Introdução à Microbiologia Flashcards
Onde possuímos microorganismos no nosso corpo?
Em tecidos e mucosas como o trato respiratório, genito-urinário, gastrointestinal e ocular.
Onde não possuímos microorganismos no nosso corpo?
Em líquidos biológicos como: sangue, líquido sinovial, órgãos internos e líquido cefalorraquidiano.
Bacteremia
Passagem transitória da bactéria pela corrente sanguínea sem que ocorra multiplicação.
Ex: virulência - toxicidade - vasodilatação - queda da P.A. - diminuição do fluxo sanguíneo - diminuição da irrigação dos órgãos - óbito.
Septicemia
Passagem transitória da bactéria pela corrente sanguínea ocorrendo multiplicação.
Ex: disseminação - infecção generalizada - falência múltipla dos órgãos - óbito.
Pacientes de risco
- Idosos (declínio do sistema imune)
- Recém-nascidos (sistema imune em formação)
- Imunodeficientes
Agente etiológico
Causador da doença (Gênero + espécie).
Vetor
Veículo de transmissão.
- Biológico: multiplicação do parasita. Ex: mosquito da dengue
- Mecânico: sem multiplicação, apenas forma de transporte. Ex: formigas e baratas.
Período de incubação
Vai da infecção (colonização) até o aparecimento dos primeiros sintomas.
Patogenicidade
Capacidade de causar doença infecciosa (sintomas de maior ou menor proporção).
Virulência
Capacidade de gerar doença grave ou fatal. (Relacionada às propriedades bioquímicas do agente).
Importância da flora intestinal contra patógenos
- A flora normal compete por receptores celulares contra patógenos (bactérias se alojam em sítios anatômicos específicos, ocupando um receptor celular e criando uma competição celular com os patógenos, assim as bactérias patogênicas são enviadas via peristaltismo pelo trato gastrointestinal).
- A flora normal compete por nutrientes contra patógenos.
- A flora normal produz substâncias tóxicas quando irritada. Ex: antibióticos naturais
- A flora normal produz vitamina K e B12, essenciais ao metabolismo e aumento da imunidade
- A flora normal mantém o sistema imune ativo.
- Extra: A flora também auxilia a degradar o alimento e auxilia na digestão.
Fatores importantes para desencadear uma doença microbiana
- Condições predisponentes: imunidade baixa (paciente portador de HIV, câncer, diabetes, hepatite, uso de drogas, desnutrição, idade).
- Virulência do micro-organismo.
- Carga infectante (quanto maior o contato com a bactéria, maior a chance de infecção).
Diagnóstico laboratorial
- Técnica de GRAM: verifica morfologia, coloração e arranjo das bactérias.
- Cultura de material biológico: promove isolamento bacteriano. É o mais tradicional
- Provas bioquímicas: identifica gênero e espécie da bactéria
- TSA (teste de sensibilidade a antibiótico)
- Imunofluorescência: verifica especificidade. Agente + anticorpo + fluorescente. Ex: Clamídia.
- PCR (reação em cadeira da polimerase): detecta DNA da bactéria. Ex: gonorreia e tuberculose.
Microbiologia teórica ou pura
Estuda o metabolismo, nutrição, crescimento, genética, bioquímica e identificação das bactérias.
Microbiologia prática ou aplicada
Usada na clínica - microbiologia médica:
- Causa, sinais e sintomas
- Diagnóstico clínico e laboratorial
- Tratamento (antibacterianos)
- Prevenção (quimioprofilaxia e vacinas)
- Controle (dificultar a disseminação do patógeno)
As células bacterianas são caracterizadas morfologicamente por:
- Tamanho
- Forma (cocos, bacilos, espirilos)
- Arranjo (aos pares, em cadeias, agrupamentos irregulares e isolados)
- Reações tintoriais
Coloração de GRAM - o que é?
De acordo com a constituição da parede celular, as bactérias são divididas em GRAM negativas e GRAM positivas. Esse método cora aproximadamente 95% das bactérias - são as que possuem 15% de lipídios na parede celular. É usada para bactérias de crescimento rápido (divisão a cada 20 min), e podem causar infecções agudas/rápidas. É importante para diferenciar a morfologia, arranjo e coloração.
Coloração de GRAM - Método
GRAM I – (Cristal violeta/ violeta genciana). 01 minuto-lavar.
GRAM II- (Lugol). 01 minuto-lavar.
- Violeta genciana + lugol dentro da parede celular bacteriana formam a IODOPARAROSANILINA (CV-I), com coloração roxo forte (todas as bactérias que absorveram a violeta genciana formam o CV-I).
GRAM III- (Álcool-cetona). 15 segundos-lavar. Diferenciador.
- Algumas bactérias, após 15 seg. com a aplicação de álcool-cetona(diferenciador) perdem o CV-I, ficando transparentes e vazias.
GRAM IV- (Fucsina fenicada).30 segundos-lavar e secar.
- Após adicionar fucscina-fenicada, algumas bactérias continuam roxas = GRAM POSITIVAS; aquelas que perderam o CV-I, facilmente ficam vermelhas = GRAM NEGATIVAS.
Coloração de GRAM - Importância clínica
- Diagnóstico presuntivo.
2. Tratamento empírico direcionado.
Coloração de GRAM - Passos (Simples)
- Coleta de material biológico
- Esfregaço
- Fixação do material biológico
- Coloração do GRAM
- Visualização.
Coloração de GRAM - Passos (Professor)
Após a coleta do material biológico, procedemos com a realização do esfregaço, fixação e coloração. Adiciona-se GRAM I e II, 1 minuto cada na lâmina, formando-se após a união destes, dentro da bactéria o complexo químico iodopararosaanelina (CV-I). Quando após GRAM III (álcool-cetona - diferenciador), algumas bactérias perdem o CV-I, ficando incolores. Quando usamos o GRAM IV (fucsina – cor vermelha), essas bactérias absorvem o corante e serão chamadas de GRAM negativas. Isso ocorre, pois, essas bactérias possuem um peptídeoglicano fino/menos espeço e mais permeável a ação do álcool-cetona, descorando facilmente. Outras bactérias possuem o peptídeoglicano espeço/grosso e menos permeável a ação do álcool-cetona, não perdendo o CV-I, continuando roxas e serão chamadas de GRAM positivas.
Por que ocorre a diferença de coloração perante GRAM?
A diferenciação entre GRAM positiva e GRAM negativa perante a coloração de GRAM está na diferença estrutural (espessura) dos peptideoglicanos. Logo, quando o GRAM III é realizado, retira-se facilmente o CV-I das bactérias GRAM negativas, e o mesmo não ocorre com as bactérias GRAM positivas pois são menos permeáveis ao álcool-cetona.
Coloração de Ziehl Neelsen - O que é?
Pesquisa de bacilo álcool ácido resistente (BAAR). Cora aproximadamente 5% das bactérias, aquelas que possuem 60-70% de lipídios na parede celular. Usada para bactérias de crescimento lento (divisão de 12-24h), e podem causar infecções crônicas/lentas.