Bócio, Nódulos e CA de Tireoide Flashcards
Definição de bócio
Qualquer aumento de tamanho da tireoide
Volume tireoidiano normal
6 a 12 ml na mulher
Pode chegar a 20 ml no homem
Bócio atóxico
Produção do hormônio tireoidiano está normal ou reduzida
Bócio grau 0
Ausência de tecido tireoidiano palpável
Ou
Menor que a falange distal do polegar do examinador
Bócio grau Ia
Tireoide palpável + lobos maiores que falange distal do polegar do examinador
Bócio grau Ib
Tireoide visível à deglutição
Bócio grau II
Tireoide visível com pescoço em posição normal
Bócio grau III
Tireoide visível à distância
Fisiopatologia do bócio atóxico
Decorrente de fatores estimulantes da tireoide:
Aumento do TSH
Anticorpo anti-TSH estimulante
HCG (mola hidatiforme)
Ação do TSH na tireoide
Hipertrofia e hiperplasia do parênquima tireoidiano
Aumento da vascularização
Quadro clínico do bócio
Maioria assintomático
Dor/desconforto
Dispneia
Disfagia
Quadros clínicos mais graves do bócio
Paralisia da corda vocal
Paralisia do nervo frênico
Síndrome de Horner
Síndrome da veia cava superior
Tríade da síndrome de Horner
Ptose palpebral
Miose
Anidrose unilateral
Sinal de Pemberton
Congestão e pletora facial após elevação dos braços acima da cabeça
Causa mais frequente de bócio no mundo
Bócio endêmico
Secundária à deficiência de iodo
Causa mais frequente de bócio no Brasil
Hipotireoidismo
Diagnóstico de bócio
CLÍNICO
Exames complementares na avaliação de bócio atóxico
USG: mais sensível
Cintilo: dúvida entre tóxico e atóxico
TC ou RM: bócio mergulhante
Cuidado ao realizar TC em paciente com bócio
Excluir bócio tóxico antes de dar contraste ao paciente, devido ao fenômeno de Jod-Basedow
Tratamento medicamentoso do bócio
Supressão de TSH com LT4 (dose alta)
Muitos efeitos colaterais
Uso crônico
Não é mais utilizado
Tratamento do bócio endêmico
Reposição de iodo
Avaliar iodúria de 24 horas
Tratamento do bócio com radioablação (iodo-131)
Quantidade alta de radiação
Alto índice de recidiva
Útil em idosos
Não fazer em bócios mergulhantes com sintomas compressivos (primeiros dias de terapia causam informação, podendo piorar os sintomas)
Tratamento cirúrgico do bócio
Tireoidectomia subtotal
Avaliar comprometimento prévio de laringe e abordagem torácica
Indicação de tireoidectomia subtotal em bócios
Bócios grandes (> 150 g) Componente subesternal Suspeita de malignidade Sintomas compressivos Refratariedade aos outros tratamentos
Indicação relativa de tireoidectomia subtotal em bócios
Comprometimento estético
Fatores de maior risco de malignidade de nódulo de tireoide
Sexo masculino Extremos de idade (< 20 anos ou > 70) Nódulo achado incidentalmente no PET-FDG Crescimento rápido da massa cervical Sintomas compressivos Irradiação de cabeça e pescoço na infância Diagnóstico prévio de CA de tireoide (tireoidectomia parcial) HF de CA de tireoide (primeiro grau) Síndromes de CA de tireoide
Descrição do nódulo no exame físico
Tamanho Regularidade Consistência Mobilidade Aderência aos planos profundos Linfadenopatia
Exame físico do nódulo com maior risco de malignidade
Nódulos endurecidos
Aderido a planos profundos
Pouco móveis
Presença de linfonodomegalia cervical
Exames complementares no nódulo de tireoide
TSH baixo > cintilografia > nódulo hipercaptante (doença de Plummer) ou hipocaptante (USG+PAAF)
TSH alto ou normal > USG+PAAF (se TSH alto, dosar antiTPO)
Característica de maior risco de malignidade de um nódulo
Microcalcificações
Calcificação em casca de ovo é de baixo risco
Exame padrão-ouro para excluir carcinoma de tireoide
Punção aspirativa com agulha fina (PAAF)
Classificação de Bethesda
I: inconclusivo
II: benigno
III: atipia/lesão folicular indeterminada
IV: suspeita de neoplasia folicular ou de células de Hurthle
V: suspeita de carcinoma
VI: maligno
Seguimento do paciente com nódulo
Não realizou PAAF:
Nódulo pouco suspeito > USG após 12 meses
Nódulos com maior suspeição > USG em 6 meses
Realizou PAAF:
Nódulo pouco suspeito > USG após 12 a 24 meses
Nódulos com maior suspeição > USG com 12 meses
Epidemiologia do CA de tireoide
Maior incidência nos últimos anos, sem aumento da mortalidade
Maior parte são carcinomas diferenciados com bom prognóstico
Mulheres
20-55 anos
Tipos histológicos de CA de tireoide
Carcinomas diferenciados da tireoide (90-95%): - papilífero (85%) - folicular (10%) - oncocítico/células de Hurthle (5%) Medular (5%) Anaplásico (1%) Outros (1%)
Epidemiologia do carcinoma papilífero
Tipo histológico mais comum Crianças e adultos Jovens (3ª-4ª décadas) Baixa malignidade Crescimento lento
Patologia do carcinoma papilífero
Arranjo das células foliculares tumorais em papilas
Aumento do tamanho nuclear
Invaginação do citoplasma para o núcleo
Corpos Psamomatosos e núcleos clivados com aparência de “olhos da órfã Annie”
Variantes do carcinoma papilífero de melhor prognóstico
Variante clássica
Variante folicular
Variantes do carcinoma papilífero de pior prognóstico
Variante colunar Variante de células altas Variante esclerosante difusa Variante sólida Variante insular Variante trabecular
Principais sítios de metástase à distância do carcinoma papilífero
Pulmões (principal)
Ossos
Papilífero = Pulmão
Epidemiologia do carcinoma folicular
Segundo tipo mais comum Mulheres > 50 anos Locais com deficiência de iodo Maiores que o papilífero
Metástases à distância do carcinoma folicular
Mais comuns que o papilífero
Principais sítios: pulmão e osso
Tratamento dos carcinomas diferenciados (papilífero e folicular)
Tireoidectomia total (maioria dos casos) ou parcial (lobectomia+istimectomia)
Indicação de tireoidectomia parcial nos carcinomas diferenciados
Idade > 45 anos + microcarcinoma papilífero (TU < 1 cm) T1aN0 unifocal
Idade < 45 anos + T1 ou T2 (4 cm) + baixo risco + sem invasão extra-tireoidiana + sem metástases
Complicações pós-cirúrgicas
Hemorragia
Lesão do nervo laríngeo recorrente (unilateral - rouquidão; bilateral - insuficiência respiratória aguda)
Lesão do nervo laríngeo superior (não eleva o tom de voz)
Hipotireoidismo
Hipocalcemia
Indicação de terapia ablativa no seguimento de carcinomas diferenciados
Tireoidectomia total com ressecção tumoral incompleta ou alto/intermediário risco de recidiva ou abordagem da doença recorrente
Efeitos adversos da terapia ablativa
Alterações transitórias da função gonadal
Sialodenite aguda
Xerostomia e xeroftalmia
Maior risco de segundo CA (TGI, bexiga)
Parâmetros de controle após tireoidectomia total
Tireoglobulina deve permanecer indetectável
Após 6-12 meses: tireoglobulina+USG cervical
Carcinoma de células de Hurthle
Variedade menos diferenciada do folicular
Não capta iodo
Radioablação pouco eficaz
Pior prognóstico
Tto: tireoidectomia total + linfadenectomia
Epidemiologia do carcinoma anaplásico
Muito raro Catastrófico 50-60 anos Mulheres Antecedente de bócio Mutação no gene p53
Clínica do carcinoma anaplásico
Massa cervical de crescimento rápido
Sintomas compressivos: dor cervical, rouquidão, disfagia e dispneia
Tratamento do carcinoma anaplásico
Paliativo
Sobrevida de 3-7 meses
Linfoma de tireoide
Raro Originário de células B Linfoma não Hodgkin de grandes células Resposta terapêutica boa Primeira opção de terapia: imunoquimioterapia
Carcinoma medular
Derivam das células C parafoliculares
Tumor neuroendócrino
Esporádica (75%)
Familiar (25%)
Genética do carcinoma medular
Familiar: mutação germinativa no proto-oncogene RET
Esporádica: mutação somática no RET
Carcinoma medular familiar
Agressivo
Multicêntrico
Bilateral
Pacientes mais jovens
Apresentação do carcinoma medular familiar
Neoplasia endócrina múltipla (NEM) tipo 2A (síndrome de Sipple)
Neoplasia endócrina múltipla (NEM) tipo 2B
NEM2A
Mais comum
Tríade: carcinoma medular, feocromocitoma e hiperparatireoidismo primário
NEM2B
Carcinoma medular, feocromocitoma e hábito marfanoide
Tratamento do carcinoma medular
Tireoidectomia total com esvaziamento linfonodal
Seguimento pós-operatório do carcinoma medular
USG de pescoço + níveis séricos de calcitonina e CEA duas vezes ao ano, por 2 anos, depois anualmente se estáveis
Abordagem profilática da neoplasia endócrina múltipla
NEM2A: tireoidectomia profilática antes dos 5 anos de idade
NEM2B: tireoidectomia profilática antes do primeiro ano de idade