Cardiopatias e ICC Flashcards
Diferenças e características da circulação fetal e neonatal
Fluxo placentário entra pelo DUCTO VENOSO (+ VCI) e sai pelos vasos ilíacos.
Fluxo placentário melhor oxigenado mistura-se a VCI pobre em oxigênio e atravessa forame oval (AD/AE) para que coração puncione sangue oxigenado. Como os vasos pulmonares estão contritos, canal arterial permite que o fluxo sanguíneo de VCS e AP circule sistemicamente.
Circulação pós-natal
1. Resistência vascular pulmonar diminui (no choro inicial e progressivamente nas primeiras semanas)
2. O shunt passa a ocorrer da esquerda para a direita, ao contrário da circulação fetal e com isso a membrana do forame oval tende a fechar
3. Fechamento do CA em horas/dias
- Canal arterial conecta AO e AP após ramos braquiocefálico, subclávia e carótida.
Sinais de IC
Taquipneia, cansaço e interrupções às mamadas, sudorese, taquicardia, cardiomegalia e hepatomegalia;
Diferenças de Cardiopatias Congênitas Cianóticas e Acianóticas
- Shunt
- Fluxo pulmonar
- Clínica
- Exemplos
Acianóticas: Shunt E → D (hiperfluxo pulmonar, sangue oxigena, não faz cianose), Cardiomegalia (Esquerda)
- CIA (comunicação interatrial)
- CIV (comunicação interventricular)
- PCA (permanência do canal arterial)
- DSAVT (defeito do septo atroventricular total)
Cianóticas: Shunt D → E (cianose, IC), obstrução anatômica ou funcional, geralmente dependem de alguma alteração comunicante
- Fallot
- TGA
- Atresia Tricúspide ou Pulmonar
Transposição das grandes artérias (grandes vasos)
- Epidemiologia
- Morfologia / Fisiopatologia
- Clínica
- Exames complementares
- Tratamento
- Prognóstico
CIANÓTICA
CC diagnosticada mais comumente no período neonatal
Circulação em paralelo incompatível com a vida, depende de comunicações entre lado direito e esquerdo. Geralmente a comunicação é por FO ou CA, chamado TAG simples.
- A dependente de CIV é mais crítica (com hiperfluxo pulmonar).
Pouco cianótico ao nascer mas piora conforme FO ou CA fecham, com CIANOSE PROGRESSIVA no período neonatal. HIPÓXIA GRAVE e ÁCIDOSE METABÓLICA.
- CIV: pode fazer shunt E → D após primeira semana com diminuição da resistência vascular pulmonar
Ecocardiograma diagnóstico. RXTX pode mostrar área cardíaca aumenta e em OVO DEITADO. e Hiperfluxo pulmonar normal ou discreto (alto na CIV).
Tratamento: manter CA aberto com PEG1 até cirurgia (Jatene BR) até 45 dias para evitar que VE atrofie e não se adapte à pressão sistêmica elevada; ou 21 dias se CIV para evitar doença vascular pulmonar. Tratar distúrbio hidroeletrolítico se presente.
Evolui para óbito se não corrigida. Bom prognóstico da cirurgia.
Tetralogia de Fallot
- Epidemiologia
- Morfologia / Fisiopatologia
- Clínica
- Exames complementares
- Tratamento
- Prognóstico
CIANÓTICA (obstrução anatômica e funcional)
Desvio anterossuperior do septo infundibular (interventricular porção inferior) e consequente: CIV, EP (importante para clínica), Dextroposição da aorta e Hipertrofia de VD.
EP leve apresenta mais sopro, menos clínica e menos cianose; isso inverte na EP grave. Melhoram na posição de cócoras. Pode haver policitemia.
- Complicação: crise de hipóxia (hipercianótica): taquicardia (choro, defecação, agitação) e cianose com abolição do sopro (piora da EP). Ocorre geralmente entre 2-6 meses. Trata-se com posição genupeitoral, O2, morgina, beta-bloc e volume; cirurgia é paliativa.
Ecocardiograma diagnóstico. RXTX geralmente há hipofluxo (na EP leve pode haver hiperfluxo) e coração em bota (TAMANCO HOLANDÊS). ECG acusa hipertrofia de VD. Cateterismo pode ser necessário para elucidar Ecocardiogramana não definitivo.
Tratamento: até cirurgia, suporte para cianose, hipóxia, beta-bloc para relaxar infundíbulo e evitar crises, evitar anemia e policitemia. Cirurgia a partir de 3-6 meses (corrigir CIV, alargar VSVD) ou paliativa (crises e anatomia desfavorável)
Atresia pulmonar com septo interventricular íntegro
- Epidemiologia
- Morfologia / Fisiopatologia
- Clínica
- Exames complementares
- Tratamento
- Prognóstico
CIANÓTICA
Síndrome do coração direito hipoplásico
Não há comunicação entre VD e AP, sendo =o CA a única forma de suprimento pulmonar (Shunt D → E a nível de CA). Há atresia valvar e graus variados de hipoplasia de VD e valva tricúspide.
Cianose central precoce. Com o início do fechamento do canal arterial, a cianose intensifica-se, aparecendo taquipneia e palidez.
Ecocardiograma diagnóstico. Cateterismo pode confirmar hipertensão em VD e refluxo coronariano. RXTX mostra hipofluxo pulmonar.
Tratamento: prostaglandina para manter CA aberto.. Percutâneo pode-se abrir valva não perfurada. Cirurgia (correção biventricular) se VD for capaz de exercer função.
Somente 18,87% dos pacientes sobrevivem ao 1º ano de vida. Cerca de 50% falecem no 1º mês de vida.
Atresia tricúspide
- Epidemiologia
- Morfologia / Fisiopatologia
- Clínica
- Exames complementares
- Tratamento
- Prognóstico
CIANÓTICA
Ausência de conexão AV direita. Valva AV ausente e assoalho atrial muscular. CIA (geralmente FOP, ou CIV ou PCA) é essencial para sobrevida. Retoro venoso sistêmico e pulmonar misturam-se no AE para ser ejetado pelo VE. Há hipoplasia de VD.
Há graus variados de cianose; tende a surgir no primeiro dia. Crises hipoxêmicas podem ocorrer em lactentes (em torno dos 6 meses de vida) e têm como causas piora anatômica. Nos casos de Hiperfluxo pode haver sinais de IC.
Ecocardiograma diagnóstico. RXTX mostra hipofluxo (com área cardíaca normal) ou hiperfluxo pulmonar (com área cardíaca aumentada e circulação pulmonar exibe congestão venosa)
Tratamento: Prostaglandina para manter CA. Tratamento cirúrgico é obrigatório para todos os tipos.
O resultado cirúrgico tem melhorado significativamente, com mortalidade menor que 5% em muitos centros, e a sobrevida prevista para 10 a 15 anos é de 70%.
Quais cardiopatias não costumam apresentar clínica e sua suspeita é feita pela presença de sopro?
Cardiopatias com shunt E → D costumam fazer sopro. CIA e EP não costumam apresentar clínica e a suspeita é feita pela presença de sopro.
Comunicação Interatrial (CIA)
Estenose pulmonar
Comunicação Interatrial (CIA)
- Morfologia
- Fisiopatologia
- Sopros
ACIANÓTICAS
Shunte do AE → AD, que aumenta com o passar do tempo (queda da RV pulmonar e aumento da complacência do VD), dessa forma a ausculta do sopro é rara nos primeiros meses. Há hiperfluxo pulmonar. A pressão no AE é baixa devido ao esvaziamento para o AD, dessa forma não há hipertensão venocapilar pulmonar (taquipneia, dispneia, interrupção às mamadas). E o volume do VD e AD são aumentados, manifestando desdobramento de B2 (sobrecarga de volume que retarda esvaziamento de VD) e estenose relativa de valvas direitas (sopro funcional). 4 tipos.
1) Ostium secundum (OS): mais comum, região da fossa oval
2) Ostium primum (OP): defeito do septo AV
3) Seio venoso (SV): junto à desembocadura da VCS e drenagem para veias pulmonares
4) Seio coronário (SC): raro, defeito do teto do SC que permite passagem do AE para o AD
Comunicação Interatrial (CIA)
- Clínica
- Exames complementares
- Tratamento
- Prognóstico
Manifestações clínicas: geralmente há apenas sopro. Tardiamente pode haver fadiga, infecções respiratórias de repetição e palpitação. Lactentes raramente apresentam sintomas, mas casos graves podem ter IC e baixo desenvolvimento ponderoestatural. CIA OP costuma ser mais grave e precoce. É comum o diagnóstico quando adulto de ICC.
Exames complementares: Ecocardiograma diagnóstico. ECG aponta hipertrofia de AD e VD. RXTX aponta hipertrofia direita, hiperfluxo e congestão pulmonar.
Tratamento: correção se Qp/Qs >1,5. Cirurgia ou cateterismo geralmente aos 2 anos. Procedimento simples e de baixíssima mortalidade.
Estenose Pulmonar
ACIANÓTICA (casos graves cianose com hipofluxo pulmonar)
Pode ser infundibular (VD), na valva pulmonar ou nas artérias pulmonares (supravalvar), sendo a valvar mais comum (90%). Pode ser por fusão comissural ou displasia. Há hiperplasia e elevação da pressão do VE, contudo o fluxo pulmonar é normal. Em casos críticos pode haver shunt D→E no FO levando a cianose com hipofluxo pulmonar.
Manifestações clínicas: maioria é assintomático. Pode haver dispneia, fadiga e síncope. Estenoses críticas apresentam cianose central e morte súbita. O crescimento geralmente está normal.
Exames complementares: RXTX em casos críticos mostra aumento de área cardíaca e hipofluxopulmonar, o ECG aponta sobregarca cardíaca e o Ecocardiograma é diagnóstico.
Tratamento: dilatação por cateter com balão (sintomáticos, ou assintomáticos com alto gradiente) ou cirurgia (valva displasica). Assintomáticos devem ser acompanhados.
Comunicação Interventricular (CIV)
- Epidemiologia
- Morfologia / Fisiopatologia
- Clínica
- Exames complementares
- Tratamento
- Prognóstico
Acianóticas
Cardiopatia congênita mais frequente. Associada ou não a outras CC. Classificados em CIV perimembranosa (70%), justatricuspídea, justa-arterial duplamente relacionada e muscular.
O quadro piora com o tamanho do defeito e, progressivamente com a redução da resistência vascular pulmonar (→ eleva fluxo pulmonar → eleva retorno pulmonar → maior dilatação atrial e ventricular D → eleva pressão diastólica → eleva pressão venocapilar pulmonar → sintomas: taquipneia, dispneia aos esforços e interrupção às mamadas).
No indivíduo normal a relação fluxo pulmonar/sistêmico (Qp/Qs) é igual a 1. Na CIV, como existe um hiperfluxo pulmonar, o Qp/Qs sempre será maior que 1.
Clínica depende da anatomia. Começa a se manifestar ao final do 1º mês de vida, intensificando no 2º e 3º mês.
• CIV pequena: Qp/Qs entre 1 e 1,5. Geralmente é assintomático.
• CIV média: Qp/Qs entre 1,5 e 2. Dispneia aos esforços, infecções respiratórias de repetição, sudorese cefálica e hipodesenvolvimento ponderoestatural. Sopro holossistólico.
• CIV grande: Qp/Qs maior que 2; ou CIV não restritiva. Importante congestão pulmonar e elevada pressão pulmonar. Os sintomas são mais intensos. Déficit no desenvolvimento ponderoestatural. B2 intensa e sopro com irradiação em faixa.
• CIV com hiper-resistência vascular pulmonar:
síndrome de Eisenmenger (complicação)
Ecocardiograma para diagnóstico. RXTX revela Hiperfluxo, congestão pulmonar e cardiomegalia.
Tratamento: medicamentos se IC (diuréticos tem boa resposta ou digitálicos em casos leves). Correção cirúrgica é não urgente. 30-50% fecham-se espontaneamente. Tratamento paliativo se síndrome de Eisenmnenger.
Cardiopatia diagnosticada mais comum no período NEONATAL.
TGA
Cardiopatia congênita mais frequente
CIV
Síndrome de Eisenmenger
Complicação cianótica da CIV (também PCA crônica)
Hiper-resistência vascular pulmonar. Inversão do shunt (agora D→E) → hipertensão pulmonar crônica com deformidade vascular pulmonar. Quadro grave e irreversível. Tratamento paliativo.
melhora sintomática por curto prazo (ganho ponderoestatural) seguida de inversão de shunt e aparecimento de cianose e sintomas como dispneia, cansaço, tontura e síncope. B2 na área pulmonar é intensa e palpável e não se ausculta mais o sopro da CIV. Comum entre 5 e 10 anos de idade, mas pode ser mais precoce em sindrômicos (Down)
Tratamento paliativo