Apendicite Aguda Flashcards

1
Q

Diga as características da Apendicite Aguda

A

Causa mais comum de abdome aguda inflamatório

Condição grave que requer diagnóstico e tratamento precoce

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2
Q

Diga as características do Abdome Agudo inflamatório

A

Condição mórbida, súbita e inesperada
Manifestada pela presença de dor abdominal com menos de 8h de evolução
Decorrente de processo inflamatório
Localizado dentro da cavidade abdominal

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3
Q

Qual é a epidemiologia da Apendicite Aguda?

A

Acomete cerca de 7 a 8% da população ocidental
Prevalência: mais prevalente entre indivíduos da primeira à terceira década de vida (sobretudo dos 10 aos 19 anos e idade)
Mais prevalente no sexo M (1,4H: 1 mulher)
Baixa mortalidade se diagnosticado de forma precoce

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4
Q

Quais são os grupos que precisam de mais atenção? E por que?

A

Crianças
Idosos
Gestantes
Obesos mórbidos

Sintomatologia difere da Apendicite Aguda clássica

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5
Q

Quais são as características do apêndice?

A
Órgão vestigial 
Dotado de tecido linfoide 
Base fixa (região inferior do ceco) e ponta variável (anterior -pélvico ou ileal- ou posterior ao ceco - retrocecal (mais comum) ou retroileal) 

Variações anatômicas da ponta podem gerar localizações de dor diferente da AA clássica

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6
Q

Quais são as 4 fases da Apendicite Aguda?

A

Obstrução
Distensão
Isquemia
Perfuração

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7
Q

Quais são as causas da obstrução do lúmen do apêndice?

A

Pode ser secundário a:
Fecalito (agregado de fezes)
Hiperplasia Linfoide (crescimento das células B e T provoca aumento no tecido do apêndice)
Corpos Estranhos (sementes, contraste)
Parasitas intestinais (ex.: ascaris)
Tumor (raro+mais comum em população de idade mais avançada)

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8
Q

Como acontece a distensão do apêndice?

A

Consequente a secreção e estímulo de muco - produzido pelo apêndice - favorece o supercrescimento bacteriano (sobretudo bactérias Gram negativas e anaeróbias que habitam o TGI)

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9
Q

Como a distensão do apêndice provoca dor?

A

Estimula o peritônio visceral e parte fibras aferentes até a medula espinhal a nível de T8 a T10- gera dor periumbilical mal localizada

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10
Q

Quais são os tipos de dor abdominal?

A

Somática/Parietal: Localizada
Referida
Visceral (dor visceral do TGI é percebida na linha mediana)

Plexos nervosos fazem o mesmo trajeto que as artérias (origem embriológica comum dos órgãos do TGI)

Intestino anterior: esôfago - parte proximal do duodeno - inervado pelo plexo celíaco - gera dor em epidegastrio

Intestino médio: outra porção do duodeno até 2/3 próximas do cólon transverso: inervado pelo plexo mesentérico superior - gera dor em mesogastrio - dor periumbilical

Intestino Posteiror: resto do cólon transverso até o reto: inervado pelo plexo mesenterico inferior - gera dor visceral em mesogastrio

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11
Q

Como acontece a isquemia na Apendicite Aguda?

A

Isquemia:

Ocorre após aumento da pressão do órgão - gera acometimento linfático, arterial e venoso

Favorece ainda mais o crescimento bacteriano - produz exsudato neutrofilico - gera inflamação do apêndice (apendicite)

Inflamação quando toca no peritônio parietal: gera dor localizada na FID (aparece cerca de 12-24h da dor mal localizada inicial)

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12
Q

Como acontece a perfuração na Apendicite Aguda? E quais são as suas complicações?

A

Pode acontecer ou não

Se acontecer: só depois de 48h após único dos sintomas
Pode gerar 2 complicações:
-Abscesso Localizado (como se perfurasse, mas ficasse contido no apêndice)
-Peritonite Difusa (presente em casos mais graves)

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13
Q

Como é o OPQRST da Apendicite Aguda?

A

Origem: incidiosa e se inicia periumbilical
Palpação e Provocação: posição antalgica melhora em casos de peritonite (4ª fase) + sem piora
Qualidade:Constante + em pontada
MIGRA para FID (não irradia)
Sintomas associados: mais frequente: Náuseas, vômitos e anorexia (a depender da localização da ponta do apêndice: diarreia, obstipação, flatulência e disuria)
Tempo: Aguda (varia cerca de 12 a 24h de evolução)

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14
Q

O que pode ser encontrado no exame físico geral?

A

Pode se encontrar febre (sendo mais baixa na maioria dos casos - aprox. 38 graus)

Febre mais alta (<39°C)- crianças e casos mais graves

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15
Q

Crianças sempre terão sintomas de dor?

A

NÃO

podem ter febre, letargia, vômitos e diarreia

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16
Q

O que pode ser visto no exame físico do Abdome?

A

Ausculta: RHA diminuídos (peritonite difusa que quando toca no intestino gera diminuição da peristalse (Ileo paralítico)

Palpação: Pode observar massa palpável (pode pensar em abscesso) - apendicite complicada (perfuração)

Abdome em tábua/rígido: Sinal de peritonite difusa

17
Q

Quais são os 4 sinais da Apendicite que podem ser vistos na palpação?

A

1) Sinal de Blumberg: dor à descompressão brusca no ponto de McBurney
2) Sinal de Rovsing: dor em FID à compressão brusca de FIE (gases se deslocam pelo intestino e contribuírem para distensão do apendice - inflama - dor

3) Sinal do Psoas: dor em FID provocada pela extensão e ABDUCAO da coxa D com o paciente em decúbito lateral E
Mais relacionado com apêndice retrocecal

4) Sinal do Obturador: dor em HIPOGÁSTRIO provocada pela FLEXÃO e rotação INTERNA do quadro
Mais relacionado a apêndice de localização pélvica

18
Q

Quando pode-se fazer o exame ginecológico e de toque retal?

A

Caso o paciente não apresente sinais e sintomas que não são clássicos da Apendicite

Presença de dor não afasta diagnóstico de Apendicite (a depender da localização pode dar dor à palpação dos anexos e dor no exame de toque retal)

19
Q

Como deve ser o diagnóstico de AA e quando pedir exames laboratoriais?

A

Diagnóstico é EMINENTEMENTE CLÍNICO

em caso de dúvida: pode usar exames laboratoriais (ex.:hemograma e Sumário de Urina) ou exame de imagem (TC, USG, RM)

20
Q

O que podemos encontrar no Hemograma da AA?

A

Leucocitose leve (de 10 a 15 mil células) - na maioria dos pacientes

Leucocitose Elevada (acima de 20 mil celulas + desvio a esquerda) - pode indicar quadro de perfuração

21
Q

O que podemos encontrar no Sumario de Urina da AA?

A

Hematuria Microscópica e/ou piuria

-inflamação dos tecidos periapendiculares pode afetar ureter

Bacteriuria e Hematuria Macroscópica: pode excluir diagnóstico de apendicite e pensa em outras causas (ex.: ITU)

22
Q

Qual o fluxograma para escolha do exame de imagem?

A

Saber se quadro tem mais ou menos de 48h:

Se tiver mais de 48h: Indica Apendicite Complicada. pode ser abscesso localizado ou peritonite difusa

Se for peritonite - cirurgia
Se for abscesso - TC de abdome (exame padrão ouro) —- pode achar no exame físico massa palpável (plastrao)

Se tiver Menos de 48h:

Homem com quadro clinico tipico: cirurgia
Homem com quadro clínico atipico: TC
Se TC indicar AA: cirurgia
Se TC não indicar AA: observar e ver evolução (se indicar outra causa: tratar)

Mulher: mais diagnósticos diferenciais 
Mulher Gestante: USG 
      Se USG indicar AA- Cirurgia 
      Se não indicar AA - RM 
Mulher NÃO gestante: TC

Crianças: USG
Idosos: TC

23
Q

Como é feita o a TC? Quais são as suas indicações? Quais são os seus achados?

A

Feita com contraste endovenoso
Homem com quadro clínico atípico
Mulheres não gestantes
Idosos

Achados:

  • Diâmetro do apêndice > 7mm
  • Espessamento da parede do apêndice
  • Boreamento da gordura periapendicular - sinal inflamatório
  • Abscesso pariapendicular (casos mais graves)
  • Fluido peritoneal
24
Q

Quais são as indicações para a USG? Quais são os seus achados?

A

Gestantes
Crianças

Achados:
Diametro > 7mm
Espessamento da parede
Dor à compressão
Estrutura Luminal incompressível no transdutor
Aumento da ecogenicidade da gordura periapendicular

25
Q

Quais são as indicações para a USG? Quais suas características?

A

Gestantes que USG for inconclusiva ou crianças com USG inconclusiva

Não é muito pedida: baixa disponibilidade e alto custo

Pode encontrar os mesmos achados

26
Q

Caracterize o ESCORE DE ALVARADO

A

Usa 3 parâmetros:

História Clínica
Exame Físico
Exame Laboratorial

0-3 pontos: diagnóstico improvável de apendicite (avaliar outras causas)
4-6 pontos: diagnóstico provável de apendicite (observar por 12h - manter pontuação: cirurgia)
Maior ou igual a 7: Diagnóstico muito provável - Cirurgia

Pontua até chegar a 10 pontos, mas algumas literaturas não consideram desvio a esquerda como ponto, aí pontua até 9

Não usado, mas intessante a nível SUS (não precisa de exame de imagem para diagnóstico)

27
Q

Como deve ser o tratamento do Apêndice?

A

Apendicectomia

Mas antes: difere de apendicite não complicada para complicada

28
Q

Como deve ser feito o tratamento para apendicite não complicada?

A

Dose única de antibióticos no pre operatório

Antibiótico profilaxia

29
Q

Como deve ser feito o tratamento para apendicite complicada?

A

Peritonite:
Dose única pré operatória + no pós: continuar antibióticos até o paciente se manter afebril

Abscesso Localizado:
Não necessariamente fazer cirurgia naquele momento
Drenagemdo abscesso- Antibióticos terapia - colonoscopia de 4 a 6 semanas (investigar se massa palpável for de processo neoplásico)
Apendicectomia Tardia

30
Q

Qual é o esquema de antibiótico preconizado?

A

Cefalosporina de 3ª geração (bactérias Gram -): Ceftriaxona, 2g IV + Metronidazol 500mg IV (Derivado Imidazolico)

31
Q

O que fazer com relação aos antibióticos na Apendicite complicada?

A

Continuar com antibióticos

Ceftriaxona: 2g IV, 1x dia + Metronidazol 500mg IV, 8/8h

32
Q

Quais são as duas vias da apendicectomia e quais são as características de cada uma?

A

Laparoscópica: menor tempo de internamento, menos dor após 1° dia de Pós app, menor taxa de infecções m, retorno mais rápido às atividades

Aberta: curva de aprendizagem menor + menos custo operatório

33
Q

Como é o fluxograma da Apendicite Aguda?

A

Paciente com queixa de dor abdominal:

OPQRST (O: Periumbilical e Incidiosa; P: sem piora + melhora em posição antalgica em casos de peritonite; Q: Pontada e constante; R: migra para FID; S: Náuseas, Vômitos e Anorexia; T: Agudo)

Exame físico:
Estado geral: ver se tem febre, casos mais avançados podem ter febre mais alta

Palpacao: massa que pode indicar abscesso + abdome em tábua

Ausculta: RHA diminuídos em casos de peritonite

4 Sinais especiais: Blumberg, Psoas, Rovsing, Obturador

Anamnese + EF: pode fechar diagnóstico (é eminentemente clínico)

Exame complementar:

Laboratoriais:

  • Hemograma: leucocitose leve (maioria) e leucocitose elevada + desvio a E (quadros mais graves)
  • Sumário de Urina: Hematuria microscópica e/ou piuria
Imagem: 
>48h: Complicada: Abscesso- TC, Peritonite: Cirurgia 
<48h: 
Homem com QC clássico: Cirurgia 
Homem sem QC clássico: TC 
    se +: cirurgia 
    Se - : Observação 
Mulher: 
-Gestante: USG 
    Se +: cirugia
    Se - : RM
-Não gestante: TC
Crianças: USG 
Idosos: TC

Tratamento cirúrgico: Laparotomia ou Laparoscopia

Antes:
Complicada:
-Peritonite: Antibiótico profilaxia e terapia até ficar afebril
-Abscesso: 1° Drena - Colonoscopia- Antibióticos - Apendicectomia Tardia

Não complicada: Antibiótico profilaxia com dose única pré operatória

Cefalosporina de 3a geração + Metronidazol