T9 - Febre Familiar do Mediterrâneo e outras Doenças Autoinflamatórias Flashcards

1
Q

O que são febres hereditárias recorrentes?

A
  • Grupo de doenças autoinflamatórias
  • Maioria são doenças hereditárias, raras
  • A maioria manifesta-se na infância, mas podem apresentar-se na idade adulta
  • O diagnóstico baseia-se na clínica e testes genéticos
  • Gravidade das patologias muito variável
  • Amiloidose é uma das principais complicações, devido ao estado pró-inflamatório
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2
Q

Quando suspeitar de febre hereditária?

A

Febre recorrente com sinais/sintomas associados (Rash, Serosite (pericardite, peritonite, pleurite, Artralgias/artrite, Aftas orais, Adenomegalias, Náuseas/vómitos)
Exclusão de neoplasia, infeção e outras doenças inflamatórias/imunomediadas

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3
Q

Febre mediterrânica familiar?

A
  • Doença autoinflamatória hereditária mais prevalente
  • 90% dos casos manifestam-se antes dos 20 anos
  • População originária de países do leste do mediterrâneo
  • Mutação MEFV (codifica proteína pirina)
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4
Q

Manifestações clínicas de Febre mediterrânica familiar?

A

– Febre > 38,5ºC com 24-72h de duração
– Serosite (peritonite, pleurite, pericardite, orquite)
– Artrite aguda, auto-limitada
– Rash erisipela-like dorso do pé e tornozelo
– Crises resolvem espontâneamente
– Em crise: ↑ leucócitos, ↑VS, ↑PCR, ↑Proteína amilóide A
– Períodos intercrise: os marcadores inflamatórios podem manter-se ligeiramente elevados

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5
Q

Complicações de Febre Mediterrânica Familiar?

A
– Amiloidose AA (Proteinúria, síndrome nefrótico, doença renal crónica)
– Artropatia destrutiva
– Aderências (devido às peritonites)
– Diminuição da fertilidade
– Vasculite
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6
Q

Medicamente com boa resposta na Febre mediterrânica familiar?

A

Boa resposta à colchicina

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7
Q

TRAPS (Tumor Necrosis Factor Receptor-associated Periodic Syndrome)?

A

Originalmente denominada Febre familiar hiberniana
Início da doença desde a infância até aos 40 anos
Mutação TNFRSF1A (codifica receptor 1 do TNF)

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8
Q

Manifestações clínicas de TRAPS?

A
– Crises de duração variável (>5 dias; pode chegar a semanas), com intervalos irregulares
– Febre (sempre presente)
– Dor pleuritica
– Mialgias
– Rash
– Manifestações oftalmológicas
– Artralgias/mono-oligorartrite
– Períodos intercrise: os marcadores inflamatórios podem manter-se ligeiramente elevados
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9
Q

Caraterísticas de TRAPS?

A

Fatores precipitantes (1/3): stress emocional, ciclo menstrual, fadiga, infeções, exercício, vacinação.
Risco de amiloidose (15-25%).
Má resposta à colchicina; boa resposta aos corticóides.
Biológicos anti-TNFα (etanercept) e anti-IL-1.

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10
Q

Deficiência de mevalonato quinase (MKD)?

A

Também conhecida como síndrome de HiperIgD (HIDS)
>60% dos doentes têm ascendência Holandesa ou Francesa
Início da doença normalmente no primeiro ano de vida
Mutação MVK (mevalonato quinase)

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11
Q

Manifestações clínicas de Deficiência de mevalonato quinase (MKD)?

A
– Febre de duração 3-7 dias, com intervalos 4-8 semanas, sem clara periodicidade
– Dor abdominal, náuseas e vómitos
– Adenomegalias cervicais
– Artralgias/artrite simétrica não-destrutiva
– Aftas orais
– Rash maculopapular
– Cefaleias
– Esplenomegalia
↑ácido mevalónico na urina
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12
Q

Diagnóstico de Deficiência de mevalonato quinase (MKD)?

A

– Doseamento de IgD não é particularmente útil
– 2 mutações no gene MVK ou
– 1 mutação + evidência de alteração do metabolismo

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13
Q

Prognóstico de Deficiência de mevalonato quinase (MKD)?

A
  • Fatores precipitantes (1/4): stress, trauma, infeções, vacinação
  • Amiloidose rara (4%)
  • De difícil tratamento (só alguma resposta a Antagonistas de IL-1)
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14
Q

CAPS (cryopirin-associated periodic syndromes)?

A

Historicamente considerada como 3 entidades clínicas (FCAS, MWS, CINCA/NOMID)
Contínuo clínico destas entidades, com espetro variável de gravidade
Mutação NLRP3

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15
Q

FCAS?

A

– Forma menos grave.
– Febre (93%), rash (100%), artralgias (93%), conjuntivite (84%) 1 a 3 horas após exposição ao frio, com duração de 12 a 48 horas.
– 95% dos doentes desenvolvem os sintomas no primeiro ano de vida.
– Os sintomas vão-se tornando menos graves ao longo dos anos.
– Amiloidose AA é rara (<2% dos casos).

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16
Q

Síndrome de Muckle-Wells?

A

– Forma de gravidade “intermédia”.
– Manifesta-se normalmente na adolescência.
– Episódios não são tipicamente precipitados pelo frio.
– Os sintomas podem ser episódicos (24-48h) ou contínuos.
– Febre, rash urticária-like, mialgias, artralgias/artrite, conjuntivite, cefaleias.
– Surdez neurosensorial de início tardio (2ª – 3ª década de vida).
– Amiloidose AA pode ocorrer

17
Q

CINCA/NOMID?

A

– Forma mais grave.
– Manifesta-se normalmente nos primeiros meses de vida
– Febre, rash quase persistentes
– Artropatia grave com aumento do crescimento das epífises (fémur distal, tíbia proximal)
– Ossificação precoce e crescimento excessivo da rótula
– Meningite asséptica
– Atraso cognitivo
– Deformidades
– Amiloidose AA pode ocorrer

18
Q

Etiologia e Epidemiologia de PFAPA (periodic fever, apthous stomatitis, pharyngitis and cervical adenitis syndrome)?

A

• Etiologia desconhecida
– Fatores poligénicos e adquiridos multifatoriais
– Não é hereditária
• Doença autoinflamatória mais comum na infância
• Classicamente tem início antes dos 5 anos de idade.
• Parece atingir preferencialmente o sexo masculino

19
Q

Caraterísticas de PFAPA

A
  • Episódios duram 3-7 dias e recorrem em intervalos de 2-8 semanas, de forma normalmente regular e previsivel
  • Resposta dramática aos corticóides – toma única de corticoides 1mg/Kg e a crise fica resolvida
  • Entre crises os doente são saudáveis e crescem normalmente
  • Na maioria dos casos, ao longo do tempo as crises vão espaçando e acabam por desaparecer antes da idade adulta sem sequelas