10 Flashcards
Como as crianças em idade escolar desenvolvem
um autoconceito saudável e realista, e como elas demonstram crescimento emocional?
O autoconceito torna-se mais realista durante a terceira infância, quando, de acordo com um modelo neopiagetiano, a criança forma sistemas representacionais. De acordo com Erikson, a principal fonte de autoestima é como a criança vê sua competência produtiva. Essa virtude se desenvolve por meio da resolução do quarto
conflito psicossocial – produtividade versus inferioridade. As crianças em idade escolar internalizaram a vergonha e o orgulho e podem entender melhor e regular as emoções negativas. A empatia e o comportamento pró-social aumentam. O crescimento emocional é afetado pelas reações dos pais à expressão de emoções negativas. A regulação emocional envolve controle por esforço
Como os relacionamentos entre pais e filhos se
transformam na terceira infância, e como a atmosfera
e a estrutura familiar influenciam o bem-estar das crianças?
Crianças em idade escolar passam menos tempo com os pais e estão menos próximos a eles do que antes, mas o
relacionamento com os pais continua sendo importante. A cultura influencia as relações e papéis familiares. O ambiente familiar tem dois grandes componentes: a
estrutura familiar e a atmosfera familiar. O desenvolvimento da corregulação pode afetar o modo como a família lida com os conflitos e a disciplina. O impacto causado pelo fato de a mãe trabalhar fora depende de muitos fatores relativos à criança, ao trabalho
da mãe e ao que ela sente a respeito; depende ainda de
ela ter um parceiro que a apoia; do nível socioeconômico
da família; e do tipo de cuidados e grau de monitoração recebidos pela criança. A pobreza pode prejudicar o desenvolvimento das crianças indiretamente através de seus efeitos sobre o bem-estar dos pais e seus estilos de parentalidade. Muitas crianças hoje crescem em estruturas familiares
não tradicionais. Dessa forma, as crianças tendem a se desenvolver melhor em famílias tradicionais com pai e
mãe do que em famílias de coabitação, divorciadas, de
pai ou mãe solteiros ou segundas famílias. A estrutura da família, porém, é menos importante do que seus efeitos sobre a atmosfera familiar. A adaptação dos filhos ao divórcio depende de fatores relativos à criança, do modo como os pais lidam com a
situação, da custódia e de esquemas de visitação, circunstâncias financeiras, contato com o genitor que não
detém a custódia (geralmente o pai), e o segundo casamento do pai ou da mãe. A quantidade de conflitos num casamento e a probabilidade de sua continuação após o divórcio podem influenciar o fato de as crianças estarem em melhor situação se
os pais ficarem juntos. Na maior parte dos divórcios, a mãe obtém a custódia, embora a custódia paterna seja uma tendência em
crescimento. A qualidade do contato com o pai, quando
este não detém a custódia, é mais importante do que a
frequência desses contatos. A custódia conjunta pode ser benéfica para crianças
quando os pais podem cooperar. A custódia conjunta legal é mais comum do que a custódia conjunta
física. Embora o divórcio parental aumente o risco de problemas no longo prazo para os filhos, a maioria se adapta
razoavelmente bem. Crianças que vivem apenas com um dos pais correm um risco maior de ter problemas comportamentais e escolares, em grande parte relacionados ao nível socioeconômico. Estudos têm constatado desfechos positivos de desenvolvimento em crianças que vivem com pais homossexuais. Crianças adotadas são geralmente bem ajustadas, embora enfrentem desafios especiais. Os papéis e responsabilidades de irmãos em sociedades
não industrializadas são mais estruturados do que em sociedades industrializadas. Irmãos aprendem sobre resolução de conflitos em seu relacionamento um com o outro. O relacionamento com
os pais afeta o relacionamento entre os irmãos.
Como se dá a mudança no relacionamento com os colegas na terceira infância, e que influências afetam
a popularidade e a escolha dos amigos?
O grupo de pares torna-se mais importante na terceira infância. Esses grupos geralmente consistem de crianças
de idade, sexo, etnia e nível socioeconômico semelhantes e que vivem próximas umas das outras ou que vão
juntas para a escola. O grupo de pares ajuda a criança a desenvolver habilidades sociais, permite que ela teste e adote valores
independentemente dos pais, proporciona um senso de afiliação e ajuda a desenvolver seu autoconceito e a
identidade de gênero. Também pode encorajar a conformidade e o preconceito. Na terceira infância, a popularidade tende a influenciar
a adaptação futura. A popularidade pode ser medida sociometricamente ou pela condição social percebida. Os resultados podem ser diferentes. Crianças populares
tendem a ter boas habilidades cognitivas e sociais. Comportamentos que afetam a popularidade podem resultar
de relacionamentos familiares e valores culturais. A intimidade e a estabilidade das amizades aumentam
durante a terceira infância. Os meninos tendem a ter mais amigos, enquanto as meninas tendem a ter amizades mais íntimas.
Quais são as formas mais comuns de comportamento
agressivo na terceira infância e quais são as influências que contribuem para esse comportamento?
Durante a terceira infância, a agressão tipicamente diminui. A agressão instrumental geralmente dá lugar
à agressão hostil, quase sempre com um viés de hostilidade. Crianças altamente agressivas tendem a ser impopulares, mas podem ganhar status à medida que elas
passam para a adolescência. A exposição à violência na mídia promove a agressividade, que pode estender-se até a idade adulta. A terceira infância é um período propício para a intimidação, mas padrões de intimidação e vitimização podem
ser estabelecidos bem antes. As vítimas tendem a ser fracas e submissas ou encrenqueiras e provocadoras, e
têm baixa autoestima.
Quais são os transtornos emocionais que podem se
desenvolver na infância, e como eles são tratados?
Transtornos emocionais e comportamentais comuns entre crianças em idade escolar incluem transtornos da
conduta, transtornos de ansiedade e depressão infantil. Técnicas de tratamento incluem psicoterapia individual,
terapia familiar, terapia comportamental, arteterapia, ludoterapia e terapia medicamentosa. Normalmente as terapias são utilizadas em combinação.
Como é que o stress da vida moderna afeta as crianças e por que algumas são mais resilientes que outras?
Como resultado das pressões da vida moderna, muitas crianças ficam estressadas. As crianças tendem a se preocupar com escola, saúde e segurança pessoal e
podem ficar traumatizadas diante do terrorismo e da
guerra. Crianças resilientes são mais capazes do que outras de suportar o stress. Os fatores de proteção envolvem relacionamentos familiares, capacidade cognitiva, personalidade, grau de risco e experiências compensatórias.