Aula 10 - Micoses subcutâneas Flashcards

Esporotricose e Cromoblastomicose

1
Q

Como as micoses podem ser classificadas quanto ao sítio de infecção?

A

Micoses podem ser:

Superficiais e cutâneas: afetam pele e anexos (cabelo, pelos, unhas)

  • Não costumam ser graves
  • As cutâneas não geram inflamação
  • Ex: Ptiríase versicolor, Piedra branca e Piedra preta (superficiais); Dermatofitoses, candidíases e dermatomicoses (fungos não-dermatófitos) (superficiais)

Suncutâneas:

  • Mais graves
  • Inoculação traumática do fungo
  • Principais doenças: esporotricose e cromoblastotricose

Sistêmicas profundas:

  • Causadas por patógenos primários
  • Afetam órgãos internos
  • Geralmente são adquiridas por inalação de esporos
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2
Q

O que é a Esporotricose? Cite os principais agentes causadores.

A

É uma infecção cosmopolita (urbana) subaguda ou crônica causada por fungos dimórficos do gênero Sporothrix: S. braziliensis, S. shenckii (presente naturalmente no ambiente) e S. globosa.

A infecção afeta humanos e animais como cães, camundongos e principalmente gatos.

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3
Q

Quais as duas principais formas de transmissão da Esporotricose para o homem?

A

Forma clássica: contato direto com solo e matéria orgânica em decomposição. Está mais relacionada a infecção por S. shenckii e a certas profissões como jardineiros, agricultores, fazendeiros e extrativistas (por isso também é chamada de doença do jardineiro).

Forma zoonótica: a infecção passa do animais para o humano por meio de mordedura, arranhadura ou lambedura de feridas feitas por cães, camundongos e, principalmente, gatos. Está mais relacionada a infecção por S. braziliensis e a certas profissões como veterinários, funcionários de pet shops, etc).

Obs: Não existe transmissão inter-humana de Esporotricose

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4
Q

Quais os climas mais associado à Esporotricose? Como ela afeta o Brasil?

A

A maior parte dos relatos dessa doença ocorrem em regiões de clima tropical e subtropical, considerada endêmica nas Américas pela transmissão clássica.

No Brasil, é mais prevalente na região sudeste e, mais recentemente, no nordeste. Atualmente, o país enfrenta surtos da esporotricose zoonótica.

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5
Q

Cite os principais fatores de virulência dos fungos da Esporotricose

A

Produção de biofilmes e de melanina. Os fungos que produzem melanina são mais resistentes a condições ambientais adversas e a agentes antifúngicos

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6
Q

Como os fungos da Esporotricose são classificados quanto à sua forma?

A

Tratam-se de fungos dimórficos, que variam de leveduriformes ou filamentosos de acordo com a temperatura do ambiente.

Forma filamentosa/micelial: no ambiente (~25ºC), sendo, portanto, a forma infectante.

Forma leveduriforme: no organismo (~36ºC), ou seja, é a forma parasitária.

Dica: FALO = Filamentoso/Ambiente + Levedura/Organismo

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7
Q

Apresente as principais formas clínicas de infecção da Esporotricose

A

Esporotricose cutânea: uma ou múltiplas lesões localizadas principalmente nas mãos e nos braços.

Esporotricose linfocutânea: é a forma clínica + frequente. Ela afeta o tecido subcutâneo e os vasos linfáticos próximos, preferencialmente nos membros do corpo. As lesões começam como nódulos e evoluem para feridas ulceradas e abertas que acompanham o trajeto de sistema linfático no membro afetado. Pode haver secreção de pus, mas mesmo nesse estágio mais avançados, as lesões costumam ser indolores.

Os pacientes não costumam apresentar outros sintomas.

Formas raras e mais graves (mais comuns e pacientes com resposta imune enfraquecida):

Esporotricose extracutânea: quando a doença não compromete a pele, mas outros locais como mucosas e ossos.

Esporotricose disseminada: a doença se dissemina para outros órgão, como pulmões, ossos e fígado.

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8
Q

Por que os gatos são os animais mais afetados pela Esporotricose em relação a outros animais?

A

Porque eles têm uma resposta imune celular (LT) mais deficiente

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9
Q

Como é feito o diagnóstico para Esporotricose?

A
  • Clínico: anamnese + dados epidemiológicos e regionais
  • Isolamento e identificação do fungo em cultura após desbridamento (remoção de tecido necrótico da lesão): citopatologia, histopatologia, sorologia, imuno-histoquímica, etc.

Diagnóstico diferencial: a doença pode ser confundida com Leishmaniose tegumentar, criptocose, dentre outras.

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10
Q

Como é feito o tratamento para a Esporotricose?

A
  • Itraconazol, iodeto de potássio ou terbinafrina para pacientes não responsivos ao itraconazol (também podem ser usados em conjunto).
  • Complexo lipídico de anfotericina B (para formas mais graves e disseminadas, podendo ser usada me conjunto ao itraconazol). Ele é intra-venoso.

O tratamento pode ser longo, geralmente de 3 a 6 meses.

Obs: O SUS oferece o itraconazol e a anfotericina B para o tratamento de esporotricose.

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11
Q

Quais as formas de prevenção para Esporotricose?

A
  • Uso de luvas, roupas de manga comprida e sapatos fechados para trabalhos que envolvam manejo de solo
  • EPI ao ter contato com animais doentes por veterinários ou pessoas que resgatam animais
  • Animais com suspeita de infecção não devem ser enterrados devido ao risco de infecção no solo.
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12
Q

O que é a Cromoblastomicose? Cite os principais agentes causadores.

A

É uma micose subcutânea cosmopolita (urbana) crônica, tropical e negligenciada.

É uma doença ocupacional progressiva, ocupacional e de difícil tratamento.

Agentes causadores: englobam fungos de vários gêneros, formando um grupo denominado fungos filamentosos demáceos (produtores de melanina), sendo que a espécie que mais causa infecções é a *Fonsecaea pedrosoi, um fungo disperso no ambiente.

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13
Q

Como é a transmissão da cromoblastomicose?

A

Ocorre pela inoculação traumática do fungo (que costuma estar no ambiente).

Ocorre predominantemente na região Norte e está relacionada a atividades laborais, sendo os trabalhadores rurais os principais grupos de risco.

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14
Q

Caracterize as lesões e as formas clínicas da cromoblastomicose

A

Inicia com uma lesão primária no local da inoculação que evoluem para diferentes formas (lesões polimórficas): nódulos (parecem uma couve-flor), verrugas, tumores, placas e cicatrizes. Há envolvimento de tecidos cutâneos e subcutâneos, podendo haver formação de tecido fibrótico, granulomatoso e purulento.

As formas clínicas dependem de fatores do indivíduo, como imunidade e profundidade das lesões.

Em geral, as lesões costumam atingir os membros inferiores, seguidos depois de membros superiores, glúteos, tronco e face.

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15
Q

Como é feito o diagnóstico para a cromoblastomicose?

A

É feita uma raspagem, aspirado de pus ou biópsia da lesão, a partir dos quais é feito um exame histopatológico.

O exame positivo mostra corpos escleróticos ou corpos de nêspera (parecem moedas), um achado patognomônico da cromoblastomicose. Ele é feito pela coloração de Fontana-Masson para melanina.

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16
Q

Como é feito o tratamento para cromoblastomicose?

A

É um desafio para médicos e pacientes, pois é difícil e longo: pode durar anos e haver recidivas.

  • Itraconazol (v.o) e terbinafina (v.o)
  • Anfotericina B (i.v)
  • Iodeto de potássio (v.o)
    6-fluocitosina (v.o)

Outros métodos: eletrocoagulação, remoção cirúrgica da lesão, crioterapia.

17
Q

Como é a prevenção para a cromoblastomicose?

A

Evitar o contato direto com o vírus usando EPIs em atividades que envolvam manejo de solo e plantas (luvas, botas, camisas de manga comprida)