Disturbios Hidroeletroliticos Flashcards

1
Q

Qual a proporção de água corporal total frente ao peso corporal?

A

50% em mulheres e 60% em homens

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2
Q

Quais são os dois espaços em que a ACT se distribui e qual a proporção em cada um deles?

A
Meio EC (1/3 da ACT)
Meio IC (2/3 da ACT)
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3
Q

O meio EC se divide ainda em outros compartimentos. Quais?

A

Meio intersticial e meio intravascular

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4
Q

Qual a proporção de água no meio IV?

A

1/4 do volume EC, 5% do peso corporal

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5
Q

O que tende a ocorrer com o volume de água no corpo com o envelhecimento?

A

Reduzir

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6
Q

Como se processam os mecanismos de alteração de água corporal?

A

Pode haver alterações na ACT ou na água IV, de forma independente

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7
Q

Por que falamos que as alterações de ACT e de água IV são independentes?

A

Porque pode haver aumento de ACT e redução de VCE, levando a edema e hipovolemia relativa

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8
Q

O que é hipovolemia relativa e quais suas principais causas?

A

Aumento de ACT com redução de VCE. ICC e cirrose hepática

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9
Q

Como se avalia alterações de ACT?

A

Peso corporal

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10
Q

O que é VCE?

A

Volume no meio intra arterial

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11
Q

Como avaliar o VCE?

A

Método clínico (qualitativo)

Monitorização (quantitativo)

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12
Q

Como é a avaliação clínica do VCE? O que ela evidencia em caso de hipovolemia?

A

Avaliação de pulsos, PA, perfusão, ortostatismo e diâmetro de veias jugulares. Em pacientes com hipovolemia, há hipotensão e hipotensão postural, ma perfusão, pulsos reduzidos ou abolidos, colabamento de jugular

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13
Q

Como é feita a monitorização do VCE?

A

De forma invasiva (por PVC ou PoCAP) ou não invasiva (ecocardiograma com avaliação do diâmetro da cava e estimativa da PVC pelo grau de distensão das câmaras atriais)

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14
Q

A avaliação clínica é pouco precisa na identificação de hipovolemia, sempre sendo necessário associar métodos clínicos e monitorização. V ou F?

A

Verdadeiro!!!

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15
Q

Quadros de hipovolemia são marcados por ACT baixa?

A

Não. O status volêmico do paciente é determinado pelo VCE e não a ACT.

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16
Q

Qual a diferença entre osmolaridade e osmolalidade?

A

Osmolaridade = [osmolitos]/l de água
Osmolalidade = [osmolitos]/ g de água
Na prática, as duas equivalem, pois densidade da água é 1

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17
Q

Qual os VR de osmolaridade plasmática?

A

285 a 295 mosm/l

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18
Q

O que é tonicidade?

A

Diferença na concentração de osmolitos efetivos através de membranas plasmáticas, gerando um gradiente osmótico que permite a passagem de água através da membrana

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19
Q

O que são osmolitos e osmolitos efetivos? Exemplos de osmolitos efetivos

A

Osmolitos são substâncias osmoticamente ativas, sendo que os osmolitos efeitos não atravessam membranas celulares (glicose, sódio e algumas toxinas). A ureia atravessa livremente as membranas e portanto não é osmolito efetivo

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20
Q

Quais as duas formas de se avaliar a osmolaridade plasmática?

A

Método direto (osmometro) e método indireto (fórmula)

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21
Q

Como calcula osmolaridade plasmática?

A

2[Na] + [Gli]/18 + [Ur]/6
Ou
2[Na] + [Gli]/18 + BUN/2,8

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22
Q

O que é BUN?

A

Nitrogênio na ureia sanguínea

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23
Q

Como se interpreta a equação de osmolaridade plasmática?

A

O na é multiplicado por 2 pra incluir a osmolaridade de anions que equilibram a eletropositividade de na. As divisões de gli e ureia são pra conversão de unidade

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24
Q

O que é gap osmótico ou osmolar? O que gap > 10 indica? Pq?

A

Diferença entre a osm plasm medida pelo osmometro e a calculada pela fórmula. Indica intoxicação exogena (osmometro vê outros osmolitos não avaliados pela fórmula)

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25
Q

Como se calcula tonicidade ou osmolaridade plasmática efetiva?

A

2[Na] + [Gli]/18

Ureia não entra na fórmula por não ser osmólito efetivo

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26
Q

Como se dá o controle da osmolaridade plasmática? O que ocorre em elevações de osmolaridade plasmática (em geral, por hiperNa)?

A

A osmolaridade plasmática é controlada pelo centro da sede a nível de SNC e pelo hormônio antidiurético (ADH). Assim, em casos de elevação do nível de Na (como ocorre no consumo de alimentos muito salgados), há ativação desses mecanismos, levando à retenção de água (por ação do ADH) e à indução da sede (pelo centro da sede)

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27
Q

VR de Na. É um eletrólito predominantemente intra ou extracelular?

A

entre 135 e 145mEq/L no plasma sanguíneo. Extracelular.

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28
Q

Qual o principal papel do Na?

A

O principal objetivo desse cátion é a garantia do equilíbrio osmótico do plasma, determinando a osmolaridade plasmática (e evitando que a água não atravesse excessivamente para o meio IC)

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29
Q

Qual a principal célula afetada pelos distúrbios de Na? Quais as manifestações principais desses distúrbios?

A

O neurônio é a célula que mais sofre com alterações natrêmicas, de modo que os distúrbios de sódio frequentemente cursam com manifestações neurológicas

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30
Q

As causas de alterações de Na são decorrentes, em geral, de mudanças do próprio eletrólito. V ou F?

A

Falso. Em geral, os distúrbios do sódio não têm causas centradas no próprio eletrólito.

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31
Q

Quais as causas básicas de hipoNa? E de hiperNa?

A

Assim, hipoNa pode ocorrer de excesso de água ou de ADH, ao passo em que hiperNa pode ser causada por déficit de água ou de ADH. A maioria dos casos de hipoNa ocorrem por produção excessiva de ADH (fisiologicamente apropriada ou não), mas podem se dar também por polidipsia psicogênica (um distúrbio psiquiátrico que leva à ingesta aumentada de água). Já os quadros de hiperNa se associam à diabetes insipidus (déficit de ADH) ou à baixa ingestão hídrica (sobretudo em pacientes acamados ou com rebaixamento do nível de consciência e distúrbio neurológico)

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32
Q

Qual o DHE mais comum no paciente hospitalizado?

A

HipoNa

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33
Q

Como se define hipoNa?

A

Na < 135mEq/L

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34
Q

Qual a fisiopatologia da hipoNa?

A

Sua fisiopatologia corresponde a um desequilíbrio na concentração de sódio em relação à água, e, portanto, a hiponatremia nem sempre reflete uma redução dos níveis absolutos de sódio no organismo. Tal desequilíbrio é possível pois água e sódio apresentam mecanismos distintos de regulação renal, representados principalmente por ADH e SRAA, respectivamente

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35
Q

Quando associada a hipovolemia, como ocorre a hipoNa?

A

Hipovolemia leva à ativação do sistema RAA, resultando em maior retenção de Na e água, e da hipófise com secreção aumentada de ADH e reabsorção exclusiva de água (o que pode causar hipoNa).

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36
Q

Como pode se processar a secreção excessiva de ADH na gênese da hipoNa?

A

A secreção excessiva de ADH pode se dever a estímulos fisiologicamente apropriados (estímulo osmótico ou hemodinâmico) ou não. Ressalta-se que o estímulo fisiológico hemodinâmico tende a suplantar o estímulo osmótico, sendo importante pelo efeito vasopressor garantido pelo ADH em situações de queda do VCE

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37
Q

Quanto à tonicidade, qual a classificação da hipoNa?

A
  • Hipotônica (< 285mOsm/L): grande maioria dos casos, sendo o grupo responsável pela manifestação de sintomas característicos de hipoNa e redução do VCE.
  • Hipertônica (> 295mOsm/L): causada por aumento de outros osmólitos efetivos, como glicose ou manitol, o que leva a aumento do volume de água e diluição do sódio.
  • Isotônica (285 – 295mOsm/L): também chamada de pseudo-hipoNa, decorrente de quadros de hiperlipidemia ou hiperproteinemia. Pode ser contornada pela dosagem de Na através do método de eletrodo iônico.
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38
Q

Quanto ao volume de ACT, qual a classificação da hipoNa? Quais as principais etiologias em cada grupo? Como está ACT, VCE e ADH em cada uma?

A
  • Hipovolêmica: principal causa de hipoNa, podendo ser causada por perdas renais (como uso de diuréticos, NIC ou síndrome cerebral perdedora de sal, com Na urinário > 40mEq/L) ou por perdas extrarrenais (como perdas digestivas por diarreias e vômitos ou sangramentos, com Na urinário < 20 mEq/L). Assim, ACT e VCE estão reduzidos, mas há secreção fisiologicamente apropriada de ADH.
  • Hipervolêmica: representadas pela ICC, pela cirrose hepática e pela IRC. Nesses casos, há aumento da ACT, porém redução do VCE, levando a edema e hipovolemia relativa. Assim, ACT está aumentada e VCE reduzido, com secreção apropriada de ADH; nesses casos, os níveis elevados de ADH são marcadores de mau prognóstico.
  • Normovolêmica: representadas pela SIADH (resposta não fisiologicamente apropriada de ADH), hipotireoidismo e insuficiência adrenal (por ausência de secreção de cortisol, o que leva a um aumento da liberação de ADH). Assim, ACT e VCE estão mantidos, mas há secreção inapropriada de ADH.
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39
Q

Do que depende o quadro clínico da hipoNa?

A

O quadro clínico da hipoNa depende da gravidade e, principalmente, da rapidez de instalação

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40
Q

Qual o quadro clínico de hipoNa crônica e por quê? Quanto tempo de evolução tem os processos crônicos?

A

Em processos crônicos (> 48h), observa-se adaptação cerebral (com expulsão de osmólitos efetivos intracelulares e adequação do equilíbrio osmótico), resultando em condições oligo ou assintomáticas

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41
Q

Qual o quadro clínico de hipoNa aguda e por quê? Quanto tempo de evolução tem os processos agudos?

A

Nos casos agudos (< 48h), não há tempo de se processar a adaptação cerebral, havendo edema cerebral e encefalopatia hiposmolar, com sintomas compatíveis com essa condição (cefaleia, náuseas e vômitos que, se não manejados adequadamente, podem evoluir para letargia, convulsões e até mesmo coma); nesses casos, o edema cerebral pode causar o óbito por herniação cerebral (hérnia de uncus)

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42
Q

As complicações neurológicas da hipoNa tendem a ser mais comuns em quais pacientes?

A

Mulheres na pré-menopausa

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43
Q

Quais os três pilares a serem avaliados no diagnóstico de hipoNa?

A

Anamnese, exame físico e exames laboratoriais básicos

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44
Q

O que avaliar na anamnese de pacientes com hipoNa?

A

Questionar sobre medicamentos em uso (alguns fármacos promovem a secreção espontânea de ADH), além da situação de ingesta e perda hídrica (digestivas ou renais)

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45
Q

O que avaliar no exame físico de pacientes com hipoNa?

A

Ao exame físico, devemos avaliar o status volêmico do paciente, podendo estar baixo diante de sinais de desidratação

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46
Q

Quais exames laboratoriais solicitados na investigação de pacientes com hipoNa?

A

Os exames laboratoriais incluem avaliação de eletrólitos, função renal, cálculo da osmolaridade plasmática e sódio urinário; eventualmente, podemos investigar endocrinopatias com avaliação de função tireoidiana e adrenal, se necessário

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47
Q

O que significa SIADH?

A

Síndrome de Secreção Inapropriada de ADH ou Síndrome da Antidiurese Inapropriada

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48
Q

Quais as principais etiologias de SIADH?

A

Etiologias seguem o mnemônico de seu nome: alterações do SNC (meningite, TCE, AVC, lesão neurológica, entre outros), iatrogenia (uso de medicamentos de ação central, como anticonvulsivantes, antidepressivos, antipsicóticos e outros psicofármacos), doenças pulmonares (infecções por Legionella e câncer de pequenas células – oat cell) e HIV

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49
Q

Qual a fisiopatologia por trás da SIADH? Qual o principal achado precoce dessa síndrome?

A

Essa síndrome é marcada por secreção inapropriada de ADH, o qual atua no túbulo coletor levando a uma tendência à hipervolemia. Todavia, o aumento do volume circulante distende as câmaras atriais, determinando secreção de peptídeo atrial natriurético e, consequentemente, perda de sódio e água (com manutenção da euvolemia). Há, portanto, natriurese aumentada – principal achado precoce da síndrome –, aumento da osmolaridade urinária e uricosúria.

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50
Q

Quais os critérios formais para diagnóstico de SIADH? (5)

A
HipoNa
Euvolemia
Osmolaridade plasmática inferior a 280mOsm
Osmolaridade urinária superior a 100mOsm
Sódio urinário superior a 40mEq/L
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51
Q

Quais outros achados importantes na SIADH não são critérios diagnósticos?

A

ureia plasmática < 20mg/dL e ácido úrico plasmático < 4mg/dL, às custas de uricosúria.

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52
Q

Qual importante diagnóstico diferencial de SIADH em lesões neurológicas?

A

Síndrome cerebral perdedora de sal

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53
Q

Qual a fisiopatologia da síndrome cerebral perdedora de sal?

A

Esta síndrome decorre da liberação de peptídeo cerebral natriurético devido a quadros neurológicos, resultando em perda renal de água e sódio por secreção fisiologicamente apropriada de ADH

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54
Q

Quais principais diferenças entre SIADH e síndrome cerebral perdedora de sal?

A

Na síndrome cerebral perdedora de sal há secreção fisiologicamente apropriada de ADH, com hipovolemia associada a hipoNa, de modo que o paciente manifesta hipotensão e taquicardia. Já na SIADH, a secreção de ADH é fisiologicamente inapropriada e há euvolemia.

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55
Q

Tratamento de quadros crônicos de HipoNa hipovolêmica

A

Reposição de solução isotônica (SF 0,9% ou RL) para restauração da volemia e redução da secreção de ADH; nas síndromes perdedoras de sal refratárias a esse tratamento, está indicada a administração de fludrocortisona

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56
Q

Tratamento de quadros crônicos de HipoNa hipervolêmica

A

Nas condições hipervolêmicas, além do tratamento da causa de base, recomenda-se restrição hídrica e de outros fluidos hipotônicos (para níveis inferiores a 1L/dia) e uso de diuréticos de alça (furosemida), que promovem redução da hiperosmolaridade da medula renal e diminuição da retenção de água por ação do ADH; nos casos refratários, pode-se recorrer à diálise

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57
Q

Tratamento de quadros crônicos de HipoNa euvolêmica

A

Nos quadros normovolêmicos, o tratamento também passa por controle da causa de base, restrição hídrica e uso de furosemida; nas condições refratárias, pode-se lançar mão de antagonistas do ADH, como a demeclociclina (antibiótico da classe das tetraciclinas, barato e pouco usado atualmente) ou os vaptanos (antagonistas V2, mais caros)

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58
Q

Como se deve realizar o início da administração de vaptanos?

A

Destaca-se que os vaptanos devem ser iniciados em ambiente hospitalar e com liberação de ingesta hídrica devido ao risco de hiperNa.

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59
Q

Há recomendação de reposição de Na na hipoNa crônica? Por quê?

A

Não! Devido ao risco de desmielinização osmótica ou osmólise pontina.

60
Q

O que é desmielinização osmótica? Como deve ser avaliada?

A

um quadro geralmente grave e irreversível, decorrente de desidratação aguda de neurônios e lesão mielínica importante, levando a letargia, disartria e plegia; sua avaliação deve ser feita com RM

61
Q

Como se dá a prevenção de desmielinização osmótica?

A

Correção dos níveis de Na < 8-10mEq/L em 24h e <18mEq/L em 48h nos casos agudos. Evitar correção de Na nos casos crônicos.

62
Q

Quando a reposição de solução salina hipertônica (NaCl 3%) está indicada?

A

somente nos quadros de hipoNa aguda sintomática ou com Na < 125mEq/L

63
Q

Nos casos indicados em que velocidade deve ser feita a reposição de solução salina hipertônica (NaCl 3%)?

A

Elevação de até 1 a 2mEq/L/h nas primeiras 3h (3mEq/L nas primeiras 3h), com elevação de até 12mEq/L em 24h

64
Q

Como se calcula o volume de salina 3% necessário para cada paciente?

A

Para definir o volume de salina 3% necessário para cada paciente, deve-se calcular o déficit de Na, em mEq/L, a partir da seguinte fórmula:
Déficit de Na = 0,6(H) OU 0,5 (M) x Peso x (variação de Na que se deseja aumentar)
O valor obtido deve ser corrigido para gramas por sua divisão por 17, e então calculado em litros por regra de três, levando em consideração a concentração de 3% da solução. É possível ainda calcular a primeira fórmula e dobrar o valor para achar o volume em mL ou então dividir por 514 para achar o volume em L.

65
Q

Qual particularidade do tratamento de hipoNa hipervolêmica aguda grave?

A

Não se deve realizar infusão de salina a 3%. Nesses casos, recomenda-se administração de vaptano IV (conivaptan) ou hemodiálise

66
Q

Como se define hiperNa?

A

Na > 145 mEq/L no plasma sanguíneo

67
Q

Quais a fisiolopatologia da hiperNa?

A

Maior proporção de sódio em relação à água corporal, seja por déficit de água ou de ADH. Por essa razão, a hiperNa sempre cursa com hiperosmolaridade e, portanto, leva a quadros de sede. Assim, a hiperNa apenas se desenvolve se houver ausência de acesso a líquidos (como em pacientes em coma, idosos com delirium, recém-nascidos, acamados, pacientes com deficiência neurológica, entre outros) ou ausência de sede.

68
Q

Quais os três grandes grupos de hiperNa? Como se caracterizam e quais as principais causas em cada um?

A
  • hiperNa normovolêmica: há manutenção dos níveis de Na e redução da água corporal. Suas principais causas são diabetes insipidus, hipodipsia e perdas insensíveis leves
  • hiperNa hipovolêmica: há redução de Na e de água, sendo esta perdida em maior intensidade. Pode ser decorrente de perdas renais (poliúrias pós-obstrução ou uso de diuréticos, que cursam com Na urinário > 40) ou perdas extrarrenais (como queimaduras ou perdas digestivas, que cursam com Na urinário < 20).
  • hiperNa hipervolêmica: há aumento de água e de sódio, este retido em maior proporção. Causada por contextos de ganho de sódio, como infusão de NaHCO3- IV (em cuidados pós PCR) ou NaCl 3%.
69
Q

HipoNa e hiperNa hipovolêmicaapresentam as mesmas causas. Como diferenciar a ocorrência?

A

Diferenciação entre a ocorrência de ambas as entidades se dá pela possibilidade de acesso a água (solução hipotônica). Em pacientes com acesso à água, desenvolve-se hipoNa, enquanto aqueles que não possuem acesso cursam com hiperNa.

70
Q

Como deve ser feito o diagnóstico de hiperNa?

A

Clínico, com base em anamnese e exame físico, exceto em casos duvidosos

71
Q

Quando deve-se solicitar exames laboratoriais para investigação etiológica de hiperNa?

A

Os exames laboratoriais específicos estão indicados somente em casos de dúvida diagnóstica após investigação clínica. Na prática, a investigação complementar é realizada para pacientes com poliúria e polidipsia de causa obscura

72
Q

Como é feita a investigação complementar nos casos duvidosos de hiperNa?

A

o principal parâmetro a ser avaliado consiste na osmolaridade urinária, que, se > 150mOsm, aponta para quadros de poliúria hipertônica (como DM, hiperalimentação, intoxicação por manitol – casos em que há aumento de osmólitos efetivos no plasma sanguíneo), enquanto, se < 100mOsm, pode indicar polidipsia primária psicogênica (quando osmolaridade plasmática baixa) ou diabetes insipidus (quando osmolaridade plasmática > 295mOsm).

73
Q

O que fazer nos casos em que, após a investigação complementar (osmolaridade urinária e plasmática), ainda há dúvida etiológica? O que caracteriza essa dúvida?

A

Nos casos duvidosos, de osmolaridade urinária baixa e osmolaridade plasmática normal, pode-se recorrer ao teste de privação hídrica, realizado em ambiente hospitalar

74
Q

Em que consiste o teste de privação hídrica?

A

Nesse teste, o paciente é mantido em dieta zero (incluindo líquidos), com coleta de peso, sinais vitais e amostras de urina a cada hora, tendo como objetivo o cálculo da osmolaridade horária

75
Q

Como devem ser interpretados os resultados do teste de privação hídrica?

A

se não houver alteração da osmolaridade urinária por 3h, se houver redução do peso em 3% ou se houver aumento da osmolaridade plasmática, confirma-se o diagnóstico de diabetes insipidus; se por outro lado, houver manutenção da osmolaridade plasmática, com redução da poliúria e maior concentração da urina, é possível determinar um quadro de polidipsia primária

76
Q

Como se caracteriza o diabetes insipidus central? E o nefrogênico?

A

Central: secreção reduzida de ADH pela hipófise

Nefrogênico: resistência das células tubulares renais a esse hormônio

77
Q

A partir do daignóstico de diabetes insipidus, como se diferencia o DI central do nefrogênico?

A

A partir da dosagem de ADH no plasma e da administração de vasopressina subcutânea com posterior avaliação da urina em 60min: se houver resposta à vasopressina, com redução do volume urinário, confirma-se DI central, enquanto na ausência de resposta pode-se falar em DI nefrogênico.

78
Q

Como se caracteriza o quadro clínico de hiperNa?

A

As manifestações clínicas de hiperNa incluem sinais e sintomas condizentes com um quadro de encefalopatia hiperosmolar, em que há retração do tecido neuronal. Inicialmente, há sintomas inespecíficos, como fraqueza, irritabilidade, cefaleia e letargia, que podem evoluir então para quadros de espasticidade, hipernatremia, delirium, convulsão e coma, com risco aumentado de hemorragias intraparenquimatosas (sobretudo em pacientes pediátricos).

79
Q

Como se dá a adaptação neuronal na hiperNa? Em quanto tempo isso se inicia?

A

A adaptação neuronal, nesses casos, se processa de forma mais rápida que na hipoNa, a partir da produção de osmoles idiogênicos já em 24h após o início do quadro, o que marca a divisão entre processos crônicos e agudos.

80
Q

Como se dá o tratamento de hiperNa?

A

O princípio básico do tratamento de hiperNa é corrigir ou controlar a causa do distúrbio. Ainda, é importante repor o déficit de água e as perdas insensíveis. Assim, deve haver aumento da ingesta hídrica preferencialmente por VO com água potável.
Nos casos mais graves, pode-se associar hidratação parenteral, sendo que, em algumas situações (como redução do nível de consciência e obstrução intestinal), há indicação de reposição IV exclusiva com SG 5% ou solução salina hipotônica 0,45%

81
Q

Como é roduzida a solução salina hipotônica 0,45%?

A

Pela mistura de água destilada ou soro glicosado com SF 0,9% em proporção 1:1

82
Q

Pode-se infundir água destilada EV? Por quê?

A

Não pode haver infusão de água destilada, visto que tal solução em grandes quantidades na veia promove hemólise

83
Q

Qual a particularidade do tratamento de hiperNa com hipovolemia franca?

A

Deve haver inicialmente infusão de SF 0,9% para correção do VCE. Em seguida, pode-se administrar solução salina hipotônica 0,45% para auxiliar na reposição volêmica e para correção de hiperNa.

84
Q

Qual a particularidade do tratamento de hiperNa e hipervolemia?

A

Deve haver uso de SG 5% associado a diuréticos de alça, sendo que, se houver IRC grave, tais pacientes devem ser submetidos à hemodiálise

85
Q

Qual o limite de correção da hiperNa? Por quê?

A

Redução de até 10mEq/L de Na nas primeiras 24h, devido ao risco de edema cerebral, embora ainda haja muitas controversas a esse respeito

86
Q

Como deve ser feita a reposição de água livre na hiperNa?

A

Deve seguir a seguinte fórmula:
Déficit de água livre = 0,5 x Peso x (variação de Na desejada – 1), para homens
Déficit de água livre = 0,4 x Peso x (variação de Na desejada – 1), para mulheres
Após cálculo do déficit de água livre, devemos acrescentar ainda as perdas insensíveis, que em geral giram em torno de 10mg/kg/dia ou 1500ml/dia

87
Q

O cálculo de déficit de água livre pode ser usado para infusão de NaCl 0,45%?

A

Como esse cálculo é realizado para água livre, em caso de administração de salina 0,45%, deve haver a multiplicação do valor obtido (incluindo as perdas insensíveis) por 2.

88
Q

A fórmula para cálculo de água livre considera uma redução da ACT, tanto para homens quanto para mulheres. V ou F?

A

Verdadeiro. Analisando tal fórmula, é possível concluir que houve uma redução da ACT considerada, tanto para homens quanto para mulheres. Isso ocorre porque, em pacientes hipernatrêmicos, a água corporal total tende a representar uma fração menor do peso corporal

89
Q

O K é preferencialmente intra ou extracelular? Qual seu VR?

A

O potássio é um íon predominantemente intracelular, de modo que seus valores de referência no plasma sanguíneo giram em torno de 3,5 a 5,5mEq/L

90
Q

Como se dá a manutenção de K no meio intracelular?

A

A bomba de Na-K-ATPase garante a troca ativa de sódio e potássio, mantendo o primeiro predominantemente no meio EC e o segundo em maior proporção no meio IC

91
Q

Qual o papel principal do K?

A

A presença de níveis elevados de K no interior das células é importante para a deflagração dos mecanismos de transmissão neuromuscular; dessa forma, a principal função do potássio consiste na excitabilidade neuromuscular

92
Q

Por que é importante o controle dos níveis séricos de K?

A

Porque alterações nesses valores podem prejudicar o potencial de repouso das células excitáveis e a deflagração do potencial de ação, levando à disfunção sobretudo de cardiomiócitos e celulares musculares lisas e esqueléticas.

93
Q

Quais as principais células afetadas pelos distúrbios do K? Quais as principais manifestações desses distúrbios?

A

Assim, as principais células afetadas pelos distúrbios do potássio são as células musculares, de modo que as principais manifestações associadas a alterações calêmicas incluem câimbras, fraqueza muscular e até mesmo arritmias cardíacas.

94
Q

A obtenção de K pelo organismo se dá facilmente através da dieta, mas o processo de remoção do excesso de K do sangue é mais complexo. V ou F?

A

Verdadeiro

95
Q

Quais os dois mecanismos principais estão envolvidos na remoção do excesso de K do plasma sanguíneo?

A

O armazenamento de K+ nas células musculares e a ação da aldosterona (que leva à reabsorção de Na e à secreção de H e K no túbulo coletor)

96
Q

Quais fatores favorecem o armazenamento IC de K?

A

pH alcalino, adrenalina ou insulina, em troca com H+

97
Q

Como a aldosterona interfere nos níveis séricos de K?

A

Contextos de hiperaldosteronismo tendem a aumentar a perda de K, enquanto hipoaldosteronismo cursa com maior retenção desse cátion

98
Q

Como se processa o armazenamento IC de K? Garante o controle definitivo dos níveis de K?

A

A partir do estímulo da bomba de Na-K-ATPase, sendo um mecanismo útil de controle dos níveis de potássio no sangue, mas não definitivo.

99
Q

O que define hipoK?

A

K < 3,5mEq/L

100
Q

Quais as principais repercussões de hipoK?

A

Pode afetar o músculo cardíaco (com desenvolvimento de arritmias ventriculares ou favorecimento de intoxicação por digitálicos – por potencializar o efeito desse fármaco), o músculo liso (com íleo paralítico) e o músculo esquelético (com fraqueza e rabdomiólise, nos casos extremos)

101
Q

Quais os mecanismos de etiopatogênese da hipoK?

A

Redução da ingesta desse eletrólito (muito rara), o aumento de seu armazenamento celular ou perdas externas renais ou extrarrenais

102
Q

A retenção intracelular de potássio tende a ocorrer em quais contextos?

A

Casos de alcalose, cetoacidose em tratamento (por ação da insulina), uso de beta-agonistas (por tratamento de asma ou outras pneumopatias) e reposição de vitamina B12 (que estimula o sequestro de K+ pelas hemácias).

103
Q

As perdas exógenas renais de potássio tendem a ocorrer em quais contextos?

A

Contextos de hiperaldosteronismo, alcalose metabólica, hipomagnesemia (frequentemente associado a hipocalemia), uso de diuréticos e uso de anfotericina B ou de gentamicina (as quais podem causar IRA com hipocalemia)

104
Q

As perdas exógenas extrarrenais de potássio tendem a ocorrer em quais contextos?

A

Perdas digestivas abaixo do piloro (pela alta concentração de potássio no trato gastrointestinal)

105
Q

Qual a diferença entre as perdas digestivas acima e abaixo do piloro na forma de espoliação do K?

A

As perdas digestivas abaixo do piloro levam à espoliação de potássio pelo próprio TGI. Já as perdas acima do piloro também cursam com hipocalemia, mas, nesses casos, há perda renal de potássio devido à alcalose estabelecida

106
Q

É recomendada a administração de insulina em pacientes com hipoK?

A

Não, esta deve ser evitada. A insulina aumenta o armazenamento IC de K.

107
Q

Manifestações clínicas nos quadros leves e moderados de hipocalemia

A

Fraqueza, fadiga, cãimbras e constipação intestinal

108
Q

Manifestações clínicas nos quadros graves de hipoK

A

Paralisia muscular (com hipoventilação), íleo paralítico, rabdomiólise e arritmias cardíacas (avaliadas ao ECG)

109
Q

Qual importante manifestação pode ocorrer em processos crônicos de hipoK?

A

Nos processos crônicos, pode ocorrer uma tubulopatia vacuolar, que se manifesta geralmente como diabetes insipidus nefrogênico, inicialmente reversível com a reposição de potássio, mas que, se não manejada adequadamente, pode evoluir para IRC

110
Q

Quando a investigação laboratorial de hipoK é útil?

A

Nos quadros obscuros após avaliação clínica

111
Q

Qual o principal parâmetro utilizado para avaliação complementar de hipoK?

A

O principal parâmetro utilizado nesses casos é o gradiente transtubular de potássio, calculado pela seguinte fórmula:
TTKG = Kur/Kplas / Osmur/Osmplas

112
Q

Qual a interpretação do TTKG?

A

Um valor de TTKG superior a 4 indica perda renal de K, o que é útil para direcionar a investigação subsequente: perdas de K podem estar associadas ao aumento de aldosterona (quadros de hiperaldosteronismo hipo ou hiperreninêmico, frequentemente associados a HAS pela maior retenção de Na e água) ou à presença de ânions não reabsorvidos nos túbulos renais (que aumentam a secreção de K para equilíbrio de sua eletronegatividade)

113
Q

Quais as alterações do ECG compatíveis com hipoK?

A

Quanto às alterações ao ECG, precisamos ter em mente que a onda T acompanha as alterações do K, enquanto a onda P segue sentido inverso. Assim, quadros de hipocalemia cursam, a princípio, com achatamento da onda T (K < 3), na medida em que há aparecimento e crescimento da onda U (K < 2). Existem ainda outras alterações mais tardias, como onda P apiculada (K < 1) e alargamento do QRS (raro)

114
Q

Qual a base de tratamento de hipoK?

A

Reposição de KCl (o cloreto auxilia a manter o potássio no meio extracelular), preferencialmente por VO (maior segurança) 3-6g/dia. Em caso de intolerância oral, perdas gastrointestinais importantes ou hipoK grave (com K < 3 ou com alterações ao ECG), recomenda-se reposição por via IV de forma empírica, com acompanhamento dos níveis séricos até normalização.

115
Q

Tratamento dos quadros de hipoK leve

A

Nos quadros de hipoK leve (K entre 3 e 3,5 mEq/L), recomenda-se administração de 40 a 80mEq/d de potássio por VO.

116
Q

Tratamento dos quadros de hipoK grave

A

Na hipoK grave (com K < 3mEq/L), a reposição deve ser IV com 10 a 20mEq/h de potássio, até que K alcance valores próximos a 3mEq/L, quando deve-se iniciar reposição VO.

117
Q

Quais são os importantes cuidados associados à reposição IV de K?

A

Deve haver importantes cuidados associados à reposição IV de K, como a velocidade de administração do eletrólito (rápida reposição pode causar hipercalemia aguda e taquiarritmias ventriculares ou morte súbita cardíaca), bem como concentração adequada de K na solução, entre 20 e 40mEq/L em casos de veias superficiais e 60mEq/L em veias profundas (pelo risco de flebite venosa)

118
Q

O que fazer nos casos de hipoK refratários à reposição de K?

A

Em pacientes refratários a tais medidas, deve-se corrigir hipoMg se necessário, pois os níveis de magnésio no corpo podem interferir com os níveis séricos de potássio.

119
Q

Com qual solução não se deve realizar reposição IV de K? Por quê?

A

A reposição de K+ não deve ser realizada com SG 5%, visto que a insulina aumenta o armazenamento intracelular desse eletrólito.

120
Q

Como deve ser realizada a reposição oral de K?

A

por VO, 1g KCl corresponde a cerca de 13 mEq de K+, de modo que pode haver administração de xarope KCl 6% de 15 a 30mL/dia.

121
Q

Como deve ser realizada a reposição EV de K?

A

Nas administrações por via IV, pode-se utilizar solução salina hipotônica (NaCl 0,45% + 40mL de KCl 10% por 4h em bomba infusora) ou, alternativamente, KCl 10% 30mL + 170mL SF 0,9% IV em 2h.

122
Q

Qual solução é preferencial para reposição de K? Por quê?

A

O uso de solução salina é preferencial devido ao menor risco associado de flebite.

123
Q

Apesar da restrição na concentração das soluções de K, qual descoberta recente tende a afrouxar esse cuidado?

A

concentrações de até 200mEq/L de potássio em soluções IV (sobretudo no sítio venoso profundo femoral, pela maior distância em relação ao coração) podem ser administradas sem grande risco de flebite. Porém, tal informação ainda é pouco reconhecida pela literatura.

124
Q

Qual o sítio preferencial para infusão EV de K?

A

Sítio venoso profundo femoral, pela maior distância em relação ao coração

125
Q

Quais sais podem substituir o KCl na reposição de K na hiperK e em quais contextos?

A

Alguns sais, como fosfato ácido de potássio e citrato de potássio, são utilizados em situações específicas, como hipofosfatemia ou acidose metabólica associadas à hipoK, respectivamente.

126
Q

Como se define hiperK?

A

K < 3,5mEq/L

127
Q

Quais as principais repercussões da hiperK?

A

Disfunções cardíacas (arrtmias ventriculares) e alterações do músculo esquelético (fraqueza muscular) e do músculo liso (íleo paralítico)

128
Q

Quais os dois principais fatores que podem estar envolvidos na etiopatogênese da hiperK?

A

A etiopatogênese da hiperK pode envolver liberação celular desse eletrólito ou sua retenção.

129
Q

Quais fatores favorecem a redução na excreção de K?

A

DRC avançada OU outros fatores não associados à insuficiência renal crônica:
uso de diuréticos poupadores de K (espironolactona)
uso de IECA ou BRA (que inibem o SRAA)
contextos diversos de hipoaldosteronismo (como insuficiência adrenal, hipoaldosteronismo hiporreninêmico em pacientes diabéticos e quadros de NIC com aumento da resistência do túbulo coletor à ação da aldosterona)
administração de heparina

130
Q

Quais fatores favorecem a liberação celular de K?

A

A liberação intracelular de K pode ser decorrente de contextos de acidose (cada queda de 0,1 de pH determina um aumento compensatório de 0,7mEq/L), rabdomiólise, síndrome da lise tumoral e hemólise maciça (visto que as hemácias também apresentam grandes quantidades de K+)

131
Q

Qual o quadro clínico da hiperK leve ou moderada?

A

Fraqueza muscular, fadiga e constipação intestinal

132
Q

Qual o quadro clínico da hiperK grave?

A

Paralisia flácida arreflexa (com hipoventilação), íleo paralítico e arritmias cardíacas. A oligúria é uma manifestação frequentemente associada a hiperK

133
Q

Qual condição que, quando presente na hiperK, exclui a necessidade de afastar pseudo-hiperK?

A

Oligúria

134
Q

Rabdomiólise é uma manifestação característica de quadros de hiperK. V ou F?

A

Falso, diferentemente do que ocorre na hipoK

135
Q

Alterações ao ECG de hiper K

A

Aumento progressivo da amplitude da onda T (onda T em tenda) e encurtamento do intervalo QT como manifestações iniciais. Entre manifestações tardias, é possível incluir achatamento de onda P e alargamento do QRS (mais comum do que na hipoK).

136
Q

As alterações ao ECG estão presentes na maioria dos pacientes com hiperK. V ou F?

A

Falso, metade dos pacientes com hiperK grave (K > 6,5mEq/L) não apresentam alterações eletrocardiográficas

137
Q

A abordagem terapêutica da hiper K envolve quais medidas gerais?

A

A abordagem terapêutica envolve medidas gerais como confirmar hiperK verdadeira (afastando pseudo-hipercalemias leves por acidose decorrente de estresse na coleta de sangue ou pseudo-hipercalemias em quadros de leucemias agudas), suspender fontes de K+ na dieta do paciente e rever medicamentos que possam estar associadas ao aumento de potássio.

138
Q

Como devem ser abordados os quadros de hiperK grave (com K+ > 6,5mEq/L) ou sintomática?

A

Conduta emergencial devido ao risco de morte iminente por arritmias malignas.

139
Q

Qual a primeira medida em quadros de hiperK grave (com K+ > 6,5mEq/L) ou sintomática?

A

Estabilizar membrana celular para proteção elétrica do miocárdio, com administração de gluconato de cálcio 10% (10mL IV em 2 a 3min) – destaca-se que tal medida não altera os níveis de K+

140
Q

Após primeira medida, como se trata quadros de hiperK grave (com K+ > 6,5mEq/L) ou sintomática?

A

A segunda medida, por sua vez, envolve glicoinsulinoterapia (10UI de insulina regular + glicose 50% 100mL IV em 20min) para estimular captação de K+ pelas células. Existem ainda outras alternativas para redução dos níveis de K, como nebulização com beta-2-agonista (salbutamol 10 a 20 gotas, geralmente não utilizado pelo risco de arritmias cardíacas) e administração de NaHCO3 (indicado em quadros de acidose associada). Há ainda recomendação de aumentar perdas renais ou digestivas (se diurese insuficiente) de K+ com uso de furosemida ou resinas de troca VO (1 sachê de poliestireno).

141
Q

O que fazer na hiperK refratária?

A

Diálise

142
Q

Qual particularidade do tratamento de hiperK por hipoaldosteronismo verdadeiro?

A

Além de todas as medidas clássicas, há indicação de administração crônica de fludrocortisona 0,1mg/dia

143
Q

Qual mecanismo de ação das resinas de troca?

A

As resinas de troca se ligam ao K+ e asseguram sua eliminação nas fezes

144
Q

Em qual condição não se deve administrar gluconato de cálcio?

A

Na vigência de intoxicação digitálica

145
Q

Qual a medida mais efetiva na redução dos níveis de K (em contextos de hiperK)?

A

Glicoinsulinoterapia (10UI de insulina regular + glicose 50% 100mL IV em 20min)