Asma Flashcards
A asma é uma doença inflamatória obstrutiva crônica que acomete a árvore traqueobrônquica e parênquima pulmonar. V ou F?
Falso. Poupa parênquima pulmonar.
Qual é a base fisiopatológica da asma?
Hiper-reatividade da parede da árvore brônquica, levando a espasmos reversíveis.
Qual a evolução natural da asma?
Em vigência de inflamação sem tratamento, ocorre remodelamento dos brônquios (estreitamento por fibrose, hipertrofia da camada muscular, hiperplasia das glândulas secretoras de muco) que pode cursar com redução da luz respiratória de forma irreversível.
Qual o fenótipo predominante de asma?
Alérgica (> 80%).
Entre as características da asma alérgica, estão:
Geralmente iniciada na infância (4-5 anos).
Possui componente genético (Hx familiar).
Eosinofilia.
Qual o principal fator de risco para asma alérgica?
Atopia = Predisposição a doenças alérgicas, como asma, rinite e dermatite, baseada numa tendência imunológica do indivíduo a desenvolver uma resposta do tipo Th2.
Quais os principais desencadeantes da asma alérgica?
IVAS, alérgenos, medicamentos (betabloqueadores, AINES), exercícios, poluição, estresse.
Quais outros fenótipo da asma?
Intrínseca, Obstrução fixa e relacionada a obesidade.
Quais os componentes do broncoespasmo?
I. Contratura muscular em resposta aos mediadores inflamatórios.
II. Edema por aumento da permeabilidade na mucosa em decorrência da reação vascular à inflamação.
III. Aumento da camada de muco que ocorre por hiperplasia das glândulas mucosas e submucosas, além as células caliciformes do epitélio mucoso.
Quais os achados espirométricos da asma?
Grande redução do VEF1 e pequena redução da CVF, impondo uma relação VEF1/CVF < 0.75.
Na asma ocorre fenômeno de hiperinsuflação pulmonar. V ou F?
Verdadeiro. Na asma ocorre aumento do volume de ar residual após expiração, expandindo assim a capacidade pulmonar total.
Quais os eventos clínicos da crise asmática?
I. Taquipneia em repouso para compensar a relação volume/min (redução do VEF1 = menor ar expirado por segundo).
II. Alcalose respiratória (hipocapnia) provocada pela taquipneia.
III. Normocapnia ou hipercapnia = sinal de insuficiência respiratória para tentar compensar o VEF1, geralme há fadiga dos mm. respiratórios.
IV. Colabamento de bronquíolos = redução da pO2 (hipoxemia).
Qual a indicação de IOT na crise asmática?
Normocapnia ou hipercapnia.
Como se fecha o diagnóstico de asma no paciente > 5 anos?
Clínica compatível (Hx de broncoespasmo) + Espirometria compatível com distúrbio ventilatório obstrutivo reversível (melhora com broncodilatador).
Qual o quadro clínico compatível com asma?
> 1 queixa típica = dispneia, tosse, secreção
Piora a noite/início da manhã
Desencadeada por certos fatores
Varia de intensidade e frequência ao longo do tempo.
Quais dados espirométricos sugerem asma?
VEF1/CVF < 0.75-0.70 no adulto
“ < 0.90 na criança.
Reversibilidade provada com prova broncodilatadora (aumento de VEF1 em 12% ou > 200mL).
Paciente asmático assintomático com espirometria normal não possui inflamação na mucosa respiratória. V ou F?
Falso. O processo inflamatório ainda está presente mesmo na ausência de sintomas e alterações na espirometria.
Testes de alergia e de imagem sempre são necessários para avaliar o paciente asmático?
Não, a necessidade desses exames deve ser avaliada individualmente, por exemplo quando houver suspeita de comorbidades ou outra hipótese diagnóstica.
Paciente asmático, 6 anos, teve múltiplos despertares noturnos e teve que fazer uso da bombinha mais de 2x/ semana no último mês. Porém nega dificuldades nas atividades e sintomas durante o dia. Qual o grau de controle dos sintomas desse paciente?
Parcial (2 de 4 parâmetros +)
I. Despertar noturno no último mês.
II. Uso de bombinha > 2x/ semana no último mês.
Paciente asmático, 8 anos, relata dispneia e tosse durante o dia, com piora a noite, fazendo o despertar do sono. Teve que fazer uso de bombinha mais de 2 vezes por semana no último mês. Também informa dificuldade para brincar com os amigos no recreio. Como está o grau de controle dos sintomas desse paciente?
Sem controle.
Paciente asmático, 7 anos. Não acordou nenhuma vez durante a noite no último mês, porém foi necessário uso de bombinha duas vezes nesse período. Mãe relata que o paciente corre o dia inteiro e a deixa louca em casa. Qual o grau de controle dos sintomas nesse paciente?
Controlado.
Qual o principal fator de risco futuro no paciente com asma?
Sintomas sem controle.
Qual o parâmetro obrigatório para se avaliar o paciente asmático?
VEF1.
Quando é necessário realizar espirometria no paciente asmático?
Ao diagnóstico.
Após 3-6 meses de tratamento e depois a cada 1-2 anos.
Qual o tratamento comum de escolha na maioria dos pacientes com asma?
Corticoide inalatório.
Se sintomas ocasionais e pouco intensos, como conduzir?
Começar pelo passo 1 do tratamento, conduzir com observação e/ou prescrever corticoide inalatório em dose baixa (passo 2).
Se o paciente apresenta sintomas intensos e/ou crises graves, como iniciar o tratamento?
Iniciar pelo passo 3 = corticoide inalatório em dose baixa + agonista beta-adrenérgico de longa duração (LABA).
Quando reavaliar o paciente após iniciado o tratamento? Como conduzo conforme a apresentação clínica?
A cada 3 meses.
Sempre conferir adesão ao tratamento e técnica de inalação.
Se ausência de controle, Step Up (avançar um passo no esquema terapêutico)
Se asma controla, Step Down.
Qual o objetivo do tratamento da asma?
Encontrar a menor dose que mantém o quadro sob controle.
Quando está indicado agonista beta-adrenérgico de curta ação (SABA)? Cite um exemplo desse fármaco:
Nos episódios de crise asmática com risco fatal.
Salbutamol.
Teofilina está indicado para pacientes < 12 anos. V ou F?
Falso.
Como é feito o passo 3 nos pacientes > 5 anos e < 12 anos?
Corticoide inalatório em dose média.
LABA é contraindicado para pacientes < 5 anos. V ou F?
Verdadeiro.
O tratamento da crise asmática pode ser feita em domicílio. V ou F?
Verdadeiro. Pode ser feito em domicílio, ambulatorialmente ou no hospital.
Quando está indicado fazer tratamento da crise asmática no hospital?
Pacientes no grupo de risco de crise fatal.
Quais são os fatores de risco de Crise Fatal?
I. Crise prévia com IOT. II. Anafilaxia alimentar. III. Internação no último ano. IV. Corticoide sistêmico atual ou recente. V. Não usa corticoide inalatório. VI. SABA em excesso. VII. Doença Psiquiátrica. VIII. Má-Adesão Terapêutica.
Quando encaminhar para o hospital?
I. Alterações do sensório (agitação, sonolência). II. Tórax silencioso. III. Só pronuncia palavras isoladas. IV. Uso de musculatura acessória. V. FR > 30. VI. FC > 120. VII. SpO2 < 90% (ar ambiente). VIII. PFE ≤ 50% do basal.
Paciente chega em pronto atendimento com crise asmática. Como fazer a avaliação inicial e conduta?
Avaliação inicial - ABC (comprometido ou não), estado geral (confusão, queda do sensório), ausculta (tórax silencioso).
Se Sim = Salbutamol + IOT
Se não = avaliação secundária
Na avaliação secundário, como é quadro leve-moderado de um paciente em crise asmática?
Paciente não agitado, fala frases, sem uso de mm. acessória, FR < 30, FC 100-120, SpO2 90-95%, PFE > 50% do basal.
Qual a conduta de um paciente em crise asmática com quadro leve a moderado?
I. SABA (salbutamol) a cada 20min.
II. Corticoide VO (prednisona ou prednisolona) 1mg/kg/d, sendo em > 11 anos máx de 50mg/d por 5-7d e < 11 anos máx de 40mg/d por 3 a 5d.
III. O2 suplementar se necessário (meta 94-98% na criança).
IV. Considerar Antagonista muscarínico de longa ação (SAMA = tiotrópio).
Como se apresenta um quadro grave de crise asmática?
Paciente agita, fala palavras, usa mm. acessória, FR > 30, FC > 120, SpO2 < 90%, PFE < 50% do basal, aspecto de peixe fora da água.
Como é a conduta de um caso grave de crise asmática?
I. Salbutamol + tiotrópio a cada 20min na primeira hora.
II. Corticoide VO ou IM.
III. O2 suplementar (meta 94-98%).
IV. Considerar Mg IV e dose de ataque de Corticoide inalatório.
Paciente após 1h de tratamento para quadro leve a moderado, com PFE/VEF1 < 60% do basal. Qual a conduta?
Manter internação e tratar como grave por ausência de melhora.
Paciente após 1h de tratamento para quadro leve a moderado, com PFE/VEF1 > 60%-80% do basal. Qual a conduta?
Alta + orientações.
Como é feito o diagnóstico no paciente com ≤ 5 anos?
Clínica compatível + teste terapêutico.
Lactentes sibilantes frequentemente são asmáticos. V ou F?
Falso. Em sua maioria não são asmáticos e nem desenvolverão asma.
Qual a clínica compatível do paciente com ≤ 5 anos?
Dispneia, tosse e sibilância. Sintomas > 10d numa IVAS. > 3 episódios por ano. Episódios graves ou piora noturna (aumento do tônus colinérgico). Manifestações atópicas. Hx familiar em parente de primeiro grau.
Quando o teste terapêutico é sugestivo de asma?
Quando o paciente apresenta melhora ao tratamento empírico e piora após suspensão.
Quais os parâmetros de controle dos sintomas no paciente ≤ 5 anos?
1️⃣Sintomas diurnos > 1x/semana.
2️⃣Algum despertar ou tosse noturna.
3️⃣Uso de bombinha >1x/semana.
4️⃣Alguma limitação nas atividades pela asma.
0 - sintomas controlados.
1-2 + - controle parcial.
3-4 + - sem controle.
Qual o tratamento de controle de escolha para pacientes com ≤ 5 anos?
Corticoide inalatório em dose baixa se sintomas ocasionais.
Corticoide inalatório em dose dobrada se sintomas mais intensos.
Tratamento de resgate = Salbutamol.
Como é o paciente ≤ 5 anos com crise leve a moderada?
FC ≤ 200 (0-3 anos), ≤ 180 (4-5 anos).
SpO2 ≥ 92%.
Paciente, 3 anos, em crise asmática com FC 185 e SpO2 94%. Qual a conduta?
Salbutamol a cada 20min na primeira hora.
Paciente, 3 anos, em crise asmática com FC 190 e SpO2 92%. Qual a conduta?
Salbutamol a cada 20min na primeira hora.
O2 suplementar com meta de 94 a 98%.
Paciente, 3 anos, em crise asmática leve a moderada após 1h de tratamento com salbutamol, tinha apresentado melhora. Qual a conduta?
Corticoide sistêmico.
Paciente, 5 anos, em crise asmática com FC de 170 e SpO2 92%. Qual a conduta?
Salbutamol a cada 20min na primeira hora.
Se melhora em 1-2h = alta.
Se crise recidiva após melhora = corticoide sistêmico.
Paciente 2 anos, em crise asmática, com queda do sensório, não fala nem bebe, apresenta cianose e tiragem. FC 205, SpO2 89%, não possui sibilos e MV(–). Qual sua conduta?
Tratar como quadro grave: internar, salbutamol a cada 20min na primeira hora, fornecer O2 suplementar, corticoide sistêmico VO e considerar tiotrópio.
Por algum motivo, digamos que o salbutamol inalatório é impossível. Qual o próximo passo?
Terbutalina IV (2mcg/kg em 5 min, depois 2mcg/kg/h em infusão contínua).