de maior relevância são
A Neisseria meningitidis (meningococo) é um diplococo Gram-negativo, aeróbio, imóvel, pertencente
à família Neisseriaceae.
A, B, C, E, H, I, K, L, W, X, Y e Z
Os sorogrupos A, B, C,
Y, W e X são os principais responsáveis pela ocorrência da doença invasiva, portanto de epidemias.
Os meningococos são também classificados em sorotipos e sorossubtipos, de acordo com
a composição antigênica das proteínas de membrana externa PorB e PorA, respectivamente
A N. meningitidis demonstrou ter a capacidade de permutar o material genético que é responsável
pela produção da cápsula e, com isso, alterar o sorogrupo.
No Brasil, os sorogrupos de maior relevância são o B, o C, o W e, em menor escala, o sorogrupo Y
doença meningocócica- reservatório
qual local de colonização do microrganismo?
o que caracteriza o estado de portador
O ser humano é o reservatório, sendo a nasofaringe o local de colonização do microrganismo.
A colonização assintomática da nasofaringe pela N. meningitidis caracteriza o estado de portador
doença meningocócica- MODO DE TRANSMISSÃO
Contato direto pessoa a pessoa, por meio de secreções respiratórias de pessoas infectadas,
assintomáticas ou doentes. A transmissão por fômites não é importante.
doença meningocócica- PERÍODO DA INCUBAÇÃO
a probabilidade de desenvolver a doença meningocócica invasiva dependerá de que?
qual órgão exerce importante papel na eliminação da bactéria na corrente sanguíneo
Em média, de três a quatro dias, podendo variar de dois a dez dias.
Após a colonização da nasofaringe, a probabilidade de desenvolver doença meningocócica invasiva
dependerá da virulência da cepa, das condições imunitárias do hospedeiro e da capacidade de
eliminação do agente na corrente sanguínea, pela ação de anticorpos séricos com atividade
bactericida mediada pela ativação do complemento. O baço também exerce um importante papel
na eliminação da bactéria na corrente sanguínea.
doença meningocócica- PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE
Persiste até que o meningococo desapareça da nasofaringe. Em geral, a bactéria é eliminada da
nasofaringe em até 24 horas de antibioticoterapia adequada.
doença meningocócica- SUSCETIBILIDADE, VULNERABILIDADE E IMUNIDADE
A suscetibilidade é geral, entretanto o grupo etário de maior risco é formado por crianças menores
de 5 anos, principalmente as menores de 1 ano.
doença meningocócica- SUSCETIBILIDADE, VULNERABILIDADE E IMUNIDADE
A doença meningocócica invasiva ocorre primariamente em pessoas suscetíveis recentemente
colonizadas por uma cepa patogênica. Inúmeros fatores de risco têm sido associados, tais como: 7
infecções respiratórias virais recentes (especialmente influenza), aglomeração no domicílio, residir
em quartéis, dormir em acampamento militar ou em alojamentos de estudantes, tabagismo (passivo
ou ativo), condições socioeconômicas menos privilegiadas e contato próximo com portadores.
O risco de desenvolver doença invasiva entre contatos domiciliares de um doente é cerca de 500
a 800 vezes maior que na população geral
doença meningocócica- SUSCETIBILIDADE, VULNERABILIDADE E IMUNIDADE
quais condições que também estão associadas a maior risco de desenvolvimento de doença meningocócica?
Asplenia (anatômica ou funcional), deficiência de properdina, de C3 e de componentes terminais
do complemento (C5 a C9)
As pessoas com tais condições clínicas, em função da incapacidade de provocar
a morte intracelular da bactéria, apresentam maior risco de episódios recorrentes de doença
meningocócica e, portanto, são consideradas grupos prioritários para profilaxia com vacinas.
doença meningocócica- SUSCETIBILIDADE, VULNERABILIDADE E IMUNIDADE
causa imunidade?
Em portadores, a colonização assintomática da nasofaringe por meningococos tipáveis e
não tipáveis e por outras espécies de Neisseria – como, por exemplo, a N. lactamica – acaba
funcionando como um processo imunizante e resulta em produção de anticorpos protetores
doença meningocócica- MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
A infecção invasiva pela N. meningitidis pode apresentar amplo espectro clínico, que varia desde
febre transitória e bacteremia oculta até formas fulminantes, com a morte do paciente em poucas
horas após o início dos sintomas.
A meningite meningocócica e a meningococcemia são as formas clínicas mais frequentemente
observadas, podendo ocorrer isoladamente ou associadas. A denominação doença meningocócica
torna-se apropriada nesse contexto, sendo adotada internacionalmente.
doença meningocócica- MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
O quadro de meningite pode se instalar em algumas horas, iniciado com intensa sintomatologia,
ou mais paulatinamente, em alguns dias, acompanhado de outras manifestações geralmente indistinguíveis de outras meningites bacterianas
A meningite X é a
forma mais frequente de doença meningocócica invasiva e associa-se, em cerca de 60% dos casos,
à Y
X:meningocócica
Y: presença de lesões cutâneas petequiais bastante características
doença meningocócica- MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Em lactentes com meningite, a pesquisa de sinais meníngeos é extremamente difícil, e a rigidez
de nuca nem sempre está presente. Nessas circunstâncias, deve-se realizar o exame cuidadoso
da
- pesquisando:
fontanela bregmática:
* Abaulamento e/ou aumento de tensão da fontanela, aliados a febre, irritabilidade, gemência,
inapetência e vômitos
doença meningocócica- MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Em lactentes jovens, sobretudo no período neonatal, a suspeita de meningite torna-se notadamente
mais difícil, pois a sintomatologia e os dados de exame físico são os mais diversos possíveis:
- No recém-nascido, a febre nem sempre está presente.
- Observa-se, com frequência, hipotermia, recusa alimentar, cianose, convulsões, apatia e
irritabilidade, que se alternam, respiração irregular e icterícia.
doença meningocócica- MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
sinais e sintomas mais específicos que não tem na meningococcemia 7
- Alteração no estado mental: Inclui delírio, confusão, sonolência e diminuição da consciência
- Fotofobia
- Sinal de kernig
- Sinal de Brudzinski
- Paresia
- Défict neurológico focal: Incluindo o envolvimento do nervo craniano e a anormalidade da pupila.
- Convulsões
doença meningocócica- MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
o que é a síndrome de Waterhouse-Friderichsen?
quais sinais e sintomas 12
Em 15% a 20% dos pacientes com doença meningocócica, identificam-se formas de evolução muito
rápidas, geralmente fulminantes, devidas somente à septicemia meningocócica, sem meningite, e
que se manifestam por sinais clínicos de choque e coagulação intravascular disseminada (CIVD),
caracterizando a síndrome de Waterhouse-Friderichsen.
Trata-se de um quadro de instalação
repentina, que se inicia com febre, cefaleia, mialgia e vômitos, seguidos de palidez, sudorese,
hipotonia muscular, taquicardia, pulso fino e rápido, queda de pressão arterial, oligúria e má
perfusão periférica.
doença meningocócica- MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Suspeita-se da síndrome Waterhouse-Friderichsen nos quadros de
Suspeita-se da síndrome Waterhouse-Friderichsen nos quadros de instalação precoce, em doente
com sinais clínicos de choque e extensas lesões purpúricas. A CIVD que se associa determina
aumento da palidez, prostração, hemorragias, taquicardia e taquipneia
doença meningocócica- MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
qual apresentação pode estar presente no início do quadro em até 15% das crianças com meningococcemia
Um rash maculopapular, não petequial, difícil de distinguir de um exantema de origem viral, e
geralmente de curta duração, pode estar presente no início do quadro em até 15% das crianças
com meningococcemia.
doença meningocócica- COMPLICAÇÕES 3
As convulsões estão presentes em 20% das crianças com meningite meningocócica.
A ocorrência,
assim como a presença de sinais neurológicos focais, é menos frequente que nas meningites por
pneumococo ou por Haemophilus infuenzae sorotipo b.
Nos casos de meningococcemia, o coma pode sobrevir em algumas horas. Associa-se a elevadas
taxas de letalidade, geralmente acima de 40%, sendo a maioria dos óbitos nas primeiras 48 horas
do início dos sintomas.
doença meningocócica- DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Os principais exames para o esclarecimento diagnóstico de casos suspeitos são: 4
- qual considerado padrão ouro
- Cultura: pode ser realizada com diversos tipos de fluidos corporais, principalmente líquido
cefalorraquidiano (LCR), sangue e raspado de lesões petequeais. É considerada padrão-
-ouro para diagnóstico da doença meningocócica por ter alto grau de especificidade. Tem
como objetivo o isolamento da bactéria para identificação da espécie, e posteriormente
o sorogrupo, o sorotipo e o sorossubtipo do meningococo invasivo. - Bacterioscopia direta: pode ser realizada a partir do LCR e de outros fluidos corpóreos
normalmente estéreis e de raspagem de petéquias. A coloração do LCR pela técnica de Gram
permite, ainda que com baixo grau de especificidade, caracterizar morfológica e tintorialmente as bactérias presentes – no caso do meningococo, um diplococo Gram-negativo. - Aglutinação pelo látex: detecta o antígeno bacteriano em amostras de LCR. Partículas de
látex, sensibilizadas com antissoros específicos, permitem, por técnica de aglutinação rápida
(em lâmina ou placa), detectar o antígeno bacteriano nas amostras. Pode ocorrer resultado falso-positivo, em indivíduos portadores do fator reumático ou em reações cruzadas com
outros agentes - Reação em cadeia da polimerase (PCR): detecta o DNA da N. meningitidis presente nas
amostras clínicas (LCR, soro, sangue total e fragmentos de tecidos). Também permite a
genogrupagem dos sorogrupos do meningococo. A PCR em tempo real (qPCR) é uma modificação da técnica tradicional de PCR que identifica o DNA-alvo com maior sensibilidade
e especificidade e em menor tempo de reação
doença meningocócica- TRATAMENTO
quando deve ser iniciada a antibioticoterapia?
quais recomendações de antibióticos?
A antibioticoterapia deve ser instituída o mais precocemente possível, de preferência, logo após
a punção lombar e a coleta de sangue para hemocultura
penicilina ou ampicilina ou ceftriaxona por 5 a 7 dias
doença meningocócica- IMUNIZAÇÃO
A vacinação é considerada a forma mais eficaz na prevenção da doença, e as vacinas contra o
meningococo são sorogrupo ou sorossubtipo específicas
MENINGO C ( conjugada) 2 doses + reforço : 3, 5 e 12 meses com 30 dias de intervalo entre a 1 e 2 dose e 60 dias entre a 2 e o reforço
MENINGO ACWY (conjugada) uma dose 11 a 14 anos
doença meningocócica- BLOQUEIO VACINAL
quais indicações?
A vacinação de bloqueio está indicada nas situações em que haja a caracterização de um surto de
doença meningocócica para o qual seja conhecido o sorogrupo responsável por meio
de confirmação laboratorial específica (cultura e/ou PCR) e haja vacina eficaz disponível.
A vacinação somente será utilizada a partir de decisão conjunta das três esferas de gestão, e a
estratégia de vacinação será definida considerando a análise epidemiológica, as características da
população e a área geográfica de ocorrência dos casos.
DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO DE MENINGITE:4
1.Indivíduo com febre acompanhada de dois ou mais dos seguintes sintomas: cefaleia intensa, vômito,
confusão ou alteração mental, fotofobia (aumento da sensibilidade à luz), torpor, convulsão; OU
2.Indivíduo com febre acompanhada de pelo menos um sinal de irritação meníngea, como rigidez de
nuca, Kernig ou Brudzinski; OU
3.Indivíduo com febre de início súbito e aparecimento de erupções cutâneas petequiais ou sufusões
hemorrágicas;
4. Em menores de dois anos considerar, além das apresentações supracitadas, a ocorrência de febre com
irritabilidade ou choro persistente ou sonolência ou abaulamento de fontanela.
Os sinais e sintomas podem aparecer em qualquer ordem. Algumas manifestações gastrointestinais podem
estar presentes (distensão abdominal e diarreia). Os patógenos bacterianos da meningite podem causar outros
sintomas como resultado de infecções da corrente sanguínea (sepse) como mãos e pés frios, mialgia e/ou artalgia,
taquipneia (respiração mais rápida do que o normal), taquicardia (aumento da frequência cardíaca), além das erupções
cutâneas que podem aparecer mais tardiamente.
DEFINIÇÃO DE CONTATO PRÓXIMO
Indivíduo que teve contato direto e prolongado com o caso suspeito ou confirmado de doença
meningocócica e doença invasiva por Hib, com exposição direta às gotículas de secreções respiratórias,
considerando dois momentos:
Qual objetivo dessa divisão temporal?
1.Retrospectivo: do início dos sinais e sintomas do caso até 10 dias anteriores
2.Prospectivo: do início dos sinais e sintomas do caso até 24 horas após início do tratamento com
cefalosporina de terceira geração (ceftriaxona ou cefotaxima) ou uso de rifampicina
Essa divisão temporal visa auxiliar as equipes de vigilância epidemiológica e de atenção à saúde para
identificar e tratar o possível portador, prevenindo novos casos e interrompendo cadeias de transmissão (no momento retrospectivo), e prevenir casos secundários (momento prospectivo), uma vez que todos os contatos próximos do caso suspeito ou confirmado devem realizar quimioprofilaxia.
Principais situações em que pode ocorrer exposição direta às gotículas de secreções respiratórias
entre o caso suspeito ou confirmado e o contato, considerando o momento retrospectivo ou prospectivo: 5
a)Compartilhamento de ambiente doméstico. Exemplo: mesmo domicílio ou dormitório;
b)Exposição direta às secreções nasofaríngeas. Exemplo: beijo ou compartilhamento de objetos que
viabilizem troca salivar;
c) Exposição próxima e contínua de pelo menos 4 horas E até 1 metro de distância, em ambiente
fechado. Exemplo: passageiro sentado ao lado em viagem de longo percurso; encontros, reuniões e
atividades em ambientes fechados; salas de aulas em escolas, creches, entre outros;
d)Exposição próxima por pelo menos cinco dias (em dias contínuos ou não). Exemplo: turma de creche
e instituição de ensino infantil (menores de cinco anos); ambientes de trabalho;
e) Exposição direta às gotículas de secreções respiratórias na realização de procedimentos invasivos,
potencialmente geradores de aerossóis (ex. intubação orotraqueal, passagem de cateter nasogástrico,
aspiração de vias aéreas, respiração boca a boca), sem utilização de equipamento de proteção
individual (EPI) adequado, antes de completar 24h de tratamento do paciente (com cefalosporina de
terceira geração).
É pouco provável que o contato transitório (fora dos períodos especificados acima) com o caso-índiceseja
um fator de risco significativo para a transmissão, de modo que o indivíduo com mera proximidade com esse
caso não deve ser considerado como contato próximo e prolongado.