Caso 1: gripe e resfriado Flashcards
o que é o resfriado?
rinossinusite aguda viral
o que é a rinossinusite? e aguda?
é a inflamação da mucosa nasal e dos seios paranasais.
A rinossinusite aguda (RSA) comumente é consequência de uma infecção viral de vias aéreas superiores.
Na faixa etária pediátrica a rinossinusite é definida de acordo com os seguintes critérios diagnósticos:
quantos sintomas necessários pra ter e quais são obrigatórios?
a que devem estar associados?
presença de dois ou mais sintomas: obstrução/congestão nasal,
rinorreia (anterior ou posterior),
dor ou pressão na face ou tosse,
sendo que um dos sintomas, obrigatoriamente, deve ser obstrução/congestão nasal ou rinorreia (anterior/posterior).
Esses sinais clínicos devem estar associados a alterações na endoscopia nasal (pólipos, secreção purulenta, preferencialmente do meato médio, ou edema obstrução da mucosa em meato médio). Ou alterações na tomografia de seios da face (alterações mucosas do complexo osteomeatal e/ou dos seios da face).
RINOSSINUSITE
é necessário exames complementares?
uso da endoscopia nasal ou tomografia não é obrigatório para o diagnóstico clínico da doença, porém é aconselhável, pois sem esses exames complementares o diagnóstico tende a ser superestimado
RINOSSINUSITE AGUDA VIRAL
como é definida clinicamente e quantas semanas devem durar
A RSA é definida clinicamente com o início abrupto de dois ou mais dos seguintes sintomas: obstrução/congestão nasal, secreção nasal incolor e tosse (diurna e noturna).
o diagnóstico clínico da rinossinusite aguda viral ou resfriado comum, deve-se levar em conta a duração dos sintomas por menos de 10 dias.
A rinossinusite viral ou resfriado comum é muito frequente na faixa etária pediátrica, sendo que trabalhos recentes sugerem que a criança brasileira apresenta em média 11 resfriados por ano.
FISIOPATOLOGIA RSA VIRAL
quais vírus mais comumente associados ao resfriado comum? 7
são os rinovírus e o coronavírus
Entretanto, na faixa etária pediátrica, vírus sincicial respiratório, parainfluenza, influenza, adenovírus e enterovírus também são prevalentes.
FISIOPATOLOGIA RSA VIRAL
A partir de uma infecção viral da mucosa nasal ocorre uma cascata inflamatória e a ativação do sistema nervoso parassimpático. Como consequência, desenvolve-se um edema, engurgitamento da mucosa, extravasamento de fluido, aumento do muco e bloqueio dos óstios de drenagem dos seios paranasais, ocasionando os sintomas de dificuldade respiratória, secreção nasal e pressão facial
QUADRO CLÍNICO RSA VIRAL
Além dos sintomas de rinossinuiste podem apresentar quais sintomas? 8
Além dos sintomas que definem a rinossinusite (obstrução nasal, rinorreia, dor facial, tosse), pacientes também podem apresentar diminuição do olfato, principalmente em adolescentes e pré-adolescentes. Além disso, a inflamação da mucosa e respiração oral devido a obstrução nasal podem ocasionar dor de garganta, irritação laríngea e traqueal e disfonia. Sintomas sistêmicos como cansaço, sonolência e febre também podem estar presentes. Dor facial ou dentária, principalmente quando unilateral, pode ser um importante preditor de rinossinusite aguda maxilar.
QUADRO CLÍNICO RSA VIRAL
como deve ser feito o exame físico? a palpação e inspeção da face são recomendadas?
O exame físico deve contar com a rinoscopia anterior, que, apesar de limitada, pode mostrar edema da mucosa nasal, rinorreia purulenta e alterações anatômicas. A palpação e a inspeção da face não são recomendadas, visto que a RSA não cursa com edema e hiperemia.
DIAGNÓSTICO RSA VIRAL
como deve ser feito o diagnóstico? qual exame complementar pode auxiliar? quando deve ser feito a TC dos seios paranasais?
O diagnóstico da RSA pelo pediatra deve ser feito de forma clínica, sem necessidade de exames complementares.
Contudo, se disponível, a endoscopia nasal pode auxiliar nesse diagnóstico
A tomografia computadorizada dos seios paranasais deve ser solicitada apenas em casos de suspeita de complicações da RSA ou necessidade de diagnóstico diferencial.
DIAGNÓSTICO RSA VIRAL
RX dos seios da face deve ser solicitada? quais dois exames laboratoriais podem ser solicitados para diferenciação entre rinossinusite viral e bacteriana?
quando pode ser usado a cultura da secreção?
A radiografia de seios da face não deve ser solicitada devido a sua baixa sensibilidade e especificidade.
Os exames laboratoriais VHS (Velocidade de Hemossedimentaçã ->. Com uma pequena amostra de sangue é possível identificar alterações que podem indicar um estado inflamatório no corpo.) e PCR podem ser solicitados para diferenciação entre rinossinusite viral e bacteriana, sendo que os títulos altos desses exames estão relacionados à RSA bacteriana.
Cultura da secreção não é necessária na rotina diagnóstica, porém pode ser utilizada em casos de ausência de resposta a antibioticoterapia ou em pacientes imunossuprimidos -> no caso da bacteriana
TRATAMENTO RSA VIRAL
qual recomendação de antibiotico, corticoesteroide topico?
quais fármacos podem ser benéficos no controle dos sintomas em crianças maiores? 3
o que é recomedado para ajudar?
qual medida pode ajudar na prevenção do resfriado comum?
Não é indicada a utilização de antibióticos na RSA viral, assim como o corticosteroide tópico. Associações de anti-histamínicos (em crianças alérgicas), descongestionantes e analgésicos podem ser benéficos no controle dos sintomas em crianças maiores. É recomendada a lavagem nasal com soro fisiológico. Exercício físico moderado regular pode ajudar na prevenção do resfriado comum.
quais sinais de alerta para complicações da RSA (10)
edema/hiperemia periorbital,
distopia do globo ocular (proptose)
, diplopia,
oftalmoplegia,
diminuição da acuidade visual,
cefaleia intensa,
abaulamento na região frontal ou edema frontal,
sepse,
sinais de meningite e
alterações neurológicas
definição de gripe
A influenza ou gripe é uma infecção respiratória aguda, causada pelos vírus Influenza A, B, C ou D, sendo os vírus A e B responsáveis por epidemias sazonais
qual o tipo do influenza que tem estreita relação com eventos pandêmicos?
os vírus influenza A
influenza tem comportamento sazional?
sim, apresenta comportamento sazonal, de ocorrência anual, mais observado nas estações climáticas mais frias e/ou chuvosas.
A incidência de casos pode variar anualmente, observando-se anos com maior ou menor circulação do vírus, ou ainda a identificação de casos o ano todo, com ocorrências de surtos fora dos períodos sazonais.
epidemiologia da gripe
qual o padrão da incidência da influenza em clima temperado vs tropical?
tem padrão sazonal em áreas de clima temperado, com picos bem demarcados durante o inverno. Nos países de clima tropical, a epidemiologia é diferente, podendo ocorrer em qualquer época do ano, porém as epidemias têm tendência de acontecer após mudanças nos padrões climáticos, por exemplo, relacionadas à estação de chuvas
GRIPE/INFLUENZA
quais CONDIÇÕES E FATORES DE RISCO PARA
COMPLICAÇÕES? (os outros topicos nao são de ped)
a) Crianças <5 anos (sendo que o maior risco de hospitalização é em menores
de 2 anos, especialmente as menores de 6 meses que possuem maior
taxa de mortalidade).
b) Indivíduos menores de 19 anos de idade em uso prolongado de ácido
acetilsalicílico (risco de síndrome de Reye).
c) Indivíduos que apresentem comorbidades (prox card)
CONDIÇÕES E FATORES DE RISCO PARA
COMPLICAÇÕES- INFLUENZA/GRIPE
Indivíduos que apresentem: 10
◆ pneumopatias (incluindo asma);
◆ pacientes com tuberculose de todas as formas (há evidências de
maior complicação e possibilidade de reativação);
◆ cardiovasculopatias (excluindo hipertensão arterial sistêmica);
◆ nefropatias;
◆ hepatopatias;
◆ doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme);
◆ distúrbios metabólicos (incluindo diabetes mellitus);
◆ transtornos neurológicos e do desenvolvimento que podem
comprometer a função respiratória ou aumentar o risco de
aspiração (disfunção cognitiva, lesão medular, epilepsia, paralisia
cerebral, síndrome de Down, acidente vascular encefálico – AVE
ou doenças neuromusculares);
◆ imunossupressão associada a medicamentos, (corticoide >20mg/
dia prednisona por mais de duas semanas, quimioterápicos, inibidores de TNF-alfa) neoplasias, HIV/aids ou outros;
◆ obesidade (especialmente aqueles com índice de massa corporal
– IMC ≥ 40 em adultos).
epidemiologia gripe
é contagioso? como é transmitido?
O vírus é altamente contagioso, transmitido de pessoa a pessoa por meio de gotículas ou contato direto com objetos contaminados recentemente por secreções nasofaríngeas.
período de maior transmissão? qual o período de incubação?
A excreção viral se inicia durante o período de incubação, com pico nos
primeiros dois dias de sintomas, decrescendo progressivamente para níveis
não identificáveis, em geral, após 24 horas do fim do período febril, embora
entre crianças e imunossuprimidos possa haver excreção mais prolongada
O período de incubação é geralmente de 1 a 4 dias, sendo característico o adoecimento de várias pessoas ao mesmo tempo, especialmente em famílias nas quais há crianças em idade escolar
as crianças são grande propagadores de influenza?
sim
As crianças têm papel importante na propagação da epidemia de influenza e menores de 2 anos alta morbidade
Atualmente, sabe-se que as crianças menores de 2 anos de idade apresentam morbidade semelhante à observada nos grupos de risco para infecção grave por influenza, caracterizada por elevada taxa de hospitalização, aumento do número de consultas médicas e complicações por infecção secundária
qual o agente da influenza? que familia e genero? quais subtipos?
Os vírus influenza pertencem à família Orthomyxoviridae, gênero Influenzavirus. São subdivididos em tipos A, B e C. -> Os vírus influenza A são divididos em subtipos de acordo com as diferenças das glicoproteínas HA, NA
quais as características dos vírus influenza? envelope, determinantes antigênicos, mecanismo de mutação
- O envelope do vírus é uma dupla camada lipídica, que contém projeções proeminentes formadas pelas glicoproteínas hemaglutinina (HA), neuraminidase (NA) e proteína M2. Esse envelope cobre a proteína M1
- Os principais determinantes antigênicos dos vírus influenza A e B são as glicoproteínas de superfície HA e NA.
a) HA é o PRINCIPAL antígeno viral, contra a qual é dirigida a maioria dos anticorpos neutralizantes» Ela é responsável pela fixação da partícula viral ao receptor celular, o ácido siálico
b) A NA tem ação enzimática que cliva ácido siálico, permitindo, então, a disseminação viral em meio extracelular e infecção de novas células.
Mutações nos sítios antigênicos da HA provocam surgimento de novas cepas virais que se disseminam na população, uma vez que essas variantes podem escapar da imunidade desenvolvida por infecção ou vacinação prévia. Esse fenômeno é conhecido como variação antigênica menor (antigenic drift) (Figura 2) e é a explicação molecular para as epidemias sazonais de gripe. Ocorre com influenza A.
Quando surge um vírus de tipo A com HA e/ou NA diferentes daqueles presentes nos vírus circulantes na população, há a chamada…
variação antigênica maior (antigenic shift)
ocorre quando for introduzido na população um vírus de outra espécie animal ou quando ocorrer rearranjo genético entre dois vírus de espécies animais diferentes que coinfectam uma mesma célula> Esse vírus tem grande potencial pandêmico caso consiga se adaptar na espécie humana.
A influenza pode se apresentar de várias formas clínicas, dependendo principalmente da x do hospedeiro. Em crianças, a doença pode apresentar desde uma forma subclínica até uma doença complicada, afetando múltiplos órgãos.
x= idade
GRIPE/INFLUENZA
quadro clínico na maioria das crianças menores de cinco anos:
Febre e sinais de infecção de vias aéreas superiores (IVAS); em 10 a 50% ocorre também envolvimento do trato respiratório inferior.
Infecções por vírus influenza são mais graves em crianças menores de 2 anos de idade, em decorrência da falta de imunidade e, provavelmente, do pequeno calibre das vias aéreas.
GRIPE/INFLUENZA
Crianças maiores e adultos jovens apresentam mais frequentemente um quadro com:
início abrupto, com febre alta, calafrios, cefaleia, mialgia, fadiga, anorexia e tosse seca. Em seguida, congestão nasal, rinite, dor de garganta e tosse tornam-se proeminentes.
Sintomas gastrointestinais podem ocorrer, incluindo vômitos, dor abdominal, diarreia. A frequência é maior em crianças.
complicações influenza sbp
predispõe a complicação bacteriana, sendo otite média aguda, sinusite e pneumonia as mais frequentes. A otite média aguda ocorre em até 50% das crianças menores de três anos com influenza. Tipicamente, manifesta-se após 3 a 4 dias do início do quadro respiratório.
Outra complicação que pode ocorrer é uma pneumonia viral primária, que se apresenta como um quadro agudo, com febre, dispneia, cianose, podendo evoluir para insuficiência respiratória. Pacientes com doença pulmonar crônica com influenza podem sofrer uma exacerbação do quadro de base, com perda permanente da função pulmonar. Além disso, outras doenças crônicas (insuficiência cardíaca congestiva, diabete melito) também podem apresentar descompensação na vigência de infecção por influenza.
complicações mais raras da influenza 7
Miosite pode ocorrer após o término dos sintomas respiratórios e é mais associada com influenza B» podendo ocorrer lesão muscular, arritmias e aumento das enzimas cardíacas.
As complicações neurológicas são raras e incluem convulsões febris, encefalite, encefalopatia, mielite transversa e síndrome de Guillain-Barré.
A síndrome de Reye (encefalopatia e degeneração hepatogordurosa) tornou-se rara desde o reconhecimento de sua associação com o uso do ácido acetilsalicílico.
Os sinais e sintomas da infecção por influenza em crianças são semelhantes aos de outras infecções virais, sendo difícil diferenciá-las clinicamente. São pontos-chave para diagnóstico de influenza em crianças: 2 sbp
- período de circulação viral (sazonalidade);
- febre, tosse e rinorreia.
diagnóstico clínico gripe pdf
: febre com sinais e sintomas de vias aéreas superiores, com pelo menos uma manifestação sistêmica.
Os sinais e sintomas são habitualmente de aparecimento súbito, como:
◼ Comprometimento de via aérea superior: rinorreia, dor de garganta,
rouquidão, disfonia, tosse, com comprometimento sistêmico.
◼ Calafrios.
◼ Mal-estar.
◼ Cefaleia.
◼ Mialgia.
As queixas respiratórias tornam-se mais evidentes com a progressão da doença e mantêm-se, em geral, por três a quatro dias após o desaparecimento
da febre. A rouquidão e a linfadenopatia cervical são mais comuns em
crianças. A tosse, a fadiga e o mal-estar frequentemente persistem pelo período de uma a duas semanas e raramente podem perdurar por mais de
seis semanas
diagnóstico laboratorial de gripe pode ser feito por (4) sbp
cultura viral, testes sorológicos, detecção de antígenos virais e reação em cadeia da polimerase.
GRIPE/INFLUENZA
Exames complementares
O quadro clínico pode ou não ser acompanhado de alterações laboratoriais
e radiológicas listadas a seguir:
a) Alterações laboratoriais
pdf
◼ Hemograma (leucocitose, leucopenia ou neutrofilia).
◼ Bioquímica do sangue (alterações de CPK, TGO, TGP, bilirrubinas, DHL;
ureia e creatinina).