Abordagem de queixas respiratórias em APS Flashcards
Quais as 5 principais causas de Dispneia na APS?
- Asma
- IC
- DPOC
- Obesidade
- Hiperventilação
O que é dispneia?
- Experiencia subjetiva de desconforto respiratório que consiste de sensações qualitativamente distintas, com variação em sua intensidade.
- Sensação de desconforto respiratório, incongruente ao nível de esforço desenvolvido.
Na dispneia, temos que dar atenção para algumas características. Quais são elas?
- Curso agudo ou crônico
- Início insidioso ou abrupto
- Intensidade leve à incapacitante
- Pode também estar isolado ou associado a outros sinais e sintomas
- Adultos com taquipneia >25 irpm,
Qual é a prevalência da dispneia, e quais as principais patologias relacionadas?
- Queixa presente em até 25% dos pacientes que procuram assistência em APS
- Principal causa de procura por atendimento médico em portadores de DPOC e asma
- Maior causa de incapacidade e sofrimento relacionados a essaspneumopatias
- Importante fator de avaliação da qualidade de vida e da efetividade do tratamento naInsuficiência Cardíaca
- Uma ou mais doenças em conjunto podem ocasionar dispneia
Cite as causas de dispneia respiratórias (3) e cardíacas (1) e de emergencia (3)?
Respiratórias: Asma, DPOC, pneumonia
Cardíacas: Insuficiência cardíaca e 25% dos pctes podem ter IC+DPOC juntos.
Emergência: IAM, TEP e IC descompensada.
Cite os principais fatores desencadeantes de dispneia (3)?
1- Aumento do esforço respiratório (mecânica): - Derrame pleural - Obstrução de vias aéreas - Doença pulmonar restritiva 2- Aumento da demanda ventilatória: - Hipóxia - Hipercapnia - Acidose metabólica - Anemia 3- Aumento na proporção do uso da musculatura:
- Fraqueza neuromuscular
- Caquexia
- Desnutrição
Em relação as causas de dispneia, cite 8 causas respiratorias?
- Asma
- DPOC
- Infecções: pneumonia, tuberculose
- TEP (tromboembolismo pulmonar)
- Derrame pleural
- Pneumotórax
- Obstrução de vias aéreas
- Doenças pulmonares intersticiais
- Atelectasia pulmonar
Em relação as causas de dispneia, cite 5 causas cardíacas?
- Insuficiência cardíaca
- Arrítmia cardiacas
- IAM/ Doença arterial coronariana
- Pericardite
- Valvopatias (ex: estenose aórtica)
Em relação as causas de dispneia, cite 3 causas gastrointestinais?
- DRGE
- Neoplasia
- Aspiração TGI
Em relação as causas de dispneia, cite 4 causas neuromusculares?
- Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)
- Desnutrição proteico- energetica severa
- Distrofia Muscular
- Polimiosite
Cite 8 causas de dispneia que não se enquadra em nenhum grupo das anteriores?
- Anemia
- Sedentarismo
- Obesidade
- Acidose
- Acidose metabólica
- SAHOS (Apneia do sono)
- Ansiedade
- Hipo/ hipertireoidismo
- Compressão diafragmática
Quais dados da anamnese devem ser perguntados sempre na queixa de dispneia?
- Início/duração, fatores de melhora e de piora, intensidade,sintomas respiratórios associados, frequência;
E quais são os dois primeiros passos que devemos avaliar?
• PRIMEIRO PASSO: Afastar um quadro clínico de instabilidade, determinando o grau deurgência.
• SEGUNDO PASSO: Avaliar caráter agudo x crônico, além de gravidade do sintoma.
• Identificar as causas subjacentes;
• AVALIAR IMPACTO NA FUNCIONALIDADE;
AVALIAR COMPONENTE EMOCIONAL SEMPRE!
Quais são os sinais de alarme na dispneia (7)?
1- Hipotensão arteiral (PAS< ou igual a 100 mmhg e/ou PAD < ou igual a 60 mmhg)
2- Alteração do nível de consciência
3- Hipoxemia (SpO3 < 92%)
4- Arritmia instável (pulso radial com frequencia < 60 bpm ou > 150 bpm associado a hipotensão arterial; PAS < ou igual 100 mmhg e/OU PAD < ou igual 60 mmhg), alteração do nivel de consciencia ou com eletrocardiograma (ECG) - se disponível - mostrando arritmias como fibrilação atrial (FA), flutter atrial, taquicardia ventricular sustentada, bloqueios de 2 e 3 graus).
5- Estridor ou cornagem ((ruido continuo) com sinais de esforço respiratorio (tiragem intercostal e/ou supraventricular) sem movimento de ar sugere obstrução alta das vias aereas.
6- Desvio lateral da traqueia de instalação aguda (sugere pneumotórax hipertensivo (se associado á ausência de murmurio vesicular do lado contralateral ao desvio e hipotensão arterial))
7- Frequência respiratória > ou igual a 40 incursões por minuto, tiragem, cianose central (lábios, nariz) e hipoxemia.
Qual é o tratamento inicial de uma dispneia aguda?
• Posicionar o paciente na maca, de preferência com a cabeceira elevada a > 45°, ou sentado, com as pernas pendentes.
●Administrar oxigênio via cânula nasal (2-L/mino), máscara de Venturi (fração inspirada de oxigênio 30-60%) ou máscara não reinalante para obter uma SpO2≥ 94%.
●Se houver sinais de Insuf. Respiratória ou falência respiratória, chamar o SAMU e considerar intubação orotraqueal, conforme as recomendações do suporte avançado de vida cardiovascular (SAVC)por profissionais treinados.
●Obter acesso venoso periférico.
●Iniciar administração de líquidos cristaloides intravenosos (IV), quando houver hipotensão associada, em quantidades de 250 a 500 mL, observando periodicamente a resposta da pressão arterial (PA), exceto na suspeita de edema agudo pulmonar (EAP) e dependendo da ICC ( cautela!!!)
●Administrar nebulização simples ou mista com broncodilatadores na suspeita de DPOC ou asma. Repetir em intervalos de até 10 minutos, por três vezes, durante 30 a 60 minutos, e, se não houver melhora, referenciar o paciente para uma unidade de emergência:
■beta-2-adrenérgicos de curta ação: salbutamol (albuterol, 3-10 gotas) ou fenoterol (3-10 gotas).
■Anticolinérgico de curta duração: brometo de ipratrópio (10-40 gotas)
Sempre reavaliar o paciente!
●Administrar furosemida (20-40 mg) intravenosa (ou intramuscular) na suspeita de EAP (edema agudo pulmonar). Avaliar resposta com diurese.
●Se a pessoa com dispneia demonstra sinais de obstrução das vias aéreas superiores com esforço respiratório, sem movimento de ar e estridor, e há história de aspiração de corpo estranho, manobra de Heimlich pode ser tentada.
●Toracocentese imediata descompressiva deve ser realizada na suspeita de pneumotórax hipertensivo (com agulha no segundo espaço intercostal, linha medioclavicular) enquanto se encaminha o indivíduo para uma unidade de emergência.
QUAL É O MANEJO CLINICO do Covid 19 NA APS/ESF ?
O manejo clínico da Síndrome Gripal na APS/ESF difere frente a gravidade dos casos. Para casos leves, inclui medidas de suporte e conforto, isolamento domiciliar e monitoramento até alta do isolamento. Para casos graves, inclui a estabilização clínica e o encaminhamento e transporte a centros de referência ou serviço de urgência/emergência ou hospitalares.
A APS/ESF deve assumir papel resolutivo frente aos casos leves e de identificação precoce e encaminhamento rápido e correto dos casos graves, mantendo a coordenação do cuidado destes últimos. A estratificação de intensidade da SG é a ferramenta primordial para definir a conduta correta para cada caso, seja para manter o paciente na APS/ESF ou para encaminhá-lo aos centros de referência, urgência/emergência ou hospitais.
Na investigação de dispneia crônica, a historia clinica é fundamental. Quais as principais características da DPOC?
A história clínica é fundamental, podendo sugerir o diagnóstico em mais de 60% dos casos, quando consideradas as principais causas.Entre ascausas respiratórias, a presença de dispneia crônica em indivíduos com história de tabagismo, maiores de 40 anos e com tosse produtiva é característica de DPOC.
• História de febre pode sugerir —————, mas é importante ressaltar que infecções de vias aéreas estão associadas a quadros de exacerbação de DPOC e piora da dispneia em aproximadamente 80% dos casos descritos.
quadro de pneumonia
Alteração da conformação da caixa torácica, como aumento do diâmetro anteroposterior, é sugestiva
de DPOC
Avaliação do FTV (frêmito toracovocal), a ausculta pode demonstrar diminuição ou ausência de murmúrio em ———–
pneumotórax moderado, hiperinsuflação por doenças obstrutivas, DP ou atelectasias.
Roncos e sibilos podem ser encontrados na ——————–
DPOC, na asma e na IC.
Estertores crepitantes localizados sugerem —————, mas, nas bases de ambos os hemitórax, podem ser sugestivos de ————————, se particularmente bolhosos ou DPI, se secos como som de velcro.
pneumonia
congestão pulmonar por IC
No exame cardiovascular, o que deve buscar?
Deve-se buscar a presença de turgescência de jugular a 45° (IC ou hipertensão pulmonar). Na inspeção e na palpação, deve-se observar a atividade do precórdio, direcionando o diagnóstico para causas cardíacas.
Edema inflamatório, muitas vezes assimétrico, sugere —–, que pode causar dispneia por ——.
TVP
TEP
Quando referenciar meu paciente?
• Em situações agudas, na presença de qualquer sinal que indique insuficiência respiratória (cianose, exaustão ou rebaixamento do nível de consciência), é mandatório o acionamento de serviço de emergência para remoção da pessoa com dispneia, ao mesmo tempo em que se iniciam medidas de suporte básico.
• Após a compensação do quadro agudo e no seguimento clínico, o acompanhamento na APS será definido de acordo com a gravidade da doença de base. Na maioria das causas respiratórias e cardíacas, é possível manter o acompanhamento na APS, como em pacientes classificados como classe funcional 1 e 2 (NYHA) e classe 3 compensados. Pacientes com classe funcional IV devem ser acompanhados por especialista.
• A necessidade de investigação diagnóstica com exames complementares invasivos também deve ser realizada por médico especialista focal.
Obs:. A maioria dos casos de dispneia crônica a gente consegue manusear, e aguda vai referenciar.
Erros mais frequentemente cometidos
►Receio de utilizar broncodilatadores beta-agonistas em casos de dispneia aguda e crônica por receio de efeitos colaterais, como taquicardia.
►Iniciar um atendimento terapêutico em dispneia aguda para um indivíduo e não o reavaliar durante a primeira hora, para determinar necessidade de referenciamento em caso de não resposta ou piora.
►Minimizar ou ignorar a queixa de dispneia por falta de achados no exame clínico, como sibilância no broncoespasmo, atribuindo uma causa psicogênica sem afastar objetivamente causas comuns de dispneia.
►Tratar pessoas obesas ou com falta de condicionamento físico como portadores de asma, por falta de investigação mais detalhada da história clínica.
►Atribuir a causa da dispneia às mudanças fisiológicas relacionadas ao avançar da idade ou à gravidez, sem avaliação clínica completa.
►Adicionar novas medicações à prescrição de um paciente com um diagnóstico que causa dispneia crônica (p. ex., DPOC, asma, IC, etc.) sem avaliar a aderência e o modo adequado de utilização das medicações já prescritas.
Caso clinico 1
• Cláudio, 65 anos, é tabagista em atividade há 40 anos e apresenta tosse edispneia há cerca de 2 anos. Cursa com pigarro matinal diário, masperiodicamente tem piora do quadro, com aumento da tosse e da dispneia,o que o faz procurar a unidade de emergência 24 horas. Já tentou parar defumar, mas o máximo de tempo que conseguiu ficar sem o “seucompanheiro”, como ele mesmo diz, foi uma semana.
• Nesta noite, ele não conseguiu dormir, permanecendo sentado, pois vemapresentando piora da dispneia e tosse com expectoração amarelada há 3dias. Assim que amanheceu o dia, decidiu procurar a Unidade de Saúde daFamília (USF) de sua comunidade, pois a unidade de emergência fica muitodistante e é de difícil acesso.
- Ao chegar à sua USF, é acolhido pela equipe, que já o conhece e percebeque se trata de um atendimento imediato. Enquanto é encaminhado, negafebre, dor torácica e hemoptise.
- No exame físico geral, Cláudio apresenta-setaquipneico, com falaentrecortada. Tem ainda dificuldade de deitar na maca, com desconfortorespiratório moderado. Pressão arterial (PA) 134x82 mmHg, pulso radial 93bpm, rítmico e cheio; frequência respiratória (FR) 25ipm. No exame doaparelho respiratório, além de tiragem intercostal, há murmúrio vesiculardiminuído, com roncos e sibilos expiratórios difusos. Há edema discreto,com cacifo nos pés, bilateralmente, sem outros sinaislogísticos. O restantedo exame físico não tem alterações.
1) Qual é a principal hipótese diagnóstica quanto àagudizaçãoda dispneia, levando-se emconta a história clínica prévia de Cláudio?
a) Infecção aguda do aparelho respiratório inferior (pneumonia).
b) Exacerbação de DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica)
c) Exacerbação de IC (Insuficiência Cardíaca)
d) Tromboembolismo Pulmonar (TEP)
B
2) Quais são as cinco principais causas de dispneia encontradas em adultos na APS?
a) TEP, asma, síndrome dehiperventilação, aspiração de corpo estranho e hipertensãoarterial pulmonar
b) DPOC, asma, IC, obesidade e síndrome dehiperventilação
c) DPOC, IC, epiglotite, envelhecimento evalvopatias
d) Ansiedade, DPOC, IC, epiglotite e envelhecimento
B
3) Com base na história de Cláudio, assinale a alternativa correta no atendimento do quadroagudo.
a) Continuar obtendo anamnese e exame físico completos antes de iniciar as condutasterapêuticas
b) Referenciar imediatamente à unidade de emergência para obtenção de examescomplementares
c) Na suspeita de DPOC ou asma, administrar nebulização simples ou mista combroncodilatadores. Repetir em intervalos de até 10 minutos durante os primeiros 30 minutos,e, se não houvermelhora, referenciar o paciente para uma unidade de emergência
d) Não iniciar corticoide e/ou antibiótico oral, pois só são efetivos neste paciente quandoadministrados via intravenosa
e) Orientar caráter psicogênico e administrar diazepínico endovenos
C
Rinite é classificada como .
a) cronica
b) aguda
c) intermitente
d) subaguda
B