Aula 13 : Infecções de Trato Urinário Flashcards
Qual é a importância da infecção do trato urinário (ITU) na gestação?
A ITU durante a gestação pode aumentar o risco de parto prematuro, hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia, infecção intra-amniótica e complicações para o feto, como restrição de crescimento intrauterino e mortalidade perinatal. Portanto, o diagnóstico e tratamento adequados são fundamentais para prevenir essas complicações.
Quais são os sintomas de ITU em idosos e por que eles são importantes de serem reconhecidos?
Em idosos, os sintomas de ITU podem ser atípicos, como confusão mental (delirium), incontinência urinária, instabilidade postural, queda súbita da função cognitiva e até mesmo febre. Reconhecer esses sintomas é crucial, pois a ITU pode evoluir rapidamente para urosepsia em idosos, levando a complicações graves.
Como diferenciar uma cistite de uma pielonefrite em termos de sintomas e achados clínicos?
A cistite é uma infecção na bexiga e geralmente apresenta sintomas como dor ao urinar (disúria), frequência urinária aumentada (polaciúria), urgência miccional, incontinência urinária e, às vezes, hematúria (presença de sangue na urina). Já a pielonefrite é uma infecção nos rins e apresenta sintomas semelhantes aos da cistite, mas geralmente acompanhados de febre alta, dor lombar ou em flancos e sintomas sistêmicos como mal-estar geral e calafrios.
Quais são os métodos de coleta de urina utilizados em crianças e em que situações cada um é recomendado?
Para crianças com controle do esfíncter urinário, a coleta de urina pode ser feita por jato médio após antissepsia adequada da região. Caso a criança não tenha controle, outros métodos como cateterização, punção suprapúbica e estímulo vesical podem ser necessários. A escolha do método depende da idade da criança, capacidade de colaboração, suspeita de infecção e experiência do profissional de saúde.
Qual é a abordagem de tratamento recomendada para orquiepididimite aguda em diferentes faixas etárias?
Para orquiepididimite aguda, o tratamento pode variar de acordo com a faixa etária:
- Em jovens adultos (16 a 30 anos) com suspeita de ISTs, como gonorreia ou clamídia, é comum usar ceftriaxona ou doxiciclina.
- Em adultos mais velhos (51 a 70 anos), que geralmente têm infecções por enterobactérias, podem ser prescritos antibióticos como ciprofloxacino ou levofloxacino.
- Independentemente da faixa etária, é importante tratar a parceria sexual e investigar outras ISTs com sorologias adequadas.
Quando é indicado repetir a urocultura após o tratamento da ITU?
- Se houver melhora clínica e o microrganismo for sensível ao antibiótico usado, geralmente não é necessário repetir a urocultura. No entanto, se não houver melhora ou se o patógeno for intermediário ou resistente ao antibiótico utilizado, uma nova urocultura pode ser necessária para avaliar a eficácia do tratamento.
Quais são as opções de tratamento para cistite aguda em adultos?
- Para cistite aguda em adultos, as opções de tratamento incluem:
- Nitrofurantoína 100mg a cada 6 horas por 5 dias.
- Fosfomicina 3g dose única.
- Quinolonas (como ciprofloxacino ou levofloxacino), cefalexina, amoxicilina-clavulanato e ceftriaxona de terceira geração são alternativas, dependendo do perfil de resistência local e da gravidade dos sintomas.
Qual é a importância da cultura com antibiograma no tratamento da ITU?
- A cultura com antibiograma é essencial para determinar o agente etiológico específico da ITU e sua sensibilidade aos antibióticos. Isso ajuda a escolher o tratamento mais eficaz e a evitar o uso indiscriminado de antibióticos, contribuindo para a redução da resistência bacteriana.
Como é realizada a coleta de urina em crianças sem controle do esfíncter urinário?
Para crianças sem controle do esfíncter urinário, a coleta de urina pode ser realizada por métodos como cateterização, punção suprapúbica, estímulo vesical ou uso de saco coletor. Cada método tem suas indicações e considerações específicas, sendo escolhido de acordo com a idade da criança, situação clínica e preferências do profissional de saúde.
Quais são as principais complicações associadas à ITU não tratada adequadamente?
A ITU não tratada adequadamente pode levar a complicações como pielonefrite (infecção nos rins), urosepsia (infecção generalizada), cicatrizes renais, hipertensão arterial, parto prematuro em gestantes, insuficiência renal crônica e até mesmo sepse, uma condição potencialmente fatal.
Quais são as estratégias de prevenção recomendadas para reduzir a incidência de ITUs?
- Algumas estratégias de prevenção incluem:
- Ingestão adequada de líquidos para promover a micção frequente e a eliminação de bactérias.
- Manter higiene adequada, especialmente após as evacuações.
- Urinar após as relações sexuais para eliminar bactérias da uretra.
- Evitar o uso prolongado de cateteres urinários sempre que possível.
- Uso correto de preservativos para prevenir infecções sexualmente transmissíveis que podem predispor à ITU.
- Em casos de recorrência frequente, pode ser necessária avaliação especializada para identificar fatores predisponentes, como anomalias anatômicas ou problemas imunológicos.
Como é feito o tratamento da orquiepididimite aguda?
- O tratamento da orquiepididimite aguda envolve o uso de antibióticos adequados ao agente causador da infecção. As opções comuns incluem:
- Ceftriaxona 500mg via intramuscular em dose única.
- Doxiciclina 100mg a cada 12 horas por 10 dias.
- Em alguns casos, podem ser utilizadas fluoroquinolonas, como ciprofloxacino ou levofloxacino, dependendo da susceptibilidade do agente e da resposta ao tratamento inicial.
Quais são os critérios de internação para pacientes com ITU?
- Os critérios de internação para pacientes com ITU incluem:
- Menores de 2 a 3 meses de idade.
- Presença de urosepsia (infecção generalizada associada à ITU).
- Desidratação grave.
- Intolerância oral, incapaz de manter a hidratação adequada.
- Imunodeficiência significativa que aumenta o risco de complicações.
- Falha no tratamento ambulatorial inicial ou presença de fatores de risco para evolução desfavorável.
Qual é a importância da investigação por imagens do trato urinário após o primeiro episódio bem documentado de ITU em crianças?
- A investigação por imagens do trato urinário após o primeiro episódio bem documentado de ITU em crianças é importante para avaliar a presença de anomalias anatômicas ou funcionais que possam predispor a novas infecções. Isso é especialmente relevante em casos de recorrência ou ITUs complicadas, permitindo intervenções precoces para prevenir complicações futuras.
O que é bacteriúria assintomática e quando é necessário tratar?
Bacteriúria assintomática refere-se à presença de bactérias na urina sem a presença de sintomas característicos de ITU, como dor ao urinar, urgência miccional, e outros. Na maioria dos casos, a bacteriúria assintomática não necessita de tratamento, exceto em situações específicas, como gestantes ou pacientes que serão submetidos a procedimentos urológicos, onde o tratamento pode ser indicado para prevenir complicações.
Quais são as opções de tratamento para cistite aguda?
- Para o tratamento da cistite aguda, existem várias opções de antibióticos que podem ser utilizados, dependendo da susceptibilidade do agente e das condições clínicas do paciente. Alguns exemplos incluem:
- Nitrofurantoína 100mg a cada 6 horas por 5 dias: É uma opção comum para quadros leves de cistite.
- Fosfomicina 3g em dose única: Também pode ser eficaz em casos leves a moderados.
- Quinolonas, como ciprofloxacino ou levofloxacino: São reservadas para casos mais graves ou quando outros antibióticos não são apropriados.
- Outras opções incluem cefalexina, amoxicilina-clavulanato e ceftriaxona de terceira geração, dependendo das diretrizes locais e da resistência bacteriana.
Qual é a importância do tratamento adjuvante com Fenazopiridina na ITU?
- A Fenazopiridina é um medicamento que pode ser utilizado como tratamento adjuvante na ITU para alívio dos sintomas urinários, como dor e ardência ao urinar. No entanto, é importante destacar que a Fenazopiridina não substitui o tratamento antibiótico e deve ser usada apenas por curtos períodos, geralmente por até 2 dias, para alívio sintomático enquanto o antibiótico faz efeito.
Quando é necessário repetir a urocultura após o tratamento da ITU?
- A repetição da urocultura após o tratamento da ITU não é necessária em todos os casos. Geralmente, se o paciente apresentou melhora clínica significativa, fez uma urocultura inicial que identificou o agente causador e este era sensível ao antibiótico utilizado, não há necessidade de repetir o exame. No entanto, se não houve melhora clínica, se o microrganismo era resistente ou intermediário ao antibiótico utilizado ou em situações específicas, como antes de procedimentos urológicos, a repetição da urocultura pode ser indicada.
Quais são os principais agentes etiológicos das infecções do trato urinário (ITU)?
- Os agentes mais frequentemente associados às ITUs são as bactérias Gram-negativas (BGN), principalmente Escherichia coli (E. coli), que é responsável por cerca de 60 a 80% dos casos. Além da E. coli, outros BGN como Proteus sp, Klebsiella sp, Enterobacter sp e Pseudomonas sp também podem causar ITUs. Outros agentes menos comuns incluem Streptococcus do grupo B, Enterococcus sp. e Staphylococcus saprophyticus.
Como é classificada a ITU de acordo com a localização?
- A ITU pode ser classificada com base na localização das infecções dentro do trato urinário:
- ITU alta: Refere-se à infecção nos rins e ureteres, conhecida como pielonefrite.
- ITU baixa: Refere-se à infecção na bexiga (cistite), uretra (uretrite), próstata (prostatite) e testículos/epidídimo (orquiepididimite).
Quais são os critérios para internação de pacientes com ITU?
- Os critérios para internação de pacientes com ITU podem variar de acordo com a gravidade do quadro clínico e as condições do paciente. Alguns critérios comuns incluem:
- Idade (especialmente menores de 2 a 3 meses).
- Presença de urosepsis.
- Desidratação grave.
- Intolerância oral (incapacidade de tomar líquidos ou medicamentos por via oral).
- Imunodeficiência significativa.
- Alto risco de má aderência ao tratamento ambulatorial.
- Falha com tratamento ambulatorial prévio.