Terapia de substituição renal Flashcards
O que tem ocorrido com o número da pacientes em diálise. Por quê?
O número de pacientes em terapia dialítica tem crescido consideravelmente, tanto no Brasil quanto no mundo inteiro. Tal tendência pode ser explicada pelo fenômeno de transição epidemiológica, com aumento da expectativa de vida da população e da população de idosos, bem como elevação no uso de fármacos nefrotóxicos.
Quais as principais causas de DRC em fase terminal?
As duas principais etiologias de DRC em fase terminal com necessidade de diálise são a HAS e a DM, sendo que a primeira é a maior causa no Brasil e a segunda a principal causa no mundo.
Qual o prognóstico e sobrevida de pacientes dialíticos crônicos?
Em relação ao prognóstico de pacientes dialíticos, a sobrevida em 5 anos é de apenas 35 a 40%, o que indica um prognóstico ruim
Quais as principais causas de morte em pacientes dialíticos crônicos? Como se explica sua ocorrência?
As principais causas de morte nesses pacientes são doenças CV (40%) e infecções (10%). A grande mortalidade relacionada a complicações cardiovasculares decorre não apenas diretamente da DRC, como também da existência de diversos fatores de risco compartilhados entre DRC e doenças CV. Por outro lado, as infecções se associam sobretudo à imunossupressão de pacientes dialíticos e a possibilidade de exposição a microrganismos durante a diálise ou em ambiente hospitalar.
Quais as principais causas de morte em pacientes dialíticos agudos? Por quê?
Nos quadros dialíticos por condições agudas, a mortalidade por infecções tende a superar aquela por DCV, visto que, em geral, tais pacientes tendem a ser mais graves, em ambiente de terapia intensiva, e são submetidos a procedimentos mais invasivos.
Quais os preditores de mortalidade que justificam a baixa sobrevida da maioria dos pacientes em terapia dialítica?
Sexo masculino, idade avançada, raça não-negra, DM, desnutrição e cardiopatias
O que ocorre com o prognóstico de pacientes sem fatores preditores de mortalidade?
Os indivíduos que não apresentam tais preditores tendem a apresentar maior sobrevida.
Qual a terapia dialítica mais utilizada em todo o mundo?
Em todo o mundo, inclusive no Brasil, a terapia dialítica mais utilizada corresponde à hemodiálise, sobretudo realizada fora do ambiente domiciliar.
Qual a tendência da terapia dialítica em países ricos? E em países pobres?
. Em países mais ricos, o número de pacientes em hemodiálise domiciliar tende a ser maior, enquanto os países mais pobres, em geral, apresentam um número maior de pacientes em diálise peritoneal (terapia mais barata).
Quais as formas de hemodiálise e como elas são realizadas?
A hemodiálise pode ser feita cronicamente (em geral, 3 vezes por semana, em períodos de 3 a 4 horas) ou de forma aguda. A hemodiálise aguda, por sua vez, pode ser convencional (semelhante à hemodiálise crônica, porém com maior frequência – diariamente ou em dias alternados) ou lenta (por métodos CCRT com duração de 24 horas ou SLED com duração de 6 a 12 horas)
Quais as formas de diálise peritoneal?
A diálise peritoneal, por sua vez, pode ser executada ainda por duas formas: a diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD) e a diálise peritoneal com ciclômetro (CCPD).
Como se dá a escolha de terapia dialítica em pacientes nefropatas crônicos? Há alguma forma preferencial?
Nos pacientes nefropatas crônicos, a escolha entre as formas de terapia dialítica (hemodiálise ou diálise peritoneal) deve se pautar na experiência dos médicos profissionais e na preferência do paciente, não havendo evidências definitivas de superioridade de nenhum dos métodos, embora a maioria dos estudos sugira desfechos semelhantes em ambos os casos. Para a escolha do método, o paciente deve ser devidamente educado sobre as vantagens e desvantagens de cada esquema por nefrologista habilitado.
Como se dá a escolha de terapia dialítica em pacientes nefropatas agudos? Há alguma forma preferencial?
Já nos doentes agudos, a diálise peritoneal deve ser evitada, sobretudo em adultos, sendo a hemodiálise o método de escolha pela maior capacidade de remoção rápida de toxinas, escórias e outras substâncias não desejadas; em crianças, todavia, a diálise peritoneal pode ser considerada
Há diferenças de efetividade entre os subtipos de hemodiálise?
Entre os subtipos de hemodiálise, os estudos não demonstram diferenças marcantes, havendo preferência pelo método lento, na prática, em casos de instabilidade hemodinâmica, edema cerebral e hipervolemia grave (pela maior facilidade de manejo da ultrafiltração).
Quais as indicações de terapia dialítica em pacientes nefropatas crônicos?
(a) sintomas urêmicos; (b) diátese hemorrágica (com aumento do tempo de sangramento e disfunção plaquetária); (c) clearence de Cr < 10mL/min, mesmo em pacientes assintomáticos; (d) quadros refratários de hipercalemia, hipervolemia ou acidose; e (e) clearence de creatinina < 10mL/min.
Quais as indicações de terapia dialítica em pacientes nefropatas agudos?
(a) hipercalemia, hipervolemia ou acidose refratárias; (b) sintomas urêmicos agudos; e (c) intoxicações exógenas com toxinas dialisável.
Quando pode-se indicar diálise mesmo na ausência de suas indicações formais, segundo algumas referências?
Recentemente, algumas referências têm indicado a realização de diálise diante de quadros agudos potencialmente graves com piora progressiva e sinais de falência renal, mesmo na ausência de uma das indicações clássicas de terapia dialítica, desde que haja ureia > 200mg/dL na ausência de sinais de melhora.
Quais os princípios físico-químicos relacionados à hemodiálise?
O método da diálise, a ultrafiltração e a convecção.
O que é o método da diálise?
A diálise consiste na difusão de solutos através de membrana semipermeável a favor de um gradiente de concentração, garantindo que toxinas e outras substâncias presentes no plasma sanguíneo sejam conduzidos para a solução dialítica.
Quais os determinantes da TFG na hemodiálise?
Nos processos de hemodiálise, os principais determinantes da taxa de difusão incluem a magnitude do gradiente, a área de superfície de membrana e o coeficiente de transferência de massa.
O que é o coeficiente de transferência de massa?
É uma característica intrínseca da membrana dialítica, variando conforme sua porosidade e sua espessura, o tamanho das moléculas a serem removidas e a intensidade do fluxo em ambos os lados.
Quem é mais facilmente dialisável: ureia ou creatinina? Por quê?
Destaca-se que, entre as principais escórias nitrogenadas, a ureia apresenta menor peso molecular em relação à creatinina, de modo que constitui uma molécula mais facilmente dialisada.
O que é a ultrafiltração? Qual sua importância na terapia dialítica?
A ultrafiltração corresponde ao movimento do solvente (água) a favor de um gradiente de pressão. Tal princípio é importante, principalmente, para evitar acúmulo de água no organismo, o que levaria a condições de hipervolemia.
O que é convecção?
Além disso, a presença de gradiente de pressão assegura também o método de convecção (derivado da ultrafiltração), em que o solvente ultrafiltrado carrega consigo solutos (solvente drag).