Terapia de substituição renal Flashcards

1
Q

O que tem ocorrido com o número da pacientes em diálise. Por quê?

A

O número de pacientes em terapia dialítica tem crescido consideravelmente, tanto no Brasil quanto no mundo inteiro. Tal tendência pode ser explicada pelo fenômeno de transição epidemiológica, com aumento da expectativa de vida da população e da população de idosos, bem como elevação no uso de fármacos nefrotóxicos.

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2
Q

Quais as principais causas de DRC em fase terminal?

A

As duas principais etiologias de DRC em fase terminal com necessidade de diálise são a HAS e a DM, sendo que a primeira é a maior causa no Brasil e a segunda a principal causa no mundo.

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3
Q

Qual o prognóstico e sobrevida de pacientes dialíticos crônicos?

A

Em relação ao prognóstico de pacientes dialíticos, a sobrevida em 5 anos é de apenas 35 a 40%, o que indica um prognóstico ruim

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4
Q

Quais as principais causas de morte em pacientes dialíticos crônicos? Como se explica sua ocorrência?

A

As principais causas de morte nesses pacientes são doenças CV (40%) e infecções (10%). A grande mortalidade relacionada a complicações cardiovasculares decorre não apenas diretamente da DRC, como também da existência de diversos fatores de risco compartilhados entre DRC e doenças CV. Por outro lado, as infecções se associam sobretudo à imunossupressão de pacientes dialíticos e a possibilidade de exposição a microrganismos durante a diálise ou em ambiente hospitalar.

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5
Q

Quais as principais causas de morte em pacientes dialíticos agudos? Por quê?

A

Nos quadros dialíticos por condições agudas, a mortalidade por infecções tende a superar aquela por DCV, visto que, em geral, tais pacientes tendem a ser mais graves, em ambiente de terapia intensiva, e são submetidos a procedimentos mais invasivos.

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6
Q

Quais os preditores de mortalidade que justificam a baixa sobrevida da maioria dos pacientes em terapia dialítica?

A

Sexo masculino, idade avançada, raça não-negra, DM, desnutrição e cardiopatias

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7
Q

O que ocorre com o prognóstico de pacientes sem fatores preditores de mortalidade?

A

Os indivíduos que não apresentam tais preditores tendem a apresentar maior sobrevida.

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8
Q

Qual a terapia dialítica mais utilizada em todo o mundo?

A

Em todo o mundo, inclusive no Brasil, a terapia dialítica mais utilizada corresponde à hemodiálise, sobretudo realizada fora do ambiente domiciliar.

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9
Q

Qual a tendência da terapia dialítica em países ricos? E em países pobres?

A

. Em países mais ricos, o número de pacientes em hemodiálise domiciliar tende a ser maior, enquanto os países mais pobres, em geral, apresentam um número maior de pacientes em diálise peritoneal (terapia mais barata).

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10
Q

Quais as formas de hemodiálise e como elas são realizadas?

A

A hemodiálise pode ser feita cronicamente (em geral, 3 vezes por semana, em períodos de 3 a 4 horas) ou de forma aguda. A hemodiálise aguda, por sua vez, pode ser convencional (semelhante à hemodiálise crônica, porém com maior frequência – diariamente ou em dias alternados) ou lenta (por métodos CCRT com duração de 24 horas ou SLED com duração de 6 a 12 horas)

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11
Q

Quais as formas de diálise peritoneal?

A

A diálise peritoneal, por sua vez, pode ser executada ainda por duas formas: a diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD) e a diálise peritoneal com ciclômetro (CCPD).

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12
Q

Como se dá a escolha de terapia dialítica em pacientes nefropatas crônicos? Há alguma forma preferencial?

A

Nos pacientes nefropatas crônicos, a escolha entre as formas de terapia dialítica (hemodiálise ou diálise peritoneal) deve se pautar na experiência dos médicos profissionais e na preferência do paciente, não havendo evidências definitivas de superioridade de nenhum dos métodos, embora a maioria dos estudos sugira desfechos semelhantes em ambos os casos. Para a escolha do método, o paciente deve ser devidamente educado sobre as vantagens e desvantagens de cada esquema por nefrologista habilitado.

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13
Q

Como se dá a escolha de terapia dialítica em pacientes nefropatas agudos? Há alguma forma preferencial?

A

Já nos doentes agudos, a diálise peritoneal deve ser evitada, sobretudo em adultos, sendo a hemodiálise o método de escolha pela maior capacidade de remoção rápida de toxinas, escórias e outras substâncias não desejadas; em crianças, todavia, a diálise peritoneal pode ser considerada

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14
Q

Há diferenças de efetividade entre os subtipos de hemodiálise?

A

Entre os subtipos de hemodiálise, os estudos não demonstram diferenças marcantes, havendo preferência pelo método lento, na prática, em casos de instabilidade hemodinâmica, edema cerebral e hipervolemia grave (pela maior facilidade de manejo da ultrafiltração).

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15
Q

Quais as indicações de terapia dialítica em pacientes nefropatas crônicos?

A

(a) sintomas urêmicos; (b) diátese hemorrágica (com aumento do tempo de sangramento e disfunção plaquetária); (c) clearence de Cr < 10mL/min, mesmo em pacientes assintomáticos; (d) quadros refratários de hipercalemia, hipervolemia ou acidose; e (e) clearence de creatinina < 10mL/min.

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16
Q

Quais as indicações de terapia dialítica em pacientes nefropatas agudos?

A

(a) hipercalemia, hipervolemia ou acidose refratárias; (b) sintomas urêmicos agudos; e (c) intoxicações exógenas com toxinas dialisável.

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17
Q

Quando pode-se indicar diálise mesmo na ausência de suas indicações formais, segundo algumas referências?

A

Recentemente, algumas referências têm indicado a realização de diálise diante de quadros agudos potencialmente graves com piora progressiva e sinais de falência renal, mesmo na ausência de uma das indicações clássicas de terapia dialítica, desde que haja ureia > 200mg/dL na ausência de sinais de melhora.

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18
Q

Quais os princípios físico-químicos relacionados à hemodiálise?

A

O método da diálise, a ultrafiltração e a convecção.

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19
Q

O que é o método da diálise?

A

A diálise consiste na difusão de solutos através de membrana semipermeável a favor de um gradiente de concentração, garantindo que toxinas e outras substâncias presentes no plasma sanguíneo sejam conduzidos para a solução dialítica.

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20
Q

Quais os determinantes da TFG na hemodiálise?

A

Nos processos de hemodiálise, os principais determinantes da taxa de difusão incluem a magnitude do gradiente, a área de superfície de membrana e o coeficiente de transferência de massa.

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21
Q

O que é o coeficiente de transferência de massa?

A

É uma característica intrínseca da membrana dialítica, variando conforme sua porosidade e sua espessura, o tamanho das moléculas a serem removidas e a intensidade do fluxo em ambos os lados.

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22
Q

Quem é mais facilmente dialisável: ureia ou creatinina? Por quê?

A

Destaca-se que, entre as principais escórias nitrogenadas, a ureia apresenta menor peso molecular em relação à creatinina, de modo que constitui uma molécula mais facilmente dialisada.

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23
Q

O que é a ultrafiltração? Qual sua importância na terapia dialítica?

A

A ultrafiltração corresponde ao movimento do solvente (água) a favor de um gradiente de pressão. Tal princípio é importante, principalmente, para evitar acúmulo de água no organismo, o que levaria a condições de hipervolemia.

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24
Q

O que é convecção?

A

Além disso, a presença de gradiente de pressão assegura também o método de convecção (derivado da ultrafiltração), em que o solvente ultrafiltrado carrega consigo solutos (solvente drag).

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25
Q

Como ocorre a remoção de solutos no sangue na HD? E de solvente?

A

Na hemodiálise, as escórias são removidas por difusão e convecção, enquanto o líquido é removido do organismo por ultrafiltração.

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26
Q

Para que se processe a hemodiálise, são necessários três componentes principais. Quais?

A

O dialisador (que atua como um verdadeiro filtro), a solução de diálise e o circuito do sangue.

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27
Q

O que é o dialisador? Qual sua importância para a hemodiálise?

A

O dialisador é o local onde ocorrem as trocas entre o sangue do paciente e a solução dialítica; em seu interior, existe o sistema de membranas semipermeáveis, constituídos por inúmeras fibras ocas capilares embebidas na solução de diálise; o sangue do paciente percorre o lúmen das fibras ocas, sendo exposto a uma enorme área de superfície para trocas com a solução ao redor.

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28
Q

Os dialisadores atuais são, em geral, biocompatíveis e reutilizáveis. V ou F?

A

Falso. Os dialisadores atuais, são, em sua grande maioria, biocompatíveis (formados por polissulfona) e descartáveis, embora possam ser reutilizáveis desde que adequadamente higienizados entre as sessões de hemodiálise.

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29
Q

Como é composta a solução dialítica?

A

A solução de diálise, ou dialisado, é composta basicamente por água supertratada (para remover microorganismos e contaminantes químicos) e contém concentrações variáveis de solutos

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30
Q

Qual a importância da concentração de solutos na solução dialítica para os processos de diálise?

A

quanto menor é a concentração de solutos na solução de diálise, maior o gradiente de concentração para a remoção do soluto em questão do corpo do paciente

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31
Q

Como ocorre o supertratamento da água na HD? Qual seu objetivo?

A

O supertratamento da água é feito pelos processos de filtração (remoção de partícula), desmineralização (remoção de metais, como Ca e Mg), deionização (remoção de sais) e osmose reversa (ultrafiltração da água para remoção de substâncias remanescentes). Objetivo de remover microorganismos e contaminantes químicos

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32
Q

Qual o principal DHE pós-diálise e por que ele ocorre? Como evitá-lo?

A

O principal distúrbio hidroeletrolítico pós-diálise corresponde à hipocalemia, visto que a solução padrão de diálise contém baixa concentração de potássio, favorecendo a perda desse eletrólito pelo organismo. Tal complicação pode ser evitada pela manipulação dos níveis de potássio na solução dialítica.

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33
Q

Quantos litros de água são utilizados para cada paciente em cada sessão de hemodiálise?

A

Para cada paciente, são utilizados cerca de 120 litros de água por sessão

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34
Q

Quando pode ser realizado o modelamento de sódio e como é feito?

A

possibilidade de modelamento do sódio nos aparelhos mais modernos, nas diálises crônicas. Tal modelamento consiste em uma redução progressiva dos níveis de sódio durante as sessões de diálise, até níveis normais desse eletrólito

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35
Q

Qual o objetivo do modelamento de sódio na hemodiálise?

A

prevenção de hipotensão arterial

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36
Q

O que fazer na solução dialítica em casos de acidose?

A

 Nos quadros de acidose, deve-se introduzir à solução dialítica bicarbonato. Todavia, tal administração deve ser garantida por microprocessadores especializados que separação essa substância do cálcio infundido, devido ao risco de deposição de bicarbonato de cálcio no dialisador quando administrados conjuntamente.

37
Q

Como é assegurado o fluxo de sangue na máquina de diálise?

A

por uma bomba de rolete

38
Q

O que os monitores da máquina de HD avaliam?

A

fluxo e pressão do sistema e presença de eventuais bolhas

39
Q

Como se previne a coagulação do sangue no circuito de diálise?

A

administração de heparina

40
Q

Qual o fluxo de sangue no dialisador? E o fluxo do dialisado? Qual o sentido desses fluxos?

A

De fato, o fluxo de sangue, no dialisador, é de 250 a 500ml/min, em um fluxo contracorrente com o fluxo do dialisado (de 500 a 800ml/min), o que garante otimização das trocas.

41
Q

Qual a principal forma de acesso vascular para realização de hemodiálise, considerada a de escolha em pacientes nefropatas crônicos?

A

Fístula artério-venosa (FAV)

42
Q

Quais outras alternativas de acesso vascular para hemodiálise?

A

Há ainda a possibilidade de estabelecimento de fístulas interpondo enxertos de PTFE (uso de material sintético para estabelecimento de fístulas) ou punção de veia central com cateter (simples ou tunelizado)

43
Q

Qual objetivo das FAVs na hemodiálise? Qual seu período de maturação? Como é avaliada sua patência?

A

As FAV, em geral, objetivam hipertrofia e dilatação da veia fistulizada (processo de arterialização da veia) para favorecer a punção de tal veia com cateter de grosso calibre nas sessões de hemodiálise. O período de maturação das fístulas varia entre 1 e 3 meses, sendo a patência da fístula garantida pela presença de frêmito intenso (cuja avaliação é fundamental antes da realização de punções locais).

44
Q

Por que as FAV são o acesso de escolha em casos de hemodiálise?

A

Assim, as FAV são o acesso de escolha em casos de hemodiálise por apresentarem patência mais duradoura e menor risco de infecções.

45
Q

Quais são as FAV de primeira-linha, mais comumente utilizadas? O que fazer se não se puder estabelecê-las?

A

Em geral, as FAV de primeira linha são fístulas distais, sobretudo entre a veia cefálica e a artéria radial (término-lateral), chamada de fístula de Brescia Cimino, com tentativas sucessivas de FAV mais proximais diante do insucesso de se estabelecer tal fístula.

46
Q

Quais as indicações do enxerto de PTFE para estabelecimento de fístulas?

A

Indicado em casos da presença de veias muito finas ou danificadas (com muitas venóclises)

47
Q

Quais as vantagens, desvantagens e riscos do enxerto de PTFE para estabelecimento de fístulas?

A

Como vantagem desse método, há um período de maturação menor, inferior a 1 semana. Contudo, há risco de estenose venosa do enxerto por hiperplasia da camada íntima, a qual pode ser tratada com angioplastia transluminal percutânea com balão; tal complicação resulta em um menor período de patência do método.

48
Q

O acesso vascular por cateter venoso central pode ser estabelecido por quais métodos para hemodiálise?

A

O acesso vascular por cateter venoso central, por sua vez, pode ser estabelecido por métodos simples (cateter duplo-lúmen simples) ou por métodos tunelizados

49
Q

Em que consiste o método tunelizado de acesso vascular por cateter venoso central na hemodiálise?

A

Uso de cateter duplo-lúmen simples com criação de um túnel subcutâneo por onde o cateter percorre antes de alcançar a circulação sanguínea.

50
Q

Quais as vantagens e riscos do acesso vascular por cateter venoso central para hemodiálise?

A

A principal vantagem do acesso por cateter venoso central corresponde à possibilidade de início imediato da diálise, sendo uma importante alternativa em casos de falência ou impossibilidade de outros acessos; todavia, tais métodos cursam com risco aumentado de infecção

51
Q

Quais sítios de punção venosos devem ser evitados no estabelecimento de acesso vascular por cateter venoso central para hemodiálise? Por quê? Qual o sítio de escolha?

A

Entre os sítios de punção venosos, deve-se evitar a veia subclávia e a veia femoral, devido ao risco de estenose e infecção, respectivamente, dando-se preferência, então, pela veia jugular interna.

52
Q

Qual a última alternativa para acesso vascular em pacientes dialíticos com falha ou impossibilidade dos métodos tradicionais?

A

Destaca-se em pacientes com falência ou impossibilidade de realização de qualquer um desses métodos de acesso (com trombose de veia cava superior, por exemplo), há ainda uma última alternativa: o acesso translombar ou transhepático para veia cava inferior.

53
Q

Qual a vantagem do cateter duplo lúmen tunelizado?

A

 O cateter duplo lúmen tunelizado (Permcath) tem como vantagem reduzir o risco de infecção em relação aos cateteres simples, podendo permanecer em uso por um período maior de tempo.

54
Q

Como é chamado o cateter duplo lúmen tunelizado?

A

Permcath

55
Q

Como se estabelece a dose ideal de hemodiálise?

A

O estabelecimento de dose ideal de hemodiálise é um assunto controverso na literatura, mas, em geral, a eficácia da diálise pode ser medida, indiretamente, pelo clearence fracional de ureia, idealmente mantido entre 65 e 70% (indexando à ACT do paciente, pelo método KT/V, idealmente mantido ente 1,2 e 1,3); níveis inferiores a esses valores estão associados a aumento da morbimortalidade, enquanto níveis superiores a esses valores não se associam a benefícios significativos.

56
Q

Como deve ser a frequência e duração das sessões de hemodiálise?

A

Na diálise crônica, a maioria dos pacientes requer cerca de 9 a 12 horas semanais de hemodiálise, divididas entre 3 sessões, para alcançar níveis adequados de KT/V. Por outro lado, na diálise aguda, a dose deve ser individualizada, geralmente realizada diariamente ou em dias alternados. Nos métodos agudos contínuos, por sua vez, a hemodiálise deve ser mantida enquanto durar o estado crítico.

57
Q

Quais as principais complicações associadas à hemodiálise?

A

As principais complicações relacionadas à hemodiálise correspondem às câimbras, à hipotensão e a reações anafilactoides.

58
Q

Qual a principal complicação aguda da hemodiálise?

A

Hipotensão

59
Q

Em que pacientes a hipotensão é mais grave durante a hemodiálise? Como deve ser feito seu tratamento? E sua prevenção?

A

Essa complicação é, em geral, mais frequente e mais grave em pacientes diabéticos (pela associação com disautonomia), em uso de anti-hipertensivos, com baixa reversa cardíaca (caradiopatas) e em casos de excesso de ultrafiltração. O tratamento, nesses casos, envolve interrupção da ultrafiltração e infusão de 100 a 250mL de SF0,9%. A prevenção da complicação, por sua vez, consiste em estimar o peso seco e comparação com o peso real do paciente para cálculo da ultrafiltração, realizar modelagem da ultrafiltração, resfriar o dialisado, evitar grandes refeições durante o procedimento e adoção de métodos contínuos nos casos de IRA.

60
Q

Qual a causa das cãibras associadas à hemodiálise? Como é feita sua prevenção?

A

As cãibras decorrem da isquemia da musculatura esquelética pela retirada rápida e/ou excessiva de líquido, resultando em estados de tetania. A prevenção envolve redução da ultrafiltração de modelagem de sódio.

61
Q

Como ocorrem as reações anafilactoides associadas à hemodiálise?

A
  • Tipo A: reação imediata, mediada por IgE que se volta contra óxido etileno, resultando em franca anafilaxia. A conduta, nesses casos, consiste em interromper a diálise e administrar epinefrina e corticoide.
  • Tipo B: reação imediata, decorrente da ativação do sistema complemento diante de materiais não biocompatíveis. As principais manifestações incluem dor torácica e lombar. A conduta, por sua vez, envolve manutenção da terapia dialítica, uma vez que tende a ocorrer melhora espontânea.
62
Q

Quais os princípios físico-químicos da diálise peritoneal?

A

Os princípios físico-químicos da diálise peritoneal são semelhantes aos da hemodiálise, porém se processam de forma distinta.

63
Q

Como se dá a diálise peritoneal?

A

infusão de 1,5 a 3L de solução de dextrose ou icodextrina na cavidade peritoneal, as quais atuam como osmólitos efetivos.

64
Q

A solução dialítica, na diálise peritoneal, deve ser hipertônica ou hipotônica? Por quê?

A

Assim, a solução dialítica deve ser hipertônica para garantir ultrafiltração de solvente, resultando em grande volume de banho de diálise

65
Q

Por quanto tempo a solução dialítica deve ser mantida na cavidade peritoneal, na diálise peritoneal?

A

A solução dialítica é mantida na cavidade peritoneal por cerca de 2 a 4 horas, até que se alcance o equilíbrio osmótico e de concentração entre tal solução e o sangue do paciente, a partir dos processos de clearence difusivo e convectivo.

66
Q

Qual estrutura atua como filtro dialítico na diálise peritoneal?

A

Destaca-se que o filtro de diálise corresponde à própria membrana peritoneal.

67
Q

Qual a contraindicação absoluta à diálise peritoneal? Por quê?

A

A contraindicação absoluta à diálise peritoneal corresponde ao aneurisma de aorta abdominal, devido ao risco de sua ruptura pelo aumento da pressão intra-abdominal.

68
Q

Quais os tipos de diálise peritoneal? Quais as características principais de cada uma?

A

A diálise peritoneal pode ser dividida em dois tipos principais: CAPD ou diálise peritoneal ambulatorial contínua e a CCPD ou diálise peritoneal contínua do ciclômetro. Na CAPD, deve haver troca manual dos banhos de diálise, pelo próprio paciente, cerca de 3 a 5 vezes ao dia, de modo que, caso haja manipulação indevida do aparelho, há aumento do risco de peritonite. Na CCPD, por sua vez, há a presença de um ciclador automático que realizada as trocas de banhos durante a noite, reduzindo o risco de infecções. Por fim, existem ainda métodos híbridos que combinam ambas as técnicas, em geral utilizados em casos de intensificação da terapia dialítica, quando apenas um dos métodos não for suficiente.

69
Q

Como é feito o acesso peritoneal para diálise?

A

com o cateter permanente de Tenckoff, que garante a possibilidade de diálise de manutenção.

70
Q

Quantos cuffs o cateter permanente de Tenckoff possui? Qual a função de cada um deles?

A

. Tal cateter apresenta dois cuffs, ao redor dos quais ocorre intensa reação fibrótica; assim, o objetivo principal do cuff mais distal consiste em evitar o vazamento da solução dialítica para fora da cavidade abdominal, enquanto o cuff mais proximal atua evitando a translocação de bactérias cutâneas em direção à cavidade peritoneal através da parede do cateter.

71
Q

O cateter de Tenckoff possui apenas um orifício em sua extremidade. V ou F?

A

Falso. O cateter contém também fenestrações laterais em sua extremidade, o que leva a uma otimização da área de troca entre o sangue e a solução dialítica.

72
Q

O que é importante avaliar antes do início da terapia de diálise peritoneal? Como isso é feito?

A

De fato, antes do início da diálise peritoneal, é importante avaliar as características da membrana peritoneal e a sua capacidade de atuar como filtro de diálise. Para tanto, deve-se realizar o teste de equilíbrio peritoneal, o qual avalia a taxa de transferência de glicose e creatinina pela membrana peritoneal.

73
Q

O teste de equilíbrio osmótico permite dividir os pacientes em quatro grupos. Quais? O que significa cada um desses grupos?

A

A partir de tal teste, o paciente pode ser classificado em quatro categorias principais: transportador baixo, transportador médio-baixo, transportador médio-alto e transportador alto. Os transportadores baixo e médio-baixo garantem um equilíbrio mais devagar entre o plasma sanguíneo e a solução infundida, enquanto os transportadores médio-alto e alto tendem a equilibrar de forma mais rápida tais solução.

74
Q

Qual a particularidade de transporte nos transportadores médio-altos e altos?

A

particularidades de perder mais proteínas e absorver mais glicose e outros carboidratos

75
Q

Qual o tipo de diálise peritoneal mais indicado para os transportadores médio-baixo e baixo? E para os médio-altos e altos?

A

Assim, em pacientes com equilíbrio devagar há indicação para realização de CAPD, enquanto nos pacientes transportadores alto e médio-alto, deve-se evitar a CAPD, recomendando-se assim a CCPD (sobretudo para evitar a hipoproteinemia).

76
Q

Como se calcula a dose ideal de diálise peritoneal?

A

A dose ideal de diálise peritoneal, assim como na hemodiálise, também é um assunto controverso, podendo ser avaliada a partir da KT/V “semanal” da ureia, idealmente de pelo menos 1,7 (valores inferiores a esse estão associados à maior mortalidade). Além disso, a dose ideal também pode ser avaliada pelo clearence de creatinina, idealmente mantido entre 50 e 60L/semana.

77
Q

Por que há facilidade para atingir os objetivos de KT/V e clearence semanal de creatinina nas fases iniciais de diálise peritoneal?

A

Devido à presença de função renal residual

78
Q

Qual o fator mais importante para a ineficiência da terapia dialítica com a evolução do quadro?

A

Com a evolução do quadro, a perda de função renal é o fator mais importante para a ineficiência da terapia dialítica, mais do que alterações evolutivas de degeneração da membrana peritoneal.

79
Q

Quais as principais complicações de terapia dialítica peritoneal?

A

As principais complicações de diálise peritoneal incluem: peritonite, infecção do cateter sem peritonite, distúrbios metabólicos e uremia residual.

80
Q

Qual a principal complicação da diálise peritoneal?

A

Peritonite

81
Q

Como é definida a peritonite na diálise peritoneal? Qual sua principal causa, seus principais agentes etiológicos e seu quadro clínico geral?

A

A peritonite, a principal complicação da diálise peritoneal, decorre, sobretudo de uma quebra da técnica asséptica na troca de banho, sendo definida pela presença de ≥ 100 leucócitos/microL (≥ 50% PMN). O quadro clínico, não decisivo para diagnóstico, pode incluir dor abdominal, frequentemente associado a febre e queda do estado geral, e dialisado turvo. O principal agente etiológico de peritonite, nesses casos, é o S. aureus, sendo comuns também infecções por microorganismos gram-negativos (sobretudo em ambiente hospitalar); peritonite por fungos ou micobactérias ocorrem principalmente em caso de uso prévio de antibióticos.

82
Q

Qual a propedeutica e o tratamento de quadros de peritonite na diálise peritoneal?

A

Diante de casos de peritonite, deve realizar cultura e antibiograma do líquido para definição do agente etiológico. O tratamento é realizado com antibioticoterapia domiciliar no banho de diálise, em geral com vancomicina; nos casos de infecções fúngicas e por bactérias gram-negativas, é necessária a retirada do cateter e frequentemente antibioticoterapia sistêmica.

83
Q

O que são as infecções do cateter sem peritonite na diálise peritoneal? Qual o principal agente etiológico, e qual o tratamento?

A

A infecções do cateter sem peritonite, por sua vez, correspondem a uma infecção do túnel subcutâneo, tendo como principal agente etiológico o S. aureus. O quadro clínico é, em geral, leve, sendo tratado com antibioticoterapia tópica e nitrato de prata; os quadros graves requerem antibióticos sistêmicos e remoção do cateter.

84
Q

Qual o principal distúrbio metabólico associado a diálise peritoneal? Em quais pacientes ocorre mais frequentemente? Como se dá seu diagnóstico e seu tratamento?

A

Além disso, existem diversos distúrbios metabólicos que podem estar associados a diálise peritoneal, entre os quais se destaca a perda de proteínas (sobretudo albumina) pela membrana, principalmente em pacientes transportadores médio-altos e altos. O diagnóstico, nesses casos, é feito com hipoproteinemia progressiva aos exames de rotina e o tratamento envolve otimização do método de diálise (CCPD) e aumento da ingesta proteica (buscando manter os níveis de nitrogênio)

85
Q

Quais outros distúrbios metabólicos associados a diálise peritoneal? (4) Como devem ser tratados

A

Ainda, podem ocorrer hiperglicemia e ganho ponderal (pela absorção de calorias durante a diálise); o tratamento, nesses casos, inclui ajustes de dieta e administração de insulina no banho de diálise. Por fim, pode ocorrer também dislipidemia e hipertrigliceridemia, manejadas com estatinas e fibrato, respectivamente.

86
Q

Como ocorre a uremia residual na diálise peritoneal? Qual seu tratamento?

A

A uremia residual, por sua vez, tende a ocorrer em estágios mais avançados de diálise peritoneal, a partir da perda evolutiva da função renal residual. O tratamento nesses casos envolve intensificação de terapia dialítica (procedimento híbrido), substituição por hemodiálise ou realização de transplante renal.

87
Q

Entre as terapias de substituição renal, qual é superior: transplante renal ou diálise?

A

Transplante renal

88
Q

Qual uma importante vantagem do transplante renal sobre a terapia dialítica?

A

O transplante renal é superior à terapia dialítica, garantindo a correção de distúrbios renais não responsivos à diálise, como a perda da função renal endócrina.