Toxicologia Flashcards

1
Q

Conceito de toxicologia

A

Ciência que estuda os efeitos nocivos causados pelas substâncias químicas ao interagirem com organismos vivos. A Norma reguladora 7 é o programa de controle médico de saúde ocupacional, e é administrada anualmente pela empresa.

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2
Q

Paracelsus sobre as substâncias químicas

A

Não existe substância química inócua. Existem maneiras de utilizá-las, dentro de certas condições de exposição.

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3
Q

Agente tóxico, toxicante ou xenobiótico

A

substância química de estrutura definida que, interagindo com um organismo, produz efeito nocivo (efeito tóxico)

Obs: substâncias químicas associadas a substâncias que despertam a resposta imune de algumas pessoas: A gravidade não depende apenas da dose, mas também da reação imune da pessoa (ex: alergia) - exemplo: 2 pessoas picadas por cobra, uma recebe mais veneno que a outra. A pessoa com menos veneno pode ter reação mais grave, devido à resposta imune

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4
Q

Efeito tóxico agudo

A

o que ocorre ou se desenvolve rapidamente após uma exposição ou múltiplas exposições em um período de até 24 horas

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5
Q

Efeito tóxico crônico

A

o que caracteriza-se não somente pela duração, mas também por certas características patológicas. Pode ser por acumulação ou somatória dos efeitos produzidos. Corte temporário: mínimo 3 meses

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6
Q

Efeito tóxico reversível ou irreversível

A

além da dose, do tempo e da frequência de exposição, depende da capacidade de regeneração do tecido do órgão ou sistema afetado- Agente químico —> dano —> regeneração

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7
Q

Reações alérgicas aos agentes químicos

A

Efeito tóxico produzido por intermédio de um anticorpo formado como consequência de uma pré-exposição. Atenção: a reação alérgica não apresenta uma curva dose-resposta típica.

Agente químico —> hapteno —> proteína —> antígeno —> anticorpo ou metabólito endógeno

NÃO SE ESTUDA NA TOXICOLOGIA

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8
Q

Reações idiossincráticas

A

Reatividade anormal do organismo a um agente químico, determinada geneticamente. Uma determinada dose com efeito qualitativo similar a muitos indivíduos pode causar extrema susceptibilidade em outros indivíduos, em doses mais baixas ou altas-

Ex.: Agentes metemoglobinizantes em indivíduos suscetíveis por possuírem uma deficiência na produção de enzimas que reduzem o Fe novamente (motivo: deficiência em NADH-metemoglobina redutase - asfixia química pois o O2 não se liga ao Ferro)

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9
Q

Trabalhador doente - como prosseguir?

A

Se a doença não tiver nexo com trabalho, não se recolhe aposentadoria, não vai pro INSS. Contudo, se tiver nexo causal, recolhe aposentadoria, décimo terceiro, férias e a empresa não pode demitir o trabalhador após 1 ano desde a data da volta ao afastamento.

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10
Q

Efeito x Resposta

A

Efeito - ocorrência em 1 pessoa

Resposta - ocorrência em um grupo de pessoas

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11
Q

Toxicidade

A

A capacidade que uma substância tem de causar dano a um indivíduo ou ao seu entorno. É medida pela DL50

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12
Q

Risco de uma substância

A

É a probabilidade da substância produzir dano sob determinadas condições
- Risco= toxicidade X exposição

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13
Q

Condições de exposição

A

Dose ou concentração

Via de introdução

Propriedades físico-químicas das substâncias: solubilidade, tamanho das partículas, pressão de vapor (volatilidade)

Tempo e frequência de exposição

Susceptibilidade individual

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14
Q

Metais pesados

A

Características físico-químicos: capacidade de participar de ligações metálicas

Grande resistência mecânica e podem conduzir corrente elétrica. A notação química para esta forma é Meº

Metal na forma aniônico (óxidos de metal): quando há aquecimento, na fumaça emitida é liberada uma mistura complexa de substâncias com predominância dos óxidos formados pela reação entre vapor do metal extremamente quente com o oxigênio atmosférico (fumo metálico)

No lixamento, há desprendimento de partículas dos óxidos formados pela oxidação natural da superfície do metal, e também pelo oxigênio do ar

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15
Q

Chumbo inorgânico

A

Fontes: sulfeto de chumbo (PbS) = Galena. Este minério é extraído e refinado a chumbo metálico

Usos: fabricação de baterias; pigmentos usados em tintas, plásticos e revestimentos de pisos; azulejos e cerâmica; na fabricação de vidros e cristais; na funilaria de automóveis; na indústria gráfica (linotipia); e na solda de circuitos

No equilíbrio, 90% dos chumbos se deposita em ossos compactos e dentes e o restante é distribuído nos tecidos moles, ossos trabeculares e sangue

Acima de 550ºC, há grande geração de fumos metálicos —> exposição perigosa dos trabalhadores

Refinação do chumbo acima de 550ºC —> instalação de um sistema de ventilação exaustora; enclausuramento do forno para eliminar o máximo possível a liberação dos fumos para o ambiente

Manuseio de pós de sais e óxidos de chumbo (poeira para o ambiente) —> enclausuramento dos equipamentos que geram poeira, ventilação local exaustora nos pontos de geração, umectação e bancadas

Acúmulo de delta ALA e zinco protoporfirina. A anemia causada nesses casos é uma hipocrômica normocítica, pois a hemoglobina deixa de se ligar ao ferro e se liga ao zinco

O tecido de acúmulo do Pb é o osso, mas ele não é o tecido alvo.

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16
Q

Intoxicação subaguda por chumbo inorgânico

A

Quadro clínico: cólica intensa (cólica satúrnica), podendo ser confundida com abdome agudo; palidez intensa, oligúria/ anúria (delta ala contrai os vasos renais) e desidratação

O diagnóstico é feito por meio da história de trabalho com chumbo, sendo confirmado por dosagens de Pb-S ou ALA-U, que estarão elevados

17
Q

Tratamento da intoxicação subaguda por chumbo inorgânico

A

inclui hidratação para melhora da dor. O analgésico e anti-espasmódicos tem baixo ou nenhum efeito na dor abdominal.

Não se pode usar quelante como EDTA, penicilamina, BAL, DMSA, pois isto expõe o paciente ao risco do aparecimento de complicações neurológicas centrais, inclusive com encefalopatia

A hidratação faz com que aumente o volume de urina, o que ajuda na eliminação dos componentes tóxicos e posterior diminuição da dor

O manitol pode ser usado, mas pode ser suspendido quando há normalização da eliminação de urina

18
Q

Intoxicação crônica por chumbo inorgânico

A

Alterações subclínicas iniciais:
- Eletroneuromiografia: diminuição da velocidade de condução motora, ainda sem repercussão clínica
- Testes neuropsicológicos de avaliação de desempenho: performance diminuída, revelando alterações funcionais delicadas no cérebro

O acúmulo de chumbo lento nos tecidos vai determinando o aparecimento do quadro: fraqueza, sonolência, cansaço fácil, irritabilidade, nervosismo, epigastralgia, empachamento pós prandial

Com o passar do tempo os sintomas leves vão se agravando e aparecendo os sintomas da intoxicação aguda além da impotência sexual

Orla azul ou gengival de Burton: linha azul escura quase negra, na borda entre a gengiva e os dentes, quando o indivíduo apresenta placa bacteriana- NÃO É PATOGNOMÔNICO da intoxicação por chumbo, pois pode também ser causada por mercúrio

Se a exposição continuar, o quadro se agrava, evoluindo com crises de dores abdominais em cólica tão intensas que levam o paciente ao PS

Vasoconstrição arteriolar: palidez cutânea e alterações da função renal pelo aumento de a aminolevulinico (alterações silenciosas, detectadas por diminuição do clearance de creatinina. Em alguns pacientes pode aparecer HAS por baixo fluxo renal

Provoca atrofia do nervo radial = Síndrome da Mão Caída

Sequelas do saturnismo crônico: insuficiência renal (> 5 anos de exposição)

19
Q

Tratamento da intoxicação crônica por chumbo inirgânico

A

Afastar o trabalhador da exposição ao chumbo por acidente de trabalho (CAT), para não ter prejuízo em seus vencimentos

Excreção natural do chumbo e a melhora gradativa do quadro clínico
Acompanhamento através de exames

A alta deve ser acompanhada de indenização acidentária, variando de auxílio acidente até aposentadoria por acidente de trabalho, dependendo do grau das sequelas

Tratamento quelante “pinçar”: EDTA cálcico pois o sódico intoxica mais. Só no quadro crônico (no agudo iria liberar mais)

OBS: Sempre pedir os 2 indicativos, pois o chumbo no sangue indica intoxicação recente e o ALA-U indica intoxicação passada.

20
Q

Mercúrio

A

Mercúrio metálico é diferente do mercúrio orgânico (apresentam características físico-químicas e toxicológicas diferentes

Garimpeiros são o público que são afetados

O mercúrio só intoxica pela aspiração e pela pele (único metal que é absorvido pela pele íntegra)

A liga ouro-mercúrio isola o ouro dos demais materiais. Para tirar o mercúrio do ouro, eles aquecem o cadinho e o mercúrio se volatiliza

O mercúrio não apresenta carga e por isso, atravessa a membrana celular pela difusão passiva lipídica

O mercúrio é oxidado. O Hg+ não possui a mesma facilidade de transpor barreiras do que o Hg0.

Quando o mercúrio atinge o SNC e é oxidado, ele se acumula no tecido nervoso. Por isso, o mercúrio apresenta meia vida elevada no cérebro (2 anos) em relação aos outros tecidos (semanas)

21
Q

Quadro clínico intoxicação por mercúrio

A

Alterações do SNC são as mais importantes, mas também podem ser encontradas outras

Em exposições a baixas concentrações, não há sintomas gerais, exceto gosto metálico

Em exposição a elevadas concentrações: queixas digestivas, periodontites, estomatite grave com perda de dentes, infecções bacterianas secundárias graves, insuficiência renal

Acidentes com inalação aguda de altas concentrações de vapor de Hg: pneumonite química e edema agudo de pulmão

Podem ocorrer lesões tubulares renais com proteinúria, diminuição de clearance de creatinina (mais frequentes com mercúrio iônico). A primeira alteração observada no exame de urina tipo I é a diminuição da densidade urinária

O hidrargirismo pode provocar lesões no SNC: perda de memória evento, da capacidade de concentração e atenção, da habilidade mecânica e da coordenação motora, mudanças de comportamento. Quando só há estas alterações e de forma leve, o quadro pode ser chamado de micromercualilismo

Se a exposição continuar, ocorre agravamento das alterações: tremores de movimento (parkinsonismo), alucinações e delírios

22
Q

Diagnóstico da intoxicação por mercúrio

A

História de exposição ocupacional e quadro clínico

Testes neuropsicológicos que avaliam as alterações descritas, desde que aplicados por profissionais habilitados. Os testes não são diagnósticos, devendo sempre ser interpretados à luz do quadro clínico e da história ocupacional

Não há tratamento

23
Q

Prevenção, monitoramento biológico e vigilância

A

Controlado não só no ar nos locais de trabalho, mas também em todos os setores que são frequentados pelos trabalhadores que manuseiam o metal

A presença de mercúrio nas vestes deve ser objeto de preocupação, tendo em vista a possibilidade de absorção cutânea desse agente

24
Q

O que fazer quando um trabalhador apresenta indicadores elevados, mas não apresenta clínica

A

Quando os indicadores estão elevados e o paciente não apresenta clínica, afasta o paciente do trabalho e investiga o que está acontecendo, se está havendo exposição excessiva ou não. Caso o paciente apresente clínica, afasta o trabalhador do trabalho e abre o CAT.

25
Q

Benzeno

A

Usado quase que exclusivamente na indústria petroquímica como matéria prima

Usado como solvente no passado fazendo parte de formulação de colas, thinners, tintas e vernizes. Porém, atualmente não é mais encontrados nestes tipos de produtos

Substância extremamente carcinogênica → mielotóxico potente, podendo causar hipoplasia ou displasia de medula, que, dependendo da gravidade pode alterar o hemograma

Absorvido pela pele e pelos pulmões

Biotransformação (metabolizado) para virar tóxico → cerca de 60% de vários metabólitos são formados, como as quinonas.

26
Q

Intoxicação crônica por benzeno (benzenismo)

A

Trombocitopenia- epistaxe, menorragia, hemorragia gengival

Leucopenia: infecções bacterianas e necrose de mucosa

Sintomas hematológicos

Carcinogênico

27
Q

Monitoramento do trabalhador exposto a benzeno

A

dosagem do ácido trans-trans mucônico e ácido fenil mercaptúrico urinários que discriminam a intoxicação.

28
Q

Inalação de benzeno: efeitos

A

tontura, dor de cabeça, perda da consciência, depressão inespecífica no tronco cerebral (TODOS OS SOLVENTES ORGÂNICOS)

29
Q

Contato prolongado com a pele (Benzeno)

A

Dermatites

30
Q

Aspiração direta do líquido (Benzeno)

A

Edema pulmonar

31
Q

Tratamento da intoxicação por benzeno

A

Transplante de medula em caso de aplasia e tratamento específico para o tipo de leucemia ou linfoma que o paciente for acometido

32
Q

Prevenção e monitoramento biológico (benzeno)

A

Não há valor de segurança mas há um valor de referência tecnológica