Teorias sistémicas Flashcards
o que defendem as teorias sistémicas
que as organizações são consideradas sistemas, enquanto conjuntos de partes interrelacionadas que atuam como um todo, para atingir objetos comuns.
Segundo Bertallanfy, os princípios e leis dos sistemas podem ser aplicados nas ciências sociais e não apenas na física ou na biologia.
A teoria de sistemas introduziu-se na teoria administrativa, sobretudo por causa da necessidade de uma síntese e integração das teorias que a precederam. Todas as teorias anteriores tinham um ponto fraco: a microabordagem (Uma coisa pequena tem um grande impacto em nós/em todos/em todas as organizações) – é uma Relação infinita
A ciência do século passado adotava a mecânica clássica como modelo do pensamento científico. Isso equivale a pensar nas coisas como mecanismos e sistemas fechados (ex. motor de um carro). A ciência atual adota o organismo vivo como modelo, o que equivale a pensar em sistemas abertos (ex. pessoas pq temos estímulos).
Qual a importancia da Teoria Geral de Sistemas
A importância da TGS é significativa tendo em vista a necessidade de se avaliar a organização como um todo e não somente em departamentos ou setores. O mais importante é a identificação do maior número de variáveis possíveis, externas e internas que, de alguma forma, influenciam todo o processo existente na organização
tarefas
pessoas
tecnologias
ambiente
estruturas
…
todos têm uma influência externa e interna na empresa
O que Bertalanffy criticou
Bertalanffy criticou a visão que se tem do mundo, dividido em diferentes áreas, como física, química, biologia, psicologia, sociologia, etc. São divisões arbitrárias e com fronteiras solidamente definidas.
A teoria geral de sistemas afirma que se devem estudar os sistemas globalmente, envolvendo todas as interdependências das suas partes.
A teoria geral de sistemas fundamenta-se em três premissas básicas, quais
a) Os sistemas existem dentro de sistemas. Cada sistema é constituído por subsistemas e, mesmo tempo, faz parte de um sistema maior, o supra-sistema. Cada subsistema pode ser detalhado nos seus subsistemas componentes, e assim por diante. Também o supra-sistema faz parte de um supra-sistema maior. Este encadeamento parece ser infinito.
(ex. vários sistemas: Portugal - Minho - cidade de Braga - mercado - organização - marketing - pessoas/secções)
b) Os sistemas são abertos. Os sistemas abertos são caracterizados por um processo infinito de intercâmbio com o seu ambiente para trocar energia e informação.
c) As funções de um sistema dependem da sua estrutura. Cada sistema tem um objetivo ou finalidade que constitui o seu papel no intercâmbio com outros sistemas dentro do meio ambiente. (Tem a ver com a essência da empresa, que é diferentes consoante empresas)
o que é um sistema
(nunca podemos olhar de forma isolada para os sistemas)
* Conjunto de elementos interdependentes e interligados para formar um todo, e cujo resultado (output) é superior ao resultado que as partes poderiam originar se funcionassem de um modo independente.
- Sistemas fechados: não estabelecem intercâmbios dinâmicos e espontâneos com a envolvente. O seu comportamento é rígido e determinístico, pelo que produz uma saída ou resultado invariável.
- Sistemas abertos: estabelecem relações ou intercâmbio com o ambiente através das entradas e saídas. Para sobreviverem têm de reajustar-se constantemente às condições do meio.
quais os parametros que caracterizam o sistema
- Entrada (input) Input é a matéria-prima/pessoas/etc. que transformam output (produtos) através da mão de obra/maquinaria/tecnologia
- Saída ou produto (output)
- Processamento ou transformador
- Retroação ou alimento de retomo (feedback)
- Ambiente (consumidores/concorrentes | situação socioeconómica do país)
porque é que a organização pode ser vista como um sistema aberto
O conceito de sistema aberto é perfeitamente aplicável à organização empresarial. A organização é um sistema criado pelo homem e mantém uma dinâmica interação com o seu meio ambiente, sejam clientes, fornecedores, concorrentes, entidades sindicais, órgãos governamentais e outros agentes externos. Influencia o meio ambiente e recebe a influência dele. Além disto, é um sistema integrado por diversas partes ou unidades relacionadas entre si, que trabalham em harmonia umas com as outras, com a finalidade de alcançar uma série de objetivos, tanto da organização como dos seus participantes.
Em suma, o sistema aberto pode ser compreendido como um conjunto de partes em constante interação e interdependência, constituindo um todo sinérgico, orientado para determinados propósitos e em permanente relação de interdependência com o ambiente.
Características das organizações como sistemas abertos
a) Comportamento probabilístico e não determinístico: Como todos os sistemas sociais, as organizações são sistemas abertos afetados por mudanças nos seus ambientes, denominadas de variáveis externas. O ambiente inclui variáveis desconhecidas e incontroláveis. Por esta razão, as consequências dos sistemas sociais são probabilísticas e não determinísticas e o seu comportamento não é totalmente previsível. As organizações são complexas e respondem a muitas variáveis ambientais que não são totalmente compreensíveis.
b) As organizações são vistas como sistemas dentro de sistemas. Os sistemas são complexos de elementos colocados em interação. Esta focalização incide mais sobre as relações entre os elementos, cuja interação produz uma totalidade que não pode ser compreendida pela simples análise das várias partes tomadas isoladamente.
c) Interdependência das partes: A organização é um sistema social cujas partes são independentes, mas inter-relacionadas. O sistema organizacional está sujeito à propriedade da interdependência das suas partes, de modo que a mudança numa das partes provoca impacto sobre as outras. A organização não é um sistema mecânico no qual uma das partes pode ser mudada sem um efeito concomitante sobre as outras partes. Devido à diferenciação provocada pela divisão do trabalho, as partes precisam de ser coordenadas através de meios de integração e de controlo.
d) Homeostase (estado estável): A organização alcança um estado firme - ou seja, um estado de equilíbrio - quando satisfaz dois requisitos:
* Unidirecionalidade ou constância de direção. Apesar das mudanças do ambiente ou da organização, os mesmos resultados são atingidos. O sistema continua orientado para o mesmo fim, usando outros meios.
(Caminhos diferentes, mas os objetivos são geriais/iguais)
* Progresso em relação ao fim. O sistema mantém, em relação ao fim desejado, um grau de progresso dentro dos limites definidos como toleráveis. O grau de progresso pode ser melhorado quando a empresa alcança o resultado com menor esforço e com mais precisão.
Além disso, a organização como um sistema aberto - precisa de conciliar dois processos opostos, ambos imprescindíveis para a sua sobrevivência:
* Homeostasia: é a tendência do sistema em permanecer estático ou em equilíbrio, mantendo inalterado o seu status quo interno.
* Adaptabilidade: é a mudança do sistema no sentido de ajustar-se aos padrões requeridos na sua interação com o ambiente externo, para alcançar um equilíbrio perante novas situações.
(diferentes meios para atingir o ponto de equilíbrio/ temos de nos adaptar a cada caso)
e) Fronteiras ou limites: Fronteira é a linha que demarca e define o que está dentro e o que está fora do sistema ou subsistema. Nem sempre a fronteira existe fisicamente. Os sistemas sociais têm fronteiras que se sobrepõem. Um indivíduo pode ser membro de duas organizações, concomitantemente: o sistema A e o B.
f) Morfogénese (desenvolvimento de uma forma): O sistema organizacional tem a capacidade de se modificar a si próprio e à sua estrutura básica: é a propriedade morfogénica das organizações, considerada a característica identificadora das organizações. A organização pode modificar a sua constituição e estrutura, quando os seus membros comparam os resultados desejados com os resultados obtidos e detetam os erros que devem ser corrigidos para modificar a situação.
g) Resiliência: A resiliência é a capacidade de superar o distúrbio imposto por um fenómeno externo. Como sistemas abertos, as organizações têm capacidade de enfrentar e superar perturbações externas provocadas pela sociedade, sem que desapareça o seu potencial de auto-organização. A resiliência determina o grau de defesa ou de vulnerabilidade do sistema a pressões ambientais externas. Assim, quando uma organização apresenta elevada resiliência, as tentativas de reciclagem de modelos tradicionais e burocráticos sofrem uma forte resistência ao nível do avanço da inovação e da mudança.
(capacidade que temos de resistir)
Elementos internos que influenciam a organização:
- Estilo de liderança da Gestão de topo;
- Normas e regulamentos da organização;
- Corpo funcional (pessoas com quem trabalhamos);
- Estrutura organizacional;
- Cultura organizacional;
- Relações interdepartamentais;
- Organizações sindicais e trabalhistas.
Elementos externos que influenciam a organização:
- Tecnologia;
- Política;
- Economia;
- Legislação;
- Sociedade;
- Demografia;
- Ecologia;
- Cultura;
Contribuições das abordagens sistémicas para a gestão:
- Enfatiza as interações constantes entre a organização e o ambiente.
- Perspectiva a organização como um todo composto por um conjunto interdependente de sistemas interativos.