T5 - Esclerose Sistémica Flashcards
O que é a Esclerose Sistémica?
Doença sistémica autoimune rara caracterizada por alterações da microcirculação, imunitárias e fibrose de vários órgãos
Epidemiologia da Esclerose Sistémica?
Mais frequente no sexo feminino (4 ♀:1)
Idade: 35-64 anos
Fatores desencadeantes de ES?
Exposição a determinados produtos químicos, estímulos mecânicos e infeções viricas.
Patogénese de ES?
Fatores genéticos
Fatores ambientais
Papel do microquimerismo materno-fetal
Patogénese de ES?
Lesão vascular
Ativação do sistema imunitário
Citocinas
Fibrose
Lesão vascular em ES?
A lesão vascular pode ser o primeiro evento e atinge sobretudo artérias de pequeno calibre.
Alteração estrutural e funcional do endotélio, com edema subendotelial; agregação plaquetária; migração dos linfócitos T CD4+ e CD8+; e fibrose tecidular.
Ativação do sistema imunitário em ES?
Acumulação de células mononucleadas
Linfócitos T helper ativados
Níveis aumentados de interleucina 2 (IL-2)
Grande quantidade de imunoglobulinas, entre as quais alguns autoanticorpos.
95% dos doentes têm ANA positivos, particularmente de padrão nucleolar.
Anticorpos anti centrómero em ES?
Cerca de 50-90% dos doentes com ES limitada, associam-se a um maior risco de Hipertensão Arterial Pulmonar.
Anticorpos anti-topoisomerase I (anti-Scl 70) em ES?
Presentes em 20 a 30% dos casos de ES Difusa e associam-se a um maior risco de espessamento cutâneo rapidamente progressivo, fibrose pulmonar intersticial e crise renal.
Podem existir também anticorpos anti-RNA polimerase tipos I a III,
Citocinas e ES?
IL-1
IL-2 (fator de crescimento linfócitos T)
PDGF (principal fator mitogénico sérico de fibroblastos e de miócitos lisos)
TGF-B(mais potente indutor da síntese de colagénio estimulando a formação da matriz extracelular)
Endotelina
Trombina e adrenalina
IFN y diminuído
Fibrose em ES?
Deposição de grandes quantidades de colagénio, fibronectina e glicosaminoglicanos, devido a biossíntese aumentada pelos fibroblastos ativados.
Critérios de classificação de ES?
ACR/EULAR
1 major ou 2 minor
major - esclerose cutânea perto da MCP e MTP
Esclerodermia localizada (Forma localizada)?
Fibrose cutânea sem envolvimento de outros órgãos.
Esclerodermia generalizada = Esclerose Sistémica (Es)?
Fibrose cutânea com envolvimento de outros órgãos.
Caraterísticas de Esclerose Sistémica cutânea limitada?
Fenómeno de Raynaud
Anticorpo anticentrómero
Calcinose subcutânea, envolvimento gastroesofágico
Hipertensão pulmonar, doença intersticial pulmonar
Capilaroscopia
Manidesfatções de Esclerose Sistémica cutânea difusa
Fenómeno de Raynaud, edema das mãos (puffy hands), artrite, Síndrome do túnel cárpico, astenia.
Envolvimento cutâneo rapidamente progressivo
Capilaroscopia
Envolvimento renal precoce, doença intersticial pulmonar (mais frequente do que na Es limitada), gastrointestinal e miocárdica.
Anticorpo Scl-70 e anti-RNA polimerase I, II ou III.
Manidesfatções de Esclerodermia sine escleroderma?
Fibrose renal, pulmonar, cardíaca ou gastrointestinal.
Sem envolvimento cutâneo.
Fenómeno de Raynaud eventualmente presente.
Poderão estar presentes anticorpos anticentrómero, anti-Scl70, anti-RNA polimerase I, II e III.
Outras formas clínicas de ES?
Esclerose induzida por fatores ambientais/tóxicos
Síndromes de sobreposição
ES precoce (Fenómeno de Raynaud. Alterações capilaroscópicas e evidência de isquemia digital. Anticorpos anti Scl-70, anticentrómero, ou anti-RNA polimerase I, II ou III.)
Fenómeno de Raynaud?
Completo (3 fases) ou incompleto.
Deve realizar-se capilaroscopia.
Mais de 95% dos doentes com ES apresentam alterações.
3 fases de envolvimento cutâneo na ES?
- Fase edematosa (edema duro dos dedos e mãos)
- Fase de endurecimento (pele espessada, esclerodactilia)
- Fase atrófica (pele macia e atrófica)
Manifestações cutâneas da ES I?
Edema (fase inicial)
Esclerodactilia
Úlceras digitais
Lesões cicatriciais da polpa digital
Manifestações cutâneas da ES II?
Perda da expressão facial Calcinose subcutânea Hipo/hiperpigmentação cutânea Perda de folículos pilosos e glândulas sebáceas Prurido Contratura (articular)
Envolvimento Pulmonar na Esclerose Sistémica?
Doença intersticial pulmonar (DIP)
Hipertensão arterial pulmonar (HAP)
Manifestações clínicas mais frequentes DIP em ES?
Fadiga, a dispneia de esforço e/ou a tosse não produtiva.
Exames complementares de diagnóstico de DIP em ES?
Radiografia do tórax
Provas Funcionais Respiratórias ( diminuição pode ser o sinal mais precoce de DIP)
Tomografia computorizada do tórax de alta resolução (TC-AR)
Achados típicos na TAC de DIP em ES?
Áreas em “favo de mel”, ectasia das pequenas vias
aéreas (bronquiectasias e bronquiolectasias), opacificação em vidro despolido.
Exames complementares de diagnóstico de HAP em ES?
Ecocardiograma com Doppler
Cateterismo cardíaco direito
BNP/ NT-proBNP
Exclusão de outras causas
Envolvimento renal na ES?
Proteinúria
Aumento da creatinina sérica
Hipertensão arterial (HTA)
Crise renal esclerodérmica (CRE)
Crise Renal Esclerodérmica?
Mortalidade elevada
Ocorre em 10-20% dos doentes com ES cutânea difusa
Ocorre geralmente nos primeiros cinco anos da doença
Critérios de diagnóstico de CRE?
Aparecimento de novo de HTA superior a 150/85 mmHg
Aumento de creatinina sérica
Atenção que a CRE também pode ocorrer em doentes normotensos (pior prognóstico)
Fatores de Risco de CRE?
Envolvimento cutâneo difuso, particularmente se for rapidamente progressivo
Uso de corticóides em altas doses (superiores a 15 mg/dia)
Presença de anticorpos anti-RNA polimerase III
Uso de ciclosporina
Envolvimento cardíaco na ES?
7% a 35%
De acordo com as estruturas envolvidas, as manifestações cardíacas podem ser diversas.
Envolvimento cardíaco na ES?
7% a 35%
De acordo com as estruturas envolvidas, as manifestações cardíacas podem ser diversas.
Manifestações gastrointestinais na ES?
As manifestações da ES a nível gastrointestinal são muito comuns, ocorrendo em cerca de 50% a 90% dos doentes.
Esófago na ES?
Disfunção do esfíncter esofágico inferior (EEI) e diminuição da peristalse, refluxo gastroesofágico (RGE), risco de esofagite.
Estômago na ES?
Atraso significativo do esvaziamento gástrico, telangiectasias e a ectasia vascular antral.
Intestino delgado na ES?
Sintomas resultantes da hipomotilidade intestinal
Síndrome de ansa cega com sobrecrescimento bacteriano, malabsorção e pseudoobstrução por dismotilidade, até condições como falência intestinal extrema, com necessidade de alimentação parentérica.
Cólon e região anorretal na ES?
Atraso do trânsito e obstipação. As telangiectasias cólicas são comuns, podem sangrar e causar anemia.
A incontinência fecal é comum nos doentes com ES e prolapso retal.
Envolvimento Músculoesquelético na ES?
Manifestações mais precoces e frequentes são: - Artralgias inflamatórias - Fadiga - Mialgias - Fraqueza muscular Outras manifestações: - Artrite - Contraturas articulares - Miopatia e miosite inflamatória - Osteólise
Envolvimento Ocular na ES?
Queratoconjuntivite seca.
Telangiectasias e esclerose dérmica palpebral, defeitos variáveis na secreção lacrimal.
Blefarite
Olho seco
Hepático na ES?
Cirrose biliar primária (CBP)
Hepatite autoimune
Envolvimento do sistema nervoso periférico (SNP) na ES?
Neuropatias diversas.
Envolvimento do Sistema Nervoso Central na ES?
Cefaleias Défices Cognitivos/Demência Vasculopatia Epilepsia Neuromielite óptica
Tratamento de Fenómeno de raynaud e úlceras digitais?
Pentoxifilina
Análogos da prostaciclina
Antiplaquetários , estatinas, fluoxetina
Tratamento de Envolvimento cutâneo na ES?
Corticoterapia (< 15 mg) – (fase edematosa) Metotrexato (Es difusa) Azatioprina Micofenolato mofetil Ciclofosfamida Imunoglobulinas
Tratamento de Envolvimento pulmonar na ES?
Ciclofosfamida Micofenolato mofetil Azatioprina Rituximab Nintedanib (anti-fibrótico)
Tratamento de Crise renal esclerodérmica na ES?
IECA
Antagonista dos recetores da endotelina