As perturbações do Humor: Depressão, Mania e Perturbações de Ansiedade Flashcards
Depressão
Estado mental caracterizado por sentimentos
de tristeza, desespero e falta de motivação.
Mania
Estado mental caraterizado por um período distinto de euforia, inquietação, impaciência, desinibição, perda de sono e aumento de comportamentos de risco.
Teorias sobre etiologia das perturbações do humor
Hipótese monoaminérgica
Hipótese neurotrófica
Hipótese monoaminérgica
Níveis diminuídos de aminas biogénicas, em
particular de catecolaminas, estão associados à depressão, mania e perturbações de ansiedade.
Aminas biogénicas:
Podem ser dividos em:
-Monoaminas:
Imidazolaminas: histamina (derivada do a.a. histidina)
Indolaminas: serotonina (derivada do a.a. triptofano)
Catecolaminas: noradrenalina, adrenalina e dopamina (derivadas do a.a tirosina.).
-Poliaminas
Inibidores da MAO
Os efeitos secundários devem-se à toxicidade da tiramina, que não é degradada e se acumula no organismo.
Regulação endócrina
Moduladora da produção de aminas biogénicas no SNS.
Níveis elevados de cortisol são observados em pessoas com depressão
Níveis elevados de oxitocina estão envolvidos na depressão pós-parto
Hipótese neurotrófica
Quer as aminas biogénicas quer hormonas como o cortisol, medeiam a produção de BDNF (Brain Derived Neurotrphic Factor) e que este sim é capaz de encorajar crescimento e diferenciação de neurónios, neuroplasticidade, neuroprotecção e formação de novas dendrites.
Vias serotoninérgicas
Os núcleos serotoninérgicos são divididos em 2 grupos consoante a sua distribuição:
Rostrais: distribuem-se ao córtex pré-frontal, tálamo, amígdala, corpo estriado e hipotálamo.
Caudais: distribuem-se ao cerebelo e medula espinhal
Síntese de serotonina
A serotonina (ou 5-HT) é sintetizada a partir do triptofano. Para além dos neurónios do SNC, a serotonina é também produzida por plaquetas, células enterocromafines e neurónios do plexo mioentérico do trato GI
Transmissão serotoninérgica
Após a sua formação, a serotonina é armazenada em vesículas pela acção do transportador VMAT, sendo libertada após a chegada de um estímulo.
Esta libertação é mediada pelo aumento de concentração de Ca2+ intracelular.
É degradada na fenda sinática e na mitocôndria pela enzima MAO (Monoamine Oxidase).
Receptores da serotonina
Com a exceção dos recetores 5HT3 (ionotrópicos), são todos recetores acoplados a proteínas G (metabotrópicos).
A sua classificação é como se segue:
5-HT1 e 5-HT5: Gi: ↓ cAMP; são inibitórios.
5-HT2: Gq: ↑IP3 e DAG; é excitatório.
5-HT3: Canal ionotrópico K+/ Na+: despolariza a membrana; é excitatório.
5-HT4, 5-HT6 e 6-HT7: Gs: ↑ cAMP; são excitatórios.
Receptores 5-HT1A
Modulam o sono, fome, termorregualação e ansiedade
Receptores 5-HT3
Ansiedade, emése (vómito).
Vias noradrenérgicas
Núcleos do SNC de neurónios noradrenérgicos:
Grupo noradrenérgico A1: situa-se na porção caudal anterolateral da medula oblonga.
Grupo noradrenérgico A2/ núcleo solitário: situa-se na medula oblonga
Cerúleo/ Locus coeruleus
Fisiopatologia dos distúrbios afectivos
Típica ou melancólica: apresenta-se com sintomas típicos como acordar cedo, diminuição de apetite, perda de peso e afastamento social. Respondem melhor a inibidores do reuptake da serotonina
Atípica: carateriza-se por hipersomnia (sonolência) e aumento apetite, particularmente por alimentos muito calóricos. Respondem a inibidores da MAO.
Psicótica: apresenta-se com sintomas psicóticos como alucinações e ideias delirantes. Responde a anticonvulsivantes, anti psicóticos e inibidores do
reuptake da serotonina.
Classificação dos fármacos em relação à sua acção
- Inibidores do armazenamento de serotonina – vão afectar o empacotamento de 5-HT e NE nas vesículas;
- Inibidores da degradação de serotonina – inibidores da MAO
- Inibidores do re-uptake
- Antidepressivos atípicos
- Agonistas de receptor de serotonina
- Antagonistas de receptor de serotonina
Fármacos inibidores do armazenamento de serotonina
São anfetaminas
Este grupo de fármacos interfere com a recaptação da serotonina, pondo o transportador a funcionar ao contrário – em vez de pôr as monoaminas para dentro do terminal sináptico, trabalha para pôr mais monoaminas na fenda sináptica.
Se não há monoaminas no citoplasma, também não há monoaminas para serem empacotadas para dentro das vesículas.
Dextranfetamina
Metilfenidato (ritalina)
Fármacos Inibidores da degradação de serotonina
Actuam sobre a MAO
Ao inibirem esta enzima, vai haver menos degradação das monoaminas dentro do terminal sináptico, levando a uma maior concentração destas e, consequentemente, um maior empacotamento nas vesículas. Assim, quando há uma libertação, há uma libertação de uma quantidade muito maior de NT’s na fenda sináptica.
MAO
- Fármacos não-seletivos: muitos efeitos secundários
- Fármacos seletivos MAO-A: reversíveis
- Fármacos seletivos MAO-B: em elevadas doses também afeta as MAO-A
Fármacos inibidores do re-uptake (antidepressivos)
TÍPICOS:
TCA’s (antidepressivos tricíclicos)
SNIR’s (inibidores do re-uptake da 5-HT/NE)
SSIR’s (inibidores seletivos do re-uptake da 5-HT)
ATÍPICOS
Bupropriona
Agonistas dos receptores 5HT
Antagonistas dos receptores 5HT
TCA’s (antidepressivos tricíclicos)
São tricíclicos porque a sua estrutura tem três anéis cíclicos
Inibem o SERT e o NET
Antagonistas muscarínicos: naúseas, vómitos
Antagonistas histamina: sedação, ganho de peso
Antagonistas adrenérgicos: hipotensão ortostática
Principal fármaco: Imipramina
SNIR’s (inibidores do re-uptake da 5-HT/NE)
Principal fármaco: Venlafaxina
SSIR’s (inibidores seletivos do re-uptake da 5-HT)
Bloqueiam o canal apenas nos neurónios 5-HT.
Menos efeitos adversos, devido à elevada selectividade
Tratamento da Síndrome serotoninérgica
Principal fármaco: Fluoxetina
Bupropriona
- Mecanismo de ação não está totalmente esclarecido: inibidor fraco do re-uptake da dopamina (DAT) e da norepinefrina (NET)
- Aumento da libertação de NE e 5HT
- Antagonista não competitivo dos recetores nicotínicos de ACh.
- Utilizado na cessação tabágica. Pessoas que tomavam deixavam facilmente de fumar mas este efeito não parece estar relacionado com o efeito antidepressivo.
Agomelatina
- Antagonista dos recetores 5-HT 2C
- Agonista dos recetores Melatonina
Serve para regular os ritmos circadianos
Buspirona
Agonista parcial 5-HT1A
Acção farmacológica: ansiolítico sem propriedades sedativas
Não causa dependência
Reacções adversas: náuseas, cefaleias, vertigens
Tempo de semivida curto (2 a 3 horas)
Grande latência de efeito
Antagonistas da serotonina
Nefazodona
Ritanserina
Buspirona vs Benzodiazepinas
Buspirona: efeito ansiolítico de latência e duração de ação curta (8h)
Benzodiazepinas: dependência física e psíquica e duração de ação variável
Ergotamina
Atua nos receptores 5HT1 e alfa 1
Provoca a vasoconstrição
Tratamento de uma crise de enxaqueca
Inespecífica: AINEs
Específica: agonistas dos receptores 5HT
Adjuvante: anti-emético
Porfilaxia da enxaqueca
Beta bloqueantes Anti-depressivos (ex. TCA) Antagonistas dos canais de cálcio Anti-epilépticos Antagonistas da serotonina
Metisergide
Único fármaco específico para a profilaxia da enxaqueca
Vasoconstrição craniana, inibição da inflamação neurogénea
Efeito de latência
Se administrarmos um agonista dos receptores de serotonina, este actua sobre os receptores 5-HT1, que são inibitórios, diminuindo ainda mais a libertação de serotonina. No entanto a longo prazo há down-regulation dos receptores, por jiperestimulação, e há aumento da transmissão serotoninérgica
AURA
Sintomas neurológicos que precedem uma enxaqueca
Zumbidos nos ouvidos
Alterações de equilíbrio
Visão de pontos
Enxaqueca
Acompanhada de vasodilatação central
Decorrem de uma descarga neuronal anormal de serotonina e de noradrenalina
A administração de serotonina venosa melhora a enxaqueca, ao atuar sobre os receptores 5-HT1 e D