Sepse e Choque Séptico Flashcards
Conceito atual de sepse:
Sepse atualmente é definida pela presença de disfunção orgânica ameaçadora à vida secundária à resposta desregulada do organismo à infecção (aumento em 2 ou mais pontos no escore SOFA)
O que é sepse grave atualmente?
Não existe mais o conceito de sepse grave! Toda sepse já possui disfunção orgânica grave!
Como é o teste quick SOFA, realizado para estratificar pacientes na beira do leito?
Pressão arterial sistólica ≤ 100 mmHg; Frequência respiratória ≥ 22 irpm; Alteração do estado mental (Glasgow ≤14) -> Se o paciente preencher pelo menos 2 critérios já indica provável sepse e aumento da mortalidade
Como o choque séptico é definido atualmente?
Quadro de sepse associado a necessidade de uso de drogas vasopressoras para manter a pressão arterial média (PAM) ≥ 65 mmHg e com lactato > 2mmol/l, mesmo após ressuscitação volêmica adequada
Quais as condutas primordiais na primeira hora da sepse?
Obter hemocultura antes do antibiótico (se possível), administrar antibiótico de amplo espectro, rápida administração de cristaloides (30 ml/kg), uso de vasopressor se PAM < 65 mmHg (mesmo após ressuscitação volêmica), medir o nível de lactato
Como é feito o controle glicêmico de pacientes com sepse? Quais profilaxias são indicadas de rotina?
Insulina regular caso glicemia > 180 mg/dl Profilaxias: para trombose venosa profunda com heparina de baixo peso molecular (Clexane) e úlceras de estresse com inibidores de bomba de prótons
Quando indicar transfusão de concentrados de hemácias na sepse?
Se hemoglobina ≤ 7 g/dl na ausência de isquemia miocárdica, hipoxemia grave e hemorragia aguda
(UFPR, 2018) Uma idosa de 70 anos, em pós-operatório recente de artroplastia de joelho, apresenta piora clínica importante e é transferida para leito de terapia intensiva, com hipótese diagnóstica de sepse de foco urinário. Conforme protocolo do hospital, realizaram-se coleta adequada de exames laboratoriais e de culturas com antibiograma, com início precoce de antibioticoterapia empírica, e demais condutas pertinentes ao quadro apresentado. Após 24 horas, no entanto, houve positivação de hemoculturas com crescimento de Klebsiella pneumoniae produtora de betalactamase de espectro estendido (ESBL). Nesse caso, o esquema terapêutico adequado é:
a. aztreonam
b. cefepima
c. linezolida
d. ceftriaxona + clindamicina
e. meropenem
e. meropenem
(UFPR, 2018) Uma mulher de 65 anos, diabética, com história de dor ventilatória-dependente, tosse produtiva, com eliminação de escarro purulento e febre (38,5 graus). Ao exame físico, está lúcida, orientada, taquicardia (FC 100 bpm), taquipneia (FR 28 irpm), PA 90x60 mmHg e extremidades aquecidas. A radiografia de tórax demonstra consolidação em terço inferior direito, leucograma apresenta 23.000/mm3 leucócitos com desvio à esquerda. Após receber 2L de SF0,9%, a pressão arterial foi medida em 110x80 mmHg. Com relação ao quadro clínico, qual é o diagnóstico dessa paciente?
a. sepse grave
b. sepse
c. choque séptico
d. Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SRIS)
b. sepse
O termo sepse grave não é mais utilizado, pois toda sepse é considerada grave.
Resposta by me:
Não é choque séptico pois a pressão arterial média é PAD + [(PAS - PAD) / 3] = 60 + [(90-60) / 3] = 60 + [30/3] = 60 + 10 = 70. Ou seja, PAM > 65. Além disso, não temos dado do lactato arterial para definir se está > 2 mmol/L
Poderia ser SRIS pois, apesar de T > 38 graus, FC > 90 bpm e FR > 20 irpm, leucocitos > 12.000. Mas enfim, o gabarito quis que fosse sepse (provavelmente porque a resposta é mais completa, já que provavelmente temos um foco infeccioso pulmonar e não apenas SRIS).
(UFT, 2017) Um paciente de 28 anos é admitido no pronto-socorro com quadro de febre, taquicardia, hipotensão, rebaixamento do nível de consciência e sangramento difuso. Qual destes resultados não é compatível com quadro de coagulação intravascular disseminada secundária a sepse?
a. plaquetopenia
b. TTPA alargado
c. fibrinogênio reduzido
d. TP alargado
e. redução do D-dímero ou PDF
e. redução do D-dímero ou PDF
(UNIFAP, 2017) Uma paciente de 19 anos está internada há 11 dias por fratura da tíbia esquerda, após acidente automobilístico. Em uso de ciprofloxacino e clindamicina intravenosos, está evoluindo, há 2 dias, com febre e sudorese. Ao exame, apresenta-se sonolenta, com as extremidades sudoreicas, hipocorada e hipo-hidratada. E mais: Tax 38,4 graus, PA 76x42 mmHg, FC 128 bpm, FR 32 irpm e SatO2 96%. A ferida operatória revela áreas de necrose e secreção piogênica no membro inferior esquerdo. Qual deve ser a conduta imediata?
a. encaminhamento para centro cirúrgico para amputação do membro inferior esquerdo
b. debridamento da ferida operatória
c. realização de tomografia de crânio
d. início de noradrenalina intravenosa + debridamento + encaminhamento a UTI
e. hidratação intravenosa + coleta de culturas + ampliação do esquema antimicrobiano + encaminhamento a UTI
e. hidratação intravenosa + coleta de culturas + ampliação do esquema antimicrobiano + encaminhamento a UTI
O debridamento da ferida operatória deve ser feito logo após as medidas inicias de sepse.
A noradrenalina só está indicada se não houver resposta à reposição volêmica agressiva (30mL/kg/hora)
(SMS-SP, 2015) A utilização de antibióticos em pacientes sépticos é indispensável para o tratamento da sepse. Essa terapia permanece crucial para o prognóstico desses pacientes, uma vez que a taxa de mortalidade foi maior em indivíduos que receberam a terapia antimicrobiana inadequada. Acerca da antibioticoterapia na sepse, assinale a alternativa incorreta:
a. antimicrobianos associados não se relacionam com o aumento da probabilidade de o microorganismo ser susceptível após o resultado de culturas, quando comparado à monoterapia
b. a terapia empírica de amplo espectro deve ser utilizada nos pacientes com sepse grave ou choque séptico, com o objetivo de oferecer melhor cobertura antimicrobiana precoce
c. na escolha da terapia de amplo espectro, devem-se considerar os seguintes critérios: o foco primário da infecção, a suscetibilidade dos patógenos conforme local de aquisição da infecção prévia e uso recente de antimicrobianos
d. necessidade de controlar a dosagem de antimicrobianos em pacientes com disfunção renal é suportada, principalmente, pela elevada incidência de insuficiência renal e/ou hepática em pacientes com sepse grave ou choque séptico após a ressuscitação volêmica agressiva
a. antimicrobianos associados não se relacionam com o aumento da probabilidade de o microorganismo ser susceptível após o resultado de culturas, quando comparado à monoterapia
(UEL, 2015) Um paciente com história de febre e tosse produtiva há 3 dias iniciou, hoje, quadro de dispneia. Raios X de tórax apresentam imagem de condensação à base direita. Ao exame físico, está em regular estado geral, com murmúrio vesicular com estertores crepitantes na base direita, PA 90x60 mmHg FC 105 bpm FR 22 irpm. Com base nesses dados, assinale a alternativa que apresenta a 1a medida a ser adotada que contribui para a redução da mortalidade:
a. coleta de gasometria arterial e lactato arterial
b. intubação traqueal e ventilação mecânica
c. início de drogas vasoativas para manter a pressão sistólica acima de 100 mmHg
d. início de corticoide intravenoso e broncodilatadores inalatórios
e. início de antimicrobiano na 1a hora
e. início de antimicrobiano na 1a hora
Resposta by me:
A coleta de gasometria e lactato não interfere diretamente na redução da mortalidade.
A intubação, uso de drogas vasoativas e início de corticoide intravenoso são medias que auxiliam na estabilização do paciente, mas não reduzem a mortalidade se a infecção não for controlada
(HECI, 2014) Com relação à sepse abdominal, assinale a alternativa incorreta:
a. o exame clínico geralmente é suficiente para o diagnóstico de peritonite e do abdome agudo cirúrgico
b. uma vez diagnosticada a peritonite, caso o paciente esteja em choque séptico, é recomendada uma estabilização clínica inicial em terapia intensiva com base em metas (“early goal”) antes do procedimento cirúrgico necessário
c. pacientes com perfurações de cólon e choque séptico, caso necessitem, podem ser tratados com noradrenalina como a amina vasoativa para o tratamento de choque circulatório
d. perfurações do trato gastrintestinal superior (como úlcera perfurada) geralmente não causam choque séptico, enquanto perfurações de cólon geralmente o causam
e. pacientes com peritonite devem ser levados imediatamente a um centro cirúrgico e operados para controle do foco, mesmo em caso de choque séptico. A ressuscitação volêmica (“early goal”) deve ser iniciada rapidamente quando o paciente retorna ao centro de terapia intensiva
e. pacientes com peritonite devem ser levados imediatamente a um centro cirúrgico e operados para controle do foco, mesmo em caso de choque séptico. A ressuscitação volêmica (“early goal”) deve ser iniciada rapidamente quando o paciente retorna ao centro de terapia intensiva
Antes de levar paciente para centro cirúrgico, deve-se primeiro estabilizá-lo, de acordo com os pacotes e metas determinados para casos de sepse e choque séptico.
(UESPI, 2014) São fatores de risco para sepse, exceto:
a. pneumonia adquirida na comunidade
b. diabetes
c. imunossupressão
d. idade > 50 anos
e. fatores genéticos
d. idade > 50 anos
Resposta by me:
não entendi