Tuberculose na Infância Flashcards

1
Q

Epidemiologia

A

OMS: 10% dos casos acontecem em <15 anos
BRASIL:
<2 anos: 6,4/100 mil
5-14 anos: 4,8 para cada 100 mil
MAIOR INCIDÊNCIA DE BACILÍFEROS: privados de liberdade e moradores de rua

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2
Q

Tuberculose na infância

A
  • Decorre de exposição domiciliar: busca ativa de adulto bacilífero e investigação de crianças comunicantes
  • Maior suscetibilidade a infecção: 70-80% de chance em <1 ano
  • Maior suscetibilidade ao adoecimento:
    <1ano: 40%
    5-10 anos: 2% (idade de ouro TB)
    >10 anos: 20%
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3
Q

Etiopatogenia e Particularidades nas crianças

A
  • Micobactérias: complexo Mycobacterium tuberculosis
  • Transmissão respiratória: gotículas de Flugge e núcleos de Wells (possuem 3 bacilos), ambientes pequenos, aglomerados, pouco arejados e sem iluminação solar
  • Interação entre imunidade inata e adaptativa
  • Inata: compartimentalização pulmonar, tosse/clareamento mucocicliar, neutrófilos e macrófagos, cels. dendríticas, cels natural killer
  • Adaptativa: respostas Th1: IFN-y e citocinas
    Particularidades da Etiopatogenia nas crianças
  • Dificuldade funcional dos macrófagos e citocinas
  • Imaturidade funcional das cels dendríticas
  • Baixa concentração e efetividade de cels NK
  • Predomínio de resposta Th2
  • Infecção: aspiração de partículas infectantes
  • Ativação imunidade específica: demora cerca de 15 dias -> aparecimento de forma pulmonar
  • Disseminação linfo-hematogênicagênica ou por contiguidade -> formas extrapulmonares
  • Atraso da resposta imune eficaz -> forma grave (miliar e neurotuberculose)
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4
Q

QUADRO CLÍNICO

A
  • Pouco característico, muito variável
  • Pneumonia com dissociação clínico-radiologica (melhora clínica mas piora radiológica), lenta evolução, que não resolve com ATB, complicada, aparição de cavitação ou quadros graves (caquexia, raro),
  • Manifestações clínicas: febre, habitualmente moderada, persistente por mais de 15 dias e frequentemente vespertina, irritabilidade, tosse (>2 semanas), perda de peso (ou baixo ganho podenroestatural), sudorese noturna, às vezes profusa; a hemoptise é rara.
  • EF: linfonodomegalia e hepatoesplenomegalia
  • História típica de contato com adulto infectado (pauci ou multibacilar)
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5
Q

DIAGNÓSTICO BASE-SE EM:

A

Escore de Pontos de TB em criança ≤10 anos

  • Manifestações clínicas (> 2 semanas)
  • RXTX
  • Contato com adulto bacilífero (nos últimos 2 anos)
  • Prova tuberculínica
  • Estado Nutricional
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6
Q

SISTEMA DE PONTUAÇÃO PARA DIAGNÓSTICO em criança ≤10 anos

A
  • ≥ 40 pontos: MUITO PROVÁVEL
  • 30 ou 35 pontos: Possível, tto a critério do médico
  • < 25 pontos: pouco provável, prosseguir investigação para dx dif ou TB (baciloscopia, cultura, broncoscopia, laboratório)
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7
Q

BACILOSCOPIA

A
  • Na infância há dificuldade de se obter secreções pela expectoração, que permitiria o exame de escarro, e, além disso, a TB costuma ser abacilífera ou paucibacilar na maioria dos casos (80%).
  • Crianças internadas: alternativa é a baciloscopia e cultura de lavado gástrico (3 amostras: positivo em 50%) ou escarro induzido
  • Negativa da baciloscopia não afasta dx de TB na infância
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8
Q

PROVA TUBERCULÍNICA

A
  • Aplicação intradérmica de PPD na face anterior do antebraço, leitura em 48-27 horas
    • não reator - inferior a 5 mm
    • reator fraco - entre 5 e 9 mm
    • reator forte - 10 mm ou mais
  • BCG pode influenciar reação, bem como TB prévia ou outras micobactérias ambientais
  • Imunossuprimidos podem fazer falso-negativo
  • Baixa capacidade de produzir imunoglobulinas na primeira infância dificulta testes.
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9
Q

Testes laboratoriais para detecção de TB

A
  • Testes com antígenos específicos são alternativas (IGRA- interferom gama sérico, caro e incerto) e PCR (Xpert MTB-TB, mais rápido, porém baixa sensibilidade, sempre acompanhado à cultura, e pouco validado em crianças, também detecta resistência à rifampicina, feito com LCR, aspirado pulmonar ou gânglios)
  • Baixa capacidade de produzir imunoglobulinas na primeira infância dificulta testes.
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10
Q

RXTX na TBP (PA+P)

A

Na maioria das crianças, a anormalidadeno RXT mais comum é o aumento mediastinal e/ou linfonodal (50%!!), seguido de opacificação alveolar (20%, doença do espaço aéreo), derrame pleural (8%, >6 anos), cavitação (5%, adolescentes) e TB miliar (5%).

  • Opacidade que evolui com cavitação MAIS COMUM EM LOBO SUPERIOR
  • Na incerteza diagnóstica, pode-se repetir RXTX em 14 dias. Tal abordagem é desaconselhada em <6m e HIV pelo risco de disseminação da TB.
  • Gânglios mediastinais aumentados podem ser causados por leucemia aguda, linfoma, doença pulmonar relacionada ao HIV e histoplasmose, entre outros. Podem fazer sibilos monotônicos na clíncia
  • RXTX é importante para diferenciar outras doenças com clínica com sintomas comuns indicativos de doença pulmonar crônica: por fibrose cística, bronquiectasias não císticas, aspiração de corpo estranho, bronquite bacteriana crônica, insuficiência cardíaca e tuberculose pulmonar.
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11
Q

Formas pulmonares e extrapulmonares da TB em Crianças < 15 anos:

A
Formas pulmonares (85%)
- Baciloscopia positiva
Formas extrapulmonares (15%)
- Linfoganglionar: 65%
- Meningoencefalite: 15%
- Tuberculose pleural: 5%
- Tuberculose osteoarticular: 5%
- Tuberculose perianal: Recém Nascido, transmissão congênita ou neonatal
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12
Q

Tuberculose Ganglionar Periférica

A
  • Geralmente cervical unilateral
  • Adenomegalia de evolução lenta (>3 semanas) que não responde a ATB
  • Consistência endurecida e podem fistulizar (escrófula) possibilitando pesquisa de BAAR
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13
Q

NEUROTUBERCULOSE

A

MENINGOENCEFALITE TUBERCULOSA
- Fase prodrômica de 1-8 semanas com febre irritabilidade paralisia de pares cranianos
- Evolui com sinais clínicos de hipertensão intracraniana, vômitos, letargia, rigidez de nuca
- LCR: claro, baixa glicose, proteína elevada e pleocitose com predomínio de mononucleares (linfócitos)
Também pode haver comprometimento do parênquima (tuberculoma, abcesso e cerebrite), pode haver hidrocefalia e infartos

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14
Q

TB ÓSTEO-ARTICULAR

A
  • Forma mais encontrada em coluna vertebral (Mal de Pott)

- Dor no segmento atingido e posição antálgica nas lesões cervicais e torácicas, paraplegias e gibosidade

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15
Q

INVESTIGAÇÃO DE CONTACTENTES <10 ANOS

A

1) Sintomáticos: Investigar TB ativa
a. TB ativa: Tratar
b. TB ativa excluída: prosseguir investigação

2) Sem sintomas: RXTX e PT
a. RX com alterações: prosseguir investigação
b. RX sem alterações: avaliar PT
i. PT ≥5mm: Tratar ILTB
ii. PT 0-4mm: repetir em 8 semanas
1. Sem conversão: alta e orientação
2. Conversão: tratar ILTB

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16
Q

INVESTIGAÇÃO DE CONTACTANTES >10 ANOS

A

1) Sintomáticos: Investigar TB ativa
a. TB ativa: Tratar
b. TB ativa excluída: prosseguir investigação

2) Sem sintomas: PT
a. PT ≥5mm: RXTX
i. RXTX sem alterações: tratar ILTB
ii. RXTX com alterações: prosseguir investigação
b. PT 0-4mm: repetir em 8 semanas
1. Sem conversão: alta e orientação
2. Conversão: RXTX e mesmo esquema acima (2.a)

17
Q

INTERPRETAÇÃO DOS CONTACTANTES

  • PT <5mm e RXTX s/ alterações
  • PT ≥5mm e RXTX s/ alterações
  • PT ≥5mm e RXTX c/ alterações
  • PT <5mm e RXTX c/ alterações
A

Em assintomáticos, <10 anos avaliação dos assintomáticos inicia pelo RXTC e nos >10 anos inicia pela PT. Os sintomáticos com TB ativa são tratados, e aqueles sem TB ativa são investigados (escore).
Não tratar TB ativa como ILTB!
- PT <5mm e RXTX s/ alterações = NÃO INFECTADO (alta e orientações)
- PT ≥5mm e RXTX s/ alterações= ILTB (infectado, tratamento)
- PT ≥5mm e RXTX c/ alterações= DOENTE (prosseguir investigação, escore)
- PT <5mm e RXTX c/ alterações= prosseguir investigação, escore

18
Q

DEFINIÇÃO DE INFECÇÃO LATENTE (ILTB)

A
  • Contato com adulto bacilífero
  • TTB positivo
  • Ausência de sinais e sintomas da doença
  • RXTX normal
19
Q

TRATAMENTO DA ILTB

A
  • Isoniazida (H) por 9 ou 6 meses (não dar para hepatopatas)

- Rifampicina (R) por 4 meses (suspensão oral pediátrica)

20
Q

TRATAMENTO da TB

  • Quando internar?
  • > 10 anos
  • ≤ 10 anos
  • NeuroTB ou TB osteoarticular
A
  • Domiciliar observado
  • Internar se: investigação e tratamento de formas graves (meningo), comorbidades, motivos sociais, reações adversas graves aos medicamentos, intercorrências clínicas/cirúrgicas
  • <10 anos: tratamento ou retratamento de todas as formas pulmonares e extrapulmonares (exceto meningoencefálica e osteoarticular)
  • Fase intensiva: 2 meses de R+H+Z (Rifampicina + Isoniazida + Pirazinamida)
  • Fase de manutenção: 4 meses de R+H (Rifampicina + Isoniazida)
  • > 10 anos: tratamento ou retratamento de todas as formas pulmonares e extrapulmonares (exceto meningoencefálica e osteoarticular)
  • Fase intensiva: 2 meses de R+H+Z+E (Rifampicina + Isoniazida + Pirazinamida+ Etambutol)
  • Fase de manutenção: 4 meses de R+H (Rifampicina + Isoniazida)
  • Neurototuberculose e osteoarticular: prolongar fase de manutenção por 10 meses;
  • Osteoarticular: se baixa complexidade o médico pode optar por manutenção de apenas 6 meses
  • Meningoencefálica: Prednisona ou Dexametasona por 4-8 semanas e fisioterapia para evitar sequelas
21
Q

SEGUIMENTO PÓS TRATAMENTO DO PACIENTE PEDIÁTRICO

A
  • CLÍNICO MENSAL por 6 meses e avaliar adesão
  • Teste HIV no início
  • Rara toxicidade hepática: não fazer exames bioquímicos de rotina
  • Escarro: mensal se caso pulmonar e se houver facilidade da coleta
  • Controle Radiológico: 2º e 6º mês, outros podem ser feitos à critério do médico
  • evolução favorável: 2º mês de tratamento
  • evolução desfavorável: 1º mês de tratamento a fim de afastar dx dif
  • Diferentemente do adulto exames bioquímicos não são indicados pela raridade da toxicidade
22
Q

PROFILAXIA PRIMÁRIA DE RECÉM NASCIDOS

A

Não vacinar BCG e fazer Isoniazida (H) por 3 meses e fazer PT
- Se PT ≥5mm: fazer Isoniazida (H) por 3 meses (total: 6 meses de H)
- Se PT <5mm: interromper H e vacinar BCG
Se for vacinado para BCG inadvertidamente, fazer Isoniazida (H) por 6 meses (afinal PT pode vir alterado)

23
Q

PROFILAXIA DA TB: vacina, características, evolução e complicação

A
  • Vacina BCG: ao nascer DU
  • Cepa de M. bovis
  • Ativa resposta celular a antígenos comuns das micobactérias
  • Prevenção de formas graves e disseminadas de doença, mas não pulmonar
  • Evolução da lesão: granuloma > úlcera pequena > cicatrização
    BCGite: complicação da vacina tratamento com isoniazida até resolução do quadro