CITOMEGALOVIROSE Flashcards
Etiologia e características CITOMEGALOVIRUS
O citomegalovírus é um vírus da família Herpesviridae (Herpesvírus humano tipo 5), DNA de dupla fita. É um patógeno ubíquo que causa infecção latente e pode se reativar, especialmente em indivíduos imunocomprometidos.
Transmissão CITOMEGALOVIRUS
O CMV é transmitido por contato com fluidos corporais infectados, incluindo saliva, sangue, urina, leite materno, sêmen e secreções cervicais. A transmissão vertical pode ocorrer in utero (infecção congênita), durante o parto ou pela amamentação.
EPIDEMIOLOGIA CITOMEGALOVIRUS
Altamente prevalente em todo o mundo, com infecção primária comum na infância e adolescência. A reativação ou infecção secundária é mais frequente em indivíduos com sistema imunológico comprometido, como pacientes HIV positivos, receptores de transplantes de órgãos sólidos e de medula óssea.
Patogenia e Fisiopatologia:
Após a infecção primária, o CMV estabelece latência nos leucócitos mononucleares e em células endoteliais. A reativação ocorre devido à imunossupressão, levando a manifestações clínicas graves.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Imunocompetentes: A infecção primária pode ser assintomática ou se apresentar como uma síndrome mononucleose-like, com febre, fadiga, linfadenopatia e hepatomegalia.
Imunocomprometidos: A reativação pode resultar em complicações sérias, como retinite por CMV, esofagite, colite, pneumonia e encefalite. Retinite é uma complicação notável em pacientes com HIV/AIDS com CD4 < 50 células/mm³, caracterizada por áreas de hemorragia e necrose retiniana (“pizza de queijo com ketchup”).
Infecção Congênita: É a causa mais comum de deficiência auditiva neurossensorial não genética em recém-nascidos. Outras manifestações incluem microcefalia, calcificações periventriculares, retardo de desenvolvimento e hepatoesplenomegalia.
Diagnóstico:
Sorologia: A detecção de anticorpos IgM e IgG anti-CMV pode indicar infecção primária ou reativação, mas tem limitações em pacientes imunocomprometidos.
PCR: A quantificação do DNA viral por PCR em sangue ou outros fluidos é o método mais sensível e específico para diagnóstico e monitoramento de carga viral em pacientes de alto risco.
Histopatologia: Identificação de inclusões citomegálicas (“olho de coruja”) em biópsias teciduais.
Imagem: Em casos de retinite, o exame oftalmológico pode revelar achados característicos, enquanto tomografias de tórax podem indicar padrões intersticiais em casos de pneumonia.
Tratamento
Primeira linha: Ganciclovir IV ou valganciclovir oral são os antivirais de escolha. O ganciclovir age inibindo a replicação do DNA viral pela inibição da DNA polimerase.
Alternativas: Foscarnet e cidofovir são usados em casos de resistência ao ganciclovir ou em pacientes com intolerância ao medicamento.
Profilaxia e terapia preemptiva: Utilizada em receptores de transplantes e pacientes imunocomprometidos, com monitoramento regular da carga viral para tratamento preventivo.