Caso 3: otite, amigdalite e tonsilite Flashcards

1
Q

OTITE MÉDIA AGUDA
o que é?

A

é uma infecção com desenvolvimento rápido de sinais e sintomas de inflamação aguda na cavidade da orelha média.

É uma das razões mais frequentes de visitas aos médicos por crianças menores de 15 anos de idade, entretanto, mesmo com alta prevalência, é uma entidade autolimitada e com baixa incidência de complicações e mortalidade. É fundamental o diagnóstico preciso e acurado, evitando o uso desnecessário de antimicrobianos, com consequências danosas para o paciente e para a comunidade como um todo.

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2
Q

OTITE MÉDIA AGUDA
qual sua definição?

A

é definida como a presença de líquido (efusão) preenchendo a cavidade da orelha média sob pressão, com início abrupto dos sinais e sintomas causados pela inflamação dessa região.

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3
Q

OTITE MÉDIA AGUDA- EPIDEMIOLOGIA

A

A otite média é uma das doenças infecciosas mais comuns na infância.
Em crianças menores de 15 anos de idade, a otite média foi o diagnóstico mais frequente, em especial nos 2 primeiros anos de vida. Até os 3 anos de idade, 3 em cada 4 crianças terão apresentado pelo menos um episódio de OMA, e, com 2 anos de idade, 1 em cada 5 crianças terá otite média recorrente.

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4
Q

OTITE MÉDIA AGUDA- FATORES DE RISCO
Os fatores de risco para OMA podem depender do hospedeiro (da própria criança) ou decorrer de fatores ambientais.
QUAIS SÃO OS FATORES RELACIONADOS AO HOSPEDEIRO?

-idade
- anomalias 5
- genetica
- diferenças raciais

A

Com relação à idade, a ocorrência do primeiro episódio de OMA antes dos 6 meses é um fator de risco importante para a recorrência das OMA.

Crianças com fenda palatina, síndrome de Down, malformações craniofaciais, imunodeficiência e discinesia ciliar primária apresentam risco aumentado para OMA

A suscetibilidade genética é importante na otite média, sendo determinada, em parte, pela contribuição de genes em regiões cromossomais distintas: 10q e 19q.

As diferenças raciais na tuba auditiva (TA) tornam a otite média mais prevalente em grupos étnicos como esquimós, aborígenes e índios americanos

Outros fatores, como alergia, doença do refluxo gastroesofágico, etnia e sexo, apresentam dados discordantes quanto a seu risco real.

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5
Q

OTITE MÉDIA AGUDA- FATORES DE RISCO
Os fatores de risco para OMA podem depender do hospedeiro (da própria criança) ou decorrer de fatores ambientais.
QUAIS SÃO OS FATORES AMBIENTAIS?
4
1 fator de proteção

A

Evidências epidemiológicas mostram que a OMA costuma decorrer de infecções das vias aéreas superiores (IVAS), e que tanto IVAS quanto OMA apresentam maior incidência nos meses mais frios (inverno).

As creches e os berçários representam um fator de risco considerável no desenvolvimento da OMA, em especial pela alta prevalência de infecções respiratórias, facilitando a contaminação viral entre as crianças

Outro fator de risco de reconhecida importância é a exposição ao tabagismo passivo.

Por outro lado, o aleitamento materno é um fator de proteção; estudos demonstram que amamentar por 3 meses diminui o risco de OMA em 13%, e amamentar por mais de 6 meses protege a criança das recorrências das otites até o terceiro ano de vida.

No caso de crianças que tomam mamadeira, os pais devem cuidar para que não a tomem deitadas, sugerindo-se que a cabeça fique mais elevada. O uso de chupetas de mamadeiras com bicos de cápsula tipo “empurra e puxa” também é considerado fator de risco na recorrência das OMA.

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6
Q

OTITE MÉDIA AGUDA- HISTÓRIA NATURAL

A

A maioria das crianças (80%) apresenta evolução favorável durante um episódio de OMA, com resolução espontânea. Essa melhora independe da adesão ao tratamento ou do tipo de medicação. A resolução espontânea fica evidente quando se opta por observação inicial, com melhora dos sintomas em 60% dos pacientes depois de 24 horas e ausência de sintomas residuais em 80% das crianças após 2-3 dias, sem antibióticos. Portanto, a história natural da OMA é extremamente favorável em 70-80% dos pacientes

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7
Q

OTITE MÉDIA AGUDA- PATOGÊNESE
em quem a OMA é mais prevalente e porque?

A

A OMA é mais prevalente no lactente e na criança pequena. Essa predisposição decorre de fatores anatômicos e imunológicos, característicos dessa faixa etária.

Acredita-se que a disposição anatômica e a imaturi-dade da tuba auditiva na criança sejam os fatores mais importantes na gênese das infecções da orelha média. A tuba auditiva da criança é mais curta, horizontalizada e tem relativamente um diâmetro maior, quando compa-rada à do adulto. Além disso, a imaturidade muscular e cartilaginosa agrava sua disfunção. Esses fatores dificul-tam o clearance da orelha média e favorecem a ascensão de germes da cavidade nasal e da rinofaringe

Outro fator que sabidamente aumenta a incidência
de otites médias em crianças com menos de 5 anos de idade é a elevada ocorrência de infecções de vias aéreas superiores (média de seis a oito episódios/ano). Os vírus alteram o sistema mucociliar, aumentando a produção de muco e dificultando a drenagem

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8
Q

OTITE MÉDIA AGUDA- PATOGÊNESE
quais diferenças antomicas que facilitam e qual relação com o sistema imunológico?

A

A TA ventila a orelha média. Durante o repouso, encontra-se fechada. Sua luz é virtual e abre-se de forma intermitente pela contração do músculo tensor do véu palatino durante a deglutição ou o bocejo. Existem diferenças importantes entre a TA da criança e do adulto. As diferenças mais relevantes são a TA mais curta, mais alargada, mais flácida e mais horizontalizada na criança, o que facilita a progressão de microrganismos (vírus e bactérias) da rinofaringe para a orelha média

o nascimento, o sistema imunológico da criança é imaturo. O recém-nascido apresenta altos níveis de IgG materna, que vão progressivamente diminuindo, tornando-se pouco efetivos por volta dos 5-6 meses de idade. Por outro lado, a criança produz gradualmente mais IgG, IgA e IgM próprias, atingindo um platô quando a criança está maior. É interessante notar que essas fases coincidem com a época de início e de desaparecimento dos episódios de OMA na maioria das crianças.

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9
Q

OTITE MÉDIA AGUDA- PATOGÊNESE
como é desencadeada geralmente?

A

A OMA geralmente é desencadeada por um processo infeccioso (IVAS em geral), associado a determinado grau de disfunção da TA e do sistema imunológico. É comum a OMA ser precedida por IVAS ou um “resfriado comum”. Acredita-se que a infecção viral provoque um distúrbio no microbioma da nasofaringe, pavimentando o caminho para bactérias patogênicas infectarem a orelha média através da TA. Os vírus agiriam como copatógenos, predispondo à infecção bacteriana. A infecção viral inicia o desenvolvimento da OMA, pavimentando o caminho em direção a uma OMA bacteriana, aumentando a presença de otopatógenos bacterianos na nasofaringe.4 Essa seria a explicação para a sazonalidade da OMA, mais comum nos meses de inverno, quando as infecções virais são mais frequentes.

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10
Q

OTITE MÉDIA AGUDA- MICROBIOLOGIA
Quais agentes mais encontrados? 4

A

A OMA é causada por vírus respiratórios e/ou infecção bacteriana no espaço da orelha média, como resultado da resposta do hospedeiro à infecção. A OMA ocorre mais frequentemente como consequência de uma IVAS que causa inflamação/disfunção da TA, à pressão negativa da orelha média e ao movimento de secreções, contendo os vírus causadores da IVAS e as bactérias patogênicas, para a cavidade da orelha média.

63% de 864 episódios de IVAS em crianças menores de 4 anos de idade eram positivos para vírus respiratórios e adenovírus, coronavírus e vírus respiratório sincicial (VRS) relacionados com a OMA. O VRS e o adenovírus estão entre os vírus mais comumente associados à OMA

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11
Q

OTITE MÉDIA AGUDA- MICROBIOLOGIA
qual padrão ouro para determinar a etiologia bacteriana da OMA?

quais principais otopatógenos bacterianos frequentemente encontrados? 4

A

O padrão ouro para determinar a etiologia bacteriana da OMA é a cultura do fluido da orelha média por meio da timpanocentese, da drenagem através dos tubos de ventilação ou pela otorreia espontânea. Bactérias são encontradas em 50-90% dos casos de OMA com ou sem otorreia.

O Streptococcus pneumoniae, o Haemophilus influenzae não tipável e a Moraxella catarrhalis são os principais otopatógenos bacterianos e frequentemente colonizam a nasofaringe
O Streptococcus pyogenes do grupo A é responsável por menos de 5% dos casos de OMA.

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12
Q

OTITE MÉDIA AGUDA- MICROBIOLOGIA
quais dois agentes diminuiram drasticamente com a vacinação?

A

bacteriologia da OMA mudou muito após a introdução da vacina conjugada do pneumococo;

antes da adoção da vacina com 7 sorotipos (PCV7), o S. pneumoniae era o microrganismo mais isolado nos casos de OMA.
Após a introdução da PCV7, a proporção do S. pneumoniae diminuiu de 48% para 31% e o H. influenzae não tipável subiu de 41% para 56%.

Entretanto, a frequência de sorotipos não vacinais da PCV7 aumentou no fluido da orelha média. O sorotipo 19A foi a maior causa de substituição da doença após a introdução da PCV7 e posteriormente após a PCV10

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13
Q

OTITE MÉDIA AGUDA- MICROBIOLOGIA
quais achados mais indicativos de pneumococo 3
e de H. influenzae

A

Alguns estudos sugerem que a febre, a otalgia importante e o abaulamento da membrana timpânica (MT) possam ser mais intensos quando o organismo causador for o pneumococo

entretanto, outros estudos apontaram que a OMA causada pelo H. influenzae não tipável estaria associada com a OMA bilateral e uma inflamação mais grave da MT. A OMA acompanhada de conjuntivite purulenta (síndrome otite-conjuntivite) é sugestiva de H. influenzae não tipável.

Uma variabilidade geográfica substancial é observada na proporção das OMA causadas pela M. catarrhalis.

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14
Q

OTITE MÉDIA AGUDA- SUSCETIBILIDADE BACTERIANA AOS ANTIBIÓTICOS
Atualmente, os estudos de OMA usam os novos dados da linha de corte, definidos pelo Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI), para avaliar a sensibilidade do pneumococo com relação à penicilina, de cepas não meníngeas:

-pneumococo sensivel
-pneumococo com sensibilidade intermediária
-pneumococo resistente com CIM
—> Para a CIM de amoxicilina oral, os parâmetros são: sensivel, intermediario e resistente

VER SE PRECISA!!!!!!!!!!!!!!1

A

Pneumococo sensível: concentração inibitória mínima (CIM): ≤ 2 mcg/mL.
Pneumococo com sensibilidade intermediária: CIM ≤ 4 mcg/mL.
Pneumococo resistente com CIM ≤ 8 mcg/mL.
Para a CIM de amoxicilina oral, os parâmetros são:
Sensível: CIM < 2 mcg/mL.
Intermediário: CIM < 4 mcg/mL.
Resistente: CIM ≤ 8 mcg/mL.

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15
Q

OTITE MÉDIA AGUDA- SINAIS E SINTOMAS
São sintomas constantes 8
quais sinais da otoscopia e pneumotoscopia 5
* VER FOTO DO ESPECULO DE OTOSCOPIO IDEAL E INADEQUADO

A

São sintomas constantes a otalgia (criança que manipula muito a orelha), o choro excessivo, a febre, as alterações de comportamento e do padrão do sono, a irritabilidade, a diminuição do apetite e até a diarreia.

Como sinais de OMA, os achados da MT na otoscopia e na pneumotoscopia representam, de maneira mais característica, os sinais da OMA. MT com hiperemia ou opacidade, abaulamento, diminuição da mobilidade e otorreia aguda são sinais típicos

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16
Q

OTITE MÉDIA AGUDA- SINAIS E SINTOMAS
quais condições direcionam o tratamento da OMA de maneira mais incisiva? 4

A

A idade da criança (< 24 meses), a gravidade dos sintomas, a presença de otorreia aguda e a bilateralidade direcionam o tratamento da OMA de maneira mais incisiva.

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17
Q

OTITE MÉDIA AGUDA- SINAIS E SINTOMAS
qual efeito dos antibióticos no tratamento?

A

, mostra o efeito dos antibióticos no tratamento da doença, evidenciando que, nas crianças com OMA bilateral, a história natural é pior, sendo o benefício obtido com o antibiótico, maior.
Da mesma forma, as OMA acompanhadas de otorreia espontânea e aguda têm um benefício muito maior quando tratadas com antibióticos.

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18
Q

OTITE MÉDIA AGUDA- SINAIS E SINTOMAS
A X define o diagnóstico, pois é necessária a presença de efusão ou líquido na cavidade da orelha média para estabelecer o diagnóstico de OMA.
Portanto, atualmente, a Y é um marco que indica uma doença mais grave, e a presença de X indica a certeza da patologia

A

X: otorreia e otorreia espontânea
Y:bilateralidade

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19
Q

OTITE MÉDIA AGUDA - SINAIS E SINTOMAS
Eventualmente, a OMA pode ter como complicações : 2

A

as mastoidites e evoluir para um colesteatoma.

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20
Q

OTITE MÉDIA AGUDA- DIAGNÓSTICO

A

O diagnóstico preciso e acurado no início do quadro é de fundamental importância. Um bom otoscópio com lâmpadas halógenas, espéculos de tamanho adequado ao diâmetro do conduto auditivo externo, limpeza e remoção de cerume e possibilidade de otoscopia pneumática fazem parte desse contexto.

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21
Q

OTITE MÉDIA AGUDA- DIAGNÓSTICO
como diferenciar otalgia de otite externa e otite media aguda

A

Vale lembrar que a otalgia é extremamente importante, porém não se deve confundi-la com a otalgia da otite externa das crianças que estão expostas a água de piscinas. Essa otalgia cursa sem febre, sem história pregressa de IVAS e com relação causa/efeito: a orelha da criança esteve em contato com água de mar ou piscinas, situação mais sazonal, ocorrendo, em geral, no verão. Já a OMA incide mais nos meses frios, na vigência ou sequência de uma IVAS e com febre.

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22
Q

OTITE MÉDIA AGUDA- DIAGNÓSTICO
A identificação para o diagnóstico otoscópico acurado de OMA pode ser difícil se não houver condições adequadas. São fundamentais, portanto, os seguintes fatores:
1. otoscopio
2. especulo auricular
3. posição
4. visualização

A

1.Otoscópio com iluminação adequada.
2.Espéculo auricular que realmente penetre no meato acústico externo (MAE). O formato afunilado é importante (Figura 1), pois penetra no MAE. Além do formato, é importante utilizar um espéculo com maior diâmetro possível, determinado pela idade da criança, para obter melhor iluminação e maior campo de visão.
3.Posição: recomenda-se que a criança esteja sentada no colo da mãe, permitindo a contenção adequada da cabeça.
4.Visualização: é necessário que o MAE esteja livre de cerume, descamações e debris. Para remover o cerume, seja com cureta, sucção delicada ou lavagem, a criança deve ser encaminhada para um especialista habilitado, para não causar danos a sua integridade física e psicológica. A OMA deve sempre ser confirmada pela otoscopia. São sinais de alteração da MT encontrados na OMA: mudanças de translucidez, forma, cor, vascularização e integridade. O achado mais significativo no diagnóstico da OMA é o abaulamento da MT, com sensibilidade de 67% e especificidade de 97% (Figura 2). A coloração avermelhada da MT pode ser consequência do reflexo da hiperemia da mucosa do promontório, visualizada através de um tímpano normal, que pode gerar confusão durante o exame e acentuar-se quando a criança estiver chorando. Entretanto, a hiperemia da MT pode indicar a fase inicial da OMA, e, na sequência, ocorrer a opacidade e até mesmo a perfuração espontânea da MT com otorreia súbita.

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23
Q

OTITE MÉDIA AGUDA- DIAGNOSTICO
sempre deve ser confirmada por? são sinais de alteração da MT encontrados na OMA: 5
qual achado mais significativo
o que a hiperemia pode indicar

VER FOTO DAS VARIAÇÕES DE MT NA OMA

A

A OMA deve sempre ser confirmada pela otoscopia. São sinais de alteração da MT encontrados na OMA: mudanças de translucidez, forma, cor, vascularização e integridade. O achado mais significativo no diagnóstico da OMA é o abaulamento da MT, com sensibilidade de 67% e especificidade de 97% (Figura 2). A coloração avermelhada da MT pode ser consequência do reflexo da hiperemia da mucosa do promontório, visualizada através de um tímpano normal, que pode gerar confusão durante o exame e acentuar-se quando a criança estiver chorando. Entretanto, a hiperemia da MT pode indicar a fase inicial da OMA, e, na sequência, ocorrer a opacidade e até mesmo a perfuração espontânea da MT com otorreia súbita.

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24
Q

A Academia Americana de Pediatria (AAP) recomenda para o diagnóstico de OMA: história de início agudo de sinais e sintomas, presença de efusão na orelha média, com sinais e sintomas de inflamação da orelha média. A AAP considera que o melhor método para diagnosticar efusão na orelha média é a pneumo-otoscopia, uma vez que a efusão reduz a mobilidade da MT.1 - VER SE É PRA SABER
FODASE O ESTADOS UNIDOS

A

FODASE EUA

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25
Q

OTITE MEDIA AGUDA- TRATAMENTO
quando considerar antibiotico?

A

A história natural da OMA, por estudos de metanálise, indica que a resolução espontânea ocorre em mais de 80% dos casos, com melhora sem antibiótico, e geralmente não ocorrem complicações.2 O acompanhamento, a observação e o monitoramento dessas crianças são de extrema importância. Caso elas não comecem a melhorar rapidamente, o tratamento com antibiótico poderá, então, ser considerado.

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26
Q

OTITE MEDIA AGUDA- TRATAMENTO
Em 2013, a AAP lançou um conjunto de diretrizes com relação ao tratamento da OMA:
primeira recomendação
segunda - criterios para dar antibiotico
terceira
quarta
quinta

A

A primeira recomendação muito importante é tratar a dor com analgésicos, independentemente de o antibiótico ser ou não administrado.

A segunda recomendação é dar antibiótico para OMA, seja ela bilateral ou unilateral, em crianças com 6 meses de idade ou mais, com sinais e sintomas graves (otalgia e temperatura alta – 39 °C) ou caso os sintomas já persistam há pelo menos 48 horas. A terceira recomendação na qual o médico deve dar antibiótico é na OMA bilateral em crianças com menos de 24 meses de idade, sem sinais ou sintomas graves (otalgia moderada há menos de 48 horas, temperatura < 39 °C).

A quarta recomendação no caso de OMA em criança entre 6-23 meses de idade sem sinais ou sintomas graves (otalgia < 48 horas, temperatura < 39 °C) é o médico monitorar de perto a evolução ou prescrever antibiótico (com base em decisão conjunta médico/pais). Caso se decida por observar sem dar antibiótico, mas a evolução mostrar piora ou falhar em melhorar dentro de 48-72 horas, então, deve-se dar antibiótico.

A quinta recomendação nos casos de OMA uni ou bilateral em crianças com idade acima de 24 meses, sem sinais ou sintomas graves (otalgia leve há < 48 horas, temperatura < 39 °C), é o médico observar de perto a evolução do quadro ou prescrever antibiótico (com base em decisão conjunta médico/pais). Caso se decida por observar sem dar antibiótico, mas a evolução piorar ou falhar em melhorar dentro de 48-72 horas, então, deve-se dar antibiótico.

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27
Q

OTITE MEDIA AGUDA- TRATAMENTO
Caso o médico decida tratar da OMA com um antimicrobiano, a AAP recomenda qual?

quantos dias? >2 2-5 < 6

crianças com alergiaa a penicilina podem receber 2

A

amoxicilina
Crianças com idade > 2 anos e com sintomas mais graves devem tomar o antibiótico por 10 dias. Crianças entre 2-5 anos de idade com OMA moderada, por 7 dias; e crianças < 6 anos também com OMA leve, entre 5-7 dias.

Crianças com alergia à penicilina podem receber macrolídeo ou clindamicina (esta também no caso de pneumococo resistente).

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28
Q

OTITE MEDIA AGUDA - TRATAMENTO
quando a criança pode receber amoxilina?
qual deve ser usado caso nao estiver nesses criterios?
e se a criança não melhorar ou piorar?

A

A amoxicilina pode ser dada se a criança não a recebeu nos últimos 30 dias, não tiver conjuntivite purulenta e não for alérgica à penicilina.

Ao tomar a decisão de tratar a OMA com um antimicrobiano, caso a criança tenha recebido amoxicilina nos últimos 30 dias ou tenha conjuntivite purulenta associada ou histórico de OMA recorrente que não responde à amoxicilina, o médico deve prescrever um antibiótico com cobertura adicional para betalactamase (clavulanato associado à amoxicilina ou uma cefalosporina de segunda geração, como a cefuroxima, ou de terceira geração, a ceftriaxona, esta última no caso de a criança apresentar vômitos ou diarreia).

Se a criança não melhorar ou até mesmo piorar da OMA dentro de 48-72 horas e já estiver tomando um antibiótico, recomenda-se a troca do medicamento por outro com espectro de ação mais amplo.

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29
Q

OTITE MÉDIA AGUDA- TRATAMENTO
Existem algumas situações nas quais o antimicrobiano por via oral deverá ser imediatamente administrado:

A

crianças que sistemicamente não estão apresentando boa evolução, aquelas com doença grave ou persistente, e aquelas com risco alto para complicações (idade < 6 meses, comorbidades preexistentes como malformações craniofaciais, síndrome de Down e imunodeficiências). Da mesma forma, o antimicrobiano por via oral imediato deverá ser considerado para crianças < 2 anos de idade com OMA bilateral e otorreia aguda causada por perfuração espontânea da membrana timpânica. Os antimicrobianos mostraram ser benéficos para a rápida resolução da otalgia e/ou febre nesses subgrupos de crianças.

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30
Q

OTITE MEDIA AGUDA- TRATAMENTO
quais recomendações para corticosteroides, anti-histamínicos, descongestionantes e anti-inflamatórios não hormonais?

quais indicações para procedimentos de drenagem ou evacuação da efusão 4? e a tubos de ventilação

A

Outros fármacos, como corticosteroides, anti-histamínicos, descongestionantes e anti-inflamatórios não hormonais, não têm sustentação científica, pois não há estudos confiáveis do tipo randomizado controlado que atestem sua eficácia.

Quanto às indicações para procedimentos de drenagem ou evacuação da efusão da orelha média (timpanocentese e/ou miringotomia) durante episódio de OMA, elas estão restritas a resposta insatisfatória à antibioticoterapia, imunodeficiências, doença grave e complicações supurativas, como mastoidite.

Os tubos de ventilação podem estar indicados na OMA recorrente (3 episódios em 6 meses, ou 4 em 1 ano, com 1 dos episódios nos últimos 6 meses).

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31
Q

OTITE MÉDIA AGUDA- PREVENÇÃO

A

As medidas de prevenção da OMA incluem a redução de fatores de risco passíveis de serem modificados e a vacinação. A AAP recomenda evitar a exposição à fumaça do tabaco, reduzir o uso de chupetas e diminuição do tamanho do grupo das creches e/ou berçários, bem como promover aleitamento materno exclusivo por ao menos 6 meses ou mais.

As vacinas pneumocócicas conjugadas (PCV), bem como a vacina da influenza, ofertadas no Programa Nacional de Vacinação, também mostram redução na redução de OMA.

Nos casos de OMA recorrente, não devem ser prescritos antibióticos como profilaxia das recidivas.

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32
Q

otite média com efusão OME
definição

A

é uma inflamação com acúmulo de líquido na orelha média, sem sinais ou sintomas de infecção aguda (dor, febre) e com membrana timpânica íntegra e sem abaulamento.

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33
Q

A OME é uma evolução muito frequente após a fase resolutiva da x, sendo que cerca de 10% dos episódios de OMA mantêm secreção na orelha média após 3 meses de sua resolução

A

x= otite média aguda (OMA)

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34
Q

otite média com efusão crônica (OMEC) definição

A

é a permanência da secreção na orelha média por mais de 3 meses, podendo ser após episódio de OMA ou por disfunção tubária independente de processo infeccioso.

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35
Q

otite média com efusão OME
epidemio
intervalo de idade notória
idades importantes 2

A

A OME pode ocorrer após um episódio de infecção aguda de via aérea superior, espontaneamente por disfunção da tuba auditiva ou como uma resposta inflamatória a OMA, notadamente entre 6 meses e 4 anos de idade.

a) A incidência da OME em crianças entre 2 e 4 anos de idade é de 20 a 40%.

b)Na idade pré-escolar, entre 5 e 6 anos de idade, 1 em cada 8 crianças triadas em escolas terão secreção em pelo menos uma orelha média.3 Entretanto, em crianças com síndrome de Down ou fissura palatal, a incidência pode ser muito maior, variando de 60 a 85%

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36
Q

Existem fatores de risco coincidentes para as diversas formas de OME
Idade, Gênero, creches e escolas, aleitamento artificial, predisposição genética, anormalidades craniofaciais, Sazonalidade

A

Idade: o primeiro episódio de OMA antes dos 6 meses de idade é fator preditivo de recorrência.

Gênero: sexo masculino é mais suscetível.

Creches e escolas: risco aumentado para otite média quando mais de 6 crianças na mesma sala, especialmente em crianças menores de 2 anos de idade.

Aleitamento artificial: aleitamento materno até os 6 meses de idade reduz a incidência de otites médias por transferência da imunidade materna.

Predisposição genética: maior incidência e otites em membros da mesma família.

Anormalidades craniofaciais: qualquer alteração anatômica ou funcional que interfira no funcionamento da tuba auditiva, como síndrome de Down, Treacher-Collins e fissuras palatais completas ou submucosas.

Sazonalidade: a incidência de otites médias aumenta em estações frias.

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37
Q

Também são identificados como possíveis fatores de risco da OME: 5

A

características étnicas, autismo, tabagismo passivo, prematuridade e uso de chupetas.

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38
Q

A etiopatogênese da OME
qual o fator isolado mais imporante na gênese da doença?
quais outros? 2

A

a)A etiopatogênese da OME é multifatorial, sendo a disfunção da tuba auditiva o fator isolado mais importante na gênese da doença.

Alterações inflamatórias da mucosa respiratória, por ação de microrganismos virais ou bacterianos, e reatividades alérgicas compõem outro grupo de fatores geradores da efusão na orelha média.

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39
Q

explique a eitopatogenia da OME em relação a tuba auditiva deficiente

A

Quando a tuba auditiva é deficiente e não permite ventilação adequada da orelha média, a troca gasosa para a microcirculação da mucosa causa diminuição da pressão, gerando a pressão negativa que resulta na transudação de secreção e seu acúmulo na orelha média (efusão).

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40
Q

qual a relação da patogenia da OME com adenoide

A

A adenoide pode ter papel determinante na gênese da OME. Acreditava-se que o bloqueio mecânico da passagem do ar para a tuba auditiva por hipertrofia do tecido adenoideano seria um fator predisponente, porém diversos estudos na literatura apontam que o tamanho e a localização da adenoide não têm relação direta com o aumento da frequência de OME, o que é comprovado na prática clínica, pois inúmeras crianças que são operadas por hipertrofias graves de adenoide não têm nenhuma história de efusão na orelha média.
Entretanto, o processo inflamatório crônico da nasofaringe, determinado pela adenoidite recorrente e biofilme bacteriano no núcleo adenoideano, pode ser fator predisponente importante na geração da OME

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41
Q

x e y demonstram que esses fatores também são determinantes no aparecimento da OME, explicado pelo processo inflamatório da orelha média e das vias aéreas, demonstrando que as infecções de vias aéreas (IVAS) são importantes na gênese e manutenção das alterações da orelha média.

A

x= Estudos de provocação nasal com vírus
y= estimulação direta na orelha média com histamina

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42
Q

diagnóstivo OME
como se caracteriza?

A

A OME é caracterizada pela presença de efusão (secreção) na orelha média, com ausência de sinais e sintomas de infecção aguda (abaulamento e hiperemia da membrana timpânica, febre e otalgia).

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43
Q

diagnóstico OME
como a doença pode se apresentar?

A

A doença apresenta-se desde uma forma silenciosa, com perda auditiva condutiva leve, muitas vezes imperceptível clinicamente aos pais e cuidadores, até com sinais claros de perda auditiva, acompanhada por zumbido e alterações de equilíbrio, notadas mais facilmente em idade de início da deambulação, que muitas vezes está atrasada.

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44
Q

OME
Os sinais não são muito claros nas crianças menores, podendo envolver: 5

A

desde atraso no início da linguagem, dificuldade de atender quando chamadas pelo nome e desatenção, bem como irritabilidade, alterações no sono e atrasos no desenvolvimento motor e de equilíbrio

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45
Q

OME
Nos pré-escolares e escolares, os sinais da perda auditiva passam a ser mais claros e usualmente englobam: 3

A

aumentar o volume de aparelhos sonoros (televisão, celulares), não atender a chamados e falar mais alto. Entretanto, em torno de 50% dos casos não há queixas das crianças ou dos pais.

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46
Q

OME
Uma adequada otoscopia é fundamental para o diagnóstico. As alterações da membrana timpânica podem variar desde: 5
Estágios mais avançados podem exibir graus mais importantes de: 2

A

espessamento e perda de brilho, associada ou não a congestão vascular radial, até projeções do anel timpânico, cabo e apófise curta do martelo, sugerindo quadro de retração timpânica.

retração e até atelectasia da membrana

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47
Q

OME
A pneumo-otoscopia é ferramenta que pode auxiliar muito no diagnóstico, permitindo observação da: 3

A

a)mobilidade da membrana, reduzida na OME,
b) presença de níveis hidroaéreos
c) bolhas na orelha média.

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48
Q

diagnostico audiológico OME
Os exames audiométricos são de fundamental importância no cálculo do impacto da OME no desenvolvimento da criança.
qual a media de tonal?

A

Na média de tonal de 500 a 4.000 Hz,
a) +- 50% das crianças apresentam perda de 20 dB;
b) 20%; perdas maiores que 35 dB; c) 5 a 10% podem ter perdas maiores que 50 dB.

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49
Q

Perdas acima de x devem ser investigadas para causas associadas a OME, especialmente a coexistência de perdas neurossensoriais

A

x= 50 dB

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50
Q

OME
Em crianças menores, a x pode ser utilizada, bem como estudos eletrofisiológicos, como o y

A

x=audiometria comportamental
y= potencial evocado de tronco encefálico (PEATE).

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51
Q

OME
A partir dos 3 anos usualmente já é possível a realização de x

A

x= audiometria tonal e vocal.

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52
Q

A x é um método objetivo, que pode ser feito em qualquer idade, que avalia a mobilidade da membrana timpânica e consequentemente a função tubária. Timpanogramas tipo y são característicos da OME. A pesquisa dos reflexos estapedianos usualmente mostra w

A

x= imitanciometria (É um exame rápido, objetivo e indolor composto por dois procedimentos: timpanometria e a pesquisa do reflexo acústico)

y= B e C (traçado plano ou achatado

w= ausência de reflexos indicando alteração da mobilidade do tímpano.

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53
Q

OME E PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Um tema a parte e muito atual no estudo da OME é o seu impacto auditivo e no desenvolvimento das crianças, muito relevante porque a maior parte dos pacientes encontra-se em idade de grande desenvolvimento cognitivo e de linguagem. A OME gera duas potenciais consequências para a percepção auditiva:

A

a perda auditiva condutiva e mudanças no padrão de mobilidade timpânica, mesmo sem perda detectável da audição. Ambas as situações podem acarretar distorção da capacidade de compreensão da mensagem ouvida

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54
Q

A OME pode gerar perdas auditivas que podem chegar, em crianças cronicamente acometidas, como os 2, a limiares de até 65 dB

A

fissurados palatais ou na síndrome de Down

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55
Q

a) Considera-se perda auditiva em crianças o limiar de audição acima de:
b) mesmo perdas auditivas mínimas com limiares até 26dB geram… Se a OME não é tratada adequadamente, a perda auditiva de longo prazo pode influenciar negativamente na: 3

A

a)15 dB;
b) comprometimento da formação da memória auditiva, mesmo que imperceptíveis no comportamento social da criança.
…. linguagem, nas aptidões acadêmicas de compreensão e no aprendizado.

Autores sugerem que mesmo as perdas auditivas unilaterais podem afetar o desempenho acadêmico em até 33% dos casos, e 40% das crianças com OME apresentam dificuldade de participação em atividades regulares por causa da sua perda auditiva.

Estudos realizados avaliando o processamento auditivo central em adolescentes com história de otite média crônica com comprometimento auditivo condutivo demonstraram alteração significativa em comparação com pacientes sem doença na orelha média, demonstrando a importância do diagnóstico e tratamento precoces dessa condição para a prevenção de comprometimento do desenvolvimento auditivo central e cognitivo no futuro.

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56
Q

tratamento clínico OME
como é a historia natural da doença?

A

A história natural da OME usualmente tem boa evolução com resolução espontânea. No entanto, quanto mais tempo persiste a efusão na orelha média, maior a chance de não resolução e comprometimento auditivo e da estrutura da membrana timpânica.

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57
Q

O primeiro critério para indicação do tratamento da OME é o entendimento do paciente que está acometido
grupos que raramente terão resolução espontânea da OME, e a abordagem terapêutica deve ser precoce: 7

A

1 Crianças com fatores estruturais que comprometam o funcionamento da tuba auditiva (característica importante na fissura palatal)
2 síndrome de Down e
3 outras síndromes com anomalias do terço médio da face
4 crianças com atraso do desenvolvimento de fala, linguagem e aprendizado&raquo_space; como na
5 associação da OME com perdas auditivas neurossensoriais,
6 transtorno do espectro autista e outras 7 alterações neurológicas,

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58
Q

Da mesma forma, crianças com atraso do desenvolvimento de fala, linguagem e aprendizado, como na associação da OME com perdas auditivas neurossensoriais, transtorno do espectro autista e outras alterações neurológicas, também devem ser abordadas precocemente para o tratamento. Nesses pacientes a indicação de intervenção cirúrgica para tubos de ventilação deve ser imediata quando há: 2

A

comprometimento auditivo ou alteração da estrutura da membrana timpânica, como retrações timpânicas, mesmo que sem comprometimento auditivo, pois a mobilidade alterada do tímpano interfere na compreensão da fala, como já citado neste capítulo.

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59
Q

A conduta na OME em crianças sem os fatores de risco citados e sem sintomas significativos deve ser:
e como é com os pais? quando faz monitoramento?

A

expectante, pois 75 a 90% dos casos se resolvem em 3 meses.

Nesse período, os pais são alertados sobre a perda auditiva temporária e sobre a necessidade de reavaliação imediata em qualquer mudança no comportamento auditivo e de linguagem da criança.

O monitoramento auditivo deve ser realizado ao final desse período ou em qualquer sinal de piora dos sintomas.

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60
Q

Processos inflamatórios crônicos da mucosa respiratória podem estar relacionados à gênese da disfunção temporária da tuba auditiva.
Nos casos de OME recente e com associação a processos inflamatórios nasais e de nasofaringe, como rinites alérgicas: como proceder?

A

estes devem ser tratados, porém as metanálises demonstram que em casos de OME crônica não há evidência de que o tratamento clínico afete a evolução da doença. Esse dado vai de encontro aos estudos que demonstram que o uso de corticosteroides orais ou nasais não aceleram a resolução da OME crônica.

61
Q

qual a indicação em relação a antibiótico, descongestionantes sistêmicos, anti-histamínicos e mucolíticos OME?
probióticos
metódo de autoinflação da orelha

A

Antibióticos não são indicados no tratamento, pois não demonstram eficácia a longo prazo ou impacto nos sintomas da OME

Outras terapias clínicas, como descongestionantes sistêmicos, anti-histamínicos e mucolíticos, também não afetaram o curso natural da doença e, portanto, não têm indicação no tratamento.

Estudos recentes têm demonstrado impacto positivo do uso de probióticos na prevenção e no tratamento da OME experimental em cobaias; isso se explicaria pela associação da OME com formação de biofilme bacteriano na orelha média, portanto a homeostasia bacteriana geraria uma estabilidade imunológica que reduziria a formação e aceleraria a resolução da OME, fato que ainda carece de estudos para a comprovação de causa e efeito, mas que deve ser considerado no futuro

O método de autoinflação da orelha média, com dispositivos que produzem um exercício mecânico que gera projeção de ar da nasofaringe para a orelha média, como na manobra de Valsalva, pode gerar aceleração da resolução da OME. Contudo, embora indicado pela maioria dos autores em consenso internacional, ainda necessita de estudos mais consistentes para a afirmação de seu real impacto no tratamento não cirúrgico da OME

62
Q

tratamento cirúrgico OME
quando é indicado? como é?

A

Quando há persistência da OME monitorada pela otoscopia e pela avaliação auditiva, indica-se o tratamento cirúrgico, que consiste na timpanotomia para aspiração da secreção da orelha média e colocação do tubo de ventilação (TV).

63
Q

qual o papel da inserção dos TV OME?

A

A inserção dos TV tem fundamental importância na manutenção da ventilação da orelha média, substituindo a função da tuba auditiva, por tempo suficiente para restabelecer oxigenação adequada e reestruturação da mucosa da orelha média. A restauração da pressão na orelha média reposiciona adequadamente a membrana timpânica, permitindo o retorno de sua vibração e, com isso, a transmissão adequada das ondas sonoras para uma audição dentro da normalidade.

64
Q

OME
A escolha do tubo a ser utilizado é individualizada a cada situação, levando em consideração: 3
quais os tipos?
e depois da eliminação do tubo?

A

o aspecto timpânico, fatores predisponentes da criança e cronicidade da doença, sendo diferenciada entre tubos de curta, média ou longa duração.
Após a eliminação do tubo pelo organismo, a audição e o aspecto timpânico devem voltar a ser monitorados para identificação precoce de recorrência da OME.

65
Q

OME
o que associa a colocação dos TV? que idade é indicada?

A

A adenoidectomia realizada juntamente com a colocação dos TV tem sido demonstrada como fator que prolonga o efeito benéfico da cirurgia, reduzindo o índice de recorrência, notadamente em crianças acima dos 4 anos de idade.

Em crianças menores, por razões ainda não claras, os estudos não mostram benefício da realização da adenoidectomia, salvo casos de adenoides hipertróficas gerando obstrução nasal associada. Portanto, os estudos indicam que em crianças menores de 4 anos de idade a realização da adenoidectomia não gera benefício acima do risco, mesmo que raro, de complicações na cirurgia, como sangramento

66
Q

Como é definida a otite média aguda recorrente?

A

A OMAR pode ser definida como a presença de três
episódios de infecção em um período de 6 meses ou de quatro ou mais episódios em 12 meses, com normaliza-ção completa nas intercrises.

Os possíveis fatores de risco envolvidos na gênese da
OMAR são os mesmos citados no início deste capítulo -> ou seja os mesmos da OMA

67
Q

OMAR - FATORES DE RISCO

A

A associação de diversos fatores de risco pare-ce ser importante na predisposição à recorrência da in-fecção (IVAS, frequência a creches e escolinhas, natação, uso de chupetas, atopia, história familiar, DRGE, falta de aleitamento materno, hipertrofia de adenoides, exposi-ção ao tabagismo passivo, idade, imaturidade imunoló-gica, alterações craniofaciais).

68
Q

Qual recomendação de tratamento da OMAR (imipao ver se ta desatualizado)

A

Para crianças gravemente afetadas com OMAR, ape-sar do tratamento adequado com antibiótico durante os episódios e da correção dos fatores de risco, indica-se a colocação de tubo de ventilação com ou sem adenoidec-tomia. Antibioticoterapia profilática deve ser desencora-jada, uma vez que aumenta o risco de colonização por cepas multirresistentes de pneumococos.

69
Q

Em resumo, três situações devem ser consideradas para indicação imediata de tratamento cirúrgico sem observação de tempo de resolução espontânea da OME:

A
  1. Crianças com malformações craniofaciais, como fissuras palatais ou síndromes que interfiram com a mobilidade da tuba auditiva, como a síndrome de Down.
  2. Crianças com risco de atraso de fala, linguagem ou aprendizado, transtorno do espectro do autismo, outras alterações neurológicas e alterações visuais.
  3. Crianças com baixa qualidade de vida, transtornos do sono sem causa a não ser a OME, sofrimento emocional, limitações de equilíbrio, problemas escolares.
70
Q

O tratamento medicamentoso ou cirúrgico da OME pode não ser curativo e a resolução definitiva ocorrer somente com o crescimento e melhora da função mecânica da tuba auditiva, que em alguns casos nunca ocorrerá. Portanto, deve fazer oq?

A

a monitorização da otoscopia e audição desses pacientes a longo prazo é fundamental para a precoce identificação de casos de recorrência.

71
Q

RINOSSINUSSITE BACTERIANA
Os seios X e Y iniciam sua formação no período embrionário, porém ao nascimento ainda se apresentam de forma reduzida. O seio X irá crescer significativamente a partir do oitavo ano de vida e completar seu crescimento na adolescência. O seio Y poderá ser visualizado em exames de imagem em torno do segundo ano de vida. O seio Z geralmente é pneumatizado por volta dos 5 anos de idade, e os seios H aparecem na idade de 7-8 anos, mas estarão completamente desenvolvidos apenas no final da adolescência. O desenvolvimento dos seios da face também pode variar em cada indivíduo.

A

X: maxilares
Y: etmoidais
Z: esfenoidal
H: frontais

72
Q

RINUSSINUSITE BACTERIANA
Na faixa etária pediátrica a rinossinusite é definida de acordo com os seguintes critérios diagnósticos:
esses sinais clínicos devem estar associados a: 2

A

Presença de dois ou mais sintomas: obstrução/congestão nasal, rinorreia (anterior ou posterior), dor ou pressão na face ou tosse, sendo que um dos sintomas, obrigatoriamente, deve ser obstrução/congestão nasal ou rinorreia (anterior/posterior).

Esses sinais clínicos devem estar associados a alterações na endoscopia nasal (pólipos, secreção purulenta, preferencialmente do meato médio, ou edema obstrução da mucosa em meato médio).

Ou alterações na tomografia de seios da face (alterações mucosas do complexo osteomeatal e/ou dos seios da face).

O uso da endoscopia nasal ou tomografia não é obrigatório para o diagnóstico clínico da doença, porém é aconselhável, pois sem esses exames complementares o diagnóstico tende a ser superestimado.

73
Q

RSA BACTERIANA
A rinossinusite bacteriana é definida quando o paciente apresenta pelo menos 3 dos seguintes sinais e sintomas: 6

A

secreção nasal espessa/purulenta, dor local intensa, febre maior que 38 ºC, aumento da velocidade de hemossedimentação (VHS) ou proteína C-reativa (PCR), “dupla piora” dos sintomas.

74
Q

RSA BACTERIANA
quando ocorre a dupla piora dos sintomas?

A

A dupla piora ocorre quando o paciente que já estava em processo de melhora dos sintomas apresenta nova exacerbação a partir do quinto dia de evolução.

75
Q

RSA BACTERIANA
Ocorre geralmente de que forma? como diferenciar de um resfriado comum?

A

a RSA bacteriana ocorre como complicação dos resfriados comuns em aproximadamente 0,5-2% dos casos.
A maioria dos sintomas do resfriado comum melhora até o quinto dia da doença, sendo nesses primeiros dias muito difícil diferenciar um resfriado comum de uma RSA bacteriana. A tosse, porém, pode persistir por mais tempo até quatro dias após a resolução dos outros sintomas.

76
Q

RSA BACTERIANA
A RSA bacteriana pode estar associada a alguns fatores de predisposição, como: 4

A

tabagismo passivo ou ativo, doença crônica prévia e alterações anatômicas nasais, esta última mais associada à RSA recorrente.

77
Q

RSA BACTERIANA- FISIOPATOLOGIA

A

A alteração da função e quantidade dos cílios do epitélio nasal associada a alterações do muco e disfunção da barreira epitelial predispõe o paciente aos quadros de RSA pós-viral e bacteriana.

78
Q

RSA BACTERIANA
quais são as bactérias mais frequentemente associadas? 3

A

Streptococcus pneumoniae, Hemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis

79
Q

RINOSSINUSITE- QUADRO CLÍNICO - igual de todas

A

Além dos sintomas que definem a rinossinusite (obstrução nasal, rinorreia, dor facial, tosse), pacientes também podem apresentar diminuição do olfato, principalmente em adolescentes e pré-adolescentes. Além disso, a inflamação da mucosa e respiração oral devido a obstrução nasal podem ocasionar dor de garganta, irritação laríngea e traqueal e disfonia. Sintomas sistêmicos como cansaço, sonolência e febre também podem estar presentes. Dor facial ou dentária, principalmente quando unilateral, pode ser um importante preditor de rinossinusite aguda maxilar.

O exame físico deve contar com a rinoscopia anterior, que, apesar de limitada, pode mostrar edema da mucosa nasal, rinorreia purulenta e alterações anatômicas. A palpação e a inspeção da face não são recomendadas, visto que a RSA não cursa com edema e hiperemia.

80
Q

RSA-DIAGNÓSTICO
como é feito

A

O diagnóstico da RSA pelo pediatra deve ser feito de forma clínica, sem necessidade de exames complementares

81
Q

RSA- exames complementares qual recomendação?
-endoscopia nasal
-TC
- RX
- VHS E PCR
-Cultura

A

Contudo, se disponível, a endoscopia nasal pode auxiliar nesse diagnóstico (Figura 2). A tomografia computadorizada dos seios paranasais deve ser solicitada apenas em casos de suspeita de complicações da RSA ou necessidade de diagnóstico diferencial.

A radiografia de seios da face não deve ser solicitada devido a sua baixa sensibilidade e especificidade.

Os exames laboratoriais VHS e PCR podem ser solicitados para diferenciação entre rinossinusite viral e bacteriana, sendo que os títulos altos desses exames estão relacionados à RSA bacteriana. Revisões recentes também destacam a procalcitonina como um biomarcador para RSA bacteriana mais grave e indicador para utilização de antibióticos.

Cultura da secreção não é necessária na rotina diagnóstica, porém pode ser utilizada em casos de ausência de resposta a antibioticoterapia ou em pacientes imunossuprimidos.

82
Q

RSA BACTERIANA - TRATAMENTO
qual recomendação de antibiótico de primeira linha? 2

A

Segundo o padrão de resistência bacteriana da população brasileira, no tratamento inicial utilizam-se antibióticos de primeira linha: amoxicilina (45-90 mg/kg/dia), ou amoxicilina-clavulanato de potássio (45-90 mg/kg/dia de amoxicilina com 6,4 mg/kg/dia de clavulanato de potássio).

83
Q

RSA BACTERIANA - TRATAMENTO
qual tratamento antibiótico alternativo em casos de reação alérgica a penicilina não tipo 1? 4

A

O tratamento alternativo, nos casos de reação alérgica à penicilina não tipo 1, deve ser feito com cefuroxima (30 mg/kg/dia), ou claritromicina (15 mg/kg peso/dia), sulfametoxazol-trimetoprim (em reação alérgica à penicilina tipo i) ou ceftriaxona (50 mg/kg/dia IM ou IV por 3 dias).

84
Q

RSA BACTERIANA- TRATAMENTO
qual tratamento nos casos de falha após 48-72h de tratamento inicial de primeira linha e alternativo?

A

Nos casos de falha após 48-72 horas de tratamento inicial, deve-se utilizar amoxicilina-clavulanato de potássio (45-90 mg/kg/dia de amoxicilina com 6,4 mg/kg/dia de clavulanato) ou ceftriaxona (50 mg/kg/dia IM ou IV por 3 dias).

No caso de falha com tratamento alternativo é recomendado ceftriaxona 3 dias, ou clindamicina (30-40 mg/kg/dia) com ou sem cefalosporina de segunda ou terceira geração ou vancomicina IV.

85
Q

RSA BACTERIANA - COMPLICAÇÕES
-Orbitárias 4
- Intracranianas 3
-ósseas 1

A

A RSA bacteriana pode cursar com complicações que, apesar de raras, podem ser graves. As complicações podem ser divididas em: orbitárias (celulite pré e pós-septal, abscesso subperiosteal e orbital), intracranianas (meningite, empiema, trombose do seio cavernoso) e ósseas (osteomielite).

86
Q

RSA - Os seguintes sinais e sintomas devem ser sinais de alarme para complicações da RSA:

A

edema/hiperemia periorbital, distopia do globo ocular, diplopia, oftalmoplegia, diminuição da acuidade visual, cefaleia intensa, edema frontal, sepse, sinais de meningite e alterações neurológicas

87
Q

RSA BACTERIANA
o principal diagnóstico diferencial da RSA bacteriana é

A

a infecção viral de vias aéreas superiores.

A rinite alérgica também é um importante diagnóstico diferencial, em que o paciente geralmente apresenta sintomas relacionados a exposição a aeroalérgenos, intermitentes ou persistentes.

88
Q

RSA PÓS VIRAL
caracteriza-se por:

A

A RSA pós-viral caracteriza-se por piora dos sintomas após o quinto dia de evolução da doença ou persistência dos sintomas por mais de 10 dias

89
Q

RSA PÓS VIRAL - FISIOPATOLOGIA

A

A alteração da função e quantidade dos cílios do epitélio nasal associada a alterações do muco e disfunção da barreira epitelial predispõe o paciente aos quadros de RSA pós-viral e bacteriana.

90
Q

RSA PÓS VIRAL- TRATAMENTO
Quais recomendáveis? 2
quais não indicados 2

A

Irrigação nasal com soro fisiológico e corticosteroide tópico nasal são recomendáveis nos casos de RSA pós-viral. Antibióticos e anti-histamínicos não são indicados, devido a estudos demonstrarem que não há diferença em relação ao tempo de cura e melhora dos sintomas com sua utilização.

91
Q

RS CRÔNICA- DEFINIÇÃO

A

Quando esses sintomas têm duração maior de que 12 semanas é definida a rinossinusite crônica (RSC). Nota-se que para essa classificação o paciente deve manter-se sintomático durante as 12 semanas, podendo apresentar períodos de exacerbação dos sintomas.

92
Q

RS CRÔNICA- EPIDEMIOLOGIA

A

A rinossinusite crônica (RSC) tem menor prevalência na faixa etária pediátrica, aproximadamente entre 2-4%. Porém, o impacto na qualidade de vida das crianças afetadas pela doença é grande, gerando piora do sono, perda de aulas, diminuição da concentração e diminuição da saúde emocional. A faixa etária de 10-15 anos é a mais acometida.

93
Q

RS CRÔNICA- fatores ambienteais e comorbidades associadas

A

Fatores ambientais e comorbidades podem estar associados a RSC.
Crianças expostas ao tabagismo passivo apresentam quadros mais graves de RSC, com maior necessidade de cirurgias.
Apesar de a rinite alérgica e a asma serem mais prevalentes em pacientes com RSC, ainda faltam estudos para estabelecer a associação clínica e patofisiológica entre a atopia e a rinossinusite.

94
Q

RS CRÔNICA- A X tem correlação importante com a rinossinusite crônica. Isso ocorre provavelmente não apenas pelo fator obstrutivo mecânico, mas também pelo reservatório de bactérias que a adenoide mantém.

e em relação ao DRGE?

A

hipertrofia da vegetação adenoideana

Em relação à DRGE, há uma evidência fraca de associação com RSC, portanto não é recomendado o tratamento da DRGE na rotina da prática clínica.xs

95
Q

RS CRÔNICA- EXAMES COMPLEMENTARARES
qual recomendação para TC?
endoscopia nasal
exames laboratoriais

A

A tomografia computadorizada (TC) dos seios paranasais deve ser solicitada em casos de suspeita de complicações ou planejamento cirúrgico. Nos casos não contemplados acima, exames de imagem (TC e ressonância magnética) devem ser avaliados em relação ao risco e benefício. No caso de necessidade da tomografia computadorizada, deve-se considerar protocolos de baixa radiação.

A endoscopia nasal deve ser realizada nos pacientes com suspeita de RSC, sendo geralmente bem tolerada pelas crianças, e acrescenta informações importantes como presença de pólipos, edema, secreção e hipertrofia da vegetação adenoideana.

Exames laboratoriais não são aconselháveis em crianças com suspeita de RSC, porém pacientes com RSC refratária ao tratamento e/ou pneumonias de repetição devem ser avaliadas principalmente quanto a resposta imune humoral. Avaliação genética, óxido nítrico exalado e avaliação ciliar podem ser necessários em casos específicos de suspeita clínica de fibrose cística e DCP.

96
Q

RS CRÔNICA- TRATAMENTO
qual recomendação acerca de antibióticos?

A

O uso de antibióticos na RSC não é recomendado na faixa etária pediátrica. Não há evidência na literatura que suporte o uso de antibióticos por via oral ou endovenosa. O uso de macrolídeos por período prolongado também não é recomendado devido à falta de evidências de benefício com sua utilização.

97
Q

RS CRÔNICA- TRATAMENTO
qual recomendação acerca de corticoesteroide sistêmico e nasal?

A

O corticosteroide sistêmico administrado via oral se mostrou eficaz na redução dos sintomas e das alterações tomográficas em crianças com RSC, porém essa droga deve ser prescrita com cautela devido aos efeitos colaterais potencialmente graves na faixa etária pediátrica.

O corticosteroide tópico nasal, apesar de não apresentar evidência contundente de benefício na RSC, é recomendado devido ao seu potencial anti-inflamatório local e eficácia comprovada em estudos com adultos. Além disso, a segurança do uso tópico do corticoide é bem estabelecida devido a sua função na rinite alérgica.

98
Q

RS CRÔNICA- TRATAMENTO
qual recomendação acerca de irrigação nasal?

A

A irrigação nasal com soro fisiológico é recomendada. Alguns estudos compravaram sua eficácia tanto como terapia associada a outros medicamentos quanto em seu uso isolado. A segurança da lavagem nasal em crianças já é bem estabelecida.

99
Q

RS CRÔNICA- TRATAMENTO
qual recomendação acerca de tratamento cirúrgico?
qual primeiro procedimento de escolha em crianças pequenas?
qual outro que pode ser indicado?

A

Os procedimentos cirúrgicos devem ser indicados quando há falha na resposta ao tratamento clínico.
A adenoidectomia deve ser indicada como procedimento de primeira escolha em crianças pequenas (menores de 7 anos) com sintomas de RSC.

A cirurgia endonasal endoscópica é um método seguro e possivelmente eficaz que pode ser indicado em casos de RSC refratária a adenoidectomia e em crianças maiores. A indicação cirúrgica deve ser avaliada conforme a gravidade da doença, idade e comorbidades.

100
Q

Tonsilites e faringites são IVAS de ocorrência frequente e autolimitadas. Na maioria das vezes, as crianças se recuperam rapidamente (3-4 dias), mas, ocasionalmente, podem desenvolver complicações.
qual as origens mais frequentes? 2

A

As infecções em tonsilas palatinas e faringe são mais frequentemente de origem viral, mas podem ser causadas por bactérias, especialmente o estreptococo beta-hemolítico do grupo A (EBHGA), responsável pela única infecção bacteriana na garganta cujo tratamento com antibióticos está definitivamente indicado, com o objetivo de prevenir sequelas supurativas e não supurativas

101
Q

tonsilite
As principais funções das tonsilas são: 2
primeira? atua como? secretam oq? qual objetivo?

A

atuar como tecido imunocompetente local, secretando imunoglobulinas nas criptas (são capazes de produzir as 5 classes de imunoglobulinas – IgA, IgG, IgM, IgD e IgE), com isso impedem a replicação bacteriana e viral no trato respiratório superior, o que representa a primeira linha de defesa contra doenças infecciosas na região;

102
Q

tonsilite
qual outra função principal das amigdalas?

A

e produzir cadeias J, que completarão a estrutura molecular das imunoglobulinas A, que posteriormente migram para outras áreas do trato respiratório superior

103
Q

o que mudou com o advento da antibioticoterapia? amigdalite

A

As complicações sistêmicas das infecções faringotonsilares pelo EBHGA diminuíram consideravelmente após o advento da antibioticoterapia.
Desde então, também se reduziram as tonsilectomias por tonsilites recorrentes e crônicas. Por outro lado, aumentaram as indicações de tonsilectomia por obstrução da via aérea superior secundária à hipertrofia tonsilar

104
Q

Incidência das faringotonsilites
Em crianças e adolescentes, em especial naqueles em que o contato é muito próximo, como nas escolas, a transmissão ocorre por meio de que? tem período de incubação?

A

de gotículas de saliva, com período de incubação de 1-4 dias.

As infecções de origem viral correspondem a 75% dos casos em crianças menores de 3 anos e diminuem após a puberdade, tanto nos casos agudos quanto nos recorrentes.
EBHGA está presente em 24% das tonsilites e faringites em crianças entre 2-12 anos de idade

105
Q

qual a principal causa de tonsilite em crianças menores de 3 anos? e depois disso?

A

As infecções de origem viral correspondem a 75% dos casos em crianças menores de 3 anos e diminuem após a puberdade, tanto nos casos agudos quanto nos recorrentes.
EBHGA está presente em 24% das tonsilites e faringites em crianças entre 2-12 anos de idade

106
Q

Vários vírus, bactérias e alguns fungos podem causar faringotonsilites. Entre os vírus, os agentes mais comuns são: 7

A

adenovírus, influenza, parainfluenza, coxsackie, vírus sincicial respiratório, herpes e vírus de Epstein-Barr.

107
Q

tonsilite etiologia bacteriana quais as mais prevalentes? 8

A

EBHGA (20-30% das etiologias bacterianas), Haemophillus (15%), Moraxella (15%), Staphylococcus aureus (20%), pneumococo (1%), germes anaeróbios, clamídia e micoplasma são as bactérias envolvidas na gênese das infecções faringotonsilares.

108
Q

Com exceção de situações individuais, parece não haver necessidade de diagnóstico e tratamento das faringotonsilites causadas por bactérias que não o x

A

x= EBHGA

109
Q

O x é a bactéria mais encontrada nas tonsilas palatinas de indivíduos sem infecção aguda, corroborando a importância da flora normal da cavidade orofaríngea para a interferência bacteriana, que é a ação de certas bactérias em relação à inibição do crescimento ou aderência de outras, potencialmente patogênicas.

A

x= Streptococcus viridans
Nunca é demais lembrar que o uso repetido de antibióticos pode causar um desequilíbrio dessa flora, além de contribuir para o aparecimento de resistência bacteriana

110
Q

Antes dos 3 anos de idade, a prevalência das infecções bacterianas de orofaringe é como? pq?

A

é baixa, em virtude da proteção fornecida pela Ig G materna.

111
Q

As faringotonsilites por EBHGA são mais freqüentes na faixa de x de idade, e a preocupação em relação a essa etiologia deve-se a seu potencial de causar infecções purulentas e invasivas, escarlatina, glomerulonefrite e febre reumática, sendo altamente transmissível e capaz de disseminar-se rapidamente em creches e escolas.

A

3-15 anos

112
Q

Aspectos da história e do exame físico podem sugerir a origem viral ou bacteriana, infelizmente com baixa especificidade e sensibilidade.
Quais sintomas associam-se frequentemente a doenças virais? 7

A

x= Coriza, obstrução nasal, espirros, rouquidão, aftas (coxsackie ou herpes) e sintomas gastrointestinais acompanhados ou não de elevações da temperatura corpórea.

113
Q

quais sintomas sugerem infecção por EBHGA? inicio? febre? achados no exame físico? 4
tem sinais de envolvimento extenso das VAS?
VER TABELA

A

Já a infecção por EBHGA costuma ter início súbito, febre ≥ 38 oC, dor de garganta e achados no exame físico que incluem hiperemia, hipertrofia e exsudato tonsilar, junto com linfoadenopatia cervical anterior e subângulo mandibular dolorosa. Sinais de envolvimento mais extenso das vias aéreas superiores (coriza, espirros) não costumam estar presentes nas infecções pelo estreptococo

114
Q

como é o diagnóstico de tonsilite?

A

É consenso que o diagnóstico da faringotonsilite estreptocócica deve ser suspeitado por meio de dados clínicos e epidemiológicos e confirmado por exame cultural ou pelo teste rápido de detecção do antígeno estreptocócico

115
Q

como diferencia diagnostico entre faringotonsilite bacteriana e viral?
sintomas que sugere viral? 7

A

Há intensa sobreposição de sinais e sintomas entre faringotonsilites estreptocócicas e virais. Mesmo utilizando escores validados, a história e os sinais clínicos do paciente permitem que se diagnostique corretamente a faringotonsilite por EBHGA em, no máximo, 51% dos casos. Dessa maneira, a identificação da infecção pelo EBHGA, baseada exclusivamente em sinais e sintomas, é considerada imprecisa e não recomendada.
»> Por outro lado, doenças cursando sem febre e com a presença de conjuntivite, tosse, rouquidão, coriza, exantema e diarreia sugerem fortemente uma etiologia viral.7

116
Q

tonsilite
qual exame padrão ouro para o diagnóstico de infecção por EBHGA que apresenta sensibilidade de 90-97%.
como é feito e qual principal desvantagem?

A

exame cultural da orofaringe

Cuidado deve ser exercido para que o material seja obtido das duas tonsilas palatinas e da parede posterior da faringe, sem tocar em outros locais da cavidade oral. A maior desvantagem do método reside no tempo necessário (20-48 horas) para a obtenção do resultado

117
Q

tonsilite
qual outro exame pode ser usado para diagnóstico?
qual vantagem e desvantagem?

A

O teste rápido de detecção do antígeno estreptocócico é um método adequado, com especificidade de 95% e sensibilidade entre 80-90%. Dessa forma, um resultado positivo no teste rápido não exige confirmação por cultura e permite o tratamento imediato

Em crianças e adolescentes, havendo forte suspeita de infecção bacteriana, um resultado negativo com o teste rápido não exclui a etiologia estreptocócica e indica a necessidade de exame cultural.

Essa técnica oferece grande rapidez na obtenção do resultado (na própria consulta), mas seu custo pode ser um fator limitante

118
Q

tonsilite
qual a indicação de ASLO, proteína c reativa e leucograma?

A

diretrizes mais recentes contraindicam a realização do teste da antistreptolisina O (ASLO), proteína C-reativa e leucograma para o diagnóstico de infecção pelo EBHGA.
Exceção pode ser feita em relação ao uso conjugado do teste cultural e da ASLO para a identificação do estado de portador. Nesses casos, uma cultura positiva associada a uma não elevação da ASLO sugere a situação de portador do EBHGA

119
Q

tonsilite
Indiscutivelmente, há a necessidade de diminuir ainda mais o tempo e o custo da identificação precisa da infecção estreptocócica para, com tratamento adequado, evitar complicações não piogênicas tardias como a febre reumática, sem, no entanto, prescrever antibióticos desnecessariamente.

As complicações das infecções por EBHGA são classificadas em: 2

A

supurativas e não supurativas.

120
Q

tonsilite
quais as complicações não supurativas 2 e supurativas 3?

A

Febre reumática (rara em adultos) e glomerulonefrite aguda são as principais complicações não supurativas, geralmente presentes 1-3 semanas após a infecção.
Já as complicações supurativas incluem abscesso peritonsilar, abscesso retrofaríngeo e adenite/abscesso cervical

121
Q

SITUAÇÕES ESPECIAIS DE FARINGOTONSILITES AGUDAS
MONONUCLEOSE INFECCIOSA
por qual vírus é causada?

A

doença causada pelo vírus de Epstein-Barr (EBV), agente altamente linfotrópico.

A maioria dos casos de mononucleose infecciosa não é diagnosticada, e muitas crianças apresentam níveis elevados de anticorpos da classe IgG contra o antígeno do capsídeo viral (IgG anti-VCA), o que denota infecção passada.

122
Q

SITUAÇÕES ESPECIAIS DE FARINGOTONSILITES AGUDAS
MONONUCLEOSE INFECCIOSA
como é a apresentação clínica?

A

O vírus causa edema difuso dos tecidos linfáticos do anel de Waldeyer, região cervical, axilar e inguinal. Produz odinofagia intensa, que pode levar à desidratação e a aumento das tonsilas palatinas e faríngeas, podendo causar obstrução importante das vias aéreas superiores

123
Q

SITUAÇÕES ESPECIAIS DE FARINGOTONSILITES AGUDAS
MONONUCLEOSE INFECCIOSA
o que a anmnese costuma a revelar? ao exame como se apresenta o paciente?

A

A anamnese costuma revelar uma doença com início rápido dos sintomas, que podem se manter por semanas, e, frequentemente, um tratamento malsucedido com antibióticos.

Ao exame, o paciente geralmente apresenta mal-estar geral, astenia, temperatura normal ou elevada, tonsilas palatinas muito aumentadas e com exsudato, hepatomegalia e esplenomegalia

124
Q

SITUAÇÕES ESPECIAIS DE FARINGOTONSILITES AGUDAS
MONONUCLEOSE INFECCIOSA
o que deve incluir a investigação laboratorial? 4
qual nível de IgM anti-VCA e IgG evidenciam infecção aguda ou recente?

A

A investigação laboratorial deve incluir:
- cultura de material obtido das tonsilas (para afastar o diagnóstico de infecção bacteriana coexistente),

hemograma completo (leucocitose, às vezes intensa, e linfocitose são alterações clássicas), pesquisa de linfócitos atípicos e testes sorológicos para estabelecer a responsabilidade do EBV.

Testes que buscam anticorpos contra o antígeno do capsídeo do EBV (anti-VCA) estão disponíveis na maioria dos laboratórios e níveis de IgM anti-VCA > 1:10 e de IgG anti-VCA > 1:320 evidenciam infecção aguda ou recente.

Já o monoteste (pesquisa de anticorpos heterófilos da classe Ig M ou teste de Paul Bunnell) é um exame mais comum e barato, mas não é fidedigno na fase inicial da doença e em crianças menores de 5 anos de idade.

125
Q

SITUAÇÕES ESPECIAIS DE FARINGOTONSILITES AGUDA
SÍNDROME PFAPA (FEBRE PERIÓDICA COM ESTOMATITE AFTOSA, FARINGITE E ADENITE) E SÍNDROME SURF (SÍNDROME DE FEBRE RECORRENTE E INDIFERENCIADA)

O que é a PFAPA? manifesta-se em que idade? seu quadro clínico inclui quais sintomas?

A

A PFAPA é uma das síndromes mais comuns de febre recorrente e tem origem genética complexa.
É autolimitada e não deixa sequelas.
Manifesta-se na infância, entre 1 e 5 anos de idade,
e seu quadro clínico inclui febre, que se apresenta em intervalos de 2-8 semanas, com duração de 3-5 dias, acompanhada de faringite, úlceras na mucosa oral e adenite cervical. Tosse e coriza não estão presentes e sugerem outra patologia.

126
Q

SITUAÇÕES ESPECIAIS DE FARINGOTONSILITES AGUDA
SÍNDROME PFAPA (FEBRE PERIÓDICA COM ESTOMATITE AFTOSA, FARINGITE E ADENITE) E SÍNDROME SURF (SÍNDROME DE FEBRE RECORRENTE E INDIFERENCIADA)

como é feito o diagnóstico? qual a diferença da SURF?

A

O diagnóstico é clínico, após a exclusão de outras doenças, podendo ser confirmado pelo desaparecimento rápido (em algumas horas) da febre após uma dose única de prednisona ou prednisolona (1 mg/kg em dose única, no primeiro dia de febre). É importante lembrar da síndrome SURF (síndrome de febre recorrente e indiferenciada), que apresenta muitas das características da síndrome PFAPA, associadas a manifestações gastrointestinais proeminentes (dor abdominal, náusea e vômitos) e a uma resposta irregular e, frequentemente pobre, à corticoterapia.

127
Q

SITUAÇÕES ESPECIAIS DE FARINGOTONSILITES AGUDA
Infecção por coronavírus

A

Hiperemia da faringe, dor de garganta, febre e tosse manifestam-se em aproximadamente metade das crianças com infecção sintomática pelo SARS-CoV-2. Cansaço, congestão nasal, vômitos e diarreia também podem ser encontrados. A Covid-19 não costuma ser uma doença grave na infância, mas isso pode ocorrer. Como as manifestações clínicas confundem-se com as de outras infecções da via aérea superior de origem viral, testes diagnósticos que buscam o vírus (RT-PCR) justificam-se sempre que possível, levando em consideração critérios do local onde o paciente se encontra e sua proximidade com pessoas de risco elevado para formas graves de Covid-19.

128
Q

SITUAÇÕES ESPECIAIS DE FARINGOTONSILITES AGUDA
ABSCESSO PERITONSILAR
definição, apresentação clínica, etiopatogenia, tratamento

A

É um processo mais grave que a tonsilite aguda. Produz dor de garganta unilateral intensa, sialorreia, trismo, febre e comprometimento do estado geral. Na maioria das vezes é causado por Staphylococcus aureus ou flora múltipla de germes anaeróbios, frequentemente exigindo, além de antibioticoterapia, drenagem e, eventualmente, hospitalização

129
Q

tratamento clínico
Faringotonsilites virais
quando fazer reavaliação clinica?

A

Alívio dos sintomas com analgésicos/antitérmicos e hidratação.
Paracetamol, ibuprofeno e dipirona são opções de eficiência semelhante no combate à dor e à febre.

Orienta-se para uma reavaliação clínica em 48-72 horas nos casos em que não houver remissão da febre.

130
Q

tratamento
Faringotonsilites bacterianas
O tratamento com antimicrobianos encurta a fase aguda da doença, diminui o potencial de transmissão e reduz o risco de sequelas supurativas e não supurativas associadas às infecções por EBHGA.
quanto tempo?

A

O emprego correto de antibacterianos até 9 dias após o início do quadro infeccioso é capaz de impedir a febre reumática. Dessa forma, na impossibilidade de efetuar exame cultural ou teste rápido de detecção do antígeno estreptocócico (conduta ideal), recomenda-se reavaliar em 48-72 horas todo paciente com quadro clínico de faringotonsilite aguda.

131
Q

tonsilite
quais os antibióticos de 1a escolha? que via?

A

penicilina e a amoxicilina

Para prevenir a febre reumática, a penicilina ou a amoxicilina devem ser administradas oralmente por 10 dias, inclusive quando o paciente ficar assintomático após os primeiros dias de tratamento. A penicilina G benzatina por via intramuscular está indicada para os que não aderem ao tratamento oral pelo prazo recomendado

132
Q

tonsilite
qual indicação em relação aos novos macrolídeos (claritromicina e azitromicina)?

A

são efetivos no tratamento da doença, havendo inclusive estudos demonstrando superioridade na erradicação do EBHGA, quando comparados à penicilina. Por outro lado, evidências recentes e significativas sobre o aparecimento de EBHGA resistentes aos macrolídeos devem restringir seu uso aos pacientes com história de hipersensibilidade à penicilina

133
Q

tonsilite
qual alternativa para alérgico a penicilina? quando não tratar com cefalosporina?

A

Cefalosporina orais de primeira geração (cefalexina ou cefadroxil) tomadas durante 10 dias são alternativas aceitáveis, principalmente em pessoas alérgicas à penicilina, não esquecendo que até 10-15% dos indivíduos sensíveis à penicilina também o são às cefalosporinas.

Apenas pacientes com hipersensibilidade imediata (anafilática ou do tipo I) à penicilina não devem ser tratados com cefalosporinas.

134
Q

indicação de sulfonamidas? tonsilite

A

Sulfonamidas não devem ser empregadas no tratamento da faringotonsilite por EBHGA

135
Q

Em situações de tonsilites recorrentes e crônicas, há que se aventar a possibilidade etiológica ou de copatogenicidade por parte de bactérias produtoras de betalactamase e anaeróbios. Sendo assim, a escolha recai sobre:
1 a + b
2
3

A

amoxicilina + ácido clavulânico, cefalosporinas de segunda geração ou clindamicina, lembrando que ainda não existe consenso quanto à melhor conduta nessas situações

136
Q

tratamento cirúrgico tonsilite
qual a cirurgia? pode ser feito junto com o que?

A

Tonsilectomia é o procedimento cirúrgico realizado com ou sem adenoidectomia.
Nos últimos anos, a remoção das tonsilas palatinas tem sido realizada muito mais por obstrução da via aérea superior do que por infecções recorrentes, e permanece como a segunda cirurgia ambulatorial mais frequente em crianças.
Assim, a maioria das tonsilectomias é conduzida ambulatorialmente, reservando a necessidade de internação hospitalar para aqueles muito pequenos (< 2-3 anos) ou que apresentem comorbidades

137
Q

Na avaliação clínica, determina-se o tamanho das tonsilas palatinas e a intensidade da obstrução pela classificação de Brodsky VER FIGURA
o que significa graus I, II, III, IV

A

grau I corresponde à ocupação, por parte das tonsilas palatinas, de < 25% do espaço entre os pilares; grau II, de 25-50%;
grau III, de 50-75%;
de grau IV, > 75% desse espaço

138
Q

quais graus são considerados como obstrução?

A

Os graus III e IV são considerados obstrutivos
Já as adenoides (tonsilas faríngeas) têm seu grau de obstrução definido com o endoscópio flexível ou pela radiografia de cavum, lembrando que a exposição ao raio x deve ser evitada tanto quanto possível. A endoscopia também apresenta a vantagem de conferir um aspecto dinâmico ao exame, pois auxilia na diferenciação entre uma hiperplasia significativa pura e aquela que é simplesmente exacerbada por uma reação inflamatória aguda

139
Q

tonsilite
indicação de tratamento cirúrgico para hiperplasia das tonislas palatinas? o que é necessário para indicação cirúrgica? 2

A

criança com aumento de tonsilas palatinas e faríngeas e alterações respiratórias durante o sono (apneia obstrutiva do sono), e que também apresenta retardo no crescimento, rendimento escolar insuficiente, enurese ou outras alterações no comportamento beneficia-se da remoção das tonsilas palatinas e faríngeas,

sendo suficientes a história e o exame físico cuidadosos para definir a indicação cirúrgica, sem o auxílio do padrão ouro para o diagnóstico de SAOS que é a polissonografia

140
Q

tonsilite
ronco noturno confirma diagnóstico? polissonografia ajuda em que?

A

Ronco noturno não confirma nem exclui distúrbios respiratórios significativos durante o sono, e, em situações não bem definidas, a polissonografia auxilia na graduação da gravidade da doença e na correlação entre os sintomas e as alterações no sono, permitindo a indicação ou não do procedimento cirúrgico.

Estudos observacionais demonstram que a adenotonsilectomia nas crianças com hiperplasia adenotonsilar e polissonografia anormal melhora a qualidade de vida, o padrão de sono, a transição “noite e dia” e previne ou melhora de comorbidades como atraso no crescimento e rendimento escolar pobre

141
Q

Faringotonsilites recorrentes
Diretrizes atualizadas recomendam o procedimento para crianças que atendam aos critérios de Paradise, isto é: recorrencia 3 manifestações/testes 4

A

infecções recorrentes, caso elas se repitam mais que 7 vezes ao ano, ou 5 vezes por ano nos últimos 2 anos, ou 3 vezes anuais nos últimos 3 anos e que se acompanharam de uma ou mais das seguintes manifestações ou testes: febre > 38º C, adenopatia cervical dolorosa, exsudato tonsilar ou teste positivo para EBHGA, seja ele teste rápido ou exame cultural

142
Q

tonsilite quando fazer cirurgia, mas sem atender critérios de Paradise? 4

A

tonsilectomia
nas crianças com faringotonsilites recorrentes que não atendam aos critérios de Paradise, mas que apresentam determinadas condições como febre periódica, estomatite aftosa, intolerância ou hipersensibilidade a vários antibióticos ou história de abscesso peritonsilar.

143
Q

tonsilite
Nos casos em que os episódios de infecção de garganta não estiverem bem documentados, recomenda-se:

A

um período de observação de 12 meses, em virtude da história natural de resolução espontânea da doença.

144
Q

Nas faringotonsilites crônicas e recorrentes, o processo de transporte e apresentação dos antígenos pode ficar comprometido. As tonsilas palatinas se tornariam incapazes de exercer sua função protetora local, e, dessa maneira, a remoção de tonsilas recorrentemente doentes acarretaria benefícios ao paciente. Por outro lado, alguns poucos estudos mostraram mínimas diminuições nas concentrações séricas de imunoglobulinas nos tecidos adjacentes logo após a cirurgia, que normalizaram depois de 1-2 meses. Até o momento não existem estudos que demonstrem repercussão significativa da tonsilectomia sobre o sistema imunológico

A

nao sei se precisa

145
Q

indicação cirurgica tonsilite
A remoção das tonsilas palatinas elimina em mais de 95% das vezes os episódios de PFAPA e está indicada nos casos em que: 2

A

o emprego de corticosteroide não é bem-sucedido ou nas ocasiões em que os episódios recorrentes acabam por prejudicar significativamente a qualidade da vida do paciente.

146
Q

tonsilite deve fazer cirurgia com sindrome de SURF?

A

síndrome SURF, de resposta irregular ao corticosteroide, beneficia-se significativamente da tonsilectomia. Em ambas as doenças, a decisão quanto ao procedimento cirúrgico deve ser amplamente discutida com os pais, tendo em vista seu caráter autolimitado

147
Q

TONSILITE
contraindicações da cirurgia? Acompanhamento perioperatório por hematologista está indicado para?

A

Além dos riscos inerentes ao ato cirúrgico, provavelmente apenas coagulopatias significativas representam uma contraindicação absoluta à tonsilectomia (conferir), pela possibilidade maior de
hemorragia após o procedimento.

crianças com doença de Von Willebrand ou outras alterações tratáveis da coagulação

148
Q

tonsilite complicações
morbidades associadas? 7
anestesico pode causar oq? 3
sangramento? ferimento?

A

A cirurgia de remoção das tonsilas palatinas tem morbidades associadas que incluem anestesia geral, eventual hospitalização, dor de garganta prolongada, recusa alimentar, desidratação, mudança temporária da voz e hemorragia durante e após o procedimento.

Os anestésicos podem causar desorientação, náusea e vômitos.

A cirurgia produz dois ferimentos abertos que podem doer por aproximadamente 1 semana. Já o sangramento imediato (primeiras 24 horas após a operação) acontece em 0,2-2% das vezes, e a hemorragia posterior (mais de 24 horas após o procedimento) em 0,1-3% dos casos. O sangramento pós-tonsilectomia é geralmente bem controlado, mas às vezes exige reintervenção e transfusão sanguínea, já que, em casos graves, pode levar à morte.

149
Q

TONSILITE
As infecções bacterianas das tonsilas palatinas e da faringe perfazem aproximadamente 30% do total, e seu tratamento deve visar ao germe mais frequente que é o

A

estreptococo.