Toxocaríase (Larva Migrans Visceral) Flashcards
Toxocaríase:
1) Principal espécie relacionada
2) Fonte de infecção
3) Forma de transmissão
4) Veículo de transmissão
5) Via de penetração
1) Toxocara canis
Obs: existem alguns casos de toxocara cati no Brasil. O ascaris sum também pode relacionar com a toxocaríase (sindrome da larva migrans visceral nos).
2) Cães e gatos
3) Liberação de ovos
4)Solo contaminado com ovos embrionados contendo a larva infectante L3.
5) Via oral - ingestão de ovos embrionados contendo a larva infectante L3 ou angestão de carne ou víscera de um hospedeiro infectado (muito menos comum).
Obs: o ser humano é um hospedeiro não habitual (paratênico). Assim, o ciclo biológico da larva mão se completa no ser humano. Larva não se desenvolve para verme adulto, mas podem migrar para diferentes tecidos, podendo ser encistado.
1) Ciclo biológico nos animais
2) Infecção nos humanos
3) O ciclo bioológico é monoxênico ou heteroxênico?
1) Ingestão de ovo pelo cão/gato - eclosão da larva no intestino delgado e penetração na parede intestinal - direcionamento para os vasos linfáticos, veia porta, fígado, pulmão, acensão pra a faringe, deglutição e direcionamento da larva para intestino, desenvolvendo-se para o verme adulto. Deposição de ovos, eliminação nas fezes e perpetuação do ciclo.
Obs: pode haver a existência de larvas em latência (por uma resposta imunológica ativa). Durante a gravidez de uma fêmea, pode ocorrer baixa imunológica, com reativação das larvas. Assim, o filhote pode acabar sendo infectado por larvas de forma transplacentária ou pela amamentação.
2) Ingestão do ovo, eclosão da larva no intestino que penetra na parede intestinal, chega na corrente sanguínea a vai para outras localizações. Ex: fígado, pulmão, músculo, olhos, SNC. Homem não deglute a larva e não completa o ciclo biológico.
3) Monoxênico
Obs: existem outros animais de transporte que podem adquirir a infecção mas não completarem o ciclo biológico.
Diagnóstico
Biópsia - pouco comum. É possível identificar a presença da larva no organismo.
Caso clínico:
Paciente de 7 anos vai a consulta oftalmológica com queixa de miodesópsia do olho esquerdo com 5 meses de evolução. Nega queixa de olho vermelho, dor ocular, fotofobia ou irritação. Vive no meio rural e relata ter contato com cão.
1) O que é miodesópsia?
2) Quais são os sinais clínicos principais, nesse caso?
3) Qual a principal hipótese diagnóstica?
1) Percepção de uma sombra móvel mais ou menos densa no campo visual, por vezes descrita como mosca volante.
2) - Miodesópsia.
- Evolução de 5 meses.
- Vive no meio rural
- Possui contato com cão
3) Toxocaríase
Toxicaríase:
1) Qual a faixa etária mais atingida?
2) Qual população é mais atingida?
1) Crianças entre 2 a 7 anos
2) População rural
Classificação de toxocaríase:
1) Reino
2) Filo
3) Classe
4) Ordem
5) Família
6) Gênero
7) Espécies
1) Animalia
2) Nematoda - parasitos em forma de filo (nêmatos), vermes cilíndricos e alongados que possuem simetria bilateral.
3) Cromadorea
4) Rhabstida - pequeno porte, adultos de vida livre ou parasitária, boca com lábios pequenos, cavidade bucal pequena, esôfago com pequeno bulbo no corpo, istimo e bulbo posterior (rabditiforme) ou filariforme.
5) Ascarididae
6) Toxocara
7) Toxocara canis (mais comum)
Toxocara catis
Possibilidade de infecção por áscaris sum
Formas clínicas da toxocaríase: 1) 2) I II
1) Formas assintomáticas
2) Formas sintomáticas - é considerado uma doença mais subclínica.
Sintomas dependem do número de ovos ingeridos, da quantidade de larvas que serão liberadas no organismo e da localização das larvas (fígado, pulmão, coração, cérebro, músculo esquelético e olhos).
I - Toxocaríase Visceral: atinge mais crianças de até 5 anos de idade, possuindo uma duração média de 6 a 18 meses. Normalmente é uma doença autolimitada.
Sintomas:
- Hepatomegalia (74%)
- Linfadenite e leucocitose associado à eosinofilia (mais de 30%)
- Febre (69%)
- Manifestações respiratórias (66%)
- Manifestações digestivas (47%). Astenia (44%). Manifestações no SNC, ex: epilepsia (35%). Esplenomegalia (33%). Anorexia (31%), palidez (26%). Manifestações cutâneas (24%). Adenopatias (21%). Manifestações cardiovasculares (11%). Edemas (11%).
II - Toxocaríase ocula: pode ser a única apresentação da larva migrans visceral.
- Normalmente não apresenta hipereosinofilia e resposta imune é mais branda, pois fica mais restrita al globo ocular. É possível fazer uma relação da quantidade de eosinófilos, por uma coleta de humor vítreo, com a doença.
- Em alguns casos suspeitos de retinoblastoma foi feito o diagnóstico dessa doença.
- Normalmente ocorre apresentação unilateral com perda da acuidade visual, estrabismo e, em casos mais graves, perda da visão.
- A perda da visão está, geralmente, associada a lesão na retina, a formação de granulomas (do polo posterior ou periférico do globo ocular) e a endofitalmia crônica do globo ocular (processo inflamatório crônico).
III - Formas atípicas: quando há presença de sinais e sintomas que não são tão específicos da toxocaríase. Nem sempre ocorre associação direta com eosinofilia (toxicaríase oculta - mais comum em crianças). 37% dos casos apresentam anticorpos anti-T.canis e contagem normal de eosinófilos.
Obs: lesões cutâneas geralmente estão ausentes, mesmo quando grande quantidade de ovos são ingeridos, entretanto quando presentes são caracterizadas pela presença de infiltrado eosinofílico e são decorrentes da hipersensibilidade ao parasito.
Diagnóstico de toxocaríase:
1) Clínico
2) Laboratorial
3) Biópsia e histopatologia
1) Análise da sintomatologia e associação da história epidemiológica.
Difícil - sinais e sintomas não são tão evidente.
2) - Testes imunológicos - ELISA
- WB (Western Blot) - avalia a proteína do parasito - não é muito utilizado, pois é mais caro e mais trabalhoso.
- Hemograma - leucocitose e eosinofilia (30% casos) - mais utilizado.
- Hipergamoglobulinemia (IgM e IgE) - mais utilizado.
- Elevação de iso-hemaglutininas anti-A e anti-B (toxocara compartilha antígenos de superfícies de hemáceas humanas).
3) Auxilia na identificação de reação granulomatosa com larvas, mas não são muito utilizados.
Tratamento:
1) Toxocaríase visceral
2) Toxocaríase ocular
1) Albendazol (mais utilizado) a
Tialbendazol
Mebendazol
Ivermectiva
Dietilcarbamazina
Obs: dependendo do quadro inflamatório, e interessante a utilização de corticoide/anti-histamínico.
2) Anti-helmínticos podem ser utilizados, mas não possuem impacto grande na região ocular.
Utilização de corticosteroides e controle da inflamação no globo ocular.
Caso haja um granuloma mais desenvolvido no polo posterior ou periférico do globo ocular, há necessidade de procedimento cirúrgico.
Profilaxia da toxocaríase:
- Medidas de controle sanitário e de higiene pessoal, que diminuem o contato com o solo contaminado por ovos de Toxocara.
- Abandono de hábitos de consumo de carnes e vísceras cruas ou mal cozidas de possíveis hospedeiros parantênicos.
- Tratamento anti-helmínticos periódico de cães, especialmente dos filhotes (cães mais velhos já são mais imunocompetentes).
- Hábito de recolher e de dar destino adequado às fezes de animais de estimação.
- Apreensão de cães vadios.