QUEIXAS INESPECÍFICAS EM APS Flashcards

1
Q

Quais são os 4 tipos de tontura?

A

vertigem, pré-sincope, desequilíbrio e tontura inespecífica.

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2
Q

O que é vertigem?

A

É caracterizada pela sensação subjetiva de rotação do sujeito ou dos objetos ao seu redor, sendo uma ilusão de movimento do corpo ou do ambiente.

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3
Q

O que é pré-síncope ?

A

➢ A pré-síncope refere-se à sensação iminente de síncope/perda da consciência, por vezes acompanhada de sensação de calor, diaforese, náuseas e borramento
visual.

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4
Q

O que é desequilíbrio?

A

➢ O desequilíbrio corresponde a uma sensação de instabilidade postural, agravada durante a deambulação, sem a sensação ilusória de rotação característica da vertigem. Por vezes é descrito pelo paciente como “vindo das pernas, e não da
cabeça”.

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5
Q

O que é tontura inespecífica?

A

➢ A tontura inespecífica engloba os sintomas não possíveis de categorizar como vertigem, pré-síncope ou desequilíbrio. Frequentemente os pacientes têm
dificuldade para descrever a sintomatologia.

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6
Q

A vertigem é o sintoma predominante resultante de uma assimetria aguda do sistema vestibular, podendo ser classificada em…?

A

de causa periférica ou central.
• As vestibulopatias periféricas são distúrbios decorrentes do sistema vestibular periférico, ou seja, do órgão vestibular na orelha interna até a entrada do nervo vestibular no tronco encefálico.
• As vestibulopatias centrais advêm de lesões ao nível do sistema nervoso central. São causadas por um distúrbio nos centros de interação vestíbulo-ocular no tronco encefálico e cerebelo ou nas vias sensoriais ao nível do tálamo.

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7
Q

Sintomas neurológicos concomitantes como cefaleia, diplopia, disartria, parestesia, fraqueza muscular e ataxia devem ser questionados, assim como a presença de sintomas neurovegetativos como vômito, sudorese e palpitações. Quais são as 3 causas mais comuns de vertigem?

A
  • Vertigem posicional paroxistica benigna
  • Neurite vestibular aguda/ laberintite aguda
  • Cinetose
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8
Q

Nas vestibulopatias o paciente pode referir uma ———————-.

Movimentos da cabeça ou do corpo e os olhos fechados podem ———————.

A

tendência à queda para um lado específico, em geral o do labirinto comprometido.

intensificar a vertigem

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9
Q

O que fazer no exame fisico de vertigem?

A

❖ Avaliação neurológica: pares cranianos, função cerebelar (marcha, coordenação,
reflexos, teste índex-nariz) e fundoscopia (quando possível). Também é importante
observar sinais de neuropatia periférica.
❖ Otoscopia: é necessário afastar causas otológicas, sobretudo as inflamatórias
(otorreia, otite média, tampão de cerúmen e vesículas no pavilhão auricular).
❖ Acumetria: deve-se avaliar hipoacusia, solicitando ao paciente a repetição de palavras ou números sussurrados próximos ao ouvido (fonoacumetria ou “teste do sussurro”). Com o diapasão, por meio da execução dos testes de Rinne e Weber, pesquisa-se se a perda auditiva é condutiva ou neurossensorial (ver Sites
Recomendados, on-line).
❖ Pesquisa de nistagmo: representa a função do sistema vestibular sobre a movimentação ocular (reflexo vestíbulo-ocular). Geralmente o nistagmo de origem central não tem latência (intervalo de tempo até o início do nistagmo), piora com
a fixação ocular e é multidirecional, enquanto o periférico tem latência, é fatigável e unidirecional. A presença de nistagmo espontâneo, bem como induzido por meio de qualquer manobra referida pelo paciente como causadora de vertigem, deve ser investigada.
❖ Teste de Dix-Hallpike

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10
Q

O Teste de Dix-Hallpike, ele é feito quando suspeitamos de qual patologia?

A

Quando há suspeita de vertigem posicional
paroxística benigna (VPPB). O teste é considerado positivo para VPPB se vertigem e nistagmo estão presentes e o nistagmo inicia-se após um período de latência de
poucos segundos, com frequência torsional, geotrópico (fase rápida do nistagmo com batimento no sentido da orelha estimulada, que está voltada para o solo) e fatigável (resposta progressivamente menos intensa a cada repetição da manobra). Deve-se ter cautela na realização da manobra de Dix-Hallpike nos
pacientes com história de patologias cervicais ou estenose de carótida.

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11
Q

Testes de equilíbrio avaliam o reflexo vestibuloespinhal por meio dos testes de equilíbrio estático ————— e ———– ————- e ————.
Geralmente, nos quadros periféricos existe a tendência de queda para o lado do labirinto deficitário (propulsão lateral), e nos centrais predomina a ataxia e movimentos
anteroposteriores (retropulsão).

A

(Romberg simples ou sensibilizado)

dinâmico (Babinsky-Weil

Unterberger)

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12
Q

Como é realizado o teste de Romberg?

A

o indivíduo aproxima os pés, deixando os braços ao longo do
corpo na posição anatômica, e fecha os olhos. O teste é considerado positivo com oscilações ou queda. O teste de Romberg sensibilizado é realizado com a ponta do pé próximo ao calcanhar do pé oposto. Caracteriza-se como periférico quando
existe latência entre o fechamento dos olhos e a queda (no sentido do labirinto lesado). Nos casos centrais, a queda é precoce e abrupta.

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13
Q

Como é realizado o teste Babinsky-Weil?

A

No teste de Babinsky-Weil, pede-se que o paciente ande para frente (cinco a seis
passos) e volte de costas com os olhos fechados. A tendência é de desvio da
marcha para o lado do labirinto lesado.

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14
Q

Como é realizado o teste de Unterberger?

A

Pede-se que o paciente ande de olhos fechados sem sair do lugar por 1 minuto ou dê 90 passos sem deslocar-se com os olhos fechados. A queda tende a ocorrer para o lado do labirinto lesado.

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15
Q

Quais exames complementares?

A
  • Audiometria tonal e vocal
  • Eletronistagmografia ou videonistagmografia
  • Ressonância nuclear magnética
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16
Q

Cite as vestibulopatias periféricas? (6)

A

1-Vertigem posicional paroxística benigna (VPPB)
2- Neuronite vestibular/labirintites
3- Síndrome de Ménière
4- Labirintopatias hormonais e metabólicas
5- Cinetose
6- Fístula labiríntica

17
Q

O que é Vertigem posicional paroxística benigna (VPPB)?

A

É um tipo de tontura causada por uma reação anormal do sistema equilibrador a certas posições da cabeça. A VPPB pode afetar pessoas de qualquer idade, porém é
mais usual na quinta e sexta década de vida e em indivíduos do sexo feminino.
Representa a vestibulopatia mais comum (até 43% das vestibulopatias). É desencadeada em posições específicas da cabeça.

18
Q

O que é Neuronite vestibular/labirintites?

A

Correspondem à segunda causa mais comum de vertigem.

É uma inflamação do nervo vestibular que ocorre principalmente após uma infecção viral.

19
Q

O que é Síndrome de Ménière?

A

É uma patologia rara da orelha interna.
A etiologia da síndrome é multifatorial. As principais causas envolvem distúrbios
metabólicos, especialmente o dos carboidratos. Entre os possíveis fatores de risco
envolvidos na gênese deste distúrbio estão dislipidemia, tireoidopatia, autoimunidade,
alergia, infecção viral, alterações vasculares e predisposição genética.
A audiometria pode indicar perda auditiva neurossensorial nas frequências baixas (tons
graves). A investigação laboratorial envolve a busca etiológica das principais doenças metabólicas (intolerância a glicose/diabetes, hipotireoidismo e dislipidemia).

20
Q

O que é Labirintopatias hormonais e metabólicas?

A

As principais etiologias são os distúrbios do metabolismo dos carboidratos (hiperinsulinemia, intolerância a glicose, diabetes), da tireoide (hipo ou hipertireoidismo)
e dos ovários. A audiometria pode apresentar uma perda auditiva neurossensorial
“plana” ou em “U invertido”. Uma avaliação glicêmica e tireoidiana está indicada em
pacientes que apresentam esse padrão de perda. Recomenda-se a correção do distúrbio metabólico em questão.

21
Q

O que é Cinetose?

A

Originado pela estimulação excessiva do sistema vestibular, geralmente em viagens de carro ou barco. Os sintomas são provocados pela movimentação (linear ou angular) da cabeça. O conflito sensorial pode ser minimizado com a fixação dos olhos em ponto fixo
durante os movimentos que provocam o mal-estar.

22
Q

O que é Fístula labiríntica?

A

Provocada pela comunicação anormal entre a orelha interna e a cavidade timpânica.
Pode ocorrer de forma espontânea, traumática, por esforço físico ou em associação com infecções otológicas. Os sintomas mais comuns são os de perda auditiva súbita ou
progressiva associada à vertigem. O tratamento é cirúrgico para o fechamento da fístula.

23
Q

Cite as Vestibulopatias centrais?

2

A

Migrânea vestibular

Insuficiência vertebrobasilar

24
Q

O que é Migrânea vestibular?

A

A vertigem ocorre na fase da aura, exacerbada por movimentos da cabeça, suscetíveis a cinetose;
•Episódios duram de minutos a poucas horas;
•Tratamento semelhante da migrânea clássica.

25
Q

O que é Insuficiência vertebrobasilar?

A

A insuficiência vertebrobasilar é uma diminuição do fluxo sanguíneo das artérias vertebrais e basilar em função da presença de placas de ateroma, alterações hemodinâmicas
(hipotensão ortostática) ou compressão extrínseca (contratura dos músculos escalenos ou
osteófitos). O quadro pode variar desde hipoperfusão transitória até isquemia aguda grave. Os fatores de risco são diabetes, hipertensão arterial e dislipidemia.

26
Q

O que é uma pré-sincope e sincope?

A

Com duração curta, geralmente de segundos ou minutos, o sintoma costuma ser descrito pelo paciente como “sensação de desmaio” ou de “apagão”
a pré-síncope costuma ocorrer quando o indivíduo está na posição ortostática ou sentado, raras vezes na posição supina.
mecanismos fisiopatológicos: redução aguda do fluxo sanguíneo cerebral (p. ex.,
hipotensão, cardiopatias, etc.), alterações químicas do sangue que chega ao cérebro (p.
ex., hipoglicemia, hipocapnia, hipoxia, etc.) e causas psicológicas.

27
Q

No exame físico geral do paciente com pré-sincope e sincope. O que deve sempre ser avaliado?

A
  • Exame cardiovascular e
    neurológico meticulosos, sobretudo com medição da pressão arterial e
    frequência cardíaca na posição deitada e após 1 a 2 minutos na posição ortostática, além de
    ausculta cardíaca e de carótidas.
  • Um eletrocardiograma de repouso pode ser indicado para todos os pacientes com síncope se uma causa óbvia não for identificada por meio da história e do exame
    físico.
28
Q

Quais são as causas mais comuns de sincope e pré-sincope?

A
1 Vasovagal (momentos ansiogênicos), 2 Hipotensão ortostática.
 E tem as causas cardíacas: suspeita de arritmia (eletrocard.).
29
Q

Outras tonturas, cite?

2

A

Desequilíbrio

Tontura inespecífica

30
Q

A tontura inespecífica, qual é a causa mais comum?

A

Em geral são sintomas vagos, difíceis de serem descritos pelo paciente, o qual muitas vezes
apenas afirma: “estou tonto”. A causa mais comum nestes casos são os distúrbios de
origem emocional, por vezes associados a transtornos psiquiátricos específicos como
depressão, transtorno de ansiedade generalizada ou síndrome do pânico, transtorno somatoforme, dependência ao álcool ou simplesmente associados a sintomas como ansiedade ou tristeza.

31
Q

Fale um pouco sobre cansaço ou fadiga?

A

A fadiga está associada a fatores psicológicos em 70 a 75% dos casos, e a condições físicas em apenas 10 a 20%.
Cansaço ou fadiga descreve uma sensação subjetiva de exaustão ou perda de energia, enquanto fraqueza significa diminuição da força muscular.
Deve-se caracterizá-lo
quanto a sua duração, seu padrão de instalação (abrupto ou gradual), sua evolução (estável, com melhora ou piora), seus fatores de alívio ou exacerbação, seu impacto na vida diária e as modificações induzidas para o indivíduo se adaptar a ele. Deve-se avaliar o estilo de vida (incluindo hábitos alimentares, ambiente familiar, estresse, lazer, atividade física, qualidade do sono), o uso de medicamentos, álcool ou drogas.

32
Q

O que avaliar no exame físico em um paciente com fadiga? E qual o tratamento?

A

Deve incluir avaliação do estado geral, dos aparelhos cardiorrespiratório e
neurológico, da tireoide e dos linfonodos.
O tratamento da fadiga é dirigido para sua causa, quando esta é conhecida, ou para os fatores associados que possam estar contribuindo para sua existência. Medicamentos
cujo uso possa causar fadiga devem ser substituídos.
Atividade física baixa ou moderada ajuda a melhorar o quadro.

33
Q

A síndrome da fadiga crônica (SFC) é uma doença complicada e controversa,
caracterizada por fadiga crônica sem etiologia definida após avaliação clínica e laboratorial mínimas, não causada por exercício físico, não atenuada com repouso, que
ocasiona uma redução importante no nível de atividade e com quatro ou mais dos seguintes sintomas:

(10)

A
  • Redução da memória recente ou concentração, ocasionando prejuízo substancial das atividades
  • Dor de garganta
  • Dor em linfonodos cervicais ou axilares
  • Mialgia
  • Artralgia sem edema ou hiperemia articular
  • Cefaleia de novo tipo, padrão ou intensidade
  • Sono não restaurador
  • Indisposição por mais de 24 horas após exercício