TEORIA GERAL DA PROVA Flashcards

1
Q

2 Quais as acepções do termo “prova”?

A
Dentro de uma visão moderna, que é bastante cobrada nos concursos atuais, o termo “prova” se divide em quatro acepções:
• Prova como o ATO de provar;
• Prova como FONTE da prova;
• Prova como MEIO da prova; e
• Prova como RESULTADO da prova.
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2
Q

3 Como é a Acepção de Prova como Ato de Provar?

A
  • São atos que tendem a formar a convicção do julgador sobre a existência ou não de uma situação fática que realmente ocorreram.
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3
Q

4 A ciência processual aborda de que forma sobre a verdade nos autos?

A

ciência processual atual não fala mais em “verdade real” ou “verdade processual”. Ideia superada. Fala-se em VERDADE PROCESSUALMENTE VÁLIDA, ou seja, provas produzidas observando o contraditório, a ampla defesa e a isonomia entre as partes.

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4
Q

5 Coleta da prova deve obedecer a quais preceitos?

A

A coleta da prova deve obedecer aos preceitos derivados do CONTRADITÓRIO, da AMPLA DEFESA e da PARIDADE DAS ARMAS (isonomia).

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5
Q

6 Existe atividade probatória sobre fato que ainda não aconteceu como o ato ilícito que é pressuposto da tutela inibitória.

A

Mesmo diante de uma tutela inibitória é possível desenvolver a atividade probatória que irá recair sobre a circunstância do ilícito, isso para reforçar a ideia da ocorrência do ilícito. A previsão legal está no artigo 497 do CPC e no artigo 84 do CDC.

Art. 84 CDC. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.

Art. 497 CPC. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.

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6
Q

9 Como é a acepção de Prova como Fonte de Prova?

A

Fonte de prova é tudo aquilo que se pode extrair a prova e são fontes de prova: as pessoas, as coisas e os fenômenos

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7
Q

10 Qual a diferença ente meio de prova e fonte de prova?

A

Enquanto a fonte de prova é tudo aquilo de que se pode extrair a prova, o meio é o INSTRUMENTO, MÉTODO ou MODO que é utilizado para fazer a extração da prova de sua respectiva fonte.
Assim, a testemunha é considerada fonte de prova, já o testemunho e a redução a termo daquilo que a testemunha diz constitui um instrumento da captação dessa prova, ou seja, constitui um meio de prova.

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8
Q

11 Como é a acepção de Prova como Meio de Prova?

A

Meio de prova é o instrumento que se utiliza para extrair a prova de sua fonte. Assim, a testemunha é fonte de prova, enquanto o testemunho é meio de prova.

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9
Q

12 Como é chamado o princípio que norteia a acepção de prova como meio de prova?

A

é o chamado princípio da liberdade dos meios probatórios.

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10
Q

13 Qual o artigo do CPC que demonstra o princípio da liberdade dos meios probatórios?

A

Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.

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11
Q

14 Como é a acepção de Prova como Resultado da Prova?

A

Diz respeito à valoração da prova e o sistema processual apresenta tradicionalmente três sistemas.

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12
Q

15 O sistema processual apresenta tradicionalmente quais sistemas valoração da prova?

A

o sistema processual apresenta tradicionalmente três sistemas:
• legal, tarifário ou hierarquizado (não adotado no Brasil);
• do livre convencimento ou íntima convicção (não adotado no Brasil, mas há aplicação residual no âmbito do Tribunal do Júri); e
• do livre convencimento motivado ou persuasão racional (sistema adotado no Brasil).

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13
Q

16 Qual o artigo do CPC que demonstra o sistemas valoração da prova no Brasil? E na CF?

A

Art. 371 CPC. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.

Art. 93 CF. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
(…)
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;

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14
Q

19 QUAIS OS LIMITES À VALORAÇÃO DAS PROVAS PELOS JULGADORES?

A

1) Exigência de motivação;
2) O juiz deve limitar-se aos fatos da causa e à prova dos autos;
3) A fundamentação há de ser racional: o juiz não pode valorar as provas com base em critérios de fé, isto é, critérios que não podem ser questionados racionalmente – não admitem contraditório; e
4) Na valoração das provas, o juiz não pode contrariar as regras ou máximas da expe­riência.

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15
Q

20 O que é uma regra de máxima experiencia? Qual artigo do CPC está previsto?

A

Uma regra de máxima experiencia constitui-se naquilo que costumeiramente ocorre. Ex.: a Avenida 23 de Maio, na cidade de São Paulo, normalmente está com o trânsito congestionado às 18h.

CPC, Art. 375. O juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece e, ainda, as regras de experiência técnica, ressalvado, quanto a estas, o exame pericial.

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16
Q

22 As regras de máxima experiência podem se sobrepor ao exame pericial?

A

As regras de máxima experiência não podem se sobrepor ao exame pericial.

17
Q

23 O que são regras formuladas pelo método indutivo

A

Regras formuladas pelo método indutivo: é uma regra extraída da observação daquilo que ordinariamente acontece.

18
Q

24 Quais as Funções das regras de experiência?

A

Funções das regras de experiência:

1) Limita a valoração das provas;
2) Ajuda o juiz a preencher conceitos jurídicos indeterminados;
3) Ajuda o juiz a confrontar as provas;
4) Auxilia o juiz a presumir – apuração de fatos através de indícios.

19
Q

25 Doutrinariamente, o que são as provas classificadas como típicas e atípicas?

A

Ao trabalhar a classificação da prova, o art. 369 do CPC, que é pautado pelo princípio da liberdade dos meios probatórios, traz uma classificação de provas típicas (ou nominadas pelo CPC) e atípicas (inominadas, ou seja, não estão tipificadas no CPC). Em função da vigên­cia do princípio da liberdade dos meios de prova, admite-se tanto a prova típica quanto a prova atípica.

20
Q

26 O Juiz pode controlar a prova típica? E a atípica?

A

O juiz pode controlar a prova típica de acordo com aquilo que está determinado no Código de Processo Civil. Assim, se eventualmente for produzida uma prova típica em desacordo com a exigência legal, então há uma ilegalidade na produção dessa prova e isso pode contaminar e nulificar essa atividade probatória.
Já a prova atípica, como não está nominada, fica difícil haver um controle por parte do magistrado. É por isso que a prova atípica a ser produzida deve observar, primeiramente, os padrões moralmente aceitos.

21
Q

28 A prova atípica pode ser uti­lizada como substitutiva de uma prova típica?

A

A doutrina aponta que a prova atípica não deve ser uti­lizada como substitutiva de uma prova típica.
Acontece que a prova atípica, como não está nominada, fica difícil haver um controle por parte do magistrado.

22
Q

30 No processo penal, há uma distinção entre provas ilícitas (viola regras de direito material) e provas ilegítimas (viola regras de direito processual). Ocorre o mesmo no processo civil?

A

No pro­cesso civil, costumeiramente não se faz uma distinção se a prova foi produzida de maneira ilícita violando regra de direito material ou de direito processual. Para tudo é utilizada a expres­são “prova ilícita”.
CF/1988 Art. 5º, LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

23
Q

32 Admite-se o uso da prova ilícita no processo civil?

A

O art. 281 do CPC pode ser utilizado tanto na prova ilícita quanto na prova que deriva dessa ilicitude.

Art. 281 do CPC. Anulado o ato, consideram-se de nenhum efeito todos os subsequentes que dele dependam, todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras que dela sejam independentes.

Há um entendimento doutrinário no sentido de que o art. 5º, inciso LVI da CF/1988 não admite, de forma alguma, o uso da ilicitude da prova.

Art. 5º, LVI da CF - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

Assim, qualquer prova que seja ilícita não pode ser utilizada.
Esse entendimento doutrinário não encontra respaldo na doutrina majoritária e na juris­prudência dos tribunais superiores. O próprio STF admite o uso da prova ilícita, a exemplo do processo penal, para que o réu possa obter a sua absolvição.

Quando o STF dispõe sobre o uso da prova ilícita, parte da ideia da razoabilidade e da pro­porcionalidade para a análise da circunstância.

A mesma ideia se aplica no âmbito do Direito Civil e dos demais ramos do Direito, pois, mesmo que a prova seja ilícita, é necessário que sejam feitas variadas análises para identifi­car a razoabilidade, a proporcionalidade e o interesse público existente no caso concreto.
Há entendimento doutrinário no sentido de que a prova ilícita deveria passar por um crivo do interesse público. Em situações excepcionais, no processo civil, permeadas por um grande interesse público, deveria ser permitido o uso dessa prova ilícita. Mas esse entendimento não vem sido aceito em sua total dimensão.