Urologia Flashcards
Quais os indivíduos mais comumente atingidos por nefrolitíase?
homens, entre 20 e 30 anos de idade
Quais os fatores de risco principais da nefrolitíase?
(1) história pessoal de nefrolitíase; (2) história familiar de nefrolitíase; (3) baixa ingesta hídrica; (4) urina ácida (DM2, diarreia crônica); (5) história de gota; (6) HAS; (7) cirurgia bariátrica; (8) uso de medicamentos como o indanavir em adultos e a ceftriaxona em crianças; e (9) ITU crônica ou recorrente; (10) hiperparatireoidismo primário.
Qual o principal tipo de cálculo renal? Entre esse tipo, quais as composições mais comuns?
Sais de cálcio. O mais comum é o oxalato de cálcio (40 a 70% dos casos), podendo ocorrer mais frequentemente como oxalato de cálcio puro ou associado ao fosfato de cálcio ou ao ácido úrico. Entre os sais de cálcio, ganha destaque também o fosfato de cálcio puro ou hidroxiapatita (6% dos casos).
Qual o segundo mais comum tipo de cálculo renal? Em que ambiente ele se desenvolve preferencialmente?
O segundo tipo mais frequente de cálculo renal é o de estruvita (fosfato de amônio magnesiano – 10 a 20% do total), o qual se desenvolve apenas na presença de bactérias produtoras de urease na urina, como as do grupo Proteus ou Klebisiella.
Qual o terceiro e o quarto tipos mais comuns de cálculo renal?
Por fim, o terceiro tipo mais comum de cálculo é o de ácido úrico (5 a 10% dos casos), e o quarto tipo o de cistina (2 a 3%).
Como são visualizados os cálculos à radiografia?
A grande maioria dos cálculos renais, sobretudo aqueles que contém cálcio em seu interior, são radiopacos. Todavia, os cálculos de ácido úrico são considerados radiotransparentes e, portanto, não visualizados à radiografia.
Como ocorre a fisiopatologia da nefrolitíase?
A fisiopatologia dos cálculos renais inicia-se a partir da supersaturação da urina, com a formação de elementos insolúveis, devido, principalmente, à redução dos níveis hídricos na urina. Ainda, alterações de pH podem favorecer a supersaturação de determinados elementos: pH ácido (<5) favorece desenvolvimento de cálculos de ácido úrico e cistina, enquanto pH básico (>7) se associa a cálculos de estruvita e fosfato de cálcio.
Uma vez que a urina se encontra supersaturada, os elementos insolúveis podem se associar, resultando na formação de cristais em um processo chamado de nucleação. Tal nucleação pode ser homogênea (cristais de um único elemento, “puros”) ou heterogênea (cristais combinados). A agregação e o crescimento dos cristais, após a nucleação, resulta na formação dos cálculos propriamente ditos.
Quais cálculos se desenvolvem preferencialmente em meio ácido?
pH ácido (<5) favorece desenvolvimento de cálculos de ácido úrico e cistina
Quais cálculos se desenvolvem preferencialmente em meio básico?
pH básico (>7) se associa a cálculos de estruvita e fosfato de cálcio.
Quais substâncias são inibidoras fisiológicas de cálculos renais?
Destaca-se que algumas substâncias atuam como inibidores fisiológicos da formação de cálculos renais, como a água, que inibe a formação de todos os tipos de cálculos. Além disso, o citrato, o magnésio e a proteína de Tamm-Horsfall inibem a formação de oxalato de cálcio e, ainda, o pirofosfato inibe a formação de sais de cálcio no geral.
Qual o quadro clínico da grande maioria dos casos de nefrolitíase?
A grande maioria dos cálculos renais são assintomáticos e expelidos espontaneamente
Como se justificam os sintomas de cálculos renais?
os sinais e sintomas associados a nefrolitíase decorrem, sobretudo, da migração de tais cálculos e sua impactação no TU, principalmente em pontos de maior estreitamento do ureter.
Quais são os pontos de maior estreitamento do ureter?
Junção ureteropélvica (JUP), terço médio do ureter (cruzamento com os vasos ilíacos) ou junção vesicoureteral (JUV)
Nos cálculos obstrutivos, qual a manifestação clássica e como ela se caracteriza?
Assim, diante de cálculos obstrutivos, pode haver manifestação da chamada cólica nefrética, sendo marcada por dor lombar ou em flanco de grande intensidade, com irradiação para bolsa escrotal ou grandes lábios (sobretudo em cálculos ureterais de terço médio e distal), associada a sinal de Giordano pela distensão da cápsula renal. Podem ocorrer manifestações como náuseas, vômitos e sudorese fria, além de taquicardia e picos hipertensivos. É importante destacar que cálculos impactados na JUV podem ser confundidos com cistite bacteriana, uma vez que frequentemente cursam com disúria, polaciúria, urgência e dor uretral.
Qual outro importante manifestação de nefrolitíase, além de cólica nefrética?
A hematúria também é um importante achado de nefrolitíase, podendo ser micro ou macroscópica, e sendo, em alguns casos, o único sinal de nefrolitíase. Após ITU baixa, a nefrolitíase é a causa mais comum de hematúria.
Quais as principais complicações de nefrolitíase?
Pielonefrite aguda e anúria com hidronefrose
Como se manifesta a pielonefrite associada à nefrolitíase? Quais suas consequências?
Pielonefrite aguda cursa com febre alta, calafrios e leucocitose com desvio à esquerda e, se não manejada adequadamente, pode evoluir rapidamente para sepse grave e choque séptico
Qual a causa de anúria e hidronefrose associadas à nefrolitíase? Quais suas consequências?
Anúria e hidronefrose são causadas por obstruções ureterais completas bilaterais ou unilaterais em pacientes com rim único e podem evoluir para IRA pós-renal.
Qual a abordagem de pacientes com nefrolitíase complicada?
Nesses casos, a conduta é emergencial, com desobstrução do TU devido ao risco de perda rápida e irreversível da função renal.
Qual o objetivo dos exames de imagem na avaliação diagnóstica de nefrolitíase?
Confirmar a presença de cálculo?
Quais os exames de imagem de primeira linha na avaliação diagnóstica de nefrolitíase? Qual o padrão-ouro?
Assim, os exames de primeira linha para essa avaliação incluem a TC helicoidal não contrastada (padrão-ouro) e a USG de trato urinário.
Quais os outros exames de imagem atualmente pouco utilizados na avaliação diagnóstica de nefrolitíase?
Outros métodos, como radiografia de abdome e urografia excretora não são mais utilizados na prática.
Qual imagem de cálculo renal à TC e à USG?
À TC, observa-se, na vigência de cálculo, imagem hiperdensa junto ao rim ou em topografia ureteral. Por outro lado, à USG, é possível identificar imagem hiperecogênica com sombra acústica.
Quando deve-se realizar USG na avaliação diagnóstica de nefrolitíase?
Em gestantes