Staphylococcus Flashcards

1
Q

GÊNERO STAPHYLOCOCCUS - Características

A
  • Morfologia: Cocos.
  • Coloração Gram: positivos.
  • Arranjos: isolados, aos pares, tétrades e cachos de uva.
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2
Q

GÊNERO STAPHYLOCOCCUS - Classificação (3 tipos)

A
  • Staphylococcus epidermidis:
    Saprófito, faz parte da flora residente na pele e mucosas, mas é um oportunista.
  • Staphylococcus saprophyticus:
    Saprófito (comensais), oportunista e pode causar infecções urinarias. Encontrado na região periuretral de homens e mulheres. Poucos fatores de virulência.
  • Staphylococcus aureus:
    Grande virulência e com alto potencial de patogenicidade. Pode ser encontrado na nasofaringe e fossas nasais. Única espécie que produz a enzima coagulase, criando um coágulo - proteção ao redor da bactéria.
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3
Q

Staphylococcus epidermidis

A

São membros da microbiota normal da:
o Pele humana,
o Vias respiratórias
o Trato gastrintestinal.
Doenças:
o Importante agente de bacteremia de origem hospitalar (oncologia e neonatologia)
o Associadas a infecções oriundas da colocação próteses cardíacas, articulares, vasculares e cateteres intravenosos e peritoneais;

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4
Q

Staphylococcus saprophyticus

A
  • Microbiota normal da encontrado na região periuretral de homens e mulheres.
  • Segunda que mais causa infecção urinaria em mulheres.
  • Importante patógeno oportunista das vias urinárias (especialmente em mulheres jovens e sexualmente ativas), causando infecções urinárias.
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5
Q

Staphylococcus aureus

A
  • S. aureus é espécie mais importante do gênero, podendo causar uma variedade de processos infecciosos em seres humanos.
  • O nome “aureus” significa “dourado/ouro” em latim, qualidade atribuída ao pus com pigmento amarelo característico produzido pela bactéria.
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6
Q

Staphylococcus aureus - Epidemiologia

A
  • É comum a colonização persistente ou por curto período nas fossas nasais de Staphylococcus aureus em 20 a 40% de adultos.
  • Importante em ambiente hospitalar (quimioprofilaxia - neonatal ou UTI) e nos manipuladores de alimentos (enterotoxinas – intoxicação alimentar).
  • São capazes de sobreviver em superfícies secas por longos períodos.
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7
Q

Staphylococcus aureus - Fatores de virulência

A
  • Hemolisinas
  • Enzimas extracelulares
  • Proteína A
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8
Q

Tipos de hemolisinas

A

o Hemolisinas alfa: Tem ação dermonecrozante pôr via subcutânea e ação letal pôr via endovenosa (vasodilatação – diminuição da pressão - diminuição da circulação – falência múltipla de órgãos).
o Hemolisinas beta: Age destruindo leucócitos, hemácias (oxigênio e nutrientes diminuem e ajudam na falência dos órgãos) e plaquetas (sem coagulação – hemorragia).
o Hemolisinas delta: Age sobre leucócitos, hemácias e plaquetas.
o Hemolisinas gama: É a mais fraca do que as outras e até agora não foi bem caracterizada.

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9
Q

Tipos de enzimas extracelulares

A
  • Coagulase - Forma um casulo, abcesso (coágulo) ao redor da bactéria. Converte fibrinogênio em fibrina insolúvel.
  • Fibrinolisina - Dissolve coágulos. Quebra o casulo e libera as bactérias já multiplicadas, fazendo a bactéria se disseminar Ex: estreptoquinase (fator de disseminação).
    Ambas são fatores de virulência.
  • Catalase - Transforma H202 em 02 E H20.
  • Hialuronidase – destrói ácido hialurônico presente no tecido conjuntivo, fazendo a bactéria entrar no tecido (fator de disseminação).
  • Lipase – quebra ácidos graxos, liberando espaço para invadir e causando foliculites. (fator de disseminação).
  • Nuclease - (fator de disseminação) - S. aureus.
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10
Q

Leucocidina de Panton e Valentine

A
  • Não hemolítica, mas provoca lise de leucócitos fagócitos (principalmente neutrófilos), com liberação de conteúdo enzimático.
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11
Q

Enterotoxina

A
o	Exotoxina responsável pôr casos agudos de intoxicação alimentar. 
o	Especialmente produzidas pôr determinados estafilococos toxigênicos que crescem em alimentos ricos em carboidratos.
o	Termoresistente (resiste a 100 graus por 30 minutos)
o	Resistente ao suco gástrico e enzimas digestivas do estomago.
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12
Q

Proteína A

A

o Específica dos Staphylococcus aureus.
o Neutraliza a opsonização feita por anticorpos (Ação antifagocitária).
o Tem a habilidade de se ligar à porção FC de IgG, impedindo, portanto que ela sirva de fator de opsonização na fagocitose.

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13
Q

Staphylococcus aureus - Patogênese - Condições para estabelecimento de processo infeccioso no hospedeiro

A

a) Condições predisponentes do paciente.
o Situações que favorecem. (Condições debilitantes locais - cortes, queimaduras, escoriação)
o Situações que agravam. (Doenças crônicas – imunodeficientes, DM, etilistas)
b) Virulência da bactéria:
o Produção de toxinas, enzimas extracelulares etc.
o Presença de antígenos superficiais de ação antifagocitária (Capsula, Proteína A etc.)
c) Carga infectante (quanto maior - pior)

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14
Q

Classificação das infecções por Staphylococcus aureus

A

a) Infecções superficiais:
Afeta pele e tecido celular subcutâneo (Impetigo, Foliculite, Furúnculo, Carbúnculo, Terçol, Abcessos)
b) Infecções profundas (invasivas)
c) Toxinfecções
-Na vigência da infecção (Síndrome da pele escaldada ou doença de Ritter - Esfoliatina)
- Na ausência da infecção: (Intoxicação alimentar- Enterotoxinas, Síndrome do choque tóxico (TSST-1), Germe de supuração (produz muito pus).

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15
Q

Infecção superficial por Staphylococcus aureus

A

Pode aparecer em forma de:
o Espinhas.
o Infecção de folículo piloso (Foliculite).
o Abscesso (Furúnculo).
- Em geral, verifica-se intensa reação inflamatória localizada e dolorosa que sofre supuração central e cicatriza rapidamente quando o pus é drenado.
- A parede de fibrina e células inflamatórias em torno do centro do abscesso tende a impedir a disseminação dos microrganismos, não devendo ser rompida por manipulação ou traumatismo.
- A infecção por S. aureus também pode resultar da contaminação direta de uma ferida, como, por exemplo:
o infecção estafilocócicas pós-operatória ou,
o infecção após traumatismo (após fratura exposta).
- Se houver disseminação do S. aureus (ex: bacteremia ou septicemia) poderá ocorrer:
o Endocardite,
o Osteomielite aguda,
o Meningite,
o Infecção pulmonar.

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16
Q

Impetigo - O que é? Fatores de risco? Tratamento?

A
  • Infecção da pele que progride para pústula cheia de pus amarelado.
  • A pústula pode romper e espalhar-se para outras regiões.
  • Os fatores que aumentam o risco de impetigo incluem:
    o Idade: ocorre mais comumente em crianças.
    o Clima quente e úmido facilita a transmissão da bactéria.
    o Lesões na pele causadas por mordidas, picadas de inseto e outros tipos de feridas também podem facilitar a ocorrência da infecção.
    o Idosos e as pessoas com diabetes ou um sistema imunológico comprometido.
  • Antibióticos são a principal forma de tratamento do impetigo.
17
Q

Foliculite - O que é? Tratamento?

A

o Infecção com pus de um folículo piloso.
o Invasão bacteriana pós lipase que pode ocorrer espontaneamente ou favorecida pelo excesso de umidade ou suor, raspagem dos pelos ou depilação.
o Geralmente tratada com antibióticos.

18
Q

Furúnculo - O que é? Tratamento?

A

o É uma infecção cutânea que envolve um folículo piloso, a glândula sebácea e o tecido celular subcutâneo.
o Furúnculos podem aparecer em qualquer local do corpo, mas são mais comuns no pescoço, axilas, nádegas e coxas.
o Na maioria dos casos, ele se rompe espontaneamente e não há necessidade de drenagem cirúrgica.
o A aplicação de calor úmido no local acelera o processo de drenagem espontânea.
o Há casos, porém, em que se torna necessária a drenagem cirúrgica e posterior administração de antibióticos de uso tópico ou por via oral.

19
Q

Carbúnculo - O que é? Onde ocorre?

A

o Furúnculo com vários pontos de drenagem.
o Local: nuca ou parte superior das costas.
o Carbúnculo é uma infecção da pele que com frequência envolve um grupo de folículos capilares.

20
Q

Terçol ou Hordéolo - O que é? Tratamento?

A

o Infecção de uma glândula marginal ou nos pelos das pálpebras.
o O terçol, tanto internos quanto externos, drenam ou involuem espontaneamente em uma a três semanas em geral;
o Podem ser curados mais rapidamente com a aplicação de compressas embebidas em água morna, 4 vezes ao dia, por 15 minutos cada.

21
Q

Infecções de Feridas por S. aureus

A

o O S. aureus pode causar infecções em feridas cirúrgicas.

o As infecções são caracterizadas por edema, eritema, dor e acúmulo de material purulento.

22
Q

Infecções profundas (Bacteremia e Endocardite)

A

o Ocorre geralmente a partir de uma infecção localizada em outro sítio. Ex. Faringite.
o Também podem ocorrer por acesso direto da bactéria na corrente sanguínea através de cateteres ou outros dispositivos.

23
Q

Osteomielite

A

o Infecção óssea que pode ocorrer a partir de uma infecção local ou através de cateteres ou outros dispositivos.

24
Q

Pneumonia

A

o A pneumonia pode ocorrer por aspiração de secreções orais, secundária à intubação e ventilação mecânica, ou pela disseminação hematogênica (complicação de endocardite).

25
Q

Toxinfecções - Síndrome da Pele Escaldada ou Doença de Ritter.

A

o Ocorre na vigência da infecção (Toxina esfoliatina)
o Caracterizada pelo aparecimento abrupto de um eritema, que cobre o corpo em aproximadamente dois dias.
o Toxina chamada esfoliatina presente no cordão umbilical que via sangue, pós corte, chega à epiderme.
o Deslocamento da pele e o aparecimento de bolhas seguidas de descamação das camadas superficiais da pele.
o Habitualmente observada em recém-nascidos ou lactentes.

26
Q

Toxinfecções - Síndrome do Choque Tóxico (TSST-1)

A

o Ocorre na ausência da infecção.
o Inicialmente foi observada em mulheres menstruadas em uso de absorventes internos.
o Em 5% das mulheres, existe S. aureus, desses 5-25% produzem essa toxina, que junto com o fluxo vaginal desaparece. O problema é que quando produzir essa toxina e usar absorvente interno por muito tempo durante o período menstrual pode ocorrer abrasão da mucosa o que aumenta a chance da toxina ir para a corrente sanguínea, mesmo em pequena quantidade pode provocar sinais severos.

27
Q

Toxinfecções - Síndrome do Choque Tóxico (TSST-1) - Sintomas clínicos

A

a) Febre alta,
b) Tontura,
c) Descamação da pele,
d) Hipotensão,
e) Insuficiência de múltiplos órgãos, principalmente renal.

28
Q

Toxinfecções - Síndrome do Choque Tóxico (TSST-1) - Tratamento

A

a) Internação em UTI em casos graves.
b) Penicilina resistente à penicinilases, como Nafcilina (Endovenosa)
c) Remoção do absorvente interno.
d) Desbridamento.
e) Antissepsia vaginal.
f) Medidas de suporte (hidratação, oxigenação, alimentação parenteral)
g) Medicação de apoio (à critério médico - analgésico, antitérmico e anti-inflamatório)

29
Q

Toxinfecções - Intoxicação alimentar (Enterotoxina)

A

o Ocorre na ausência da infecção
o Ingestão de alimentos contaminados com cepas produtoras de enterotoxinas termoresistentes.
o Enterotoxina: Resistentes ao suco gástrico e enzimas digestivas.
o Os alimentos podem ser contaminados através de pessoas com colonização nasal.
o Aproximadamente após 2-6 horas da ingestão de alimentos contaminados, surgem os sintomas:
a) Dores abdominais ou náuseas, diarreia aquosa, vômitos intensos e fezes não sanguinolentas.
b) Pode ocorrer dor de cabeça e geralmente não ocorre febre e em 24 horas não há mais sintomas.

30
Q

Diagnóstico Laboratorial - Staphylococcus - GRAM

A

Morfologia, coloração e arranjo - “Presença de cocos GRAM positivos, isolados e aos pares, e cuja característica principal é a presença de agrupamentos irregulares em forma de cacho de uva” – pode iniciar tratamento presuntivo.

31
Q

Diagnóstico Laboratorial - Staphylococcus - Culturas

A

Isolar o micro-organismo
⸙ Meio não seletivo = Em 24 horas crescem colônias de Staphylococus e de outras bactérias. Agar simples/sangue (com sangue tem mais nutrientes, com mais condições para o crescimento bacteriano – é possível ver a hemólise ao redor das colônias).
⸙ Meio seletivo = Seleciona o genêro Staphyloccocus (aureus, saprofítico, epidermidis) - Agar manitol hipertônico (7,5% NaCl e 1% manitol-açúcar), essa concentração hipertônica seleciona só o gênero Staphylococcus. O aureus, utiliza o açúcar manitol para produzir ácidos, abaixando o pH do meio e o deixando com coloração amarelada. Se o pH continuar 7, são outro tipos de bactérias (Saprophyticus ou Epidermidis), logo o meio fica rosa.

32
Q

Diagnóstico Laboratorial - Staphylococcus - Provas de identificação

A

⸙ Catalase: A água oxigenada em presença de catalase se transforma em água e oxigênio livre, o oxigênio pode ser visto a olho nu em um tubo de ensaio. Diferencia Staphylococcus de Streptococcus. Se o Gram revelou cocos gram positivos, e a catalase deu Positivo: Staphiloccocus / Negativo: Streptoccocus.
⸙ Coagulase: Em um tubo de ensaio é colocado plasma de coelho (que contém fibrinogênio), a coagulase transforma o fibrinogênio em fibrina, uma rede de coágulo ao redor das bactérias. O único que possui é o aureus.
⸙ DNAse: O único que possui é o aureus.
⸙ Novobiocina: Para diferenciar saprophyticus (é resistente a este antibiótico e cresce em sua presença) de epidermidis (é sensível a esse antibiótico).

33
Q

Staphylococcus - Tratamento

A

⸙ A penicilina era a principal opção terapêutica para infecções estafilocócicas até os anos 60, quando rapidamente começaram a surgir cepas resistentes à penicilina G.
⸙ Atualmente apenas 20% das cepas são sensíveis a penicilina G.
⸙ Esta resistência é mediada pela produção de penicilinases.
⸙ Infecção por S. aureus  penicilina não!
⸙ Para contornar o problema de resistência as penicilinas foram criadas penicilinas semi-sintéticas resistentes à hidrólise pelas β–lactamases (penicilinases):
• Meticilina,
• Oxacilina,
• Nafcilina (padrão ouro)
• Tratamento combinado de penicilina semi-sintética (Amoxicilina) e um inibidor das penicilinases (ácido clavulânico).

34
Q

Lesões supurativas

A

⸙ O ideal é que haja sempre uma drenagem espontânea, pode-se acelerar com compressas quentes ou em situações de dor/inflamação com a ajuda médica.
⸙ Após a drenagem, os ATBCS mais usados são: Penicilina semissintética (nafcilina), Cloranfenicol e Cefalosporinas. Dependendo da gravidade, pode-se usar um medicamento tópico (Mupirocina).
⸙ O ideal é sempre fazer o TSA devido ao alto grau de resistência mediada pela produção de penicinilase.

35
Q

Staphylococcus - Prevenção e controle

A

⸙ Antissepsia das mãos (água e sabão) e cobertura da pele exposta (campo) – auxiliam a equipe médica a evitar infecções ou disseminá-las a outros pacientes.
⸙ Feridas – limpeza aprimorada e aplicação de um desinfetante adequado (sabonete germicida, solução de iodo).

36
Q

Staphylococcus - Métodos profiláticos

A

⸙ Interferência bacteriana – métodos de controle de infecções com o S. aureus recorrentes (gel, pomadas, shampoos com espécies não patogênicas de bactérias do S. aureus, que vão competir pelos receptores celulares).
⸙ Quimioprofilaxia – Oxacilina, Ciprofloxacina - para tratar via nasal (dose via oral). Mupirocina local (no nariz), usado para diminuir o estado de portador nasal em profissionais de saúde e pacientes apresentando infecções recorrentes.

37
Q

Staphylococcus - Epidemiologia

A

⸙ Provavelmente, estafilococos vindos pôr via aérea podem infectar queimaduras expostas e ferimentos abertos em salas cirúrgicas.
⸙ Sob outras condições que não estão envolvidos traumatismo, é necessário contato íntimo da bactéria para transmissão de uma infecção. (Portador assintomático pode usar a hialuronidase e entrar na mucosa)
⸙ Em ambiente hospitalar, são frequentes portadores de estafilococos resistentes aos antibióticos que pode originar infecções estafilocócicas epidêmicas.