Trauma de face e cervical Flashcards
Qual a artéria que mais sangra no trauma de face?
Artéria maxilar ou maxilar interna
(pode ser necessário ligadura e posterior embolização)
Classificação de Le Fort
feita para fraturas do terço médio da face (não mandíbula)
Le Fort 1: fratura transversa infranasal = separação dos dentes e palato - clinica: edema, epistaxe e equimose no local - tto conservador ou cirurgico dependendo do grau de oclusão dentária
Le Fort 2: fratura piramidal = fratura supranasal que separa o osso nasal e maxila do osso frontal e órbitas
Le Fort 3: disjunção craniofacial - paciente pode ter fístula liquórica = tratamento cirurgico o quanto antes
Complicações das fraturas de Le Fort
Sangramento, infecção e parestesias
Diagnostico das fraturas de face
TC de ossos da face sem contraste
Tratamento das fraturas de face
Não é a prioridade, priorizar outras lesões. Mas quanto antes operar, melhor
Fratura nasal
-fratura de face mais comum
-clínica: equimose palpebral, edema, crepitação, epistaxe, desvio ou afundamento do dorso nasal
-pode ter alterações visuais: diplopia, telecanto (Le Fort 3)
-tratamento: aguardar 3-7 dias para diminuir edema
Fratura do osso zigomático
-hemorragia subconjuntival, equimose periorbitária, enfisema dentro da orbita ou bocheca, TRISMO
-alterações visuais: diplopia, enoftalmia, disturbios de mobilidade ocular (comprometimento do nevo infraorbitário ou musculatura intrínseca da órbita)
Fratura da órbita
-dor, edema e equimose periorbitária
-alterações visuais: enoftalmia, aprisionamento muscular extraocular com distopia orbital, parestesias de hemiface, exoftalmia
-locais mais comum: medial e inferior
Fratura de mandíbula
-único osso móvel da face
-tratamento com redução e fixação cirurgica
Fratura de osso frontal
-lesões mais graves que envolvem TCE (osso resistente = supraorbitarias e glabelares)
-tratamento cirurgico com incisão bicoronal (+estético)
Trauma cervical: epidemiologia
-mais comum é o trauma penetrante
-é considerado trauma penetrante apenas se atravessar o platisma
Quais são as zonas cervicais?
Zona 1: clavuculas até cricoide - acesso cirurgico mais dificil e vasos mais importantes: subclavias, grandes vasos cardíacos = lesões mais graves
Zona 2: cricoide ao angulo da mandíbula: mais comum (veias jugulares, carótidas). tratamento por cervicotomia (acesso mais fácil)
Zona 3: angulo da mandíbula até a base do crânio: estruturas também de difícil acesso.
Clínica das lesões cervicais
depende das estruturas acometidas: mais comum e mais expostas:
lesão vascular > lesão de VA > lesão de via digestiva
lesões vasculares: hematoma, sangramento, sopros, fremitos, choque
lesões laringotraqueais: dispneia, estridor, enfisema subcutâneo, hemoptise, disfonia/rouquidão
lesões faringoesofágicas: disfagia, saliva com sangue, hematemese, enfisema subcutaneo. alta morbimortalidade pelo risco de mediastinite (saliva para o mediastino)
Tratamento das lesões cervicais
-seguir o ABCDE
A: garantir VA
C:
compressão
-cateter balonado (princ em zona 1)
Trauma cervical: indicações de cervicotomia exploradora imediata
-instabilidade
-sangramento ativo pelo ferimento
-hematoma volumoso, pulsátil ou em expansão
-lesões de via aérea: ar borbulhando na ferida, insuficiencia respiratória, disfonia, rouquidão ou estridor
-lesões de trato digestivo: saída de saliva pelo orifício da lesão, enfisema subcutaneo ou mediastinal, disfagia.
Quais os acessos cirurgicos da cervicotomia exploradora?
Zona 2: cervicotomia obliqua (borda medial do ECM)
Lesão bilateral (ferimento transfixante): incisão em colar
Zona 1: incisão supraclavicular podendo ter necessidade de esternotomia ou toracotomia
Zona 3: radiologia intervencionista
Tratamento de lesões vasculares cervicais
depende da lesão
-VJI: reparo primário, caso não consiga: ligadura
-a. carótida: controle proximal e distal
>lesões pequenas: reparo primário ou com anastomose terminoterminal
> lesões maiores: revascularização com enxerto venoso autólogo ou sintético
-controle de danos: carotidas comum e interna podem ser ligadas, podendo haver comprometimento do fluxo cerebral
-lesões em zona I e III: arteriografia com embolização (zona 3) ou colocação de stent (zona 1) = se estável.
Tratamento de lesões esofágicas
-pouco tempo de evolução (<12h) e lesões pequenas; debridamento, reparo primário em um ou dois planos e drenagem ampla. Passar SNE sob visão direta (somente durante a cirurgia)
->12h ou perda tecidual maciça: esofagostomia (desviar as secreções da orofaringe para evitar mediastinite). associar gastrostomia ou jejunostomia alimentar
em ambos: ATBterapia de largo espectro
Exames complementares no trauma cervical
lesão vascular: angioTC (1ª escolha); arteriografia (se duvida ou programação de tratamento endovascular); US doppler (serve mais para acompanhamento)
Após TC:
lesão de laringe: laringoscopia
lesão de traqueia: broncoscopia
lesão de esôfago: EDA + esofagograma baritado (para aumentar a sensibilidade)
sem lesões: observação por 24hrs