8 Flashcards
Como o autoconceito se desenvolve durante a segunda infância e como as crianças demonstram autoestima, crescimento emocional e iniciativa?
O autoconceito sofre grandes mudanças na segunda infância. De acordo com um modelo neopiagetiano, a autodefinição passa de simples representações a mapeamentos representacionais. Crianças pequenas não veem a diferença entre a identidade real e a identidade ideal. A autoestima na segunda infância tende a ser global e irrealista, refletindo a aprovação dos adultos. A compreensão das emoções direcionadas à própria criança e das emoções simultâneas se desenvolve gradualmente. Segundo Erikson, o conflito de desenvolvimento na
segunda infância é o de iniciativa versus culpa. A resolução bem-sucedida desse conflito resulta em virtude do
propósito.
Como meninos e meninas tornam-se conscientes do
significado do gênero, e como explicar as diferenças comportamentais entre os sexos?
A identidade de gênero é um aspecto do autoconceito em desenvolvimento. A principal diferença de gênero na segunda infância é a maior agressividade dos meninos. As meninas tendem a ser mais empáticas e pró-sociais e menos propensas a ter problemas comportamentais. Algumas diferenças cognitivas aparecem já bem cedo, outras só na pré-adolescência ou mais tarde. As crianças aprendem os papéis de gênero bem cedo
por meio da tipificação de gênero. Os estereótipos de gênero atingem um ponto máximo durante os anos de pré-escola. Cinco importantes perspectivas sobre o desenvolvimento do gênero são a biológica, a evolucionista, a psicanalítica, a cognitiva e a da aprendizagem social. Evidências sugerem que algumas diferenças de gênero
podem ser de base biológica. A teoria evolucionista considera os papéis de gênero das
crianças uma preparação para o comportamento de acasalamento adulto. Na teoria freudiana, a criança se identifica com o genitor do mesmo sexo depois de ter desistido do desejo de
possuir o genitor do sexo oposto. A teoria cognitivo desenvolvimental sustenta que a identidade de gênero se desenvolve sobre a consciência que se tem do próprio gênero. Segundo Kohlberg, a constância de gênero leva à aquisição de seus papéis. A teoria do
esquema de gênero sustenta que a criança categoriza as informações relacionadas ao gênero, observando o que
homens e mulheres fazem em sua cultura. Segundo a teoria social cognitiva, a criança aprende os papéis de gênero por meio da socialização. Os pais, os colegas, a mídia e a cultura influenciam a tipificação de gênero.
Como as crianças em idade pré-escolar brincam, e de que maneira o brincar reflete e contribui para o desenvolvimento?
O brincar traz benefícios físicos, cognitivos e psicossociais. As mudanças nos tipos de brincadeira em que a
criança se envolve refletem os desenvolvimentos cognitivo e social. Segundo Smilansky, a criança progride cognitivamente do jogo funcional para o jogo construtivo, o jogo dramático e então para jogos formais com regras. O jogo dramático torna-se cada vez mais comum durante a segunda infância e ajuda a criança a desenvolver habilidades sociais e cognitivas. Brincadeiras impetuosas também
têm início durante a segunda infância. Segundo Parten, o brincar torna-se mais social durante a segunda infância. No entanto, pesquisas posteriores
constataram que jogos não sociais não são necessariamente um sinal de imaturidade. As crianças preferem brincar (e brincar mais socialmente) com outras do mesmo sexo. Aspectos cognitivos e sociais do brincar são influenciados pelos ambientes culturalmente aprovados que os
adultos criam para as crianças.
Como as práticas de parentalidade influenciam o
desenvolvimento?
A disciplina pode ser uma poderosa ferramenta de socialização. Tanto o reforço positivo quanto a punição administrada
com prudência podem ser instrumentos apropriados de
disciplina no contexto de um relacionamento positivo entre pais e filhos. Afirmação de poder, técnicas indutivas e retirada do
amor são três categorias de disciplina. A argumentação
geralmente é o recurso mais eficaz, e a afirmação de poder é a de menos eficácia, pois promove a internalização de padrões parentais. Palmadas e outras formas de castigo corporal podem trazer consequências negativas. Baumrind identificou três estilos de parentalidade: autoritário, permissivo e democrático. Um quarto estilo, negligente ou omisso, foi identificado mais tarde. Pais
democráticos tendem a criar filhos mais competentes. Entretanto, os resultados obtidos por Baumrind podem ser enganosos quando aplicados a algumas culturas
Por que as crianças pequenas ajudam ou ferem as outras e por que desenvolvem medos?
As primeiras manifestações do altruísmo e do compor
tamento pró-social surgem bem cedo. Talvez se trate de
uma disposição inata, que pode ser cultivada pelo modelo parental e por incentivo. Agressão instrumental – primeiro física, depois verbal – é
mais comum na segunda infância. Os meninos tendem a praticar a agressão explícita, enquanto as meninas geralmente se envolvem em agressão relacional. Crianças em idade pré-escolar demonstram medos temporários de objetos e eventos reais e imaginários; os medos de crianças mais velhas tendem a ser mais
realistas.
Como as crianças pequenas se relacionam com
irmãos, colegas e amigos?
A maioria das interações entre irmãos é positiva. Os irmãos mais velhos tendem a tomar as iniciativas e os irmãos mais novos imitam. Irmãos do mesmo sexo, sobretudo meninas, relacionam-se melhor. Irmãos tendem a resolver conflitos com base em princípios morais. O tipo de relacionamento que a criança tem com os
irmãos geralmente se transfere para o relacionamento
com os colegas. Filhos únicos parecem se desenvolver pelo menos tão bem quanto crianças que têm irmãos. Crianças em idade pré-escolar escolhem colegas e amigos que sejam como elas e com quem tenham experiências positivas. Crianças agressivas são menos populares que crianças pró-sociais