Reanimação cardiorrespiratória Flashcards
A reanimação cardiorrespiratória (RCR, ou cardiopulmonar – RCP) consiste em
manobras para manter ou restabelecer as funções cardíacas e pulmonares após uma parada cardiorrespiratória (PCR – cessação súbita e inesperada da respiração e da função circulatória).
A sobrevivência depende do grau de
hipóxia celular preexistente (sendo o cérebro o órgão mais sensível à ela) e da ocorrência em primeiro lugar da parada cardíaca (PC) ou respiratória (PR): se a PC ocorre primeiro, as pupilas dilatam-se em 45s (bom sinal clínico para identificação) e a respiração cessa em 60s (depressão bulbar), com lesão cerebral após 4-6min; se a PR ocorrer primeiro, a circulação ainda persiste por 5min e a lesão cerebral é reversível nos primeiros 3-6min.
A PC divide-se em quatro modalidades:
Assistolia
Fibrilação ventricular
Taquicardia ventricular sem pulso
Dissociação eletromecânica
O que é assistolia?
Cessação de atividade elétrica ou mecânica dos ventrículos – linha isoelétrica no ECG.
O que é fibrilação ventricular?
Contração incoordenada do miocárdio em consequência da atividade caótica das fibras, com ineficiência do coração em manter um rendimento de volume sanguíneo – ondas irregulares no ECG).
Se a PC ocorre primeiro,
as pupilas dilatam-se em 45s (bom sinal clínico para identificação) e a respiração cessa em 60s (depressão
bulbar), com lesão cerebral após 4-6min; se a PR ocorrer primeiro, a circulação ainda persiste por 5min e a lesão cerebral é reversível nos primeiros 3-6min.
O que é taquicardia ventricular sem pulso?
Sucessão rápida de batimentos ectópicos ventriculares, com deteriorização hemodinâmica e pulso não palpável – repetição de complexos QRS alargados e não precedidos por onda P no ECG, sucessão e intervalos irregulares)
O que é dissociação eletromecânica?
(presença de algum tipo de atividade elétrica, excluindo fibrilação ou taquicardia, com ausência de pulso palpável – complexos QRS largos e bizarros no ECG).
A prevenção da PC se faz através de:
Identificação dos pacientes de alto risco: história de doenças cardíacas, pulmonares, renais, DM, alergias, dependências a drogas (paciente não dorme na indução da anestesia) e discrasias sanguíneas, além de pacientes em uso de
digitálicos, diuréticos e anticoagulantes.
- Coleta de informações adequadas e correção das omissões: manutenção do volume sanguíneo adequado, escolha criteriosa da medicação pré-anestésica, evitar manobras de estimulação vagal (ventilar antes de entubar) e perdas sanguíneas durante a cirurgia (avaliação e reposição), monitorização de gases arteriais(para evitar insuficiência respiratória pós-operatória), pH e eletrólitos.
- Evitar manobras intempestivas: como a sucção da traqueia em hipóxia.
- Indução anestésica cuidadosa: principalmente em pacientes de alto risco.
precauções a serem tomadas são:
monitorização contínua com ECG e oxímetro, uso de estetoscópio esofágico ou precordial, disponibilidade de
desfibrilador e de todas as drogas necessárias para reanimação.
O diagnóstico da PC pode ser feito através da identificação de:
Sinais e sintomas precoces de hipóxia e insuficiência circulatória: no SNC (ansiedade, agitação, desorientação), respiratórios (dispneia, taquipneia, respiração espasmódica, estridor laríngeo, palidez, cianose) e cardiovasculares
(cianose, distensão venosa, pulso irregular, hipotensão e sudorese).
- Sinais e sintomas tardios de parada circulatória: ausência de pulso carotídeo ou femoral, ruídos cardíacos inaudíveis, parada respiratória ou respiração espasmódica (45-60s), dilatação pupilar (1-2min após PC indica início de lesão
cerebral por anóxia), ausência de sangramento ou sangue escuro no campo operatório, flacidez, convulsão ou perda de consciência, ECG mostrando assistolia ou fibrilação ventricular.
Terapeutica de reanimação cardiorrespiratória
1 Estabelecer diagnóstico Através dos sinais e sintomas descritos acima.
2 Solicitar auxílio - Atenção ao tempo (4-6min para restabelecer ventilação e circulação).
3 Golpear o tórax com vivacidade uma vez, apenas em caso de parada presenciada.
4 Manobras após verificar a ausência de respiração
Deslocar a mandíbula para frente, limpar a via aérea manualmente se necessário, inclinar a cabeça para trás.
5 Colocar suporte abaixo do tórax do paciente
Caso a respiração espontânea não ocorra, iniciar respiração artificial (Ambu – máscara, válvula unidirecional e bolsa auto-insuflável) e massagem cardíaca externa (razão 30:2 – comprimir a parte inferior do esterno cerca de 5-6 cm com a região tenar das mãos sobrepostas).
6 Introdução de tubo endotraqueal
Ventilar com O2 a 100%. Se não for possível, iniciar via aérea cirúrgica de emergência.
7 Iniciar administração de líquido endovenoso
Punção venosa ou dissecção de veia. Usar adrenalina 0,1-1mg em solução de 1:1000 e bicarbonato de sódio 1mEq/Kg. Repetir bicarbonato 0,5mEq/Kg de 10 em 10min até que sejam conhecidos os valores de gasometria – reposição: mEq = BE x 0,3 (adultos) ou 0,15 (crianças) x P.
O bicarbonato tem apresentação em ampolas de 10ml, nas seguintes concentrações: 10% – 1,2mEq/ml, 8,4% – 1mEq/ml.
8 Monitorar com ECG
Surgindo fibrilação ventricular (apenas), após O2, massagem externa, adrenalina e bicarbonato, desfibrilar: aplicar um eletrodo à direita da parte superior do esterno e abaixo da clavícula e outro à esquerda do ápice ou do mamilo – aplicar a desfibrilação externa com duração de 1/10s e 200J. Se não houver resultado, aplicar novamente.
9 Injetar adrenalina Caso não seja obtida a desfibrilação. Em seguida, repetir a desfibrilação.
10 Injetar lidocaína Restaurada a função, para combater a irritabilidade cardíaca – 1mg/Kg.
Se não houver efeito, é recomendada a interrupção da RCP após
1 hora
A pós-terapêutica da PC consiste no uso de
diuréticos, manter o paciente em hipotermia e hiperventilar.
Deve-se monitorar
PA, pulso, ECG, PVC, saturação de O2 e diurese, além de fazer gasometria, dosagem de eletrólitos, RX de tórax e indução de tratamento intensivo.