Caso 7: ITU Flashcards

1
Q

definição de ITU

A

presença de um germe patogênico único
no sistema urinário, associada a processo inflamatório sintomático.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

as cicatrizes renais são decorrentes de que?

A

Cicatrizes renais, anteriormente atribuídas a sequela de pielonefrite,
provavelmente são decorrentes de alterações
do desenvolvimento renal, com ou sem associação com o refluxo vesicoureteral

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

etiologia de ITU
em geral 1
destrinchando 7

A

A maioria dos episódios de ITU é causada por bacilos gram-negativos aeróbicos, conhecidos como enterobactérias: Escherichia, Klebsiella, Enterobacter, Citrobacter, Proteus, Serratia e outros menos frequentes. A Escherichia coli é o germe mais frequentemente identificado, sendo o agente etiológico em cerca de 80-90% dos casos no primeiro surto de ITU.

Bactérias da espécie Proteus são encontradas aproximadamente em 30% dos meninos com cistite e Staphylococcus saprophyticus, em proporção similar em adolescentes de ambos os sexos.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

epidemiologia ITU
prevalência?
comum recorrência?

A

A ITU é a segunda infecção bacteriana mais
prevalente em pediatria, atingindo 8,4% das
meninas e 1,7% dos meninos menores de 7 anos
de idade, com alto risco de recorrência dentro
do primeiro ano do episódio inicial

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

epidemio
1o ano de vida afeta mais meninos ou menina?
quais os picos de incidência?

A

1o ano afeta igual
Os picos de incidência ocorrem no lactente, na segunda infância e na adolescência

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

epidemio
fatores predisponentes
a) lactentes
b) crianças com controle esfincteriano ou que estão adquirindo controle VER QUADRO

A

a) RUV- refluxo vesicoureteral, outras anomalias estruturais
b) alterações funcionais do trato urinário são os principais fatores

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

quadro fatores de risco para infeccção do trato urinário
a) Anomalias estruturais do trato urinário 4

A

Refluxo vesicoureteral
Válvula de uretra posterior
Síndrome de Prune Belly
Estenose da junção ureteropélvica ou
ureterovesical

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

quadro fatores de risco para infeccção do trato urinário
b) Megaureter 1
c) Alterações funcionais 2
d) outros fatores 4

A

b)
Doença renal policística
c)
Disfunção vesical e intestinal
Bexiga neurogênica
d)
Sonda vesical de demora
Imunossupressão
Neonatos
Meninos não circuncidados

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

quadro clinico sbp livro
A ITU pode ser dividida em duas categorias:
quais sintomas característicos de cada uma 3 de cada
Além disso, um quadro clínico de importante reconhecimento pelo pediatra é:

A

cistite (infecção urinária “baixa”) e pielonefrite (acometimento do parênquima renal).
Na pielonefrite o quadro característico é de febre, prostração e dor lombar, e na cistite observa-se disúria, polaciúria e urgência.

bacteriúria assintomática.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

diagnóstico
quando suspeitar em lactentes?

A

todo lactente com febre sem foco aparente há
mais de 24 horas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

quadro clínico
como se apresenta? VER QUADRO
o que deve descartar < 2 anos?

A

variável de acordo com idade e intensidade> sintomas leves até
quadros graves de bacteremia

deve-se descartar malformações do trato urinário, sendo importante o
questionamento sobre alterações na ecografia
antenatal.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

quadro clinico
recem nascidos e lactentes 7

RN há alta probabilidade de bacteriemia, sugerindo o que?

A

a) febre sem foco aparente,
vômitos,
diarreia,
icterícia persistente,
recusa alimentar,
irritabilidade ou
quadro de septicemia

b) via hematogênica de disseminação bacteriana, com alta frequência de mortalidade (cerca de 10%) devido à disseminação processo infeccioso

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

quadro clinico pré escolares 7 e escolares 7+ 2

A

urina fétida, dor abdominal, disúria, polaciúria, incontinência, urgência, febre, enquanto nos escolares
pode ocorrer ainda enurese secundária e dor
lombar.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

quadro clínico pré escolares e escolares
quais sintomas sugerem pielonefrite aguda e quais cistite?

A

Os quadros com maior acometimento do estado geral, adinamia, calafrios, dor abdominal e nos flancos sugerem pielonefrite aguda.

Sintomas como enurese, urgência, polaciúria, disúria, incontinência e/ou retenção urinária com urina fétida e turva podem corresponder a um quadro de cistite.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

A presença de disúria nem sempre corresponde a um quadro de ITU, podendo ser determinada por X e Y

A

X: balanopostites
Y: vulvovaginites

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Quadro clínico adolescentes? em mulheres pode se encontrar uma síndrome qual o nome e quais características

A

Nos adolescentes a sintomatologia mais comum compreende disúria, polaciúria e dor à micção, podendo ocorrer também urgência miccional, hematúria e febre.

Em adolescentes do sexo feminino e nas mulheres jovens pode-se encontrar a chamada “síndrome de disúria-frequência”, com sensação de queimação ao urinar, desconforto suprapúbico e frequência urinária aumentada. Alguns desses casos são acompanhados de bacteriúria significativa. O início da atividade sexual nas adolescentes pode ser acompanhado de surtos de ITU.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

atenção na abordagem clínica
a) crianças com controle esfincteriano
b) adolescentes
do sexo feminino

A

a) disfunções intestinais e vesicais devem ser abordadas, bem como quadro anterior de ITU e história familiar de doenças renais
b) atentar para o início
da atividade sexual.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

A disfunção vesical e intestinal (DVI) está presente em 30% a 50% das crianças na apresentação do primeiro episódio de ITU e é fator de risco relevante para ITU de repetição
caracterizada por: 3

A

padrão miccional anormal para a idade, persistente,
evidenciado após o controle esfincteriano e pela
ausência de alterações neurológicas + atraso
na maturação do controle urinário, mantendo-
-se um padrão infantil de micção com contrações
não inibidas durante o enchimento vesical.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

quadro clinico- DVI
Os sintomas miccionais são frequentes e
geralmente esquecidos ou diagnosticados tardiamente pelos familiares e cuidadores.
A partir dos 4 anos, os sintomas miccionais e
intestinais tornam-se mais relevantes. As principais manifestações são: 5

A

incontinência urinária, manobras de contenção, urgência miccional,
enurese e constipação.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

Condições neuropsiquiátrias como: 4
são frequentes nas crianças com DVI- disfunção vesical e intestinal.

A

transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), transtorno desafiador e de
oposição, distúrbios de aprendizagem e do sono

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

sintomas de disfunção miccional

A

VER QUADRO pdf sbp

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
21
Q

diagnóstico clínico
a) A palpação abdominal pode revelar: 2
b) palpação das lojas renais:
c) A persistência de bexiga palpável após a micção sugere: 2
d) Na pielonefrite aguda a punho-percussão lombar revela:

A

a)estruturas indicativas de rins ectópicos, a presença de fecalomas

b)aumento de volume dos rins, como na hidronefrose
c) processo obstrutivo anatômico ou disfunção do trato urinário inferior
d) de desconforto a forte reação dolorosa (Giordano positivo)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
22
Q

diagnóstico clínico
a)Gotejamento urinário e jato fino e curto podem sugerir: 3 nos meninos

b) perda constante de urina, observada durante o exame físico, sugere: 2

A

a)obstrução baixa, disfunção vesical ou válvula de uretra posterior

b)ureter ectópico ou alteração funcional da bexiga

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
23
Q

diagnóstico clinico
Examinar a região sacral verificando: 5

A

desvios da fenda glútea, manchas, presença de pelos, fossetas e lipomas, que podem estar associados à bexiga neurogênica.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
24
Q

DIAGNÓSTICO
qual exame padrão ouro? qual desvantagem?
o sedimento urinário será sugestivo se apresentar? 4

A

A urocultura ainda é o padrão ouro para diagnóstico de ITU, mas necessita de 24h a 48h para
o resultado.

O sedimento urinário será sugestivo
de ITU se apresentar piúria (acima de 5-10 leucócitos por campo de grande aumento), nitrito positivo, esterase leucocitária positiva ou presença
de bactérias.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
25
Q

DIAGNÓSTICO
A contagem de colônias bacterianas considerada para o diagnóstico na cultura de
urina depende do método de coleta

quais valores de referência na amostra obtida por
Punção suprapúbica PSP
Cateterismo vescial
Jato intermediário

A

Na amostra
obtida por punção suprapúbica (PSP), qualquer
contagem de colônias é válida;
no cateterismo
vesical, será considerada a contagem acima de
50.000 UFC/ml
e no jato intermediário, se acima
de 100 mil UFC/ml

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
26
Q

DIAGNÓSTICO
a coleta de urina deve ser realizada como em crianças sem controle do esfícter 2

qual outro método possível? explique

A

PSP ou cateterismo vesical

27
Q

DIAGNÓSTICO
qual outro método de urina para crianças sem controle do esfícter? explique? qual sua utilidade e porque

A

Clean catch
após 25 minutos de ingestão de líquidos (25ml/kg) o lactente é
seguro pelas axilas e recebe estímulos na região
sacral e suprapúbica para estimular a micção e
coletar o jato intermediário.
A coleta por saco
coletor só tem utilidade para descartar diagnóstico (se negativa), devido à alta taxa de falsos
positivos, mas pode ser usada como estratégia
de triagem se o quadro clínico for leve e a demora no diagnóstico não piorar a evolução do paciente (se positivo, o exame precisa ser repetido
por método invasivo)

28
Q

DIAGNÓSTICO
qual metódo pode ser útil como triagem inicial na suspeita clínica de ITU?

A

O teste rápido com fita reagente urinária (dip stick), pesquisando esterase
leucocitária e nitritos, pode ser útil como triagem inicial na suspeita clínica de ITU

O teste da esterase leucocitária na fita reativa (dipstick) detecta a presença de mais de 5 leucócitos por campo de grande aumento, e o teste da conversão do nitrato em nitrito detecta, indiretamente, a presença de bactérias gram negativas na urina, com pelo menos 4 horas desde a última micção. Em conjunto, a positividade na fita reativa para nitritos (teste do nitrito positivo) e para esterase leucocitária é fortemente sugestiva de ITU

29
Q

Da mesma forma, deve ser valorizada a presença de uma flora bacteriana muito aumentada em urina recém-emitida. Outros achados são também importantes, tais como:

A

1.A baixa densidade urinária, que pode significar um distúrbio da concentração urinária a partir da infecção da medula renal, ou aporte hídrico excessivo.
2.O pH alcalino, que pode advir de uma infecção pelo Proteus, que possui a habilidade de desdobrar a amônia, alcalinizando a urina.
3.A albuminúria transitória, que pode ocorrer na fase febril do processo ou nos casos de pielonefrite.
4.A hematúria microscópica, que também pode ocorrer nessas circunstância

30
Q

DIAGNÓSTICO
em crianças com controle esficteriano pode se utilizar

se o teste da fita
reagente for sugestivo de ITU, ou se não realizado, mas houver alta suspeita clínica, deve-se

A

jato intermediário
prosseguir com avaliação do sedimento urinário
(exame físico e químico), bacterioscópico (Gram)
e urocultura para a confirmação diagnóstica.

31
Q

DIAGNÓSTICO- ver quadro de diagnóstico
1 mês a 2 anos
Febre ≥ 38,5°C
Sem foco identificável

< 3 meses
≥ 3 meses -> comprometimento do estado geral -> nao e sim

A

< 3 meses: Cultura por coleta invasiva
≥ 3 meses
comprometimento do estado geral SIM: suspeita de PNA -> coleta invasiva
NÃO: Teste rápido (fita reagente)
saco coletor
negativo: sem itu
leucocitúria e/ou nitrito: coleta invasiva

32
Q

bacteriúrica assintomática
o que é? como é achado? mais meninas ou meninos?

A

situação peculiar é a presença de “bacteriúria significativa” em crianças sem nenhuma sintomatologia relacionada à infecção urinária

achado é ocasional ou em controles de crianças com história de ITU prévia
Estudos em escolares demonstram uma prevalência maior desse achado em meninas, 1-2%, contra 0,03% em meninos.

33
Q

Bacteriúria assintomática
é caracterizada por:
tipos:

A

3 uroculturas consecutivas com “bacteriúria significativa” em um período de 3 dias a 2 semanas, podendo ser transitória ou persistente.

34
Q

Bacteriúria assintomática transitória
Em meninas com “bacteriúria assintomática transitória”, 95% apresentam:
evolução, desaparecimento da bacteriúria?

A

normalização dos exames em 12 meses, sem qualquer tratamento. Geralmente a bacteriúria desaparece em dias ou semanas e dificilmente recidiva.

35
Q

Bacteriúria assintomática persistente
duração, grupo mais acometido 3?

A

tende a permanecer por anos seguidos.
É comumente encontrada em crianças portadoras de meningomielocele, bexiga neurogênica e que necessitem de cateterismo vesical de repetição.

36
Q

bacteriúria assintomática
tratamento

A

As crianças com bacteriúria assintomáticas não devem ser tratadas, pois podem desenvolver ITU sintomática e muitas vezes com germes de virulência maior.

37
Q

TRATAMENTO
recomenda-se iniciar o tratamento empírico com

A

Recomenda-se iniciar o tratamento empiricamente com medicamento de menor espectro
antimicrobiano possível, com base na coloração
de gram, se disponível.

-> pesquisa de bacterias em gram: É um exame de pronta e fácil realização e de baixo custo. Além de auxiliar no diagnóstico de ITU, pode ser empregado para o controle do tratamento da ITU e quando os pacientes estão em uso de quimioprofilaxia

38
Q

TRATAMENTO
se não tiver como iniciar o tratamento empírico com base na coloração gram deve-se

A

Caso contrário, deve-se
priorizar cobertura para Escherichia coli, conforme o padrão de sensibilidade bacteriana local
(resistência inferior a 20%).

39
Q

TRATRAMENTO
qual via de administração preferencial nos maiores de 3 meses

A

A via de administração preferencial nos maiores de 3 meses de
vida é a oral.

40
Q

TRATAMENTO
quais 2 medicamentos contraindicados na presença de febre e porque?

A

Na presença de febre, é necessário
que o nível de concentração do medicamento
no parênquima renal seja suficiente para tratar
pielonefrite, contraindicando o uso de nitrofurantoína e ácido nalidíxico

41
Q

TRATAMENTO
em quanto tempo precisa ocorrer a revisão da terapia antibacteriana? apoiada em que?
o que fazer na falta de melhora clínica em 48h?
se tiver resposta terapêutica e confirmação de sensibilidade no antibiograma qual recomendação?

A

A revisão da terapia
precisa ocorrer em 48 a 72h, apoiada no antibiograma, avaliando a possibilidade de descalonamento antibiótico

Na falta de melhora clínica
em 48h, é importante descartar anormalidades
do trato urinário e ampliar a cobertura antibiótica.

Havendo resposta terapêutica e confirmação de sensibilidade no antibiograma, não há necessidade de exame cultural de controle.

42
Q

TRATAMENTO
quais fatores associados à maior resistência do antibiótico? 8

A

O uso de antibiótico nos 90 dias anteriores
ao quadro (em terapia ou profilaxia) aumenta a
chance de resistência bacteriana, sendo o maior
o risco se intervalo inferior a 30 dias
Outros
fatores associados à maior resistência incluem
anomalias do trato urinário (refluxo vesicoureteral, hidronefrose, displasia, litíase), hospitalização prévia e alteração funcional da bexiga e do
intestino

43
Q

TRATAMENTO
qual tempo de terapia antibiótica?

A
  • 10 dias em algumas diretrizes e 7 a 14 em outras
44
Q

TRATAMENTO
quais pacientes tem indicação de hospitalização? 3

A

Crianças com idade inferior a dois meses, pacientes criticamente doentes ou com risco
de não adesão ao tratamento têm indicação
de hospitalização.

45
Q

TRATAMENTO
Solicitar X
antes do tratamento, especialmente se utilizar
Y

A

X:creatinina sérica
Y: aminoglicosídeo

46
Q

TRATAMENTO - ANTIBIOTICOS- PIELONEFRITE
quais possíveis utilizados via parenterais? 5

A

Cefuroxime
gentamicina
amicacina
cefotaxime
Piperacilina/Tazobactam

47
Q

TRATAMENTO - ANTIBIOTICOS- PIELONEFRITE
quais possíveis utilizados via oral? 4

A

Cefuroxime
cefaclor
amoxilina -clavulonato -> ultima opção por mudança da flora intestinal
ciprofloxacina

48
Q

TRATAMENTO - ANTIBIOTICOS-CISTITE E VIA ORAL
quais possíveis utilizados via oral?

A

Nitrofurantoina
Cefalexina
Sulfametoxazol – Trimetoprima

49
Q

PREVENÇÃO- MEDIDAS GERAIS
Recomendações para evitar problemas urinários: 8

A
  1. Ir ao banheiro a cada 3 horas, mesmo sem
    vontade;
  2. Sentar-se bem no vaso, com acento redutor,
    sem pressa, com os pés apoiados. Se não alcançar os pés no chão, colocar um banquinho;
  3. Não segurar a urina quando der vontade de
    urinar. Afastar bem as pernas para urinar;
  4. Tomar água a cada 3 horas (pelo menos 1 litro
    por dia). A ingestão adequada de água faz com
    que os rins funcionem adequadamente e a
    bexiga possa eliminar o que não é utilizado;
  5. Alimentar-se com frutas e legumes diariamente, para ter evacuações normais;
  6. Ter um horário para evacuar (sentar-se no
    vaso 10 minutos após uma das refeições);
  7. Urinar antes de dormir;
  8. Não tomar líquidos 2 horas antes de dormir
    (isto inclui mamadeiras).
50
Q

PREVENÇÃO- QUIMIOPROFILAXIA
qual objetivo?

A

O objetivo da profilaxia com antimicrobianos
é reduzir os episódios recorrentes de pielonefrite e a formação ou a piora de cicatrizes renais.

51
Q

PREVENÇÃO- QUIMIOPROFILAXIA
quais indicações? 5

A

Crianças com alterações na ultrassonografia (antenatal ou atual), ITU febril com PCR
positivo, com RVU graus 4 ou 5, uropatias obstrutivas, ITU recorrentes (dois ou mais episódios de
pielonefrite, um episódio de cistite e um de pielonefrite, 3 ou mais episódios de cistite) devem
iniciar profilaxia até o término da investigação.

52
Q

PREVENÇÃO- QUIMIOPROFILAXIA
nao deve ser utilizada em? sempre preferir quais características das drogas?

A

Não deve ser utilizada em reinfecção (novo episódio de ITU < 2 semanas).

Sempre preferir drogas com alto nível urinário e baixo nível sérico,
menos efeitos colaterais, baixo custo, bom sabor,
ecológica (poucos efeitos na flora intestinal), ativa contra uropatógenos, pouca resistência bacteriana.

53
Q

PREVENÇÃO- QUIMIOPROFILAXIA
qual dose utlizada? . As drogas atualmente mais
efetivas em nosso meio são:

A

. Utilizar na dose de um terço à metade
da dose terapêutica, uma vez ao dia (preferencialmente à noite).

nitrofurantoína,
sulfametoxazol e trimetroprim (nos maiores de
6 semanas de vida) e cefalexina (nos menores
de 6 semanas)

54
Q

PREVENÇÃO - INVESTIGAÇÃO COM EXAMES DE IMAGEM
qual o foco? quais principais exames?

A

O foco da investigação complementar tem
como base descartar malformações do trato urinário que possam implicar em piores desfechos
no futuro.

Os principais exames incluem ultrassonografia dos rins e da bexiga (US), uretrocistografia miccional (UCM) e cintilografia renal com
ácido dimercaptosuccínico-tecnécio-99 (DMSA).

55
Q

PREVENÇÃO - INVESTIGAÇÃO COM EXAMES DE IMAGEM
qual indicação da US como avaliação inicial

A

A maioria das diretrizes concorda na indicação da US
como avaliação inicial em pacientes menores de
2 anos que apresentem pielonefrite

56
Q

PREVENÇÃO - INVESTIGAÇÃO COM EXAMES DE IMAGEM
A investigação da Y é importante. Além da anamnese, a medida do diâmetro da
ampola retal por US (normal Xcm) ou a radiografia simples de abdômen podem ser complementares.

A

X: < 2,5
Y: constipação

57
Q

PREVENÇÃO - INVESTIGAÇÃO COM EXAMES DE IMAGEM Fluxograma de investigação de infecção do trato urinário (ITU) por imagem
VER FLUXOGRAMA

A

VER FLUXOGRAMA

58
Q

PROGNÓSTICO
Como é o prognóstico? quais crianças com maior probabilidade de doença renal crônica?

A

O prognóstico de ITU é bom desde que a
infecção seja diagnosticada e tratada precocemente. As crianças com maior probabilidade
de doença renal crônica são aquelas com anormalidade renal congênita (incluindo hipoplasia
e displasia bilateral, rim único e uropatias obstrutivas) ou que já apresentam alteração da função renal inicialmente. Portanto, pacientes com
RVU de alto grau, com cicatrizes renais ou outras
malformações do trato urinário, devem ser
acompanhados com monitorização da pressão
arterial, função renal e albuminúria

59
Q

AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL
Quais principais objetivos ? utilizam-se

A

etectar condições predisponentes para infecção e recidivas, avaliação da presença de lesão renal e estabelecimento de conduta que possa prevenir o surgimento da lesão renal ou seu agravamento, visando ao melhor prognóstico para o paciente.

Utilizam-se os exames ultrassonográficos, radiológicos, cintilográficos, urodinâmicos e urológicos.

60
Q

AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL - US
Exame de escolha para qual fase da investigação?

A

É um método seguro, não invasivo, sem efeitos colaterais, de baixo custo, com capacidade de rastreamento do trato urinário superior e inferior, e pode ser realizado na fase aguda do processo.

É o exame de escolha para o início da investigação. Inclui avaliação do volume e tamanho renal, espessura e características do parênquima renal, diâmetro anteroposterior (AP) da pelve, diferenciação corticomedular etc., e também a espessura da parede vesical, resíduo pré e pós-miccional, morfologia dos ureteres etc. A ultrassonografia (US) também demonstra o crescimento do parênquima renal, as anomalias de posição e localização renais, a presença de hidronefrose, cálculos, abcesso renal.

61
Q

AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL - Uretrocistografia miccional

A

Exame importante na abordagem da criança com ITU, é o método que melhor define a morfologia do trato urinário inferior, com avaliação da uretra, da bexiga e dos ureteres (quando há RVU). Permite identificar anomalias na forma e espessura da parede vesical (divertículos, ureteroceles), na uretra (estenoses ou válvula de uretra posterior – VUP) e a presença de RVU, identificando o grau do acometimento, e se primário ou secundário.

A uretrocistografia miccional (UCM) deve ser realizada somente após o término do tratamento erradicador, para evitar a disseminação da infecção e com a criança em uso de antibioticoprofilaxia para reduzir os riscos de ITU iatrogênica.

62
Q

AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL - Urografia excretora

A

Tem indicação restrita a situações especiais, como algumas malformações complexas com possibilidade de abordagem cirúrgica. Apresenta riscos com o uso de contraste iodado, carga elevada de radiação, e requer preparo do paciente para sua realização. Deve ser evitada na doença renal crônica, nos pacientes com alergia aos contrastes iodados e nos recém-nascidos e lactentes muito jovens.

63
Q

AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL - Exames de medicina nuclear
Em geral apresentam irradiação menor que os exames radiológicos, são muito precisos na determinação de lesões do parênquima renal e na avaliação da função renal individualizada. São de valor na avaliação das obstruções ureterais como nas estenoses da junção ureteropélvica (JUP).

o que a A cintilografia renal estática emprega o ácido dimercaptosuccínico (DMSA) ligado ao 99mTc analisa

A

permite a avaliação morfológica e funcional quantitativa (captação relativa ou absoluta), por meio da detecção da radiação por aparelhos de gama-câmara e a presença de lesões no parênquima (cicatrizes ou displasias). É sensível para o diagnóstico precoce das lesões corticais agudas, retratando as alterações vasculares e tubulares decorrentes do processo infeccioso local.

A cintilografia renal dinâmica emprega o ácido dietilenotriaminopentacético (DTPA) ligado ao 99mTc, que sofre filtração e excreção renal, permitindo a aquisição de imagens sequenciais, desde sua captação pelos rins até a eliminação para a bexiga. Permite avaliar se o sistema excretor urinário está pérvio, diferenciando os processos obstrutivos funcionais dos anatômicos. Está, portanto, indicada nos casos de ITU associada à hidronefrose, e não está indicada na presença de RVU.

64
Q

AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL - Exames de medicina nuclear
Em geral apresentam irradiação menor que os exames radiológicos, são muito precisos na determinação de lesões do parênquima renal e na avaliação da função renal individualizada. São de valor na avaliação das obstruções ureterais como nas estenoses da junção ureteropélvica (JUP).

o que a analisaA cistografia radioisotópica direta analisa

A

empregada para a avaliação da presença do RVU. A dose de radiação equivalente para o ser humano (cerca de 0,15 mSv) é bem mais baixa que a da UCM (2 mSv), entretanto não fornece dados anatômicos da bexiga, da uretra e da coluna lombossacra e não permite a avaliação dos graus do RVU. É útil no acompanhamento da evolução do RVU quando necessário, ou quando os pacientes apresentam alergia ao composto iodado. Também está indicada quando existe forte suspeita de RVU e a UCM não o evidenciou, o que pode ocorrer em até 20% dos casos.

65
Q

AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL - estudo urodinâmico

A

Consiste na avaliação urológica da função vesical para estudar a capacidade, a pressão vesical, a atividade do detrusor e da musculatura do assoalho pélvico, durante o enchimento e o ato miccional. Permite o diagnóstico acurado das disfunções vesicais. Está indicado nos casos de ITU associado à bexiga neurogênica e em alguns casos de distúrbios miccionais. Esses dados são obtidos com a sondagem vesical e uso de eletrodos no abdome e no períneo. É também exame de indicação excepcional, já que é invasivo e testa uma situação não fisiológica, pois usa cateteres vesicais e retal. A US da dinâmica miccional do trato urinário pode suprir grande parte de suas informações.