19- NEOPLASIAS HEPÁTICAS Flashcards
Vascularização HEPÁTICA
a partir da hepática própria que se divide em esquerda e direita e corresponde por 25% do suprimento sanguíneo do fígado. O restante do fígado é nutrido pela veia porta (maior parte da vascularização hepática é venosa)
Ligamentos:
Falciforme: divide o fígado em lobo D e E parte do diafragma;
Redondo: espessamento - veia umbilical obliterada;
Triangulares D e E: sustenta lobo esquerdo;
Gastro-hepático : pequeno epiplon;
Hepato-cólico: sustenta aderência do colo com figado;
Hepatorrenal;
*Sempre que é feita uma cirurgia aberta todos esses ligamentos devem ser seccionados. Fica preso apenas pelas artérias hepáticas, veia porta, veia cava e veias supra hepáticas.
Introdução Tumores Hepáticos: COMO SÃO DESCOBERTOS
- Tumores hepáticos descobertos ao acaso são chamados incidentais. *Geralmente não são eles que estão causando os sintomas do paciente. São descobertos na investigação de outras reclamações.
- Descobertos em exames de imagem (US) para investigação de desconforto abdominal ou em exames de rotina.
Introdução Tumores Hepáticos SINTOMATOLOGIA
- A maioria dos sintomas não são devidos aos tumores hepáticos (exceto quando muito grande e está fazendo compressão de estrutura adjacente).
- Avaliar a circunstância em que o tumor é identificado:
Idade; Sexo; Uso de anticoncepcional oral; Viagens recentes; Doença hepática crônica. (5 variáveis que permitem classificar o paciente em determinado tipo de TU, ex.: mulher jovem, em uso de anticoncepcional – pensar em um adenoma);
- Avaliar e diferenciar se tumor sólido ou cístico e se benigno ou maligno
- CISTOS SIMPLES mais comuns. Geralmente estão mais na periferia.
- Lesões císticas hepáticas são achados incidentais comuns.
- Possuem grande variabilidade de tamanho.
- Podem ser encontradas em qualquer segmento hepático.
CISTO SIMPLES COMPLICAÇÕES
- Complicações são raras e relacionadas a grandes cistos: mesmas complicações do pseudocisto pancreático.
1. Infecção
2. Rotura
3. Hemorragia
4. Compressão de estruturas adjacentes (quando muito volumoso – fígado é livre na cavidade peritoneal e o cisto tem espaço para crescer). Isso pode gerar sintoma, á que o cisto em si não costuma gerar sintoma.
CISTOS, SINTOMAS E CARACTERISTICAS
- A maioria tem pequeno volume e não apresentam crescimento.
- Geralmente são lesões simples (não tem septação).
- Dor abdominal pode aparecer quando > 10cm, principalmente se subcapsulares. Associada a compressão do cisto ou da cápsula.
- Dor: quando cresce muito rápido distendendo a capsula de Glinson, se crescimento lento faz compressão de estrutura adjacente trazendo desconforto.
- Infecção, hemorragia ou icterícia por compressão são observadas em <5%.
CISTOS: DIAGNÓSTICOS
- Diagnosticados ao US – exame de imagem muito bom para fígado (primeiro exame).
- TC ou RNM para confirma diagnostico. Utilizados somente quando há suspeita de não ser um cisto simples.
- Aspiração do cisto não é recomendada. *Pois ele vai voltar a encher (assim como no pseudocisto pancreático)
TRATAMENTO CISTO
- *Se sintomático (e/ou quando >10cm) ou com crescimento progressivo indicar cirurgia evitar que tenha algum trauma ou sangramento, principalmente em pacientes jovens (principalmente via laparoscópica).
- Cirurgia: Fazer ressecção da capsula – secreção vai cair no peritônio e ser absorvida por ele; (Se faz a marsupialização do cisto (abre ele para a cavidade, resseca-se toda a cavidade anterior do cisto, mesmo que ela secrete alguma secreção não é prejudicial, sendo absorvida pelo peritônio. As vezes é posto o epiplon em cima para fazer fibrose).
ASPIRAÇÃO DO CISTO ADIANTA?
- TRATAMENTO É CIRÚRGICO aspiração do cisto não adianta, pois quase sempre vai refazer a formação líquida. Fazemos marsupialização.
- CISTO HIDÁTICO
- Causada pelo parasita Echinococcus granulosus.
- Relacionado com a ingesta de carne de ovelha (hospedeiro definitivo).
- Endêmica no sul do Brasil RS é comum ver, pelas fazendas de criação de ovelhas.
- Pode afetar fígado (parasita cai na circulação venosa portal e atinge fígado), pulmão e o sistema nervoso central.
Dependendo do tempo de evolução da doença pode começar a fazer calcificação da parede.
CISTO HIDÁTICO DIFERENCIAÇÃO DO CISTO SIMPLES
- Diferenciado ao US do cisto simples por apresentar:
Parede espessa - pela reação inflamatória;
Septos e debris em seu interior;
Vesículas filhas (cistos multiloculados – vários pequenos cistos no seu interior);
Calcificação parietal;
*Quanto mais antiga a doença maior a presença de calcificação na sua parede. Pode ser confundido com uma neoplasia.
TRATAMENTOS CISTOS HIDÁTICOS LESÕES PEQUENAS
- Tratamento com Albendazol ou Mebendazol. (se lesão pequena)
- Aspiração com injeção de agente esclerosante (NaCl 20%). *Não age em todos as bolinhas do cisto.
- Ressecção cirúrgica quando grande ou crescimento (3/4cm).
Complicação
ruptura da cápsula, saída do conteúdo e liberação do parasita, podendo levar o paciente a óbito por choque anafilático.
COMO É FEITA A CIRURGIA ABERTA?
- Faz cirurgia por via aberta, cirurgia tranquila mas requer alguns cuidados. Cada microlesão é rica em parasitas, tomar cuidado ao ressecar essa capsula para não romper, não permitir que os parasitas caiam no peritoneo que podem levar o paciente a óbito (choque séptico). Feita encharcando compressas com NaCl 20% (para que caso o cisto rompa, o que extravasar morra); Aspira um pouco do liquido do cisto e injeta um pouco da mesma substancia no cisto para esclerosar esses cistos e assim fazer a ressecção, não precisa de margem de segurança.
CISTOADENOMA
- Cistoadenoma e sua variante maligna o cistoadenocarcinoma, são as neoplasias císticas primárias (malignas) do fígado mais comuns.
- Mais frequente em mulheres, na quarta década de vida.
- Não há associação com uso de estrogênio ou ACO.
- Na maioria dos casos são descobertos incidentalmente, por serem assintomáticos.
CISTOADENOMA DIFERENCIAÇÃO DOS CISTOS SIMPLES
- São diferenciados dos cistos simples por: *Com RM contrastada ficam hipercaptantes na periferia (por ser bastante vascularizado).
1. Pelo uso de contraste mostra:
Lesões hipoecogênicas;
2. Paredes irregulares – cisto simples são regulares;
3. Septações grosseiras;
4. Superfície externa globular com múltiplos cistos e lóculos de vários tamanhos.
CIRURGIA É RECOMENDADA NO CISTOADENOMA?
- Pode ocorrer transformação maligna em até 15% dos casos. Frente a uma lesão cística do fígado que não tem característica de benignidade a cirurgia é recomendada para ressecção completa da lesão (sem necessidade de grandes margens).
- Cirurgia é recomendada. *Principalmente em pacientes jovem, quando mais velhos se observa pelo risco de degeneração maligna.
CISTOADENOCARCINOMA
- O cistoadenocarcinoma é um tumor maligno extremamente raro com mínimo de registro de sua história natural e de seu prognostico após a ressecção
- A degeneração maligna é sugerida com frequência nas imagens com grandes projeções e uma parede marcadamente espessada
TRATAMENTO CISTOADENOMA E CISTOADENOCARCINOMA
- O tratamento do cistoadenocarcinoma ou cistoadenoma é a excisão completa e pode ser realizada com enucleação se não houver evidencia de malignidade invasiva
- Os riscos de recorrência de uma ressecção incompleta e/ou o desenvolvimento de um cistoadenocarcinoma devem ser considerado
HEMANGIOMA
- Lesão benigna sólida mais frequente do fígado.
- Tumor vascular de origem mesenquimal.
- Etiologia não é completamente esclarecida.
- Considerados hamartomas congênitos que crescem devido ectasia vascular.
- Geralmente incidentais, pequenas e assintomáticas. (dificilmente se queixam de dor ou desconforto relacionados a essa lesão)
- Mais comum em mulheres (3:1) entre 30 e 50 anos de idade.
MALIGNIZAÇÃO E CIRURGIA E HEMANGIOMAS??
- *NÃO sofrem transformação maligna! Não tem indicação cirúrgica.
- Maioria permanece estável no decorrer de anos.
- Alguns podem regredir. (raríssimos casos que há crescimento, e quando há crescimento esse é de forma muito lenta, 0,5 cm a cada 1 ou 2 anos)
- Hemangiomas cavernosos podem nódulos grandes e causar sintomas por distensão da capsula de Glisson. *Crescem muito rápido, mais rápido do que a capacidade de formar vasos.
- Ruptura é rara
Exames Hemangioma
- TC de abdome com contraste mostra, na fase arterial, direcionamento do fluxo periférico para o centro (“aspecto de algodão”). Realce do fluxo: da periferia para o centro. Sugere hemangioma.
- RNM (melhor exame para verificar hemangioma) tem acurácia de 90% e a principal característica é o intenso sinal em T2 (fase tardia), dando aspecto “brilhante”.
- Exames realizados quando a US deixa dúvida.
REALIZAR BIÓPSIA PERCUTÂNEA EM HEMANGIOMA?
- Não realizar biópsia percutânea! Risco grande de complicações como hemorragia e baixa probabilidade de realizar diagnóstico.
- Síndrome de Kasabach-Merritt: coagulopatia de consumo com plaquetopenia e hipofibrinogenemia em decorrência do consumo (CIV) no interior da massa tumoral. Quanto maior tumor maior probabilidade de ocorrer essa síndrome. Mas é rara. Relacionado com hemangiomas cavernosos, grandes.
TRATAMENTO HEMANGIOMA?
- Cirurgia recomendada somente para lesões que determinam sintomas ou com risco de ruptura.
- Possíveis indicações cirúrgicas: HEMANGIOMA
Dor - avaliar se não é decorrente de outro órgão primeiramente;
Crescimento rápido;
Crescimento progressivo;
Dúvida diagnóstica - ressecção para esclarecer – quando não consegue confirmar se é uma lesão benigna;
Compressão de órgãos vizinhos;
Síndrome de Kasabach-Merritt (raríssimos casos);
COMO É FEITA A CIRURGIA DO HEMANGIOMA?
- Ressecada a lesão, não precisa ressecar parênquima saudável. Liga pequenos vasos que estavam nutrindo o fígado
- Manobra de Pringle
Manobra de Pringle
A manobra é feita toda vez que é feita uma cirurgia no fígado. Isola-se a região porta-hepatica (colédoco, veia porta e artéria hepática) e “amarra” essas estruturas para interromper a vascularização sanguínea, diminuindo muito o risco de sangramento. (pega estruturas que compõem hilo hepático, interrompe fluxo de sangue para o fígado - pode interromper po 10 a 15 minutos,
PRATICANTE ESPORTE RADICAIS - HEMANGIOMA
pode operar, pois tem grande risco de romper
ADENOMA
- Tumor benigno, sólido. *Merece destaque!
- Acomete mulheres jovens, idade fértil.
- Relacionado ao uso de ACO (aumenta o risco desenvolver adenoma e aumenta de seu tamanho).
- Associado a glicogenoses tipo I (50%) e III (25%)
ADENOMA - DOR E MALIGNIZAÇÃO
- Pode provocar dor epigástrica ou desconforto em HD (pela distensão da capsula). Cresce muito rápido, gera dor pela distenção da cápsula.
- Pode ter degeneração maligna e pode ter necrose e sangramento dentro dela e gerar dor.
- Pode manifestar-se inicialmente com abdome agudo hemorrágico e choque (principalmente na gravidez > crescimento muito rápido da lesão, devido aos hormônios, o que pode levar a ruptura).
- Pode romper espontaneamente e o paciente vir a precisar de cirurgia de urgência.
ADENOMA - EXAME FÍSICO, MARCADOR TUMORAIS, LABS
- Exame físico geralmente é normal e os marcadores tumorais são normais
- Exames laboratoriais geralmente são normais. (se estiver comprimindo alguma via biliar calibrosa pode fazer alguma alteração de vias hepáticas, mas precisam ser lesões muito grandes – não existe exame laboratorial especifico para o adenoma)
- Não existem características radiológicas típicas.
ADENOMA - QUANTIDADE DE NODULOS
- São geralmente únicos, mas lesões múltiplas tem sido relatadas em 12-30% dos casos
- A presença de 10 ou mais adenomas denomina-se adenomatose
- Curiosamente, os casos com múltiplos adenomas não estão associados ao uso de contraceptivo oral e não tem uma predominância tao elevada em mulheres
ALTERAÇÕES QUE SUGEREM ADENOMA
Nódulo sólido; Heterogêneo; Hipervascular; Com cápsula ou pseudocápsula; Presença de gordura em seu interior; Em paciente jovem do sexo feminino;