Bulose Subepidérmica Flashcards
Quais as classificações de bulose subepidérmica? (6)
- Penfigóide bolhoso
- Penfigóide cicatricial
- Penfigoide gestacional
- Epidermólise bolhosa adquirida
- Dermatite Herpetiforme
- Dermatose por IgA linear
O que caracteriza as buloses subepidérmicas?
Autoanticorpos contra componentes da Zona da Membrana Basal (ZMB), ou Junção dermoepidérmica (mesma coisa)
Quais os componentes da Zona da Membrana Basal (ZMB)?
Queratinócito basal (primeira fileira de queratinócitos) e seu hemidesmossomo;
Lâmina Lúcida (abaixo dos queratinócitos da camada basal);
Lâmina Densa (abaixo da lâmina lúcida);
Sublâmina densa (abaixo da lâmina densa, já na derme).
OBS: os antígenos das buloses intraepidérmicas são as desmogleínas, nas subepidérmicas existem vários antígenos diferentes. A depender da patologia, o antígeno será uma substância diferente, apesar de que muitas das patologias podem ter o mesmo antígeno
Quais as características do penfigóide bolhoso? (4)
Idade > 60 anos: acomete mais idosos.
Sem diferença entre sexos.
Anticorpos contra componentes da ZMB (todas as patologias dessa aula).
AP1/BPAg1 e AP2/BPAg2 (antígeno do Penfigóide bolhoso tipo 1 e 2).
Quais as características do quadro clínico do penfigóide bolhoso? (5)
Bolhas tensas: quer dizer que nas buloses subepidérmicas é mais comum observarmos bolhas bem formadas em maiores, algo que é quase impossível nas buloses intraepidérmicas.
Difusas, mas podem ser localizadas também.
Podem ser hemorrágicas – Não é exclusivo do penfigoide bolhoso. As buloses subepidérmicas são mais baixas e atingem a derme, que é muito vascularizada.
Mucosas – 30%
O quadro pode iniciar com lesões eritematosas ou urticadas (esse conceito será usado para várias doenças de hoje. O quadro, não necessariamente não é só de vesícula ou bolha.
Quais são os meios para chegar ao diagnóstico de do penfigóide bolhoso? (5)
Quadro clínico
Histopatologia
o Bolha subepidérmica com infiltrado inflamatório
com presença, principalmente, de eosinófilos ou neutrófilos.
Imunofluorescência direto – IFD
Continua precisando de duas biópsias, uma da lesão, para o
histopatológico, e outra de área próxima à lesão (perilesional) para a IFD.
Quais os prognósticos do do pen/figóide bolhoso? (5)
Quadros recorrentes – tem um episódio, trata, e pode recidivar.
Boa resposta ao tratamento (com imunossupressão: corticoide)
Pode resolver após alguns anos – apesar de ser dito que é uma doença que não tem cura, pode ocorrer
uma cura espontânea.
Ou seja, o prognóstico não nos diz muita coisa, é uma patologia que pode ter quadros recorrentes, mas
quando tratada responde bem ao tratamento. Não existe um tratamento que garanta a cura, mas ao
mesmo tempo pode ocorrer resolução espontânea e nunca mais aparecer.
Surtos: Não é um quadro arrastado, insidioso crônico e sim que evolui em surtos. O paciente tem as lesões
em uma, duas semanas ou 3 semanas, aparecem várias lesões, depois ele trata, melhora, e em
algum momento pode reaparecer o surto.
Como é feito o tratamento? (3)
Prednisona
Corticóide tópico potente em casos localizados, ou sistêmicos em casos disseminados.
Imunossupressores e plasmaferese – esse tratamento serve para várias patologias autoimunes, não spo a
bulose. Faz-se uma circulação extra-corpórea com o paciente, e essa máquina eliminaria boa parte dos
anticorpos, o que melhoraria o quadro clínico do paciente.
Quais as características da penfigóide cicatricial/penfigóide das membranas mucosas? (3)
Adultos idosos – principalmente (assim como o penfigóide bolhoso)
Sexo feminino 2:1 – diferente do penfigóide bolhoso, que não tem diferença.
- Pacientes que têm buloses apresentam maior chance de ter outras doenças
autoimunes.
Quais os antígenos da penfigóide cicatricial/penfigóide das membranas mucosas? (5)
BPAg 2 – principal (mesmo antígeno do penfigóide bolhoso – Antígeno do Penfigóide Bolhosos tipo 2) Integrina β 4 α 6 Lâmina 5 BPAg 1 Colágeno tipo VII
Como é o quadro clínico da penfigóide cicatricial/penfigóide das membranas mucosas? (6)
Lesões vesicobolhosas efêmeras que
cicatrizam, formando sinéquias e acometem
principalmente as mucosas.
Só 25% acomete
a pele (Couro cabeludo, face, pescoço e tronco superior).
A resposta ao tratamento não é tão boa quanto no penfigóide bolhoso. Quadro insidioso, enquanto que
no bolhoso pode vir em surtos
Geralmente não evolui com óbito, mas deixa sequelas importantes
O acompanhamento deve ser multidisciplinar, além do dermatologista, o gastro, pneumologista,
oftalmologista, etc
É mais comum vermos as sinéquias, porque na mucosa é mais difícil
ainda ver bolha do que na pele, pois o tecido é mais friável (frágil) e está submetido a
constante atrito, como a mucosa oral.,
principalmente. Então, na maioria das vezes não chega a formar bolha.
Quais locais são comumente acometido pela penfigóide cicatricial/penfigóide das membranas mucosas? (5)
o Oral – 91% o Conjuntival – 66% o Esofageana – 60% o Laríngea – 21% o Genital – 19%
O que a penfigóide cicatricial/penfigóide das membranas mucosas pode causar? (6)
o Microstomia; o Estenose esofágica – a paciente pode precisar fazer gastrostomia para se alimentar o Amaurose o Disfagia, odinofagia o Nutrição parenteral; o Traqueostomia – quadro pode ser grave
Como é possível fazer o diagnóstico da penfigóide cicatricial/penfigóide das membranas mucosas? (
Quadro clínico característico: Úlceras/exulcerações crônicas nas mucosas, com sequela cicatricial (sinéquias) em uma paciente idosa.
Histopatologia: Bolha subepidérmica – lembrar que se for feita biópsia da mucosa, não vai dar pra ver o teto da
bolha, mas se identifica a clivagem subepidérmica.
IFD: Depósito linear de Anticorpos na ZMB + IgG, C3, IgM e IgA
O histopatológico e a imunofluorescência podem ser parecidos com o penfigóide bolhoso, mas o quadro clínico é muito diferente. O penfigóide bolhoso acontece em surtos, com lesões na pele, principalmente, enquanto o penfigóide cicatricial é mais insidioso, com lesões mucosas, sinéquias, acometimento ocular
(amaurose).
Qual o prognóstico da penfigóide cicatricial/penfigóide das membranas mucosas? (4)
Evolução insidiosa, crônica;
Não evolui em surtos, como PB;
Geralmente não evolui com óbito, mas deixa sequelas importantes se não tratado.
A doença, por si só, não causa a morte do paciente, mas sim o seu acometimento secundário, suas
consequências. Lesões no esôfago e traqueia podem deixar a paciente muito debilitada.