Staphylococcus Flashcards

1
Q

Como se podem subdividir os diversos géneros de cocos gram-positivo

A

Os cocos gram-positivos formam um grupo heterogéneo de aproximadamente 21 géneros que colonizam o homem. A verificação da presença de catalases é um teste simples para subdividir os vários géneros.

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2
Q

Descreva sucintamente os Staphylococcus

A

Formam um padrão em forma de cacho de uvas, são imóveis, aeróbios ou anaeróbios facultativos. São catalase-positivos e crescem num meio com 10% de coreto de sódio, 18ºC-40ºC. Podem ou não ser capsulados e são imóveis.

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3
Q

Enumere algumas das espécies de Staphylococcus mais abundantes associadas a doenças humanas

A
  • Staphylococcus aureus (15% da População é Portadora);
  • Staphylococcus saprophyticus;
  • Staphylococcus epidermidis;
  • Staphylococcus haemolyticus.
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4
Q

Staphylococcus Coagulase-negativas mais abundantes na pele

A
  • Staphylococcus epidermidis;
  • Staphylococcus haemolyticus;
  • Staphylococcus hominis;
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5
Q

Que tipo de infeção é causada pela Staphylococcus saprophyticus?

A

infeção urinária associada a mulheres jovens e em idade sexual ativa.

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6
Q

Qua a espécie de Staphylococcus mais abundante em patologias humanas, qual a sua coloração e porquê?

A

Staphylococcus aureus, dourada devido à presença de pigmentos carotenóides. É o membro mais violento do género e o único que produz a enzima coagulase. Faz muitas vezes parte da flora normal do homem,

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7
Q

Quais os constituintes do Staphylococcus?

A

Cápsula, Peptidoglicano, Ácidos Teicólicos, Proteína A, Coagulases e Outras Proteínas de Superfície e Membrana Citoplasmática

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8
Q

Descreva a Cápsula do Staphylococcus

A

constituída por uma frouxa camada de polissacarídeos que apenas é observada ocasionalmente in vitro, mas pensa-se que in vivo ela esteja mais presente e de forma mais marcada. A cápsula protege as bactérias ao inibir a quimiotaxia e fagocitose dos microrganismos por parte dos leucócitos, é ainda um importante factor de aderência das bactérias a cateteres e materiais sintéticos;

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9
Q

Descreva os Peptidoglicanos do Staphylococcus

A

corresponde a metade do peso da parede celular e é uma característica comum nas bactérias gram-positivas. Contrariamente ao que acontece nas bactérias gram-negativas, nas gram-positivas a parede celular é constituída por camadas com ligações cruzadas, o que a torna mais rígida e resistente. O peptidoglicano tem uma actividade idêntica à endotoxina, ou seja, vai estimular a produção de pirogénos endógenos, activa o complemento e leva à produção de interleucina 1 pelos monócitos

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10
Q

Descreva os Ácidos Teicóicos do Staphylococcus

A

medeiam a fixação dos estafilococos às superfícies mucosas através da sua ligação específica à fibronectina. São imunógenos fracos, mas quando associados ao peptidoglicano estimulam uma resposta humoral específica

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11
Q

Descreva a Proteína A do Staphylococcus

A

encontra-se apenas na superfície das estirpes de Staphylococcus aureus, e não nos restantes coagulase-negativos. Esta proteína pode ainda ligar-se a anticorpos e desencadear a activação do complemento

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12
Q

Descreva as Coagulases e Outras Proteínas de Superfície do Staphylococcus

A

a superfície externa da maioria das estirpes de S. aureus contem o factor de aglutinação, que pode também ser designado por coagulase ligada. Esta proteína liga-se ao fibrinogénio e converte-o em fibrina insolúvel, levando a uma aglutinação dos estafilococos. A detecção da presença desta proteína é o principal teste de identificação do S. aureus. Existem outras proteínas que podem ser importantes para a aderência aos tecidos, como é o caso das proteínas de ligação ao colagénio e à elastina;

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13
Q

Descreva a Membrana Citoplasmática dos Staphylococcus

A

é constituída por proteínas, lípidos e uma pequena quantidade de glícidos. É como que uma barreira osmótica para a célula e fornece um local de fixação para as enzimas biossintéticas e respiratórias células.

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14
Q

Que fatores de virulência são produzidos pela Staphylococcus?

A

O S. aureus produz pelo menos 5 toxinas citolíticas, 2 enzimas esfoliativas, 8 enterotoxinas e a toxina 1 da síndrome do choque tóxico. Tanto as enterotoxinas como a TSST-1 pertencem a uma classe de polipéptidos conhecidos como superantigénios.

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15
Q

Descreva a Toxina Alfa

A

Pode ser codificada tanto num cromossoma como num plasmídeo, sendo que grande parte das estirpes de S. aureus a produz. Esta toxina desorganiza o músculo liso dos vasos sanguíneos e é tóxica para muitos tipos celulares, como é o caso dos eritrócitos, leucócitos, hepatócitos, plaquetas e células cultivadas. A toxina age integrando-se nas regiões hidrofóbicas da membrana citoplasmática do hospedeiro, levando à formação de poros,
consequentemente a um efluxo de alguns iões e consequente intumescimento ou lise celular;

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16
Q

Descreva a Toxina Beta

A

Também pode ser denominada esfingomielinase C e é uma enzima que apresenta especificidade para esfingomielina e lisofosfatidilcolina, sendo tóxica para várias células. Como meio de ação, catalisa a hidrólise dos fosfolípidos da membrana em células que se encontrem susceptíveis;

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17
Q

Descreva a Toxina Delta

A

Possui um amplo espectro de a tividade citolítica, afetando eritrócitos e outras células, bem como as estruturas membranosas celulares. Esta toxina é relativamente inespecífica e por isso se pensa que seja um surfactante, atuando como um detergente;

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18
Q

Descreva a Toxina Gama e Leucocidina Panto-Valentine

A

Constituídas por duas cadeias polipeptídicas, sendo que existem diversas cadeias e por isso é possível codificar 6 toxinas diferentes. Todas estas possuem a capacidade de induzir a lise de neutrófilos e macrófagos, algumas têm uma capacidade hemolítica;

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19
Q

Descreva as Toxinas Esfoliativas

A

Mediador da síndrome da pele escaldada produzida por estafilococos (SSS), sendo caracterizada por dermatite esfoliativa. Foram identificadas duas formas de toxinas esfoliativas – ETA e ETB – sendo ambas patogénicas. A grande diferença reside no facto da ETA ser termo-estável e o seu gene ser cromossómico, enquanto a ETB é termo-lábil e mediada por plasmídeo. A SSSS é típica de criança de idade jovem, não sendo facilmente visível em crianças mais velhas e adultos;

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20
Q

Descreva as Enterotoxinas

A

Existem até agora 8 tipo de enterotoxinas estafilocócicas serologicamente diferentes. Estas toxinas possuem características que lhes permitem uma longa durabilidade, como é o caso de serem resistentes ao aquecimento a 100ºC por 30 minutos e à ação de grande parte das enzimas do trato gastro-intestinal. Grande parte das estirpes de Staphylococcus aureus produz esta toxina, entre 30 a 50%. Além das características já referidas esta toxina é bastante potente pois pode ser incluída no grupo dos superantigénios e induzir a ativação inespecífica de células T e mediar a libertação de citocinas;

21
Q

Descreva a Toxina 1 do Síndrome de Choque Tóxico (TSST-1)

A

Resistente ao aquecimento e proteólise, pertence ao grupo dos superantigénios e é capaz de induzir a produção inespecífica de citocinas por macrófagos e linfócitos T (aumento da sensibilidade a esta toxina).

22
Q

Quais as enzimas estafilocócias que podemos usar para identificar uma estirpe ou género numa análise bioquímica

A

Coagulase, Catalase, Hialuronidase, Fibrinolisina, Lipases, Nucleases e Penincilase (beta-lactamase)

23
Q

Descreva as Coagulases e a sua importância

A

Permitem distinguir a Staphylococcus aureus (coagulase-positivo) das restantes, podendo apresentar-se sob a forma livre ou ligada. Se se encontrar ligada à parede celular pode converter o fibrinogénio em fibrina insolúvel, levando a uma aglutinação dos Staphylococcus. Se se encontrar livre produz o mesmo efeito mas a partir da interação com o fator plasmático globulínico levando à formação de estafilotrombina (semelhante à trombina). Por fim existe igualmente a conversão de fibrinogénio em fibrina solúvel.

24
Q

Descreva as Catalases e a sua importância

A

É produzida por todos os estafilococos e convertem peróxido de hidrogénio em água e oxigénio. Esta enzima permite a sobrevivência das bactérias pela degradação de um composto com alto poder oxidativo que, de outro modo levaria à destruição do microrganismo

25
Q

Descreva a Hialuronidase e a sua importância

A

Esta enzima vai hidrolisar os ácidos hialurónicos permitindo uma melhor invasão nos tecidos conjunticos. É produzida por cerca de 90% das estirpes.

26
Q

Descreva a Fibrinolisina e a sua importância

A

(estafilocinase) e é produzida por quase todas as estirpes de S. aureus, possuindo a capacidade de dissolver coágulos de fibrina (praticamente antagonista da coagulase)

27
Q

Descreva a Lipase e a sua importância

A

Presente em quase todas as estirpes de S. aureus e em cerca de 30% das de Staphylococcus coagulase-negativas. Degrada os lípidos permitindo a sobrevivência dos microrganismos nos meios sebáceos - deve ser indispensável para a invasão de tecidos cutâneos e subcutâneos.

28
Q

Descreva as Nucleases e a sua importância

A

São termo-estáveis e são mais um dos marcadores para S. aureus mas o seu papel no processo infecioso ainda é desconhecido.

29
Q

Descreva a Penicilase (beta-lactamase) e a sua importância

A

Confere resistência à penicilina e à maior parte dos beta-lactâmicos.

30
Q

Descreva a Epidemiologia dos Staphylococcus

A

Grande distribuição, todas as pessoas são colonizadas na pele por staphylococcus coagulase-negativos e nas zonas húmidas por staphylococcus aureus sendo que estes podem ser encontrados também na orofaringe, no trato GI e uro-genital. A sua aderência ao hospedeiro (principalmente às mucosas) é conseguida pelos recetores de fibronectina dos ácidos teicóicos. É sensível às altas temperaturas, desinfetantes e anti-sépticos mas apresenta uma grande sobrevida em superfícies secas. Pode apresentar transmissão tanto por via direta como indireta.

31
Q

Enumere as Patologias associadas ao Staphylococcus aureus

A
Síndrome da Pele Escaldada por Estafilococos;
Intoxicação Alimentar por Estafilococos;
Síndrome de Choque Tóxico;
Infeções Cutâneas;
Bacterémia e Endocardite;
Pneumonia e Empiema;
Osteomite e Artrite Séptica;
32
Q

Descreva a Síndrome da Pele Escaldada por Estafilococos/ Doença de Ritter

A

Caracteriza-se por um eritema peri-oral localizado que cobre o corpo em 2 dias. Sinal de Nikolsky positivo (descolar da pele com leve pressão). Ao fim de 2 dias surgem vesículas cutâneas seguidas de descamação epitelial. Causada por uma toxina -não existem microrganismos nem leucócitos no líquido libertado pelas vesículas. O epitélio volta ao estado normal passados 7-10 dias e se este síndrome ocorrer de forma localizada designa-se por impétigo bolhoso - há microrganismos no líquido libertado pelas bolhas.

33
Q

Descreve a Intoxicação Alimentar por Estafilococos

A

Causada pela toxina bacteriana presente no alimento (não pelo microrganismo presente no hospedeiro). S. aureus cresce habitualmente em carnes secas (salgadas) e o aquecer apenas destrói a bactéria mas não a toxina. Por ser causada por uma toxina tem um desenrolar rápido e abrupto. Terapia antimicrobiana não aconselhável.

34
Q

Descreve a Síndrome do Choque Tóxico

A

S. aureus que se multiplicam particularmente rápido em tampões hiperabsorventes (daí estar associada ao seu uso prolongado). Pensa-se ser provocada apenas por S. aureus e não coagulase-negativos. Apresenta um início abrupto de febre, hipotensão e exantema eritematoso macular difuso.

35
Q

Descreva as Infeções Cutâneas causadas por Staphylococcus

A

Das pirogénicas localizadas destacam-se o impétigo, a foliculite, frúnculos e carbúnculos. Caracterizam-se pelo aparecimento de vesículas em diversos estádios já que há uma disseminação secundária dos microrganismos pelas regiões ainda não afetadas. Pode ocorrer após procedimentos cirúrgicos ou traumatismo com penetração, ainda que não seja frequente em indivíduos imunocompetentes. Nos adultos é mais frequente a manifestação como Impétigo Bulboso (localizado), já nas crianças é como Síndrome da Pele Escaldada.

36
Q

Descreva a Bacterémia e Endocardite causada pelo S. aureus

A

S. aureus causa bacterémia frequentemente e pode, se for disseminada pela circulação, chegar aos órgãos.

37
Q

Descreva a Pneumonia e Empiema causada por S. aureus

A

As doenças respiratórias por S. aureus podem desenvolver-se após aspiração de secreções orais ou disseminação (de outro ponto de partida do hospedeiro), podendo surgir associada à endocartide e bacterémia, passando a designar-se por pneumonia hematogénea.

38
Q

Descreva a Osteomielite e Artrite Séptica causada por S. aureus

A

A osteomielite pode resultar da disseminação pela circulação ou por uma infeção secundária, resultante de um traumatismo, caracterizando-se por dor súbita, intensa e localizada acompanhada de febre alta. Frequente em crianças e adultos que recebem injeções intrarticulares ou com defeitos congénitos nas articulações.

39
Q

Quais as Infeções mais frequentes por S. epidermidis e outros coagulase-negativos?

A

Endocardite, Infeções de Cateteres e Derivações (20-65% destas são por estafilococos coagulase-negativos, graças à sua boa produção de biofilme); Infeções das Vias Urinárias (mulheres jovens sexualmente ativas, raramente é assintomático, apresentam disúria, piúria e vários microrganismos na urina, não ocorrendo reinfeção)

40
Q

Indique um fator de risco para as Infeções por Staphylococcus

A

Neutropenia - baixo número de neutrófilos

41
Q

Como é feito o Diagnóstico Laboratorial de Staphylococcus?

A

Por microscopia - gram-positivos, formando agrupamentos quando cultivados em meio de ágar, mas aparecem como células isoladas ou pequenos grupos em amostras clínicas. Resultados obtidos geralmente ao fim de 2 dias. O pus aspirado não deve ser coletado, sendo que no sangue também existem poucos microrganismos e por isso, caso este seja recolhido deve ser ultivado e não submetido a métodos de coloração de imediato.
As amostras devem ser inoculadas em meio de gelose enriquecido e suplementado com sangue de carneiro, podendo ser isolado em meio com 7,5% de cloreto de sódio (inibe a maioria dos restantes). Praticamente todos os S. aureus e algumas estirpes de estafilococos coagulase-negativos produzem hemólise das hemácias de carneiro (produzida por citotoxinas - a-citotoxina).
A nível serológico não é possível identificar antigénios estruturais no sangue, apenas anticorpos contra ácidos teicóicos (se for uma infeção prolongada) mas é de salientar que a deteção serológica tem baixa sensibilidade.
A identificação pode ser feita através dum teste bioquímico - reação positiva para a coagulase, nuclease termo-estável (diferenciação de outros Staphylococcus). A diferenciação entre os estafilococos coagulase-negativa é mais complexa e deve ser baseada na análise do DNA genómico e do plasmídeo.

42
Q

Quais as resistências a antibióticos apresentadas pelos Staphylococcus?

A

Estes são resistentes à penicilina e podem-se também encontrar:
MRSA - Staphylococcus aureus resistente à Meticilina
VISA - Staphylococcus aureus de susceptibilidade diminuída à Vancomicina
VRSA - Staphylococcus aureus resistente à Vancomicina

43
Q

Quais as opções terapêuticas para os MRSA?

A

Oxacilina, Dicloxacilina e Flucloxacilina.

44
Q

Qual a opção terapêutica para os VISA e VRSA?

A

Linezolide

45
Q

Quais os genes responsáveis pelas resistências de MRSA e VRSA?

A
  • MRSA -> mecA;

- VRSA -> vanA;

46
Q

Quais os mecanismos de profilaxia e quais as suas limitações?

A

Acções como a lavagem das mãos, a descontaminação da pele e mucosas e a protecção das zonas expostas durante intervenções cirúrgicas constituem alguns dos mecanismos de profilaxia; no entanto é importante salientar que a sua eliminação completa não é possível nem deve ser efectuada pois é um microrganismo que faz parte da nossa flora indígena.

47
Q

Qual o principal fator de virulência dos Staphylococcus coagulase-negativos?

A

A capacidade de formar um biofilme que lhes permite a adesão das células entre si e a material inerte (facilita a colonização e impede mecanismos de defesa do hospedeiro e antimicrobianos). Estas aderem ao biofilme e passado poucas horas ficam submersas no mesmo o que faz perdurar a infeção.

48
Q

Qual a infeção frequente em indivíduos toxicodependentes?

A

Endocardite provocada por Staphylococcus epidermidis: uma vez que esta faz parte da flora residente da pele, ao injetarem droga sem os devidos cuidados de assepsia, estes indivíduos podem conduzir à inoculação do agente na circulação (bem como de S. aureus e outros microrganismos).