Tétano Flashcards
Agente etiológico
Clostridium tetanii, um bacilo Gram positivo anaeróbio
Fisiopatogenia do tétano
em condições desfavoráveis para a sua sobrevivência, como em ambientes aeróbios, a bactéria fica na forma de esporos, que estão disseminados na
natureza. Porém, em condições favoráveis, como baixa concentração de O2, a bac-
téria se transforma para a forma germinativa, que produz a tetanoespasmina, uma
toxina que desencadeia a doença e aumenta a produção de acetilcolina, além de inibir a acetilcolinesterase, com consequentes espasmos musculares contínuos e demorados;
Epidemiologia tétano
em países desenvolvidos, mais comum em idosos, pelo comprometi-
mento da circulação, pela maior frequência de ferimentos na pele e pela falta de re-
vacinação a cada 10 anos. Em países subdesenvolvidos, predomina em RNs (tétano
umbilical), por falta de assistência ao parto e de vacinação;
Quadro clínico tétano
Contrações musculares contínuas e possivelmente dolorosas;
Trismo, em que não consegue abrir a boca, por contração do masseter;
Possível evolução para riso sardônico, ao não abrir a boca;
Opistótomo, com cabeça e calcanhar voltados para trás;
Rigidez da nuca;
Abdômen em tábua;
Convulsão;
Espasmo tetânico, ao final do quadro;
Dificuldade de deglutição;
Tratamento tétano
feito em UTI, até que a tetanoespasmina seja metabolizada, com intu-
bação do paciente e sedação/ ventilação por um período longo, seguidos de re-
versão gradual. Outras recomendações:
Proteção gástrica e controle de PA, pelo risco de sangramento devido a úlceras
de estresse;
Desbridamento;
Traqueostomia;
ATB com metronidazol;
Imunização passiva com 500UI IM ou IV;
Complicações tétano
Fraturas, por conta da contração muscular;
Laringoespasmo;
Hipertensão arterial;
Infecção hospitalar;
Tromboembolismo pulmonar;
Pneumonia aspirativa;
Morte em 30% dos casos (70% sobrevivem);
Profilaxia tétano
Uso de calçados, já que a tetanoespasmina costuma adentrar pelo pé;
Assistência ao parto;
Higiene e assepsia do ferimento, debridando e suturando;
Desbridamento;
ATB até 6h desde o ferimento (enquanto a bactéria ainda está em esporos);
Vacinação
com 3 doses, aos 2, 4 e 6 meses (pentavalente), reforço aos 15 meses, aos 5 ou 7 anos e a cada 10 anos. Em gestantes, vacina é dada em 2 doses, no 7o e no 9o meses, para proteção do RN. Esta vacina não pode ser dada antes dos 2 meses, então, diante de suspeita de infecção no parto, só é dada a imunoglobulina para o RN;
Diante de contato suspeito, imunoglobulina heteróloga de cavalo, em
dose única de 5000 a 10000UI IM, precedida de teste no antebraço, pelo
risco de anafilaxia. Em caso de alergia, gama globulina humana (GGAT) de
250 a 500 UI IM;
Ferimento limpo e superficial dar vacina em
Não vacinado, menos de 3 doses ou sem comprovação
Vacinado com 3 doses e última dose há mais de 10 anos
Outros ferimentos (queimadura, mordedura, ferimento profundo)
Vacinado com 3 doses e última dose há mais de 10 anos
Vacina e imunoglobulina
Outros ferimentos (queimadura, mordedura, ferimento profundo)
Vacinado com 3 doses e última dose entre 5 e 10 anos
Vacinado com 3 doses e última dose há mais de 10 anos
Dar vacina
Mordedura
Cão – infecção pouquíssimo frequente, por Pasteurella canis, tratada com
amoxicilina + clavulanato, entre outras possibilidades;
Gato - infecção mais frequente, com possibilidade de uso de ATB mesmo antes
de confirmar, com amoxicilina + clavulanato, por exemplo.