Bronquiectasias Flashcards

1
Q

Definição de Bronquiectasia

A

Dilatação e distorção anormal e permanente de brônquios e bronquíolos de forma focal ou difusa, causada por ciclos repetidos de infecção e inflamação da via aérea.
As vias tornam-se espessas, as mucosas desenvolvem edema, inflamação e supuração. No final ocorre neovascularização.

Espessamento da parede brônquica com maior produção de escarro. Exacerbação bacteriana intermitente.

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2
Q

Fisiopatologia da Bronquiectasia

A

• Três elementos são importantes: infecção, inflamação e dano das vias aéreas (componentes enzimáticos).

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3
Q

Classificação Morfológica da Bronquiectasia

A

Morfologicamente:
• Cilíndrica ou tubular: dilatação homogênea mantendo comunicação com parênquima distal (mais comum).
• Cística ou sacular: brônquio dilatado somente em determinado ponto de seu diâmetro, geralmente sem comunicação com parênquima pulmonar.
• Varicosas: dilatações que se alternam com segmentos normais.

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4
Q

Classificação de Localização da Bronquiectasia

A
  • Difusa: causadas por comprometimento sistêmico ou infeccioso, podem ocorrer por aspiração de conteúdo gastroesofágico ou dano por inalação.
  • Focal: causada por obstrução de via respiratória, compressão externa, tumor endobrônquico, corpo estranho, estenose de via respiratória, atresia de brônquio em casos de subdesenvolvimento de via respiratória.
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5
Q

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS da Bronquiectasia

A

Sintomas comuns:
• Tosse diária com produção mucopurulenta (manhã, geralmente) (ocasionalmente seca)
• Hemoptise intermitente
• Pleurite (dor torácica)
• Dispneia e fadiga
• Rinossinusite
• Hemorragia está associado a infecções agudas (lesão brônquicas neovascular).

Exame físico: crepitação, estertores, ronco e sibilos. Baqueteamento digital raramente (dx dif CA!).

  • Perda de peso

Exacerbação aguda: piora dos sintomas, produção de escarro mais escuro e viscoso ou purulento, dispneia, dor torácica pleurítica, perda de força, halitose, perda ponderal. Febre.

• Declínio lento da função respiratória é observado, declínio é mais rápido em pacientes infectados por P. aeruginosa

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6
Q

Bronquiectasias

CARACTERÍSTICAS NA DISTRIBUIÇÃO DAS LESÕES

A
  • Bronquiectasia em lobos superiores: fibrose cística (pode ser secundário a radioterapia), sarcoidose
  • Bronquiectasia em lobos inferiores: aspiração recorrente (distúrbios de motilidade esofágica com esclerodermia, ou fibrose pulmonar idiopática – tração), discinesia ciliar.
  • Bronquiectasia central (hilar): ABPA (Aspergilose Broncopulmonar Alérgica).
  • Bronquiectasia em lobo médio e língula: infecção micobacteriana não tuberculosa.
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7
Q

Principal causa de bronquiectasia

A

2/3 causados por infecções pulmonares:
• Infecções virais e bacterianas na infância: sarampo e coqueluche (causam bronquiectasia anos após).
• Bacterianas: S. aureus, K. pneumonia.
• Virais: adenovírus, influenza, herpes simples.
• TBC: lesão parenquimatosa e adenomegalia.
• Micobacterium avium-intracelular (MAI) cada vez mais frequente (lobo médio e língula direita).

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8
Q

Causas obstrutivas de bronquiectasia

A
  • Tumores endobrônquicos (focal)
  • Corpo estranho (focal)
  • Impactação mucoide: pós-operatório, DPOC, ABPA (central), granulomatose broncocêntrica
  • Compressões extrínsecas por linfonodos (focal)
  • Traqueobroncopatias (distal): amiloidose, policondrite recidivante
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9
Q

Causas genéticas de bronquiectasia

A
  • Fibrose cística – produção de muco espesso que facilita infecção (pode dar infertilidade) –> Bronquiectasia difusa bilateral em lobo superior
  • Dicinesia ciliar primária (doença sinopulmonar, infertilidade) – os cílios não mexem, o diagnóstico é feito por biópsia
  • Síndrome de Kartagener (situs inversus, sinusite, bronquiectasia).
  • Deficiência de alfa-1-antitripsina.
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10
Q

Causas autoimunes de bronquiectasias

A
  • Hipogamaglobulinemia primária (deficiência IgG)
  • Deficiência de IgG e IgA.
  • Defeitos na adesão dos neutrófilos e quimiotaxia.
  • HIV com funcionamento anormal do sistema imune.
  • Artrite reumatoide e Sjögren – disfunção esofágica.
  • Doença inflamatória intestinal – bronquiectasia de causa indeterminada.
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11
Q

Anormalidades anatômicas congênitas que podem causar bronquiectasia

A
  • Traqueobroncomegalia (Sínd de Mounier-Kuhn) – traqueia e brônquios dilatados -> distal
  • Broncomalácia – fraqueza na estrutura dos brônquios.
  • Fístula traqueo-esofágica – secreção do esôfago entra na traqueia.
  • Vasculares: aneurisma de artéria pulmonar, sequestro pulmonar.
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12
Q

Exame padrão ouro para diagnosticar a bronquiectasia

A

TC de alta resolução (padrão ouro): ausência de afunilamento, trilhos de trem, brônquios visíveis < 1 cm da periferia. Diâmetro do brônquio > 1,5 o diâmetro do vaso (anel de sinete). Imagem localizada de hipertransparência – alçaponamento de ar

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13
Q

Achados da bronquiectasia no RX

A

Tem baixa sensibilidade e especificidade, pode ser normal na fase inicial, e na doença mais avançada mostra linhas paralelas (trilhos de trem), imagens anelares, atelectasias laminares e sinais de hiperinsuflação dos segmentos pulmonares subjacentes.

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14
Q

Achados da espirometria na bronquiectasia

A

Espirometria: mostra obstrução, na doença avançada pode mostrar restrição devido destruição parenquimatosa.

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15
Q

O que são as pseudosbronquiectasias?

A

Dilatações brônquicas transitórias.

Podem ocorrer durante a evolução do quadro de infecção pulmonar, é reversível apos a recuperação da agressão.

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16
Q

Achados da cultura de escarro na bronquiectasia

A

Cultura de escarro: importante na avaliação de complicações infecciosas.
Presença de P. aeruginosa prenuncia pior prognóstico, presença de S. aureus pode sugerir fibrose cística, pesquisa de BAAR

17
Q

Outros testes para diagnosticar a causa da bronquiectasia

A
  • Broncoscopia: detecta tumores endobrônquicos, corpo estranho, deformidades estruturais – indicada na bronquiectasia localizada.
  • Mensuração de Ig e triagem para doenças genéticas: especialmente em bronquiectasias difusas.
  • Teste de suor: mensuração de cloro e sódio na fibrose cística.
  • Discinesia ciliar: avaliação de biópsia por microscopia eletrônica, dos cílios da mucosa respiratória.
  • Deficiência de alfa-1-antitripsina por fenotipagem.
  • Triagem para artrite reumatoide de S. de Sjögren.
18
Q

Objetivos do tratamento

A

Redução do número de exacerbações, melhora da qualidade de vida, tratamento de manutenção indicado somente para doença avançada.

19
Q

Tratamento para todos os pacientes com bronquiectasias

A

• Vacinação contra influenza e pneumococo
• Evitar exposições ambientais nocivas e tabagismo
• Fisioterapia diária e Reabilitação pulmonar]
- Técnicas fisioterapêuticas para melhorar o clearance
mucociliar devem ser realizadas e ensinadas para
todos os pacientes com bronquiectasias com produção
crônica de secreção e/ou sinais (tomográficos) de
tampões mucosos.
• Agentes mucoativos para melhorar clearance mucociliar
- O uso de solução salina hipertônica (6-7%) deve ser considerado em pacientes com bronquiectasias que persistam com secreções apesar de outras medidas. A primeira administração deve ser supervisionada para avaliar efeitos adversos (broncoespasmo), que podem ser evitados ou minimizados com a administração prévia de broncodilatador de curta duração.

20
Q

Tratamento para pacientes selecionados: broncodilatadores de longa duração

A

Hiperreatividade brônquica e/ou sintomas de dispneia.
Broncodilatadores de longa duração podem ser recomendados quando ocorrer a associação de bronquiectasias com asma ou DPOC.

21
Q

Tratamento para pacientes selecionados: corticoide inalatório

A

Associação com diagnóstico prévio ou sintomas de asma, e em subgrupos de pacientes com DPOC

22
Q

Tratamento para pacientes selecionados: Macrolídeos

dose imunomoduladora

A
  • Duas ou mais exacerbações no último ano.
  • Terapia continuada pelo prazo mínimo de 6-12 meses.
  • Preferir o uso de azitromicina.
  • As doses de azitromicina utilizadas nos ensaios clínicos ou na prática clínica são de 500 mg/ dia ou 250 mg/dia tomadas três vezes por semana, ou ainda 250 mg diariamente.
  • Deve-se excluir a infecção ativa por micobactérias não tuberculosas.
23
Q

Tratamento para pacientes selecionados:

antibiótico por via inalatória

A

Infeção crônica por P. aeruginosa (sobretudo se exacerbador frequente)

24
Q

Tratamento para pacientes com doença avançada: Oxigenoterapia domiciliar e ventilação não
invasiva

A

Em pacientes com hipoxemia crônica apesar da
otimização do tratamento clínico, a oxigenoterapia
domiciliar prolongada está indicada. Em pacientes
clinicamente estáveis com insuficiência respiratória
crônica hipercápnica, deve ser utilizada ventilação
mecânica não invasiva na modalidade BiPAP como
adjuvante a reabilitação e fisioterapia.

25
Q

Tratamento para pacientes com doença avançada: transplante pulmonar

A

Deve-se considerar a indicação de transplante
pulmonar para pacientes com VEF1 < 30% do previsto
ou para aqueles com valores maiores de VEF1 mas
com declínio acelerado da função pulmonar. Alguns
fatores, quando presentes, devem alertar para
a possibilidade de encaminhamento precoce do
paciente para a avaliação de transplante pulmonar:
exacerbações graves e frequentes, com internações
em UTI; pneumotórax ou hemoptise recorrentes ou
refratários ao tratamento; insuficiência respiratória crônica; e hipercapnia ou hipertensão pulmonar.

26
Q

Tratamento para pacientes com doença avançada: Tratamento cirúrgico

A

O tratamento cirúrgico deve ser reservado para indivíduos com doença bronquiectásica localizada e
refratária ao tratamento clínico, e o procedimento
preferencial é a videotoracoscopia.
O tratamento cirúrgico com intenção paliativa (doença difusa) deve ser reservado somente para casos de hemoptise grave com embolização ineficaz ou na presença de áreas abscedadas que não foram responsivas ao tratamento com antimicrobianos e medidas associadas.

27
Q

Definição de exacerbação

A

Exacerbação é caracterizada pela piora de três ou
mais dos seguintes sintomas, por pelo menos 48 h: 1) tosse; 2) volume ou viscosidade do escarro; 3) purulência de escarro; 4) dispneia ou intolerância ao
exercício; 5) fadiga; e 6) hemoptise

28
Q

Visão geral do tratamento das exacerbações

A
  • Definir a gravidade da mesma a fim de se decidir se o tratamento será domiciliar ou com internação
    hospitalar.
  • Antes de iniciar antibioticoterapia (baseada em culturas prévias), deve-se coletar nova amostra de escarro para análise microbiológica, que será usada
    no caso de não resposta ao tratamento.
  • Medidas adjuvantes devem ser instituídas conforme julgamento clínico (uso de corticosteroides, broncodilatadores, fisioterapia respiratória e/ou agentes hipertônicos).
29
Q

Tratamento da exacerbação não grave (tratamento domiciliar)

A
  • Considerar ATB com boa resposta em exacerbações prévias.
  • Infecção crônica por Pseudomonas aeruginosa: Ciprofloxacino 500-750 mg VO 12/12 h ou Levofloxacino 500-750 mg VO 1x dia.
  • Infecção crônica por outra bactéria: escolha de ATB
    preconizado na literatura para esta bactéria.
  • Sem Infecção crônica por Pseudomonas aeruginosa: Considerar uso de macrolídeo, amoxicilina com clavulanato ou quinolona.
30
Q

Tratamento da exacerbação grave (tratamento hospitalar)

A
  • Escolha de antibiótico baseada em culturas aérobias eantibiogramas prévios.
  • Se Pseudomonas aeruginosa: terapia dupla (β-lactâmico + aminoglicosídeo)
31
Q

Tempo de tratamento das exacerbações

A
  • Atualmente, recomenda-se tratamento entre 14 e 21 dias.
  • Em quadros leves, em que o paciente retorna aos sintomas basais rapidamente após o início do tratamento, pode-se considerar apenas 10 dias.