Toxoplasmose Flashcards
Etiologia e transmissão Toxoplasmose
Causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, um parasita intracelular obrigatório.
A transmissão pode ocorrer via ingestão de cistos em alimentos contaminados (especialmente carne mal cozida) ou de oocistos presentes em solo, água ou alimentos contaminados por fezes de felinos infectados. Outras vias incluem a transmissão vertical (transplacentária), transfusão de sangue e transplante de órgãos.
Epidemiologia Toxoplasmose
Altamente prevalente em áreas tropicais e subtropicais, devido ao ambiente favorável para o parasita.
A infecção é geralmente assintomática em indivíduos imunocompetentes, mas pode ser grave em imunodeprimidos e em gestantes, com risco de transmissão congênita.
Patogenia Toxoplasmose
A toxoplasmose manifesta-se clinicamente quando o sistema imunológico está comprometido ou em situações de infecção primária durante a gestação.
Em imunodeprimidos, especialmente pacientes com HIV/AIDS, a infecção por T. gondii pode reativar, resultando em toxoplasmose cerebral e outras manifestações disseminadas.
Manifestações Clínicas Toxoplasmose
Imunocompetentes: Linfadenopatia cervical e sintomas inespecíficos, como febre, mialgia e fadiga.
Imunodeprimidos: Predominantemente encefalite toxoplásmica, com quadro de cefaleia, febre, déficits neurológicos focais, e alterações cognitivas.
Gestantes e Transmissão Congênita: O risco de transmissão fetal é maior no terceiro trimestre, mas as lesões são mais graves se a infecção ocorrer no primeiro trimestre. Manifestações congênitas incluem coriorretinite, calcificações intracranianas, hidrocefalia e atraso no desenvolvimento neuropsicomotor.
Diagnóstico de Toxoplasmose
Sorologia: Testes de IgG e IgM para toxoplasmose são primordiais, sendo que IgM positivo indica infecção recente. Em pacientes imunodeprimidos, pode ser necessário o uso de PCR para detecção do DNA do parasita em amostras de sangue ou líquor.
Imagem: Em casos de toxoplasmose cerebral, a tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM) revelam lesões com realce anelar após contraste, geralmente localizadas nos gânglios da base e região cortical.
Diagnóstico diferencial: Inclui infecções oportunistas, como criptococose, linfoma primário do SNC, e abscesso cerebral.
TRATAMENTO TOXOPLASMOSE
Em pacientes imunocompetentes assintomáticos, geralmente não é necessário tratamento.
Toxoplasmose aguda em imunocomprometidos: A terapia padrão inclui a combinação de sulfadiazina, pirimetamina e leucovorin (ácido folínico) para minimizar a toxicidade da pirimetamina. Alternativas incluem clindamicina ou atovaquona para aqueles que não toleram a sulfadiazina.
Gestantes: O tratamento depende da idade gestacional e do risco de transmissão para o feto. Espiramicina é utilizada para prevenir transmissão transplacentária; em caso de confirmação de infecção fetal, a combinação de pirimetamina-sulfadiazina é considerada.
PROFILAXIA TOXOPLASMOSE
Primária: Evitar carne crua ou mal cozida, lavar bem frutas e vegetais, e práticas de higiene em manuseio de fezes de gatos. Pacientes HIV+ com CD4<100 células/mm³ devem receber profilaxia com trimetoprima-sulfametoxazol (TMP-SMX) para prevenir a toxoplasmose.
Secundária: Indicada em pacientes que já apresentaram infecção ativa, especialmente em imunodeprimidos.
PROGNOSTICO TOXOPLASMOSE
O prognóstico varia conforme o estado imunológico do paciente. Em imunocompetentes, a infecção é geralmente autolimitada. Em imunossuprimidos, o prognóstico depende da rapidez do diagnóstico e início do tratamento, podendo evoluir para óbito se não tratado.