Visão, Audição e Sistema Vestibular Flashcards
Retina
Tecido bastante complexo, com diferentes camadas e rica em diferentes tipos de neurónios, que fornecem a propriedade de computação à retina.
Camadas da retina
- Epitélio pigmentar
- Camada dos fotorreceptores
- Segmento nuclear externo
- Segmento plexiforme externo
- Segmento nuclear interno
- Segmento plexiforme interno
- Camada das células ganglionares
- Axónios das células ganglionares
Fotorreceptores da retina
Bastonetes
Cones
Apresentam discos membranares empelhados, ricos em proteínas especializadas, as opsinas - que vão realizar a transdução do sinal luminoso em sinal eléctrico.
Os bastonetes estão presentes em maior quantidade que os cones em toda a retina excepto na fóvea.
Comparação da estimulação luminosa do fotorrecetor à teoria quantal da neurotransmissão.
Um fotão é suficiente para provocar uma alteração na polarização de um bastonete.
Nota: os fotorrecetores da retina estão constantemente despolarizados, quando há incidência de luz esta despolarização é interrompida, ficando então hiperpolarizados.
Cascata de sinalização
As opsinas são proteínas sensíveis à luz, sendo que esta sensibilidade é fornecida por uma única molécula, o retinal.
O retinal, derivado da vitamina A, tem uma determinada conformação, sendo responsável pela parte cromófora da opsina (parte que muda com a luz). Quando há incidência de luz, ela muda a sua conformação cis para uma conformação trans.
Esta alteração é depois recuperada.
Impedimento da despolarização
As opsinas depois de alteradas conformacionalmente ligam-se a um complexo de proteínas G, transducina.
Vão transformar o GMPc em gmp, o que é bastante relevante porque o canal de catião que está na superfície dos fotorrecetores precisa de GMPc para estar aberto. Se passamos a ter pouco GMPc, este desconecta-se do canal de catiões e o canal encerra.
Fóvea
Predominam cones
Região da retina mais estreita
Não há corpos celulares à frente dos receptores, permitindo um acesso mais directo dos fotões aos fotorreceptores
Respostas dos fotorreceptores
Os bastonetes são mais lentos a responder e a recuperar, mas mais sensíveis, ou seja, não precisam de tantos fotões para responder, por isso é que eles são ideais para a visão noturna.
A sensibilidade da luz à noite é sobretudo provocada pelos nossos bastonetes que conseguem responder a uma quantidade muito pequena de fotões.
Os cones precisam de luz com poder superior em termos de fotões, no entanto têm uma recuperação e tempo de resposta mais rápidos, daí serem responsáveis pela visão mais definida, nítida, de detalhe.
Opsinas e sensibilidade à luz
- ao cone s temos associada a opsina s (small) mais sensíveis a luz azul
- ao cone m temos associada a opsina m (medium) mais sensíveis a luz verde
- ao cone l temos associada a opsina l (large) mais sensíveis a luz vermelha
Células dos campos receptivos
Células on centre off surround: são caracterizadas por terem uma região central em que, quando a luz incide, elas aumentam a actividade, mas quando a luz incide numa região mais exterior diminuem a actividade;
Células off centre on surround: tem exatamente o padrão oposto, quando a luz incide na região central, elas são inibidas, e quando a luz incide na zona mais periférica elas aumentam a sua actividade.
Células bipolares associadas às ganglionares
As bipolares on vão despolarizar (revertem o sinal) com a luz, enquanto que as off vão hiperpolarizar com a luz
Projecções relacionadas com a visão
Núcleo supraquiasmático:importantes para o ritmo circadiano
Pretectum: para o ajuste do tamanho da pupila e do cristalino
Colículo superior: informação de movimentos de orientação da cabeça
Corpo geniculado lateral: projecção consciente da visão
Corpo geniculado lateral
1ª Região: camadas 1 e 2 - Constituídas por células
maiores, denominando-se camadas magno celular
2ª Região: camadas 3 a 6 - Células mais pequenas,
denominando-se camadas parvo celular
Células específicas do córtex
Simples: respondem a arestas direitas, com uma direcção específica para a qual disparam preferencialmente, são encontradas na camada IV do córtex visual primário.
Complexas: Detecção da orientação da linha quando a linha é deslocada lateral ou verticalmente no campo visual
Organização do córtex visual
Existe uma organização colunar funcional do córtex visual
Processamento paralelo das vias visuais
Pensa-se que existam duas vias iniciais:
Via M de “magno celular” (campos recetivos maiores)
Via P de “parvo celular” (campos recetivos menores)
Estas vias vão projetar para as regiões correspondentes do NGL, que por sua vez, projetam para o córtex visual primário (V1).
A partir daqui, vão existir duas vias paralelas, uma via ventral e uma via dorsal.
A via ventral vai receber informações de ambas as vias iniciais e parece estar mais relacionada com a
informação da cor e forma, (“what” – o que é que se está a ver).
A via dorsal está mais ligada ao movimento e profundidade, ou seja, está mais relacionada com a localização no espaço (“where”), e tem predomínio da via magno Celular.
Área fusiforme
A área fusiforme encontra-se nas regiões inferiores dos lobos temporais e é responsável pelo reconhecimento facial, ou seja, pela detecção especifica de faces.
Prosopagnosia
Lesão na área fusiforme
Também se denomina de “cegueira facial”. É um transtorno cognitivo de perceção de rosto, em que a capacidade de reconhecer rostos familiares, incluindo a própria face (auto-reconhecimento), é prejudicada.
Estes doentes podem até reconhecer as pessoas pela voz, pelo cheiro do perfume, pela forma de andar, mas não conseguem identificar as pessoas pela cara.
Córtex parietal
Importante na atenção espacial, ou seja, na atenção àquilo que nos está a chegar pela visão de determinadas regiões do espaço.
O córtex à direita é responsável por manter a atenção à esquerda e à direita, enquanto o córtex parietal à esquerda é sobretudo responsável por manter a atenção visual à esquerda.
Exemplo de lesão: Síndrome de Neglect