Anemias Hemolíticas Flashcards
Qual é a fisiopatologia do Défice em G6PD?
A G6PD é responsável por formar o NADPH que forma glutationa reduzida que protege os GV do stress oxidativo, torna o Fe2+ em Fe3+ e forma superóxido que ajuda os neutrófilos a combater infeções. É uma doença de transmissão ligada ao X e pode ser causada por alimentos (principalmente favas), medicamentos (antipalúdicos, antiinflamatórios, antipiréticos etc.
Como está o hemograma no défice de G6PD? Que crises podem ocorrer?
O hemograma está normal entre crises. Podem ocorrer síndromes de icterícia neonatal e anemia hemolítica com stress oxidativo
Como fazemos o diagnóstico de défice em G6PD?
Pelo hemograma (com achados de anemia hemolítica), ESP que vai apresentar as bite cells e os corpos de Heinz que correspondem a hemoglobina precipitada pelo stress oxidativo, sendo visíveis pela coloração supravital e pelo doseamento enzimático (este só pode ser feito fora das crises porque se não estamos a dosear a enzima dos reticulócitos que pode ser normal e após 4 meses das transfusões porque se não estaríamos a dosear o dador)
Qual é o tratamento para as crises de défice em G6PD?
Suspender o agente causador da crise (a recuperação assim deve ser total) e, se a anemia for muito grave, transfundir
Qual é a fisiopatologia das anemias hemolíticas autoimunes por Ac quentes?
Aqui os GV estão revestidos por IgG o que leva a que os macrófagos os digiram, perdendo parte da membrana.Para compensar a perda de superfície, os GV tornam-se mais esféricos sendo depois destruídos pelo baço (levando a esplenomegália). Assim, são anemias extravasculares cuja causa principal são doenças autoimunes e doenças linfoproliferativas. Pode aparecer em qualquer idade, em ambos os sexos.
Como fazemos o diagnóstico de Anemias Hemolíticas Autoimunes a Quente?
Hemograma (dados de anemia hemolítica), ESP (com esferócitos), DAT+
Anemias Hemolíticas Autoimunes a Quente
Como tratamos Anemias Hemolíticas Autoimunes a Quente?
Tratamos a doença de base e administramos corticoides e, como é anemia hemolítica, damos ácido fólico. Se for muito grave podemos administrar ainda imunoglobulina ou transfundir. Em 2a linha damos Ac monoclonal anti-CD20 (rituximab) e em última linha fazemos esplenectomia (porque a hemólise é extravascular)
Qual é a patofisiologia da drepanocitose?
É uma doença autossómica recessiva em que há substituição de glutamato por valina na posição 6 da cadeia beta. Aqui, forma-se a HbS que não é solúvel, formando cristais quando exposta a desoxigenação. Isto leva a que o GV polimerize e adquira uma forma em foice que leva a hemólise e a obstrução vascular. Podem ser homozigóticas se forem SS ou heterozigóticas S+ß talassémia, S+C ou S+D. Não é transfusão dependente.
Que crises podem ser desencadeadas na drepanocitose?
Vasoclusivas (Dolorosas ou Viscerais), Hemolíticas ou Aplásticas
O que acontece nas crises vasoclusivas dolorosas da drepanocitose?
Ocorrem enfartes muito dolorosos nos ossos, sendo espontâneas ou desencadeados por hipóxia, infeções, acidose, cirurgias, desidratação, etc. A síndrome mão-pé é causada por enfarte das pequenas articulações, sendo muitas vezes a 1a apresentação da doença
O que acontece nas crises vasoclusivas viscerais da drepanocitose?
Pode originar:
- Síndrome Torácica Aguda: dispneia, dor torácica, baixa pressão de O2 e infiltrados pulmonares Deve ser tratada com oxigéneo, analgesia e suporte ventilatório (se necessário).
- Sequestraçã Esplénica: dor abdominal, esplenomegália, diminuição da Hb. Mais comum nos bebés a partir dos 3/6 meses quando ocorre troca das cadeias globínicas. Fazemos transfusão
O que acontece nas crises aplásticas na drepanocitose?
Há diminuição da Hb e dos reticulóticos, sendo desencadeada for folatos ou infeção por parvovírus B19.
Para além das crises vasoclusivas, hemolíticas e aplásticas o que pode ocorrer derivado da drepanocitose?
Úlceras nas pernas, hipertensão pulmonar, cálculos vesiculares, osteomielite, retinopatia proliferativa e autoesplenectomia (em que o baço reduz de tamanho por múltiplos enfartes)
Como fazemos o diagnóstico de Drepanocitose?
Hemograma, ESP (que vai mostrar drepanócitos), estudo de hemoglobinas por HPLC (presença de HbS) e, se necessário, estudo genético.
Como tratamos a drepanocitose?
Com os 8 A’s:
- Ar (oxigenar, por sonda ou máscara)
- Água (Hidratar)
- Aquecer (evitar frio porque origina vasoconstrição periférica)
- Analgesia
- Antipirético (se houver febre)
- Antibiótico (se houver febre e suspeita de foco infecioso)
- Alcalinizar (se houver acidose)
- Ácido fólico