Anemias Hemolíticas Flashcards

1
Q

Qual é a fisiopatologia do Défice em G6PD?

A

A G6PD é responsável por formar o NADPH que forma glutationa reduzida que protege os GV do stress oxidativo, torna o Fe2+ em Fe3+ e forma superóxido que ajuda os neutrófilos a combater infeções. É uma doença de transmissão ligada ao X e pode ser causada por alimentos (principalmente favas), medicamentos (antipalúdicos, antiinflamatórios, antipiréticos etc.

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2
Q

Como está o hemograma no défice de G6PD? Que crises podem ocorrer?

A

O hemograma está normal entre crises. Podem ocorrer síndromes de icterícia neonatal e anemia hemolítica com stress oxidativo

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3
Q

Como fazemos o diagnóstico de défice em G6PD?

A

Pelo hemograma (com achados de anemia hemolítica), ESP que vai apresentar as bite cells e os corpos de Heinz que correspondem a hemoglobina precipitada pelo stress oxidativo, sendo visíveis pela coloração supravital e pelo doseamento enzimático (este só pode ser feito fora das crises porque se não estamos a dosear a enzima dos reticulócitos que pode ser normal e após 4 meses das transfusões porque se não estaríamos a dosear o dador)

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4
Q

Qual é o tratamento para as crises de défice em G6PD?

A

Suspender o agente causador da crise (a recuperação assim deve ser total) e, se a anemia for muito grave, transfundir

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5
Q

Qual é a fisiopatologia das anemias hemolíticas autoimunes por Ac quentes?

A

Aqui os GV estão revestidos por IgG o que leva a que os macrófagos os digiram, perdendo parte da membrana.Para compensar a perda de superfície, os GV tornam-se mais esféricos sendo depois destruídos pelo baço (levando a esplenomegália). Assim, são anemias extravasculares cuja causa principal são doenças autoimunes e doenças linfoproliferativas. Pode aparecer em qualquer idade, em ambos os sexos.

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6
Q

Como fazemos o diagnóstico de Anemias Hemolíticas Autoimunes a Quente?

A

Hemograma (dados de anemia hemolítica), ESP (com esferócitos), DAT+

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7
Q

Anemias Hemolíticas Autoimunes a Quente

Como tratamos Anemias Hemolíticas Autoimunes a Quente?

A

Tratamos a doença de base e administramos corticoides e, como é anemia hemolítica, damos ácido fólico. Se for muito grave podemos administrar ainda imunoglobulina ou transfundir. Em 2a linha damos Ac monoclonal anti-CD20 (rituximab) e em última linha fazemos esplenectomia (porque a hemólise é extravascular)

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8
Q

Qual é a patofisiologia da drepanocitose?

A

É uma doença autossómica recessiva em que há substituição de glutamato por valina na posição 6 da cadeia beta. Aqui, forma-se a HbS que não é solúvel, formando cristais quando exposta a desoxigenação. Isto leva a que o GV polimerize e adquira uma forma em foice que leva a hemólise e a obstrução vascular. Podem ser homozigóticas se forem SS ou heterozigóticas S+ß talassémia, S+C ou S+D. Não é transfusão dependente.

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9
Q

Que crises podem ser desencadeadas na drepanocitose?

A

Vasoclusivas (Dolorosas ou Viscerais), Hemolíticas ou Aplásticas

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10
Q

O que acontece nas crises vasoclusivas dolorosas da drepanocitose?

A

Ocorrem enfartes muito dolorosos nos ossos, sendo espontâneas ou desencadeados por hipóxia, infeções, acidose, cirurgias, desidratação, etc. A síndrome mão-pé é causada por enfarte das pequenas articulações, sendo muitas vezes a 1a apresentação da doença

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11
Q

O que acontece nas crises vasoclusivas viscerais da drepanocitose?

A

Pode originar:

  • Síndrome Torácica Aguda: dispneia, dor torácica, baixa pressão de O2 e infiltrados pulmonares Deve ser tratada com oxigéneo, analgesia e suporte ventilatório (se necessário).
  • Sequestraçã Esplénica: dor abdominal, esplenomegália, diminuição da Hb. Mais comum nos bebés a partir dos 3/6 meses quando ocorre troca das cadeias globínicas. Fazemos transfusão
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12
Q

O que acontece nas crises aplásticas na drepanocitose?

A

Há diminuição da Hb e dos reticulóticos, sendo desencadeada for folatos ou infeção por parvovírus B19.

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13
Q

Para além das crises vasoclusivas, hemolíticas e aplásticas o que pode ocorrer derivado da drepanocitose?

A

Úlceras nas pernas, hipertensão pulmonar, cálculos vesiculares, osteomielite, retinopatia proliferativa e autoesplenectomia (em que o baço reduz de tamanho por múltiplos enfartes)

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14
Q

Como fazemos o diagnóstico de Drepanocitose?

A

Hemograma, ESP (que vai mostrar drepanócitos), estudo de hemoglobinas por HPLC (presença de HbS) e, se necessário, estudo genético.

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15
Q

Como tratamos a drepanocitose?

A

Com os 8 A’s:

  • Ar (oxigenar, por sonda ou máscara)
  • Água (Hidratar)
  • Aquecer (evitar frio porque origina vasoconstrição periférica)
  • Analgesia
  • Antipirético (se houver febre)
  • Antibiótico (se houver febre e suspeita de foco infecioso)
  • Alcalinizar (se houver acidose)
  • Ácido fólico
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16
Q

Qual é a fisiopatologia da esferocitose hereditária?

A

É de transmissão autossómica dominante com expressão variável. Ocorre por mutações a nvel da espectrina, anquirina, proteína de banda 3 e 4.2 que originam alterações a nível das interações verticais entre o citoesqueleto e da membrana lipídica. Como os GV vão perdendo partes da membrana, para compensar a perda de superfície tornam-se cada vez mais esféricos, levando a que estes sejam destruídos pelo baço.

17
Q

Quais são as manifestações clínicas das esferocitose hereditária?

A

Icterícia, esplenomegália, cálculos biliares pigmentados e crises aplásticas por infeções por parvovírus. Como há destruição dos GV pode haver hiperplasia eritroide uma vez que a MO vai tentar produzir mais para compensar.

18
Q

Como diagnosticamos a esferocitose hereditária?

A

Hemograma (única anemia com aumento do HMCM), ESP (esferócitos e células em cogumelo que são patogmónicas). Depois fazemos sempre EMA (em que se analisa a fluorescência: como esta adere à proteína de banda 3, se esta estiver em falta, a fluorescência vai ser menor) com criohemólise (o esferócito rebenta porque não tem caidade de se adaptar a temperaturas extremas ao contrário do GV) OU AGLT (põe-se água no GV sendo que os esferócitos rebentam primeiro por perda de superfície). Também temos que fazer DAT sempre que há esferócitos no ESP para descartar anemia autoimune, sendo que aqui estará negativo

19
Q

Como tratamos a Esferocitose Hereditária?

A

Suplementamos com ácido fólico. Se houver necessidade clínica fazemos a esplenectomia (reagem muito bem) com vacinação necessária para pneumococcus, haemophilus e meningite.

20
Q

Qual é a fisiopatologia da eliptose hereditária?

A

É de transmissão autossómica dominante, sendo que se for homozigótica é mortal. Há mutações a nível da espectrina alfa e da proteína 4.1, o que altera as interações horizontais não interferindo com a superfície, logo a cromia é normal e os testes de screening negativos. Como os eliptócitos são mais deformáveis, as manifestações clínicas vão ser mais leves.

21
Q

Quais são as características do défice em PK?

A

É uma doença de transmissão autossómica recessiva em que há uma alteração a nível da via glicolítica, havendo menos ATP o que torna os GV mais rijos.

22
Q

Como fazemos o diagnóstico do défice em PK?

A

Pelo hemograma, ESP e doseamento enzimático (nas crises podemos dosear os pais)

23
Q

Qual é o tratamento para o défice em PK?

A

Se o doente estiver sempre a fazer transfusões efetuamos a esplenectomia, que ainda que não cure, ajuda

24
Q

Qual é a fisiopaotologia das anemias autoimunes por Ac frios?

A

O IgM liga-se aos GV e fixa o complemento levando a que ocorra hemólise intravascular. Causado principalmente por macroglobulinémia de Walderstrom e causas infeciosas

25
Q

Como fazemos o diagnóstico na Anemia Autoimune por Acs frios?

A

Hemograma, ESP (menos esferócitos do que na quente e crioaglutinação dos GV), DAT +

26
Q

Como tratamos a Anemia Autoimune por Acs frios?

A

Tratamos a causa de base

27
Q

Como ocorrem as talassémias?

A

Por mutações nos genes das cadeias alfa - cromossoma 16 - ou ß - cromossoma 11 - da hemoglobina. Isto leva a que haja uma redução do número de tetrâmeros eficazes originando anemias hemolíticas, geralmente microcíticas e hipocrómicas. É mais provável haver formas graves da ß talassémia uma vez que esta só tem 2 genes do que da alfa que tem 4. São de transmissão autossómica recessiva.

28
Q

Qual é a fisiopatologia da alfa talassémia?

A

Ocorre por deleções nos genes que codificam as cadeias alfa, no cromossoma 16.
Se há perda de 1 gene: não há anemia (apenas VGM e HCM mais baixos)
Se há perda de 2 genes: há anemia microcítica hipocrómica ligeira
Se há perda de 3 genes: anemia microcítica hipocrómica grave, com esplenomegália (Doença da HbH)
Se há perda dos 4 genes: hidrópsia fetal (incompatível com a vida)

29
Q

Como se caracteriza a doença da HbH?

A

Corresponde a talassémia alfa grave, por deleção de 3 genes. Não é dependente de transfusões e cursa com icterícia, esplenomegália e atraso de crescimento nas crianças.

30
Q

Como fazemos o diagnóstico de doença da HbH?

A

Hemograma (anemia microcítica hipocrómica e reticulocitose), ESP (células em alvo, poiquilocitose, microcitose, hipocromia), Estudo de Hemoglobina por HPLC (deteta HbH com redução da HbA2). Pode ser confirmado com testes moleculares

31
Q

Como tratamos a doença da HbH?

A

De forma preventiva administramos ácido fólico, multivitamínicos e dieta com baixo teor em ferro.
Nas crises hemolíticas agudas, anemias graves, atrasos de crescimento podemos fazer transfusão, se houver sobrecarga de ferro damos quelantes de ferro e, se necessário, fazemos esplenectomia+colecistectomia.

32
Q

Como ocorre a ß talassémia?

A

Por mutações nos gene que codificam as cadeias ß da globina no cromossoma 11, levando há redução ou ausência de síntese destas cadeias. A minor não cursa com hemólise. Pode haver hematopoiese extramedular para tentar compensar.

33
Q

Que manifestações clínicas podem surgir pela ß talassémia?

A

Atraso no crescimento, anemia grave (a partir dos 3-6 meses), hepatoesplenomegalia, expansão dos ossos por hiperplasia eritroide, fácies talassémico (com formações no crânio com aspeto radiológico de fios de escova), doença hepática e infeções frequentes.

34
Q

Como diagnosticamos uma ß talassémia?

A

Por hemograma (anemia microcítica hipocrómica com reticulocitose), ESP (eritroblatos, células em alvo, microcitose e hipocromia), Estudo de Hemoglobina por HPLC (na minor tem HbA2>3.5, na intermédia há aumento da HbF, HbA2 e redução da HbA, na major há aumento da HbF)

35
Q

Quais são as cracterísticas e o tratamento da ß talassémia minor?

A

Genótipo ß/ß0 ou ß/ß+, assintomática. Diagnosticada quando no estudo das Hb por HPLC a HbA2>3.5%. Geralmente mais grave no que o traço alfa- na alfa talassémia. O tratamento passa apenas por aconselhamento genético

36
Q

Quais são as características da ß talassémia major e qual o tratamento?

A

Genótipo ß0/ß0 ou ß0/ß+. Há anemia microcítica hipocrómica severa com níveis de Hb entre os 4-5 g/dL. É dependente de transfusões. Há hematopoiese extramedular e hepatoesplenomegália. No HPLC há ausência da HbA, aumento da HbF e quantidade residual de HbA2. O tratamento passa por transfusões que podem levar a sobrecarga de ferro por isso damos quelantes de ferro. Podemos fazer ainda esplenectomia. A única cura seria o transplante de MO.

37
Q

Quais são as características da ß talassémia intermédia e qual o tratamento?

A

Genótipo ß+/ß+ ou ß+/ß0, não é dependente de transfusões. Os valores de Hb estão entre 7-10 g/dL. No HPLC há diminuição da HbA e aumento da HbA2 e da HbF. Nas crises hemolíticas ou na hematopoiese extramedular podemos fazer transfusão e quelantes de ferro. Depois podemos dar hidroxiureia que é um indutor dos genes gama globínicos, ácido fólico e, se necessário, esplenectomia e colecistectomia.