12ª- Psicopatologia no desenvolvimento Flashcards
Quais as tarefas de desenvolvimento associadas à idade escolar e as principais perturbações?
Aprendizagem e adaptação à escola; Comportar se de acordo com as regras; ser aceite pelos pares; auto confiança. principais perturbações: • Perturbação de Hiperatividade com Défice de Atenção • Perturbação de Oposição * Perturbações de ansiedade (ansiedade separação, fobias específicas)
Quais as tarefas de desenvolvimento associadas à adolescência e as principais perturbações?
Puberdade; Pensamento formal; Amizades íntimas; Construção da identidade; Autonomia. Principais perturbação: • Perturbações de Ansiedade (Ansiedade generalizada, Fobia social , Perturbação de Pânico) • Depressão • Perturbação do Comportamento • Perturbações do Comportamento Alimentar
Quais as diferenças entre ansiedade na idade escolar e na adolescência?
Na idade escolar a ansiedade tem a ver com medos muito específicos e imediatos (ex: separação da figura de vinculação, fobias como máscaras, cães…)
Na adolescência passam a ser medos de ordem socias (ex: ansiedade social), preocupações mais abstratas (algo relacionada com o futuro que poderá correr mal)
Como se caracteriza a psicopatologia na infância? De que forma é diferente da psicopatologia do adulto?
- Psicopatologia na infância caracteriza-se frequentemente por:
- Desvio de normas adequadas para a idade.
- Exagero ou diminuição de comportamentos adequados ao desenvolvimento.
Insucesso em atingir uma função específica ou um mecanismo de regulação.
É diferente da psicopatologia do adulto na media em que no adulto há um mudança de comportamentos que anteriormente se tinha. Nas crianças é necessário conhecer o comportamento normativo de forma a comparar.
Porque é que se diz que o estudo da psicopatologia do desenvolvimento tem duplo foco?
É necessário conhecer o desenvolvimento normativo de forma a poder fazer comparações e identificar o desenvolvimento
atípico (psicopatologia)
Quais são os 3 fatores que podem explicar a continuidade de problemas comportamentais, segundo Fergusson?
a) Atributos fixos do indivíduo ou do seu ambiente social. Fatores genéticos ou características temperamentais e de personalidade e a permanência de determinadas condições ambientais nos contextos familiares e sociais, como permanência num contexto social de pobreza, onde a criança está permanentemente sujeita a múltiplos fatores de stresse.
b) Exposição ao stress tóxico em determinados períodos do desenvolvimento – períodos sensíveis. O efeito de determinadas experiências traumáticas, por exemplo, o abuso sexual, e experiências negativas em períodos críticos, por exemplo, o estabelecimento de uma vinculação insegura como resultado de uma depressão na mãe nos primeiros anos de vida .
c) Cascatas desenvolvimentistas (Developmental cascades; chain reactions, spillover) que perpetuam/ampliam os problemas de adaptação. Neste caso, determinadas trajetórias desenrolam-se numa certa sequência, que determina a continuidade e o agravamento do funcionamento inadaptativo. Por exemplo, indivíduos de um ambiente familiar e social de risco manifestam um conjunto de dificuldades, comportamentais e académicas no início da escolaridade.
Quais são os dois princípios da teoria dos sistemas gerais?
Princípio da equifinalidade: a mesma condição pode ser alcançada a partir de condições iniciais variadas através de diferentes processos.
Princípio da multifinalidade: indivíduos que se iniciam em caminhos de desenvolvimento semelhantes, podem exibir, em função das suas “escolhas posteriores”, diferentes padrões de adaptação e inadaptação.
Quais são os tipos de trajetórias do comportamento anti-social?
Persistente ao longo da vida
- Comportamento
antissocial
inicia se precocemente,
Padrão estável de
comportamento, mas com diferentes manifestações o
longo do desenvolvimento.
Início na adolescência:
- Comportamentos que se iniciam na adolescência e
persistem apenas durante este período de desenvolvimento
- Relacionados com processo de autonomização e
aceitação pelos pares.
Porque se começou a estudar a resiliência? Quais os conceitos críticos?
Há indivíduos que embora expostas a condições de grande adversidade conseguem ser competentes. Apesar da exposição a condições de adversidade, pessoais, familiares ou ambientais, apresentavam uma adaptação positiva.
Deste modo, os dois conceitos críticos na resiliência são a existência de uma ameaça ou adversidade e a evidência de competência.
Quais os principais fatores protetores encontrados no estudo de Werner et al.?
Três categorias de fatores protetores que protegiam os indivíduos dos efeitos adversos das condições de risco a que eram submetidos: individuais; familiares e extrafamiliares.
Os fatores protetores encontrados neste grupo situavam-se essencialmente ao nível da criança (por exemplo, características do temperamento que promoviam uma resposta positiva por parte dos outros), da família (por exemplo, a existência de pelo menos um adulto com quem estabeleciam uma relação significativa) e da comunidade (por exemplo, oportunidades na comunidade que facilitavam um elevado nível de participação social).
Porque é que é importante conhecer a interação entre os diversos fatores de risco e de proteção’
A resiliência não se reduz a um atributo ou processo simples –vários atributos e processos estão envolvidos. É resultado da interação de fatores protetores do indivíduo, do contexto familiar e do contexto social mais alargado.
A proteção não é uma qualidade intrínseca de determinada variável.
O risco não é uma qualidade intrínseca de determinada variável, mas deve ser definido em relação ao resultado de interesse. As mesmas variáveis (por exemplo, timidez) podem funcionar como fatores de risco em relação a determinado aspeto (depressão), mas como fatores neutrais (desempenho acadêmico) ou até fatores protetores em relação a outros resultados (agressividade e delinquência) e em determinadas condições ambientais.
O estudo da resiliência passa, então, a ser o estudo não apenas dos fatores de risco, mas também o conhecimento preciso dos mecanismos de risco e dos processos de vulnerabilidade e de proteção.
Que mecanismos intervêm nos processos de proteção?
A. Redução dos fatores de risco: os fatores de proteção atuam reduzindo o impacto dos fatores de risco, quer alterando o seu significado, quer alterando a exposição ou o envolvimento da criança com a situação de risco.
B. Interrupção das reações em cadeia dos acontecimentos negativos: alguns fatores de proteção atenuam os efeitos dos fatores de risco através da diminuição das reações em cadeia provocadas pelo “encontro com o risco”. São estas reações em cadeia que constituem um dos mecanismos que explicam as consequências a longo prazo dos fatores de risco.
C. Criação de oportunidades para a mudança e de pontos-chave de transição: por exemplo, o casamento, a adolescência ou a parentalidade.