Resposta endócrino-metabólica ao trauma Flashcards
A resposta inflamatória ao trauma tem 3 fases:
refluxo, fluxo, e resposta inflamatória propriamente dita.
A resposta metabólica ao trauma cirúrgico é dividida em 4 tópicos
Componentes primários
Componentes secundários
Consequências metabólicas da resposta endócrina
Consequências imunológicas da resposta endócrina
Os componentes biológicos do trauma que tendem a alterar o equilíbrio homeostático:
- Primários: lesões teciduais e de órgãos específicos
- Secundários: alterações endócrinas e metabólicas
- Associados: não decorrem diretamente do trauma, mas a sua atuação influência na evolução da homeostase pós-traumática (ritmo alimentar, imobilização prolongada, perdas hidroeletrolíticas, doenças viscerais intercorrentes).
Trauma, Infecções, cirurgias -> dão agressões que levam há dor, hipovolemia, hipotensão -> que levam a consequências cardíacas (baixas de PA, aumento da RVP), respiratórias (taquipneia), hepáticas, renais, musculares, tecido adiposo.
Trauma -> dor -> estímulos aferentes -> cérebro (hipotálamo, hipófise) -> resposta inflamatória, neural, endócrina
A resposta do organismo a agressão depende dos fatores:
Grau de agressão
Estado geral do paciente
Idade (mais pronunciado nos jovens)
Gênero (função mais intensa no masculino)
No tratamento cirúrgico observar os diferentes momentos e a intensidade das modificações metabólicas induzidas em cada um:
- Pré-operatório (jejum, preparo da pele e do sistema digestório, cateterismo, ansiedade, incerteza)
- Período de indução, manutenção e recuperação anestésica (intubação, drogas anestésicas, [inalatórias ou parenterais])
- Fase operatória: perda sanguínea, hidroeletrolíticas e hemodinâmicas, hipotermia, trauma tecidual
- Período pós-operatório (dor, jejum imobilidade, ansiedade, sondagem, cateterismo, alterações hidroeletrolíticas)
RESPOSTA METABÓLICA AO TRAUMA
A resposta metabólica contém componentes primários, secundários, consequências metabólicas e consequências imunológicas.
• Primário – lesão tecidual em fato
• Secundário – lesão endócrino-metabólica
Quando um organismo sofre uma lesão ou um trauma, ocorrem mudanças hormonais e metabólicas denominadas “respostas ao estresse” que visa restabelecer o equilíbrio das suas funções.
A resposta metabólica ao trauma tem sido mostrada como um arco reflexo neuroendócrino com dor e hipovolemia estimulando o cérebro a coordenar uma massiva resposta contra regulatória hormonal produzindo:
• - Glicogenólise
• -Catabolismo lipídico e proteico
Trauma em cirurgia considerar:
• As lesões mecânicas
• Ansiedade, medo, dor, inanição, imobilização, drogas anestésicas.
A intensidade da resposta está diretamente relacionada à intensidade da lesão mecânica (lesão tecidual) associada às causas menores.
RESPOSTA INFLAMATÓRIA AO TRAUMA (RIT)
A RIT é um conjunto de alterações na fisiologia do indivíduo desencadeando por um agente agressor externo com a participação e inter-relacionamento do sistema nervoso, imunológico, endócrino e circulatório.
Características percebidas na RIT:
- Intensidade da resposta proporcional à gravidade do estresse
- Alteração do metabolismo que direciona as funções energéticas celulares para a manutenção da RIT.
- A RIT exacerbada pode não conseguir restaurar a homeostase provocar disfunção dos sistemas orgânicos e contribuir para a disfunção orgânica múltipla
Se sistêmica – SIRS, depois ela pode evoluir para disfunção múltipla de órgão – pode levar ao óbito
As principais situações encontradas frente ao trauma e que podem desencadear a RIT são:
Hemorragia Queimadura Lesão tecidual Infecção Dor
Fase de declínio ou refluxo (RIT)
Ocorre nas primeiras horas (24-48h) após o trauma
Tentativa do organismo de restaurar a perfusão tecidual visando preservar a hemostasia
Todo efeito é para manter a perfusão de órgãos nobres (coração, cérebro)
É marcada por distúrbios hemodinâmico: hipovolemia, baixo fluxo sanguíneo, associados a resposta compensatória (taquicardia, ansiedade, medo, agressividade)
É uma fase que acontece precocemente após o trauma e deve ter curta duração para o paciente sobreviver
*Resposta mais imediata, tempo muitas vezes para manter esse paciente vivo (Golden hour) - Fase de hipovolemia (você tenta restaurar a homeostase).
Características: Diminuição do DC Aumento da RVP Redução do gasto de energia Redução da temperatura Aumento da glicemia Aumento das catecolaminas Aumento do glucagon Aumentos dos ácidos graxos Aumento do lactato Diminuição da concentração de insulina Diminuição do consumo de oxigênio
Fase de fluxo/flow (RIT)
É a fase de recuperação, da melhora metabólica
Inicia-se após a estabilização cardiopulmonar
Duração variável em função de infecção, deiscência de anastomose, complicações pulmonares e cardiocirculatórias
Duas fases: catabolismo e anabolismo
Catabolismo: duração de 2-5 dias, hiper metabolismo, maior gasto energético, resistência a ação da insulina, catabolismo muscular proteico.
Anabolismo: ocorre após os mecanismos agressores terem cessados e mostra um balanço nitrogenado positivo com deposição de gordura nos adipócitos
*Paciente não morreu então começa a fase de estabilização de outros sistemas que não cardiopulmonar. É a fase de recuperação, da melhora metabólica, paciente começa a se estabilizar de forma geral. Início da resposta inflamatória (edema, calor, rubor).
Características: Aumento do DC Elevação da temperatura corporal Aumento da produção de glicose Aumento da concentração de insulina, mas com resistência à insulina Aumento dos níveis de glucagon Pequeno aumento dos ácidos graxos livres Níveis normais de lactato Aumento do consumo de oxigênio
Início da resposta inflamatória
A RIT inicia-se com a vasodilatação, exsudação de líquidos ricos em proteínas (plasma), migração de células ao local da lesão e ativação de cascata de coagulação.
Vasodilatação: calor, rubor decorrente a chegada de mediadores e células ao local traumatizado (NO, prostaglandinas vasodilatadoras PG12 prostaciclina, PMN, TNF
Edema: fluxo de líquidos ricos em proteínas do espaço intravascular para o interstício em decorrência da ação de histamina, bradicinina, leucotrienos, PAF
Lesão tecidual -> edema traumático (acúmulo de água, eletrólitos e proteínas plasmáticas) -> Sequestro de líquidos (esse líquido sequestrado se acumula fora das células fazendo parte do compartimento extracelular apresentando trocas lentas e não participando de forma ativa da homeostase)
Como é desencadeada a resposta endócrina e metabólica ao trauma?
A Resposta endócrina e metabólica ao trauma: É desencadeada pela chegada de estímulos aferentes ao hipotálamo através do eixo hipotalâmico- hipofisário – adrenal (EHHA) e a medula espinhal em seu segmento autônomo (SNA)
Quais os 3 mecanismos nos quais a resposta endócrina e metabólica ao trauma se baseia?
- EIXO neural principalmente pelos: Barorreceptores – sensíveis a baixa perfusão – hipovolemia – ativa eixo EHHA – leva a elevação da RVP (o baixo fluxo também leva a liberação de catecolaminas, cortisol, glucagon, ADH, GH, ACTH e ativação do sistema RAA)
- Disfunção/estimulação direta de tecidos danificados por nociceptores ativados pela dor (pela via aferente - SNA)
- Fatores locais e teciduais liberados pelos próprios tecidos lesados (macrófagos, neutrófilos, citocinas)
Hormônios produzidos pela medula supra renal
Catecolaminas (adrenalina e noradrenalina)