Abdome Agudo Flashcards
Localização da dor visceral:
- epigástrio: estômago, duodeno
- mesogástrio: jejuno, íleo, cólon direito, cólon transverso
- hipogástrio: cólon esquerdo, sigmoide, reto
Principais causas de Apendicite Aguda:
- obstrução por fecalito/apendicolito
2. obstrução por hiperplasia linfoide (algumas referências colocam como principal causa nas crianças)
Flora bacteriana do Apêndice:
- semelhante a do cólon
- predomínio de anaeróbios e gram-negativos
- E coli, B fragilis
Manifestações clínicas da Apendicite Aguda:
- dor em mesogástrio
- anorexia, náuseas, vômitos
- migração da dor para FID (ponto de McBurney) após 12-24h
- febre baixa (~38°C), defesa abdominal
Sinais na Apendicite Aguda:
- Blumberg: dor à descompressão brusca da FID
- Rovsing: dor à descompressão brusca da FIE
- Dunphy: piora de dor em FID com a tosse
- Lenander: temperatura retal > axilar em 1°C
- Lapinsky: dor em FID ao elevar o MID esticado
Grupos que evoluem com quadros atípicos de Apendicite Aguda:
- crianças
- gestantes
- idosos
- obesos
Complicações da apendicectomia:
- infecção do sítio cirúrgico
- obstrução intestinal
Conduta nas Apendicites precoces, sem complicações:
- hidratação + correção de DHE
- antibioticoprofilaxia
- apendicectomia (aberta ou laparoscópica)
Conduta nas Apendicites com peritonite difusa:
- reposição volêmica agressiva + correção de DHE
- antibioticoterapia
- cirurgia de urgência
Conduta nas Apendicites tardias (>48h):
- exame de imagem (escolha: TC)
- sem complicações: tratar = apendicite precoce
- presença de fleimão: ATB + colonoscopia em 4-6 semanas +/- apendicectomia em 6-8 semanas
- presença de abcesso: drenagem + ATB + colonoscopia em 4-6 semanas +/- apendicectomia em 6-8 semanas
Principais complicações da DIverticulose:
- diverticulite (25%) - cólon E
- hemorragia (15%) - cólon D
Quadro clínico da Diverticulite:
- dor em QIE (sigmoide) - recorrente, alguns dias de evolução
- febre com calafrios
- alteração no hábito intestinal e urinário
Classificação de Hinchey:
- 0 = diverticulite não-complicada
- I = abcesso local
a: fleimão
b: abcesso pericólico - II = abcesso pélvico
- III = peritonite purulenta generalizada
- IV = peritonite fecal generalizada
Diagnóstico de Diverticulite:
- TC
- colonoscopia após 4-6 semanas
Tipos de Doença Vascular Intestinal:
- isquemia mesentérica aguda
- isquemia mesentérica crônica
- colite isquêmica
Causas de Isquemia Mesentérica Aguda:
- embolia (50%)
- vasoconstricção (20%)
- trombose arterial (15%)
- trombose venosa (5%)
Quadro clínico da Isquemia Mesentérica Aguda:
- dor intensa, desproporcional ao exame físico
- temperatura retal < temperatura axilar
- metabolismo anaeróbio»_space;> aumento de lactato»_space;> acidose metabólica»_space;> taquipneia
- irritação peritoneal (sintoma tardio)
Diagnóstico de Isquemia Mesentérica Aguda:
- ex. laboratoriais: leucocitose, acidose, aumento de lactato
- RX: pneumatose intestinal (sinal tardio)
- Angio-TC: falha no enchimento do contraste (mais utilizado)
- Angiografia: padrão-ouro
Tratamento da Isquemia Mesentérica Aguda por embolia ou trombose:
- hidratação, correção de DHE e ácido-básicos, etc
- heparinização
- laparotomia: embolectomia/trombectomia + ressecção de alças necrosadas
- papaverina pós-operatória (evita vasoespasmo)
Tratamento da Isquemia Mesentérica Aguda por vasoconstricção:
- hidratação, correção de DHE e ácido-básicos, etc
- papaverina intra-arterial (p/ reestabelcer a vascularização)
- cirurgia se: irritação peritoneal, refratariedade, sinais de infarto intestinal na angiografia
Causa e quadro clínico da Isquemia Mesentérica Crônica:
- causa: aterosclerose
- quadro clínico:
. angina mesentérica - “comeu, doeu”
. emagrecimento
. sintomas de doença aterosclerótica em outros sítios
Diagnóstico e TTO da Isquemia Mesentérica Crônica:
- diagnóstico: angiografia mesentérica
- TTO: cirurgia de revascularização (pacientes jovens, com boas condições pré-operatórias) ou angioplastia (colocação de stent)
Quadro clínico da Colite Isquêmica:
- dor abodminal leve a moderada, principalmente em QIE
- febre
- diarreia mucossanguinolenta/hematoquezia
Locais mais acometidos pela Colite Isquêmica:
- flexura esplênica
- junção retossigmóide
Diagnóstico de Colite Isquêmica:
- enema opaco: sinal da impressão digital (thumbprinting)
- retossigmoidoscopia flexível: mucosa inflamada, hemorrágica
Tratamento da Colite Isquêmica:
- suporte clínico
- retirada de agentes potencialmente ofensivos
- cirurgia se: hemorragia, peritonite, colite fulminante, refratariedade
Principais causas de Pancreatite Aguda:
- biliar (30-60%)
- alcoólica (15-30%)
- drogas
- pós-CPRE
Quadro clínico da Pancreatite Aguda:
- dor em barra em abdome superior, que irradia para dorso
- náuseas, vômitos incoercíveis
Alterações que sugerem Pancreatite Aguda nos exames laboratoriais:
- Amilase > 3x LSN:
. declina após 12h de início dos sintomas (suspeitar de complicação caso persista elevada)
. não é específica (se eleva em várias outras situações)
. não guarda relação com a gravidade do quadro - Lipase > 3x LSN:
. se mantém elevada por mais tempo (auxilia no diagnóstico de pancreatites com >72h)
. mais específica que a amilase
. não guarda relação com a gravidade do quadro
Ultrassonografia na Pancreatite Aguda:
- para definir a causa da pancreatite (existe ou não colelitíase?)
- fazer em todos os pacientes
TC de abdômen na Pancreatite Aguda:
- padrão-ouro
- quando solicitar?
. nos casos duvidosos, de forma precoce
. nos casos graves, de forma tardia (após 72-96h, momento em que a agressão ao parênquima é máxima)
Critérios de Atlanta para diagnóstico de pancreatite:
- pelo menos 2 dos seguintes achados:
. clínica - dor em barra em abdome superior, que irradia para dorso
. laboratório - amilase/lipase > 3x o LSN
. imagem - TC ou RM com alterações compatíveis com Pancreatite Aguda
Critérios de Atlanta para classificação da gravidade da pancreatite:
- leve = sem disfunção orgânica, sem complicações locais
- moderadamente grave = falência orgânica transitória (<48h) ou complicação local isolada
- grave = falência orgânica persistente (>48h)
Tratamento da Pancreatite Aguda Leve:
- suporte: repouso, analgesia, dieta zero, antieméticos, hidratação venosa
Tratamento da Pancreatite Aguda Grave:
- reposição volêmica: infusão de grandes volumes de solução cristaloide (Ringer Lactato), até atingir uma diurese > 0,5ml/kg/h
- internação em leito de UTI
- suporte: repouso, analgesia, dieta zero, antieméticos
- suporte nutricional: nutrição enteral (escolha) ou NPT, após 72h de internação
- antibioticoprofilaxia com Imipenem (controversa, geralmente não e feita!)
Abordagem das vias biliares nas Pancreatites Agudas:
- pancreatite leve: colecistectomia na mesma internação (precoce ou tardia - mais comum, após a resolução dos sintomas)
- pancreatite grave: CPRE nos casos de colangite ou obstrução mantida da via biliar / colecistectomia após 6 semanas
Coleção fluida aguda:
- estéril: conduta expectante
- infectada: punção percutânea guiada por método de imagem + ATB
Pseudocisto:
- após 4-6 semanas do início do quadro (antes = coleção fluida aguda)
- se sintomático, aumento progressivo do diâmetro ou com complicações (abcesso, perfuração, hemorragia): abordar com EDA + cistogastrostomia ou colocação de stent no ducto pancreático principal
- demais: conduta expectante
Necrose pancreática:
- gás na TC
- se infectada: laparotomia + necrosectomia + ATB
- não-infectada: expectante
Tratamento da Diverticulite Aguda:
. não-complicada:
suporte +
ATB +
cirurgia eletiva (fístula colovesical ou imunossupresão)
. complicada - Hinchey I e II:
drenagem do abcesso (se > 4cm) +
ATB +
cirurgia eletiva
. complicada - Hinchey III e IV:
cirurgia de urgência (colectomia à Hartmann)
*lavagem laparoscópica é opção para Hinchey III