Leishmaniose Visceral (Calazar) Flashcards
Transmissão
- formas: tegumentar americana e visceral (Calazar).
- agente: LTA – Leishmania braziliensis.
LV – L. chagasi, L donovani.
Pró-mastigota (forma infectante, flagelada) e amastigota (intracelular, invade macrófagos/monócitos e vão para sistema reticulo-endotelial). - vetor: Lutzomyia spp, Phebotomus spp (mosquito-palha).
- reservatório: cães, raposas.
- incubação: LTA e LV - 2 semanas a 1 ano.
Epidemiologia
- Brasil = 90% casos da américa latina
- região NE é a mais acometida, especialmente BA, CE, PI, MA
Quadro clínico
- Tegumentar:
- Forma cutânea: lesão ulcerada, bordas elevadas bem definidas, fundo granuloso. Pode haver linfadenopatia.
- Forma mucocutânea: complicação tardia da cutânea. Mucosa nasal e oral, lesões mutilantes com poucos parasitas.
- Forma disseminada: lesões nodulares, disseminadas, não ulceradas. - Visceral: forma oligossintomática (= virose arrastada com hepatomegalia discreta, febre baixa), forma aguda (febre alta + hepatoesplenomegalia) e forma crônica (crianças < 10 anos, imunodeprimidos):
- Febre + pancitopenia + hepatoesplenomegalia.
- Doença espectral do sistema retículo endotelial.
- Baço: hiperplasia, sequestro.
- Medula: pancitopenia, gamopatia policlonal
- Fígado: inflamação e diminuição produção albumina.
- Poliadenopatia.
- Outros: pulmonar (pneumonite), TGI (diarreia), renal (proteinúria, hematúria).
Progressão doença -> caquexia, óbito por infecções.
Laboratorial
- pancitopenia (infiltração medular, sequestro)
- VHS elevado
- hipergamaglobulinemia policlonal + hipoalbuminemia (inversão relação alb/glob)
- ALT/AST discretamente elevadas, geralmente não eleva BD e BI
Leishmaniose dérmica pós Calazar
- mácular hipo ou hiperpigmentadas -> pápulas, nódulos e verrugas em tronco, face, extremidades, mucosa oral e até região genital, com formas amastigotas.
- principalmente após tratamento com antimoniais.
- não comum no Brasil (L donovani).
Diagnóstico diferencial
- febre tifoide
- malária
- endocardite infecciosa
- neoplasias hematológicas
- enterobacteriose septicêmica prolongada = esquistossomose + Gram neg (Salmonella).
Mas hepatomegalia tem lobo E > D e leucocitose ao invés de leucopenia.
Diagnóstico
LTA: raspado/biópsia da lesão (forma amastigota); reação Montenegro (verificar hipersensibilidade ao Ag, tipo PPD).
LV: pesquisa direta de amastigotas ou cultura de promastigotas aspirado MO, sangue periférico (também baço = padrão outro, ln, fígado); sorologia. PCR -> alta sensibilidade.
Na sorologia, reações cruzadas com Chagas, TB, lepra, LTA e histoplasmose. Em co-infecção com HIV, geralmente negativo. Por isso é mais usada como triagem.
Tratamento
- anfotericina B – complexo lipídico ou lipossomal.
- antimoniais pentavalentes.
Tratamento
- antimoniais pentavalentes: 20 mg/kg 1xd IV ou IM durante 20-30 dias.
Efeitos colaterais: artralgia, mialgia, TGI, aumento enzimas pancreáticas e hepáticas, hematúria, pancitopenia, alterações ECG, taquiaaritmias ventriculares. - anfotericina B
desoxicolato - não deve ser usada se IR -> gestantes e HIV; correr IV lento, 1xd até acumular 10-20 doses.
Lipossomal -> pacientes > 50 anos, transplantados e DRC - 3 mg/kg/dia 1xd IV por 7 dias.
Em caso de neutropenia febril
- ceftriaxona + oxa até 2-5 após neutrófilos > 500
crianças - 7 dias.