Tuberculose Flashcards

1
Q

Agente e epidemiologia

A
  • Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch)
  • transmissão por aerossóis (forma pulmonar bacilífera)
  • NOTIFICAR todos os casos confirmados.
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2
Q

Primoinfecção - patogênese

A

Bacilo nos alvéolos e bronquíolos -> resposta inflamatória inespecífica local -> disseminação linfática e hematogênica.
3-8 semanas após infecção -> resposta imune específica: macrófagos ativados (céls gigantes de Langhans) + cordão linfócitos e necrose caseosa no centro = granuloma caseoso.
Foco 1ário = nódulo de Ghon
Adenopatia satélite = complexo 1ário ou de Ranke.

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3
Q

TB primária e pós primária

A
  • 1ária: a partir da primoinfecção, o sistema imune não consegue controlar a disseminação do bacilo (crianças, imunodeprimidos), manifestando a doença.
  • Pós 1ária: recrudescência de um foco infeccioso já presente no organismo (reativação endógena) ou re-infecção exógena.

Se o sistema imune consegue conter a infecção - TB latente.

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4
Q

Formas clínicas TB primária

A
  • formas pulmonares = mais comuns.
    1. Consolidação parenquimatosa
    adultos: lobos médio e inferior
    crianças: lobos superiores.
  1. Linfonodomegalia mediastinal e hilar
    - mais frequente em imunodeprimidos e crianças
    - 1/3 bilateral, pode estar associada a atelectasia e consolidações.
  2. Atelectasia
    - compressão extrínseca por lnmegalia
    - Sd lobo médio
  3. Derrame pleural
    - 1/4 dos pacientes, incomum na infância.
    - forma extrapulmonar mais comum
  4. Padrão miliar ou micronodular
    - pequenas opacidades isoladas 1-3mm, geralmente uniformes em tamanho.
    - alteração mais precoce: hiperinsuflação pulmonar
  5. TB 1ária progressiva
    - desnutrição, HIV
    - pneumonia multilobar necrosante, curso arrastado, sem resposta a ATB usual
    - pode deixar sequela: tuberculoma.
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5
Q

TB pós-primária

A

Forma pulmonar
- 85% dos casos de TB em adultos e adolescentes
- maior acometimento: segmentos apicais e posteriores dos lobos superiores ou superiores dos lobos inferiores
(rico em O2 e menor drenagem linfática)
- rapidamente resp imune granulomatosa -> formação de cavernas, disseminação broncogênica
- ativação imune -> eritema nodoso, artrite/artralgias e conjuntivite, autolimitadas.

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6
Q

Apresentações clínicas forma pulmonar ne TB pós 1ária

A
  1. Opacidade heterogênea
  2. Cavidades
    Granuloma que foi crescendo, comunicou o interior com um brônquio, drenando a necrose
    - 40-45% casos
    - se for sequela - paredes finas
  3. Consolidações
    - “pneumonia cruzada”
  4. Padrão reticulonodular
    - disseminação broncogênica
  5. Tuberculoma
    Opacidade circular, bem definida, com 2-30 mm de diâmetro, geralmente com calcificações e nódulos satélites.
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7
Q

Complicações

A

Mais comuns na TB pós primária

  • retrações, bronquiectasias
  • cavidades com paredes fibrosadas -> podem ser sítios de infecção por Aspergillus
  • aneurisma de Rasmunsen = erosão da parede dos vasos brônquicos através da parede da caverna -> causa de hemoptise, assim como Aspergillus
  • pneumotórax
  • empiema tuberculoso (fístulas broncopleurais)
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8
Q

Diagnóstico Bacteriológico

A
  • baciloscopia e cultura (aumenta sensibilidade em 30%)
  • 2 amostras escarro
  • para populações vulneráveis: independe do tempo de tosse.
  • escarro, urina, líquor, lavado gástrico, lavado broncoalveolar, biópsia pleura.
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9
Q

Diagnóstico Molecular

A
  • teste rápido para TB (TRM-TB)
  • PCR (1 amostra)
  • se +, consegue ver sensibilidade a rifampicina
  • preferencial à baciloscopia, se disponível.
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10
Q

Diagnóstico Radiológico

A
  • Rx e TC (em casos de Rx normal ou TB disseminada)
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11
Q

Prova tuberculínica

A
  • reação intradérmica após inoculação de um derivado proteico purificado
  • indicado para dx em crianças ou dx de infecção latente em adultos (ex. HIV anualmente, contactantes)
    Se PT > 5 mm em vacinados há mais de 2 anos ou imunodeprimidos: infeccão
    Se PT > 10 mm em vacinados há menos de 2 anos: infecção.
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12
Q

Score para diagnóstico em crianças

A
  1. Quadro clínico
    - típico: 15 pts
    - assintomático ou sintomas < 2 sem: 0 pts
    - melhora com ATB ou melhora espontânea: - 10 pts
  2. Rx
    - qualquer achado > ou igual 2 sem ou adenomegalia/padrão miliar: 15 pts
    - condensação ou infiltrado < 2 sem: 5 pts
    - normal: -5 pts
  3. Contato com TB
    - próximo nos últimos 2a: 10 pts
    - ocasional ou negativo: 0 pts
  4. PPD
    - > ou igual 10 em vacinados há menos de 2 anos ou > ou igual 5 em vacinados há mais de 2 anos ou não vacinados ou imunossuprimidos: 15 pts
    - < 5: 0 pts
  5. Estado nutricional
    - desnutridos: 5 pts

Resultado: > ou igual a 40 pts = Dx provável
30-35 pts = Dx possível
< 30 pts = Dx pouco provável

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13
Q

TB pleural

A
  • mais comum TB extra-pulmonar em HIV negativos
  • líquido amarelo-turvo, predomínio linfocítico
  • glicose pode estar abaixo de 60 mg/dL
  • ADA > 40 U/L
    Mas pode estar aumentado em: artrite reumatoide, empiema, mesotelioma, neoplasias pulmonares.
  • pBAAR não é sensível.
  • fazer bx pleura para cultura e histopatologia.
  • disseminação por contiguidade ou hematológica
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14
Q

Empiema pleural

A
  • decorre da ruptura de uma caverna para o espaço pleural

- muitas vezes com pneumotórax secundário à fístula broncopleural.

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15
Q

Outras TB extra-pulmonares

A
  • TB de vias respiratórias superiores
  • TB genito-urinária
    1/3 com doença pulmonar concomitante.
    Piúria com cultura negativa deve levantar suspeita.
  • TB esquelética
    mais comum em extremos de idade
    coluna vertebral (Mal de Pott), quadris e joelhos
    tríade do Mal de Pott: dor lombar, dor à palpação e sudorese noturna.
  • Meningite TB
  • TB TGI
    principalmente íleo terminal e ceco
  • TB pericárdica
    frequente derrame hemorrágico
    corticoides reduzem mortalidade.
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16
Q

Tratamento

A
  • tratamento observado
  • ambulatorial exceto se: meningoencefalite tuberculosa, doença grave ou vulnerabilidade social.
  • após 15 dias de tratamento - não mais infectante
  • baciloscopia mensal
  • cura = 2 baciloscopias negativas

Esquema padrão: 2 meses RIPE + 4 meses RI
Crianças < 10 anos: 2 meses RIP + 4 meses RI
Meningoencefalite: 2 meses RIPE + 7 meses RI

17
Q

Efeitos adversos

A

TODAS hepatotoxicidade e RIP -> TGI.

  1. Rifampicina - “rim e rubor”
    - TGI (náuseas, vômitos, dor): reformular horários de adm
    - suor e urina alaranjada: orientar
    - exantema: suspender e tentar reintroduzir depois
    - hepatotoxicidade: suspender/substituir
    - hematológicas (pancito, vasculite): suspender/substituir
    - nefrite intersticial: suspender/substituir.
  2. Isoniazida - “neuro”
    - TGI
    - neuropatia periférica (queimação de extremidades):
    piridoxina (vit B6)
    - sintomas leves SNC : orientações
    - psicose, convulsões, coma: suspender/substituir
    - neurite óptica: suspender/substituir
    - hematológicas
    - hepatotoxicidade
  3. Pirazinamida
    - TGI
    - maior hepatotoxicidade
    - rabdomiólise
    - hiperuricemia
  4. Etambutol - “olho”
    - neurite óptica - por isso não se usa em crianças.
    - hepatotoxicidade.
18
Q

Síndrome da Reconstituição Auto-imune

A

Em pacientes com HIV, deve-se iniciar primeiro o RIPE.
Iniciar TARV na 2a semana de tratamento se CD4< 200 ou sinais de imunodepressão grave.
Iniciar na 2a a 8a semana para demais pacientes.

Se ocorrer SRI - não suspender medicações.
se for grave, corticoesteroides.

19
Q

Quimioprofilaxia 1ária

A
  • prevenção da infecção
  • para RN contactantes de bacilíferos
  • nesse caso, NÃO VACINAR!
  • isoniazida por 3 meses e depois disso PPD
    Se PPD > ou igual 5: manter isoniazida por mais 3-6 meses.
    Se PPD < 5: vacinar
  • pode manter aleitamento com máscara.
20
Q

Quimioprofilaxia 2ária

A
  • tratamento da infecção latente, prevenção da doença
    Infecção latente: PPD positivo e doença EXCLUÍDA (paciente assintomático e com Rx normal).
  • procurar infecção latente via PPD em contactantes e pacientes com HIV
  • notificação compulsória
  • isoniazida por 9-12 meses

Quando fazer?
Se paciente HIV negativo:
PPD > ou igual 5 (CI): Contactantes e Imunossuprimidos.
PPD > ou igual 10 (D): Debilitados (DM, DRC, silicose)
OU se tiver conversão do PPD (incremento de 10 em relação ao primeiro PPD): em profissionais que tenham risco de TB.

Se paciente HIV +:
PPD > 5: TODOS
PPD < 5: contactantes, Rx com cicatriz, história de PPD prévio.