Sindrome Disfagica Flashcards
Diferencie a disfagia de transferência da disfagia de condução.
A disfagia de transferência é aquela que ocorre na dificuldade da passagem do alimento da boca pra o esôfago na sua porção inicial (musculatura lisa). Normalmente é causada por doenças musculares e neurológicas, sendo o seu principal sintoma o ENGASGO.
A disfagia de condução ocorre com a dificuldade da passagem do alimento pelo corpo do esôfago (musculatura esquelética). É causada por distúrbios motores ou por compressão extrínseca. O principal sintoma é a sensação de ENTALO.
Qual o quadro clínico e a abordagem inicial em uma disfagia de condução?
O quadro clínico é basicamente disfagia + regurgitação + perda de peso. Devido à estase do alimento, pode ocorrer halitose. A abordagem inicial será sempre com uma esofagografia baritada.
Quais as principais causas de disfagia de condução?
Obstrução mecânica: Divertículo, estenose peptica, anéis e membranas, tumor.
Distúrbio motor: acalásia, espasmo esofagiano difuso, esclerodermia.
Descreva o divertículo que mais comumente causa obstrução mecânica na disfagia de condução.
É o divertículo de Zenker. Tudo se inicia com uma hipertonia do EES (que é o músculo cricofaringeo). O aumento da pressão progressiva causa o divertículo em uma região mais frágil, que é o triângulo de Killian, formado pelo cricofaringeo e o tireofaringeo. Ocorre mais em idosos, a partir da sétima década de vida e mais à esquerda.
O diagnóstico é feito com esofagografia baritada. O tratamento é feito através de uma cricofaringotomia + abordagem do divertículo.
É realizada uma diverticulopexia se tiver até 5cm e uma diverticulectomia se maior que 5cm. Se maior que 3cm, pode ser realizado através da EDA.
Descreva a acalasia
Ocorre pela destruição do plexo de Auerbach. É caracterizada por: hipertonia do EEI, perda do relaxamento esofágico do EEI, peristalse a anormal.
A clínica é caracterizada por disfagia, regurgitação e perda de peso. Nestes casos, deve-se sempre pensar no CA de esôfago como diagnóstico diferencial.
Para o diagnostico, a abordagem inicial é feita com esofagografia baritada (sinal da chama de vela ou bico de passaro, pelo afilamento do contraste). Nestes casos, a EDA deve ser também realizada para afastar câncer. Por fim, a esofagomanometria é o padrão ouro, para poder observar as 3 características principais da doença.
O tratamento é realizado de acordo com a evolução:
Estágios iniciais: nitrato, antagonista de calcioC sildenafil, botox.
Estágios mais avançados: dilatação pneumática por balão, cardiologia a heller + fundoplicatura (para evitar refluxo) ou esofagectomia se esôfago com diâmetro > 10cm.
Lembrar que a complicação mais temida é a evolução para câncer escamoso do esôfago devido à esofagite irritativo.
Descreva o espasmo esofagiano difuso.
É caracterizado por contrações simultâneas do esôfago. O quadro clínico é disfagia, precordialgia.
O diagnóstico é realizado através de esofagografia baritada (imagem em saca rolha), esofagomanometria com teste de provocação (contrações vigorosas e simultâneas).
O tratamento é feito com nitrato, antagonista de cálcio, miotomia longitudinal.