Teoria Geral da Prova Flashcards

1
Q

Prova

A

Todo elemento de convicção relevante para a solução de questão (de mérito ou processual) no curso da relação processual.

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2
Q

A prova, enquanto conceito plurissignificativo, tem uma tríplice acepção, enquanto:

A

Atividade, meio e resultado

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3
Q

Prova enquanto atividade

A

É a prova enquanto procedimento; isto é, como os meios pelos quais é produzida.

Por esta acepção, a prova é vista como um direito fundamental subjetivo (seu rito de produção, bem como o contraditório e a ampla defesa).

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4
Q

Prova enquanto meio

A

Por esta acepção, a atenção é voltada às possibilidades de comprovação de alegações de fato.

Provas como modalidades típicas e atípicas de instrumentos destinados a provar tais alegações.

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5
Q

Prova enquanto resultado

A

Por esta acepção, foco é na figura do destinatário da prova: a autoridade judicial.

Ou seja, a que conclusão aquela prova induzirá o julgador a chegar.

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6
Q

Thema probandum

A

Consiste no conjunto de fatos e/ou questões relevantes para o julgamento da controvérsia penal.

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7
Q

Os fatos incontroversos dependem ou não de prova no processo penal?

A

Tem doutrinador fascista que fala que não, emprestando o comando do CPC.

Para os doutrinadores com bom senso, a falta de questionamento do réu não desincumbe o ônus probatório da acusação; ou seja, eventual revelia do réu não acarreta a sua veracidade.

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8
Q

Quais, dentre os fatos notórios, os axiomáticos, os absolutamente inúteis e as presunções legais dependem de prova no processo penal?

A

Nenhum deles.

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9
Q

Os fatos negativos dependem de prova no processo penal?

A

Fatos absolutamente negativos, que são a demonstração de não ocorrência de um fato, independem de prova, pois a prova que lhes seria exigida seria diabólica.

Fatos “relativamente negativos”, que contêm fatos positivos contrapostos passíveis de serem provados, podem depender de prova (ex.: álibi como prova do ‘estar em outro local’, não prova de ‘não estar no local’, que seria vedada)

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10
Q

Prova diabólica

A

Prova extremamente difícil ou impossível de ser obtida

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11
Q

Finalidades da prova na persecução criminal

A
  1. Finalidade informativa na fase de persecução preliminar: finalidade de obter elementos de informação destinados a formar a opinio delicti do titular da ação penal
  2. Finalidade instrutória na fase de persecução em juízo: finalidade de instruir a ação, sob crivo do contraditório e ampla defesa, para influenciar na decisão do julgador

As provas urgentes e irrepetíveis, produzidas na persecução preliminar, compreendem as duas finalidades.

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12
Q

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação …(1)…, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente …(2)…, ressalvadas …(3)….

A

(1) da prova produzida em contraditório judicial
(2) nos elementos informativos colhidos na investigação
(3) as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas

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13
Q

Dentre as provas cautelares, irrepetíveis e antecipadas, qual é a única espécie de prova produzida sob contraditório real?

A

Provas antecipadas

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14
Q

Provas cautelares

A

São aquelas em que o contraditório é diferido por haver risco de desaparecimento do objetivo da prova, em razão (i) do decurso do tempo; ou (ii) da participação do acusado no procedimento frustrar seu objetivo.

ex.: interceptação telefônica e busca e apreensão domiciliar

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15
Q

Provas irrepetíveis

A

Sã aquelas em que há risco concreto de perecimento do objeto/fonte da prova se não realizadas a tempo e modo.

Têm contraditório diferido e podem ser produzidas nas fases investigativa e instrutória.

ex.: exame de corpo de delito em crimes de lesão corporal

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16
Q

Provas antecipadas

A

São aquelas produzidas com a observância do contraditório real, perante a autoridade judicial, em momento distinto do legalmente previsto (mesmo antes do início do processo), por motivos de relevância e urgência.

ex.: depoimento ad perpetuam rei memoriam (para a perpétua memória do fato)

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17
Q

Depoimento ad perpetuam rei memoriam

A

Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.

18
Q

Quais os limites, segundo a jurisprudência do STJ, para a produção de provas antecipadas deferidas pelo juiz quando o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado (art. 366, CPP)?

A

Súmula 455/STJ: A decisão que determina a produção antecipada de provas com base no art. 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero decurso do tempo.

19
Q

O que é o depoimento especial previsto na Lei nº 13.431/17?

A

Art. 8º: Depoimento especial é o procedimento de oitiva de criança ou adolescente vítima ou testemunha de violência perante autoridade policial ou judiciária.

20
Q

Há possibilidade de coleta antecipada de depoimento especial?

A

Há, para além de uma possibilidade, uma preferência do legislador à produção antecipada deste meio de prova.

Art. 11. O depoimento especial reger-se-á por protocolos e, sempre que possível, será realizado uma única vez, em sede de produção antecipada de prova judicial, garantida a ampla defesa do investigado.

21
Q

Princípio da verdade real

A

Também tratado como princípio da verdade possível, pois objetiva se chegar a um juízo de probabilidade concreta do julgador; ou seja, a versão mais plausível possível dos fatos comprovados em conjunto.

Tradicionalmente, é uma das oposições do processo penal ao processo civil, que persegue a verdade formal.

22
Q

Princípio do nemo tenetur se detegere

A

É a proibição à auto-incriminação, corolário do direito constitucional ao silêncio.

Trata-se do direito do acusado de não adotar comportamentos positivos que auxiliem o órgão acusatório.
(ex.: condução coercitiva de acusado, rechaçada em ADPF)

23
Q

Previsão normativa do princípio do nemo tenetur se detegere

A

Art. 8º, 2. “g”, do Pacto de San José (CADH): status supralegal

24
Q

Segundo o princípio da liberdade na produção de provas expresso no art. 369 do Código de Processo CIVIL, e a jurisprudência do STF, as partes têm o direito de empregar quais meios de prova?

A

Os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados em lei

STF permite, ainda, o uso de provas ilícitas, apenas e tão-somente quando a favor do acusado

25
Q

Dentre as limitações ao princípio da liberdade na produção de provas, está o dever legal de sigilo, expresso no art. 207, CPP: São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se…

A

Desobrigadas pela parte interessada E quiserem dar o seu testemunho.

26
Q

Qual limitação traz o CPP a respeito da apresentação de provas novas no rito do Tribunal do Júri?

A

Art. 479: antecedência mínima de 3 dias úteis na juntada de novos documentos ou objetos

27
Q

Fishing expedition (Pescaria probatória)

A

É a procura especulativa, no ambiente físico ou digital, sem ‘causa provável’, alvo definido, finalidade tangível ou para além dos limites autorizados (DESVIO DE FINALIDADE), de elementos capazes de atribuir responsabilidade penal a alguém

28
Q

Como difere o fishing expedition da serendipidade?

A

Serendipidade, ou encontro fortuito de provas, é a localização de elementos de prova de outros crimes, praticados por quem figura no objeto do mandado de busca e apreensão ou não, no curso regular das buscas com alvo definido e finalidade tangível.

29
Q

Quem são o sujeito e o destinatário da prova?

A

Sujeito da prova: pessoa responsável por sua produção
Destinatário da prova: órgão jurisdicional responsável por sua valoração

30
Q

Fontes de prova

A

São as pessoas (fontes pessoais) ou coisas (fontes reais) das quais se conseguem extrair os meios de prova; em regra, são contemporâneos à prática do delito, e não da formação da relação processual.

31
Q

Meios de prova

A

São os instrumentos endoprocessuais pelos quais as fontes de prova são levadas ao processo; isto é, sua tradução para dentro do processo, onde são produzidos.

32
Q

Meios de obtenção de prova

A

Procedimentos (fatos extraprocessuais), regulados por lei, que visam a obter provas materiais do delito (instrumentos, vestígios, documentos etc.)

33
Q

Qual, dentre a busca e apreensão domiciliar, a colaboração premiada e a interceptação telefônica, não é considerada meio de obtenção de prova pelo CPP?

A

A busca e apreensão domiciliar é tratada como meio de prova pelo CPP; a doutrina unânime a considera meio de obtenção de provas.

34
Q

O que seria a regra de corroboração na colaboração premiada?

A

Segundo o art. 3º-A da Lei nº 12.850/13, inserido pela Lei nº 13.964/19, as declarações do colaborador são meios de obtenção de prova de relativo caráter persuasivo, que devem necessariamente ser ratificadas/corroboradas

35
Q

Meios ordinários de obtenção de prova

A

Meios de prova previstos em lei, sujeitos a contraditório real, para viabilizar a apuração e o processamento da generalidade dos delitos

36
Q

Meios extraordinários de obtenção de prova

A

Meios de prova produzidos sem a prévia ciência do acusado, com contraditório diferido.

Pressupõem prática delituosa sofisticada e, em regra, têm como predicado o sigilo (elemento surpresa) e a dissimulação.

p. ex.: interceptação telefônica, ação controlada, infilitração etc.

37
Q

Prova direta

A

É aquela cujo resultado depende de um único raciocínio inferencial

38
Q

Prova indireta

A

É aquela que demanda do destinatário a realização de inferências sucessivas e mais complexas

39
Q

Indício (art. 239, CPP)

A

Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.

40
Q

Enumere os três principais sistemas de valoração da prova

A
  1. Íntima convicção (Certeza judicial)
  2. Sistema legal ou de tarifação de provas
  3. Persuasão racional / Livre convencimento motivado
41
Q

Sistema da íntima convicção no Brasil

A