ARBOVIROSES: DENGUE CHIKUNGUNIA, ZIKA E FEBRE AMARELA Flashcards
QUAL O VETOR DAS ARBOVIROSES
- Fêmea do mosquito Aedes aegypti.
- Vetor altamente domiciliado.
- Condições favoráveis à proliferação do vetor.
- Concentração de indivíduos suscetíveis no espaço urbano.
PREVENÇÃO DE ARBOVIROSES
- Eliminação dos criadouros de mosquito;
- Usar roupas que minimizem a exposição;
- Usar repelentes (DEET, IR3535, Icaridina);
- InseAcidas domésAcos;
- Mosquiteiros (permetrina spray 0,5%);
- Instalação de telas em portas e janelas;
- Vacina para a Febre Amarela e para a Dengue (limitações).
O VIRUS DA DENGUE, SOROTIPO E QUEM ACOMETE?
- Vírus do Dengue (RNA) – família Flaviviridae, do gênero Flavivírus;
- Principal arbovirose no mundo;
- 4 soroApos: DEN1, DEN2, DEN3, DEN4;
- Acomete primatas humanos e não-humanos;
- Imunidade soroApo - específica duradoura;
- Imunidade cruzada transitória (90 dias);
- Infecção prévia por outro sorotipo –Fator de risco Dengue grave. F
FISIOPATOGENIA DA DENGUE
QUAL E A SEQUENCIA NO ATENDIMENTO
COMO E O CURSO DA DENGUE
- Pode ser assintomáKca ou sintomáKca.
- Doença sistêmica e dinâmica de amplo espectro clínico - formas
oligossintomáKcas até quadros graves, podendo evoluir para o óbito. - Três fases clínicas: febril, críKca e de recuperação.
- Reconhecimento precoce dos sinais de alarme - conlnuo
acompanhamento - reestadiamento.
QUANDO SUSPEITAR DE DENGUE
- Pessoa que viva em área onde se registram casos de dengue, ou que tenha
viajado nos úlKmos 14 dias para área com ocorrência de transmissão de
dengue (ou presença de Ae. aegypK). - Deve apresentar febre, usualmente entre dois e sete dias, e duas ou mais
das seguintes manifestações:
ü Náusea, vômitos;
ü Exantema;
ü Mialgias, artralgia;
ü Cefaleia, dor retro-orbital;
ü Petéquias;
ü Prova do laço positiva;
ü Leucopenia.
Todo indivíduo proveniente de (ou
residente em) área com transmissão de
dengue, com quadro febril agudo,
usualmente entre dois e sete dias, e sem
foco de infecção aparente.
DIAGNOSTICO DA DENGUE
- É todo caso suspeito de dengue confirmado laboratorialmente sorologia
IgM (amostra coletada após o 6°dia pesquisa de anlgeno NS 1 teste
rápido ou ELISA, isolamento viral, RT PCR amostra coletada até o 5°dia
imuno histoquímica. - No curso de uma epidemia a confirmação pode ser feita por meio de
critério clínico epidemiológico exceto nos primeiros casos da área, que
deverão ter confirmação laboratorial.
COMO E QUANDO E FEITA A PROVA DO LAÇO
- A prova do laço deve ser realizada na triagem, obrigatoriamente, em todo paciente
com suspeita de dengue e que não apresente sangramento espontâneo. - A prova deverá ser repeAda no acompanhamento clínico do paciente apenas se
previamente negaAva. - Verificar a pressão arterial e calcular o valor médio pela fórmula (PAS + PAD)/2; por
exemplo, PA de 100 x 60 mmHg, então 100+60=160, 160/2=80; então, a média de
pressão arterial é de 80 mmHg. - Insuflar o manguito até o valor médio e manter durante cinco minutos nos adultos e
três minutos em crianças. - Desenhar um quadrado com 2,5 cm de lado no antebraço
e contar o número de petéquias formadas dentro dele; a
prova será posiAva se houver 20 ou mais petéquias em
adultos e 10 ou mais em crianças; atenção para o
surgimento de possíveis petéquias em todo o antebraço,
dorso das mãos e nos dedos. - Se a prova do laço apresentar-se posiAva antes do tempo
preconizado para adultos e crianças, ela pode ser
interrompida. - A prova do laço frequentemente pode ser negaAva em
pessoas obesas e durante o choque.
O QUE SUGERE RISCO DE EVOLUÇÃO DESFAVORAVEL DA DENGUE
Condições preexistentes que sugiram risco de evolução desfavorável:
* Crianças (< 2 anos) e Idosos (> 65 anos)
* Gestantes
* Comorbidades com potencial de descompensação clínica: obesidade,
asma, diabetes mellitus, HAS, cardiopaIa (ICC), DPOC, doenças
hematológicas (em especial anemia falciforme), DRC, hepatopaIa,
doença cloridropepIca, doenças autoimune, pacientes em uso de
anIcoagulante ou anIagregante plaquetário, imunossupressores,
anI-inflamatórios
* Pacientes em risco social
COMO E FEITO O EXAME FISICO NA DENGUE
- Sinais vitais: temperatura, qualidade de pulso,
frequência cardíaca, pressão arterial, pressão de
pulso e frequência respiratoria. - O estado de consciência com a escala de Glasgow.
- O estado de hidratação.
- O estado hemodinâmico: pulso e pressão arterial,
determinar a pressão arterial média, tempo de
enchimento capilar (< 2 segundos). - Verificar a presença de derrames pleurais,
taquipneia. - Pesquisar a presença de dor abdominal,
ascite, hepatomegalia. - InvesKgar a presença de exantema,
petéquias. - Buscar manifestações hemorrágicas
espontâneas ou provocadas (prova do laço,
que frequentemente é negaKva em
pessoas obesas e durante o choque
SINTOMAS NA FASE FEBRIL DA DENGUE
- Febre - duração de dois a sete dias, geralmente alta (39ºC a 40ºC), de início abrupto.
- Sintomas associados: cefaleia, adinamia, mialgias, artralgias e a dor retroorbitária.
- Exantema - 50% dos casos, máculo-papular. Face, tronco e membros, plantas de pés
e palmas de mãos, com ou sem prurido. Frequente no desaparecimento da febre. - Anorexia, náuseas e vômitos.
- A diarreia não é volumosa - fezes pastosas numa frequência de três a quatro
evacuações por dia. - Após a fase febril, grande parte dos pacientes recupera-se gradaQvamente com
melhora do estado geral e retorno do apeQte.
DIAGNOSTICO DIFERENCIAIS DA DENGUE
Síndrome febril: enteroviroses, COVID-19, influenza e outras viroses respiratórias,
hepaAtes virais, malária, febre Afoide, chikungunya e outras arboviroses (zika).
* Síndrome exantemáAca febril: rubéola, sarampo, escarlaAna, eritema infeccioso,
exantema súbito, enteroviroses, mononucleose infecciosa, parvovirose,
citomegalovirose, outras arboviroses (mayaro), farmacodermias, doença de Kawasaki,
doença de Henoch-Schonlein, chikungunya, zika etc.
* Síndrome hemorrágica febril: hantavirose, febre amarela, leptospirose, malária grave,
riquetsioses e púrpuras
* Síndrome dolorosa abdominal: apendicite, obstrução intes6nal, abscesso
hepá6co, abdome agudo, pneumonia, infecção urinária, colecis6te aguda
etc.
* Síndrome do choque: meningococcemia, sep6cemia, meningite por influenza
6po B, febre purpúrica brasileira, síndrome do choque tóxico e choque
cardiogênico (miocardites).
* Síndrome meníngea: meningites virais, meningite bacteriana e encefalite.
DFASE CRITICA - SINAIS DE ALARME
- Pode estar presente em alguns pacientes, podendo evoluir para as
formas graves. - Tem início com a defervescência da febre, entre o terceiro e o sétimo dia
do início da doença. - Pesquisa rotineira dos sinais de alarme.
- Orientações aos pacientes para que busquem atendimento
- Vômitos persistentes;
- Dor abdominal intensa e conHnua;
- LipoHmia/ Hipotensão postural;
- Hepatomegalia dolorosa;
- Sangramento de mucosa (epistaxe;
gengivorragia); - Hemorragias (hematêmeses; melena);
- Sonolência em crianças e idosos;
- Choque / hipotensão;
- Redução da diurese;
- Diminuição repen.na da temperatura corpórea
ou hipotermia; - Aumento brusco de hematócrito ou
plaquetopenia; - Desconforto respiratório.
GRUPO A DE CLASSIFICAÇÃO DA DENGUE
- Caso suspeito de dengue;
- Prova do laço negativa, sem sangramentos;
- Ausência de sinais de alarme;
- Sem comorbidades, grupo de risco ou condições clínicas especiais.
CONDUTA - Exames laboratoriais complementares a critério médico;
- Prescrever paracetamol e/ou dipirona;
- Não utilizar salicilatos ou anti-inflamatórios não esteroides;
- Orientar repouso e prescrever dieta e hidratação oral.
COMO E FEITA A HIDRATAÇÃO ORAL DO PCT COM DENGUE
ORIENTAÇÃO PARA O PCT GRUPO A DE DENGUE
- Não se automedicar;
- Procurar imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramentos
ou sinais/sintomas de alarme; - Agendar o retorno para reavaliação clínica no dia de melhora da febre
(possível início da fase críKca); caso não haja defervescência, retornar no
quinto dia de doença; - NoKficar, preencher “cartão da dengue” e liberar o paciente para o
domicílio com orientações; - Orientar sobre a eliminação de criadouros do Aedes aegypK;
- Os exames específicos para confirmação não são necessários para
condução clínica. Sua realização deve ser orientada de acordo com a
situação epidemiológica.
GRUPO B CLASSIFICAÇÃO DA DENGUE
Caso suspeito de dengue.
* Ausência de sinais de alarme.
* Com sangramento espontâneo de pele (petéquias) ou induzido (prova do laço
posi3va).
* Condições clínicas especiais e/ou de risco social ou comorbidades (lactentes –
menores de 2 anos –, gestantes, adultos com idade acima de 65 anos,
hipertensão arterial ou outras doenças cardiovasculares graves, diabetes
mellitus, doença pulmonar obstru3va crônica (DPOC), doenças hematológicas
crônicas (principalmente anemia falciforme e púrpuras), doença renal crônica,
doença ácido pép3ca, hepatopa3as e doenças autoimunes)
CONDUTA COM PCT GRUPO B DENGUE
- Solicitar exames complementares: HEMOGRAMA! Outros exames deverão
ser solicitados de acordo com a condição clínica associada ou a critério
médico; - O paciente deve permanecer em acompanhamento e observação até o
resultado dos exames; - Prescrever hidratação oral conforme recomendado para o grupo A, até o
resultado dos exames; - Prescrever paracetamol e/ou dipirona.
- Paciente com hematócrito normal:
ü Tratamento em regime ambulatorial com reavaliação clínica diária – clínica e
laboratorial, até 48 horas após a queda da febre ou imediata, na presença de sinais de
alarme;
ü Orientar o paciente para não se automedicar, permanecer em repouso e procurar
imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramentos ou sinais/sintomas de
alarme;
ü Preencher “cartão da dengue” e liberar o paciente para o domicílio com orientações;
ü Orientar sobre a eliminação de criadouros do Aedes aegypA - Paciente com surgimento de sinais de alarme ou aumento do hematócrito:
ü Seguir conduta do grupo C. - Reavaliação a cada 24 horas
- Notificar o caso.
- Exames específicos para confirmação não são necessários para condução
clínica.
GRUPO C VLÇASSIFICAÇÃO DA DENGUE
- Caso suspeito de dengue.
- Com ou sem sangramento de pele. Sem hipotensão.
- Presença de um ou mais sinais de alarme:
ü Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e convnua.
ü Vômitos persistentes.
ü Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico).
ü Hipotensão postural e/ou lipovmia.
ü Hepatomegalia maior do que 2 cm abaixo do rebordo costal.
ü Sangramento de mucosa.
ü Letargia e/ou irritabilidade.
ü Aumento progressivo do hematócrito.
CONDUTA PCT GRUPO C DENGUE
- Iniciar a reposição volêmica imediata, em qualquer ponto de atenção,
independente do nível de complexidade, inclusive durante eventual
transferência para uma unidade de referência, mesmo na ausência de
exames complementares
Reposição volemica com 10ml/kg de soro fisiologico na 1 hora. Devem permanecer em acompanhamento em leito de internação ate estabilização- minimo 48h
- Notificar o caso;
- Após preencher critérios de alta, o retorno para reavaliação
clínica e laboratorial segue orientação conforme grupo B; - Preencher cartão de acompanhament;
- Orientar sobre a eliminação de criadouros do Aedes aegypti e
sobre a importância do retorno para reavaliação clínica; - Os pacientes do Grupo C devem permanecer em leito de
internação até estabilização e critérios de alta, por um período
mínimo de 48 horas.
GRUPO D DE CLASSIFICAÇÃO DA DENGUE
- Caso suspeito de dengue.
- Presença de sinais de
hipotensão ou choque,
sangramento grave ou
disfunção grave de
órgãos.
CONDUTA PCT GRUPO D DENGUE
- Reposição volêmica (adultos e crianças):
ü 20 ml/kg em até 20 minutos - em qualquer nível de complexidade, inclusive
durante eventual transferência para uma unidade de referência, mesmo na
ausência de exames complementares. - Oxigenioterapia
- Reavaliação clínica a cada 15-30 minutos e de hematócrito em 2 horas.
- Monitorização con`nua – leito de UTI
- Repe3r fase de expansão até três vezes – de acordo com reavaliação clínica
NoKficar o caso; - Após preencher critérios de alta, o retorno para reavaliação clínica e
laboratorial segue orientação conforme grupo B; - Preencher cartão de acompanhamento;
- Orientar o retorno após a alta.
SINAIS DE CHOQUE
QUANDO CONSIDERAR DENGUE GRAVE
Extravasamento de plasma, levando ao choque ou acúmulo de líquidos
com desconforto respiratório, sangramento grave ou sinais de disfunção
orgânica como o coração, os pulmões, os rins, o fígado e o sistema
nervoso central (SNC);
* O quadro clínico é semelhante ao observado no comprometimento desses
órgãos por outras causas;
* Derrame pleural e ascite podem ser clinicamente detectáveis;
* Aumento do hematócrito, quanto maior sua elevação maior será a
gravidade;
* Redução dos níveis de albumina
SINDROME DE CHOQUE NA DENGUE
- Volume críKco de plasma é perdido através do extravasamento;
- Geralmente ocorre entre os dias quatro ou cinco (com intervalo entre três
a sete dias) de doença; - Geralmente precedido por sinais de alarme;
- O período de extravasamento plasmáKco e choque leva de 24 a 48 horas –
equipe deve estar atenta à rápida mudança das alterações hemodinâmicas.
FASE DE RECUPERAÇÃO DA DENGUE
- Reabsorção gradual do conteúdo extravasado com progressiva melhora clínica, após a
fase críAca; - Complicações relacionadas à hiper-hidratação;
- Nesta fase o débito urinário se normaliza ou aumenta, podem ocorrer ainda
bradicardia e mudanças no eletrocardiograma; - Rash cutâneo acompanhado ou não de prurido generalizado;
- Infecções bacterianas poderão ser percebidas nesta fase ou ainda no final do curso
clínico. Tais infecções em determinados pacientes podem ter um caráter grave,
contribuindo para o óbito
OUTRAS FOMRAS GRAVES DE DENGUE
Hemorragias – pode ocorrer hemorragia massiva sem choque
prolongado e este sangramento massivo é critério de dengue grave.
Pacientes com histórico de úlcera pépKca ou gastrites, ou devido a
ingestão de ácido aceKl salicílico (AAS), anK-inflamatórios não esteroides
(AINES) e anKcoagulantes.
* Disfunções de órgãos – O grave compromeKmento orgânico, como
hepaKtes, encefalites, IRA ou miorcardites pode ocorrer sem o
concomitante extravasamento plasmáKco ou choque.
CRITERIOS DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR DE DENGUE
- Presença de sinais de alarme ou de choque, sangramento grave ou
comprometimento grave de órgão (grupos C e D); - Recusa na ingestão de alimentos e líquidos;
- Comprometimento respiratório: dor torácica, dificuldade respiratória,
diminuição do murmúrio vesicular ou outros sinais de gravidade; - Impossibilidade de seguimento ou retorno à unidade de saúde;
- Comorbidades descompensadas como diabetes mellitus, hipertensão
arterial, insuficiência cardíaca, uso de dicumarínicos, crise asmática etc; - Outras situações a critério clínico.
CONFIRMAÇÃO LABORATORIAL DA DENGUE
Métodos indicados:
* Sorologia (ELISA) – solicitada a par0r do sexto dia do início dos sintomas.
* Detecção de an`genos virais (NS1, isolamento viral, RT-PCR e
imunohistoquímica) – solicitados até o quinto dia do início dos sintomas.
* Se posi3vos confirmam o caso; se nega3vos, uma nova amostra para
sorologia IgM deve ser realizada para confirmação ou descarte
PERGUNTAS QUE NÃO PODE ESQUECER FRENTE A UM CASO SUSPEIOTO DE DENGUE
- É dengue?
- Em que fase (febril/críKca/recuperação) o paciente se encontra?
- Tem sinais de alarme?
- Qual o estado hemodinâmico e de hidratação? Está em choque?
- Tem condições preexistentes?
- O paciente requer hospitalização?
- Em qual grupo de estadiamento (grupos A, B, C ou D) o paciente se
encontra? - Febre de até 7 dias!
- Caracterizar o primeiro dia da doença / febre.
- Estadiamento antes da alta.
- Internação é para hidratação e monitorização dos sinais vitais.
- 10% dos pacientes evoluem para dengue grave.
QUAIS EXAMES LABORATORIAIS VAMOS PEDIR NA DENGUE
- Hemograma – principalmente hematócrito, indica
hemoconcentração; - Leucograma – leucopenia pode indicar outra infecção viral e
leucocitose não afasta doença; - Plaquetopenia não é fator de risco. A queda progressiva indica
que necessita maior vigilância.
COMO E ALTERADO O HEMATOCRITO NA DENGUE
- Um hematócrito no início da fase febril indica o valor basal do paciente;
- 1º ao 3º dia geralmente normal;
- Hematócrito em ascensão – marca o início da fase críKca;
- O valor é diretamente proporcional à gravidade