Infecções das Vias Aéreas Inferiores Flashcards
Definição de rinossinusite (resfriado comum)
- Infecção viral da mucosa nasal, seios paranasais e nasofaringe
- Ocorre cerca de 6-8 x/ano
A rinossinusite ocorre com frequência na criança, sendo uma das causas mais frequentes de consulta ao médico ou de absenteísmo escolar.
Verdadeiro ou falso?
Verdadeiro
Defina rinossinusite aguda, recorrente e crônica
- Aguda: até 12 semanas de duração
- Recorrente: 6 ou mais episódios agudos ao ano, sem sintomas nas intercrises
- Crônica: mais de 12 semanas de duração
Etiologia da rinossinusite aguda (RSA)
- Rinovírus
* Outros: coronavírus, Influenza, Parainfluenza, VSR
Clínica da RSA
- Coriza, obstrução nasal, espirros, roncos
- Dor de garganta, hiperemia de mucosas
- Tosse noturna
- Febre
Classificação da RSA em viral, pós-viral e bacteriana
• RSAV: resfriado, gripe; os sintomas duram até 10 dias;
• RSAPV: piora após 5 dias ou persistência > 10 dias, duração < 12 semanas
• RSAB: secreção mucopurulenta nasal, febre, dor facial, piora clínica, duração < 12 semanas
- Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae não tipável, Moraxella catarrhalis, Streptococcus beta-hemolítico do grupo A e S. aureus
Diagnóstico diferencial da RSA
- Corpos estranhos nasais e atresia de coana unilateral: sintomas geralmente unilaterais, facilmente diferenciados por
meio da história clínica e do exame endoscópico nasal. - Rinite alérgica: em geral, não apresenta rinorreia purulenta ou febre.
- Adenoidite: pode ter quadro clínico muito semelhante, com secreção nasal ou posterior, purulenta, febre ou tosse, dificultando, muitas vezes, o diagnóstico correto.
A radiografia simples é recomendada para o diagnóstico da RSA em crianças. Verdadeiro ou falso?
Falso.
Diagnóstico da RSA
Para o diagnóstico da RSA na criança, a história e o exame clínico incluindo a endoscopia nasal são fundamentais e suficientes.
Aproximadamente 50% das crianças com RSA evoluem para cura espontânea. Verdadeiro ou falso?
Verdadeiro.
Tratamento da RSA
- Antipiréticos (dipirona, paracetamol e ibuprofeno em baixa doses)
- Desobstrução nasal (solução salina fisiológica)
- Mel (para maiores de 2 anos; alívio da tosse noturna)
- Obs: Influenza ou varicela + AAS = risco de síndrome de Reye (encefalopatia + disfunção hepática)
- Prevenção: lavar as mãos!
Complicações da RSA
Orbital, intracraniana e óssea.
A complicação mais frequente é a orbitária, com disseminação da infecção através de deiscências da lâmina papirácea ou através de veias avalvulares
Definição da otite média aguda
- É uma infecção com desenvolvimento rápido de sinais e sintomas de inflamação aguda na cavidade da orelha média.
- Definida como a presença de líquido (efusão) preenchendo a cavidade da orelha média sob pressão, com início abrupto dos sinais e sintomas causados pela inflamação dessa região
Fisiopatologia da OMA
Disfunção tubária 🠒 acúmulo de secreção 🠒 proliferação bacteriana
A ocorre mais frequentemente
como consequência de uma IVAS que causa inflamação/disfunção da TA, à pressão negativa da orelha média e ao movimento de secreções, contendo os vírus causadores da IVAS e as bactérias patogênicas, para a cavidade da orelha média.
Etiologia da OMA
Causada por vírus respiratórios e/ou infecção bacteriana no espaço da orelha média
- S. pneumoniae
- H. influenzae (não tipável)
- Moraxella catarrhalis
O padrão-ouro para determinar a etiologia bacteriana da
OMA é …
a cultura do fluido da orelha média por meio da timpanocentese, da drenagem através dos tubos de ventilação ou pela otorreia espontânea
Clínica da OMA
- Irritabilidade, choro, alterações de comportamento e do padrão do sono
- Febre, diminuição do apetite
- Otalgia
- Otorreia
Exame otoscópico característico da OMA
- MT: opaca, hiperemiada, abaulada (mais específico)
* Otorreia (também presente na otite externa)
Fatores de riscos para OMA
Fatores de risco relacionados ao hospedeiro:
• Ocorrência do primeiro episódio de OMA antes dos 6 meses;
• Crianças com fenda palatina, síndrome de
Down, malformações craniofaciais, imunodeficiência e discinesia ciliar primária
Fatores de risco ambientais: • IVAS • Inverno; • Creches e os berçários; • Tabagismo passivo.
Aleitamento materno é fator protetor!
A maioria das crianças (80%) apresenta evolução favorável durante um episódio de OMA, com resolução espontânea. Verdadeiro ou falso?
Verdadeiro
Tratamento da OMA
• Analgésico
• Avaliar ATBterapia
- 1ª opção: Amoxicilina (40-50 mg/kg/dia por 10 dias)
- 2ª opção: Amoxicilina-clavulanato: falha terapêutica; OMA + conjuntivite (“EYEmófilo”); uso recente de ATB
• Tubos de ventilação: podem estar indicados na OMA recorrente (3 episódios em 6 meses, ou 4 em 1 ano, com 1 dos episódios nos últimos 6 meses).
Indicação de ATB na OMA
< 6 meses: todos
6 meses - 2 anos: graves*; otorreia; bilaterais
≥ 2 anos: graves, otorreia
- Tax ≥ 39ºC; dor moderada-intensa; > 48h de doença
Complicações da OMA
- Otite média serosa ou de efusão: efusão sem inflamação; observar por 3 meses; após avaliar tubo de timpanostomia;
- Mastoidite aguda: inflamação do periósteo; sinais de inflamação retroauricular; deslocamento do pavilhão
Patogênese e fatores predisponentes para a sinusite bacteriana aguda (SBA)
- Obstrução dos óstios sinusais
• Causas funcionais: edema da infecção aérea superior; edema de rinite alérgica; trauma facial; natação ou mergulho; rinite medicamentosa; tabagismo passimo
• Causas mecânicas: atresia coanal; desvio do septo; corpo estranho; hipertrofia de adenoide; pólipos nasais - Espessamento de seceções nasais
- Disfunção mucociliar
• IVAS; fibrose cística; outas causas de imotilidade ciliar
Relembrando anatomia:
< de 5 anos: apenas etmoidal e maxilar
Clínica da SBA
Resfriado "arrastado (≥ 10 dias) - Coriza abundante - Tosse intensa, diurna e noturna • Quadro grave (≥ 3 dias) - Febre alta - Coriza mucopurulenta • Quadro que piora (bifásico)
Etiologia da SBA
Mesmos da OMA
Diagnóstico da SBA
CLÍNICO!
Achados que alertam pata possibilidade de complicações orbitrárias ou intracranianas decorrente da SBA
- Edema e hiperemia periorbital/orbital, com cefaleia persistente e vômitos
- Vômitos e cefaleia que necessitam de internação hospitalar, particularmente em crianças mais velhas
- Alteração do nível de consciência
- Déficits neurológicos focais
- Sinais de irritação meníngea
Tratamento da SBA
• Antipiréticos, analgésicos, lavagem nasal com SF
• ATBterapia
- Amoxicilina: manter por mais 7 dias após melhora
Dor de garganta é a 3ª maior queixa entre pacientes que procuram serviços de emergência, e as tonsilites e faringites agudas são responsáveis por aproximadamente 5% das consultas médicas. Verdadeiro ou falso?
Verdadeiro
As infecções em tonsilas palatinas e faringe são mais frequentemente de origem viral, mas podem ser causadas por bactérias, sobretudo o ………., responsável pela única infecção bacteriana na
garganta cujo tratamento com antibióticos está definitivamente indicado, com o objetivo de prevenir sequelas supurativas e não supurativas
estreptococo beta-hemolítico do grupo
A (EBHGA)
Função das tonsilas palatinas:
Atuar como tecido imunocompetente local, secretando imunoglobulinas nas criptas (são capazes de produzir as 5 classes de imunoglobulinas IgA, IgG, IgM, IgD e IgE) e produzindo cadeias J que completarão a estrutura molecular das imunoglobulinas A.
Com isso, impedem a replicação bacteriana e viral no trato respiratório superior, representando a primeira linha de defesa contra doenças infecciosas na região; posteriormente, migram para outras áreas do trato respiratório superior.
Etiologia das tonsilites e faringites
- Vírus: o adenovírus, influenza, parainfluenza, coxsackie, vírus sincicial respiratório, herpes e vírus de Epstein-Barr (EBV)
- Bactérias: EBHGA* (20 a 30 % das etiologias bacterianas), Haemophillus (15%),
Moraxella (15%), S. aureus (20%), pneumococo
(1%)
*S. pyogenes
Por que antes dos 3 anos de idade a prevalência das infecções bacterianas de orofaringe é baixa?
Em virtude da proteção fornecida pela IgG materna
Clínica da faringotonsilite estreptocócica
• Dor de garganta de início súbito
• Idade entre 5 e 15 anos
• Febre ≥ 38ºC
• Cefaleia; náusea, vômitos, dor abdominal
• EF: hiperemia faringotonsilar; exsudato faringotonsilar; petéquias no palato; linfadenopatia cervical anterior dolorosa
• Ocorrência no inverno ou início da primavera
• História de contato com indivíduo com faringotonsilite
estreptocócica
• Exantema escarlatiniforme
• Não tem tosse!
Clínica da faringotonsilite viral
- Conjuntivite
- Coriza; espirros; tosse
- Diarreia
- Rouquidão
- Estomatite ulcerativa
- Exantema viral
Exame padrão-ouro para diagnóstico de infecção por EBHGA
- Exame cultural da orofaringe (20 a 48 horas para a obtenção do resultado)
- Outro: teste rápido de detecção do antígeno estreptocócico
Complicação das faringotonsilite por EBHGA
Supurativas:
• Abscesso peritonsilar: amigdalite; disfagia/sialorreia; trismo; desvio da úvula
- Causado por S. aureus ou flora múltipla de germes anaeróbios
• Abscesso retrofaríngeo (gânglios no espaço retrofaríngeo em < 5 anos): IVAS recente; febre alta e odinofagia; disfagia e sialorreia; dor à mobilização do pescoço
• Adenite/abscesso cervical
• Escarlatina, infecções purulentas invasivas
Não supurativas:
• Febre reumática (rara em adultos);
• Glomerulonefrite aguda
• Geralmente presentes 1 a 3 semanas após a infecção
Clínica das faringites e tonsilites virais por adenovírus; Coxsackie A e Epstein-Barr
Febre Faringoconjuntival:
• Adenovírus
• Faringite, conjuntivite, febre, adenomegalia pre-auricular
• Verão
Herpangina:
• Coxsackie A
• Erupções vesiculares com rompimento das mesmas e ulceração do palato mole, tonsilas palatinas e parede posterior da faringe, sem comprometimento da mucosa bucal
Mononucleose infecciosa:
• Epstein-Barr
• Período de incubação: 4 a 7 dias
• Duração: 3 semanas
• Hiperemia e exsudato faringotonsilar
• Febre, cefaleia, fadiga e mal estar generalizado
• Linfadenopatia generalizada
• Esplenomegalia
• Linfocitose com mais de 10% de linfócitos atípicos
• Exantema de morfologia variável, especialmente após uso de beta-lactâmicos
Tratamento das tonsilites e faringites virais
- Analgésicos/ antitérmicos
- Hidratação
- Reavaliação clínica em 48 a 72 horas nos casos em que não houver remissão da febre
Tratamento das tonsilites e faringites estreptocócicas
• Analgésico e antipirético
• ATB:
- 1ª escolha: Penicilina G benzatina (DU; < 27 kg: 600.000 UI;
> 27 kg: 1.200.000 UI) OU Amoxicilina
(50 mg/kg/dia, 2 ou 3 vezes/dia por 10 dias)
Antibacteriano iniciado
até …. dias depois do início do quadro infeccioso é capaz de impedir a febre reumática, principalmente em crianças.
9 dias