Puerpério fisiológico e patológico Flashcards

1
Q

Puerpério

A
  1. Período de 6-8 semaas que inicia após o parto, com expulsão da placenta (até 42 dias do pós-parto)
  2. É uma fase ativa de natureza hormonal, psíquica e metabólica
  3. Marcada pelo retorno dos órgãos reprodutivos e pela readaptação do organismo feminino à situação pré-gravídica
  4. Puerpério imediato: até a 2a hora pós-parto
  5. Puerpério mediato: da 2a hora ate 10o dia após parto
  6. Puerpério tardio: do 10o dia até retorno das menstruações, ou 6-8 semanas
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2
Q

Fases do Puerpéro

A
  1. Puerpério imediato: 1º ao 10º dia
  2. Puerpério tardio: 10º ao 45º dia
  3. Puerpério remoto: além do 45º dia
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3
Q

Manifestações involutivas e Fisiológicas

A
  1. Mama: 1º dia (Colostro) e até 3º dia (Apojadura → “descida”)
  2. Ovário: ovulação em 6-8 semanas
  3. Útero na cicatriz umbilical após paarto e intrapélvico na 2ª semana
  4. Colo: fechado totalemente em 1 semanas
  5. Vagina: “crise vaginal” → atrofia
  6. Lóquios: até 4º dia avermelhado, e >10º dia esbranquiçado
    1. Se vermelho após 2ª semana = restos
    1. Se odor fétido, febre e pus = infecção → patológico
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4
Q

Manifestações involutivas e Fisiológicas - Corpo Uterino

A
  1. Logo após o parto: altura da cicatriz umbilical , c/ ↓ 1 cm ao dia de forma irregular
  2. 15º dia: intrapélvico e volta às dimensões pré- gravídicas dentro de 4 semanas
  3. Peso reduz gradativamente: 1000 g (parto) → 500 g (1ª semana) → 100 g (30 dias após parto)
  4. Contrações vigorosas pós-parto imediato respondem pela hemostasia da ferida placentária e ↓ sangramento
  5. Útero contraído e firme: GLOBO DE SEGURAÇÃO DE PINARD
  6. Hemostasia da contração miometrial sobre vasos uterino: Ligaduras vivas de Pinard + trombose dos orifícios vasculares
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5
Q

Manifestações involutivas e Fisiológicas - Involução uterina

A
  1. Ocorre por ↓ no tamanho das fibras musculares (miócitos) à custa de ↓ citoplasma, mas não de nº
  2. É mais rápido em mulheres que amamentam*
  3. Estimulação mamilos produz ocitocita pela neuro-hipófise
  4. Ocitocina promove ejeção do leite e contração uterina (cólicas) → reflexo útero-mamário
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6
Q

Manifestações involutivas e Fisiológicas

A
  1. Colo uterino: volta ao normal em 1 semana, mas o OE nunca se recupera do original (puntiforme/ circular) e assume aspecto de fenda transversa
  2. Endométrio: dequitadura da placenta e membranas leva apenas camada esponjosa da decídua, ficando por 2 dias apenas 2 camanas decídua (superficial e basal remanescentes)
    1. A camada da basal (externa) eliminas necrose em forma de lóquios***
    1. Remanescente (interna): regenera endométrio, completo até 3ª semana
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7
Q

Manifestações involutivas e Fisiológicas - Vagina

A
  1. Pode ter pequenas equimoses pela descida fetal
  2. Lacerações cicatrizam em 5-6 dias
  3. Nas primeiras semanas após parto há reaparecimento gradual do pregueamento das paredes
  4. Nos primeiro 15 dias após parto há desconforto local devido atrofia hormonal do epitélio escamoso estratificado → crise vaginal pós-parto
  5. Curúnculas mirtiformes: hímen roto após parto
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8
Q

Função ovulatória fisiológica pós-parto

A
  1. Retorna ovulação em 6-8 semanas nas que NÃO amamentam
  2. Ovulação é menos frequente na amamentação (ciclos anovulatório), mas pode ocorrer
  3. Pode ser feito a Minipílula no pós-parto IMEDIATO (não interfere na lactação e inibe)
  4. Ovulação é o 1º fenômeno de retorno à fertilidade (e não menstruação)
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9
Q

Mamas

A
  1. 1ª metade gestação: proliferação céls epiteliais alveolares (novos ductos)
  2. Final gravidez: diferenciação atividade secretora, c/ ↑ glândula por hipertrofia
  3. Colostro: presente no parto
  4. Descida do leite (apojadura): 1-3º dia pós-parto
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10
Q

Etapas da Produção láctea

A
  1. Mamogênse: crescimento e desenvolvimento mama (na gravidez)
  2. Lactogênese: início da secreção láctea, após expulsão placenta-feto que ↓ bloqueio dos hormônio maternos e estimula prolactina - apojadura
  3. Lactopoiese ou galactopoise: manuteção da lactação, pela prolactina estimulada pelo esvaziamento das mamas, e a ocitocina pela estimulação das fibras mioepiteliais p/ ejeção.
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11
Q

Trato urinário após parto

A
  1. Hipotonia e relaxamento das paredes da bexiga e ureteres regridem em 2-8 semanas, mas podem persistir por 3 meses
  2. Pode ocorrer retenção urinária, c/ rico de infecções por ↓ débito urinário (há maior capacidade vesical e dilatação e traumas após parto) → cateterismo vesical se necessário
  3. Fluxo plasmático renal, TFG e ClCr retornam ao normal nos 1os 5 dias após parto.
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12
Q

Alterações Hemodinâmicas no Puerpério

A
  1. DC: ↑ no puerpério imediato c/ descompressão aortocava
  2. Nas 1as horas após parto há consumo dos fatores de coagulação → tamponar sangramento uterino, mas retorno ao normal no 2º dia
  3. Hb retorna ao normal em 6 semanas
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13
Q

Manifestações clínicas do puerpério

A
  1. Dor: contrações uterinas vigorosas por até 1 semana
  2. Lóquios: exsudatos e transudatos + regeneração ferida placentária + elementos celulares descamados e sangue
    1. Até 3º dia: lóquios rubro, avermelha dos c/ sangue
    1. Lóquios róseos ou serossanguíneos: lóquios fusca c/ menos sangue
    1. 2ª semanas: Lóquios serosa ou flava
    1. 10º dia: lóquios albo, esbranquiçaos ou amarelo-claro
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14
Q

Lóquios patológicos

A
  1. Microscópico: eritrócitos, céls epiteliais, fragmentos deciduais e bactérias
  2. Persistência de lóquios avermelhados após 2 semanas: restos placentários
  3. Presença odor forte e desagradável: vaginose bacteriana
  4. Odor forte, febre e lóquios c/ cor achocolatada: infecção puerperal (endometrite)
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15
Q

Manifestações clínicas do puerpério

A
  1. Redução peso: retorno normal no final do 6º mês pós-parto
  2. Elevação temperatura corporal: nos primerros 3 dias está elevado, relação c/ apojadura (Febre do leite) e é fisiológica se duração <48h
  3. Distúrbio do humor: alteação ritmo circadiano e do humor são comuns e transitórios, se persistir buscar psiquiatria.
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16
Q

Disforia pós-parto (Blue syndrome, maternity blue)

A
  1. Ocorre em até 60%
  2. Alterações do humor transitórias, benignas e autolimitadas
  3. Decorre do desconforto do puerpério imediato, fadiga devido privação do sono, ansiedade sobre cuidados do RN, preocupação com própria imagem e medos
  4. Apesar do choro fácil/ tristeza, a puérpera afirma gostar do RN e tem vontade de amamentar (dxx c/ depressão pós-parto)
  5. Início no 3º dia após parto e desaparece no 14º dia (se persistir = abordagem especializada p/ diferenciar da depressão puerperal)
  6. Manejo: auxílio e tranquilização (escuta ativa)
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17
Q

Assistência pós-parto

A
  1. Avaliação sinais vitas
  2. Avaliação perdas vaginas e palpação uterina: na 1ª hora pós parto
  3. Deambulação precoce
  4. Higiene
  5. Cuidados c/ feridas: episiorrafia (gelo local e não é necessário antissépticos) e cicatriz cesárea (descobrir após 2º dia PO)
  6. Não higienizar mamas após amamentação
  7. Profilaxia da aloimunização pelo antígeno RH (D)
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18
Q

Profilaxia da aloimunização pelo antígeno RH (D)

A
  1. Mãe Rh negativo, não sensibilizada (teste Coombs indireto negativo) c/ RN Rh positivo
  2. Deve receber imunoglobulina anti-Rh na dose 300 mcg por via IM de preferência em 72h após parto (mas pode até 5 dias)
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19
Q

Orientação na Alta Hospitalar

A
  1. Até 48h após parto vaginal ou 72h após cesariana, se tudo bem.
  2. Retorno no 7º dia de PO p/ reavaliação
  3. Revisão puerperal tardia até 30º dia PO, c/ alta obstétrica por desaparecimento quase total do puerpério
  4. Atividade sexual: 30 dias após parto, risco de infecção ascendente e traumatismo de <15 dias o retorno.
  5. Exercício físico: após 1º mês do puerpério
  6. Risco de automedicação p/ AME
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20
Q

Orientação na Alta Hospitalar - Anticoncepção

A
  1. Planejamento familiar
  2. Amamentação suprime efeito pulsátil GnRH pelo HT e estimula prolactina (suprimindo LH)
  3. Anovulação até 6-8 semanas, mesmo sem amamentação
  4. A partir do 2º mês pode ocorrer ovulação
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21
Q

Classificação dos Fármacos para uso durante a amamentação

A
  1. Seguros: s/ efeito adversos sobre lactente ou suprimento lácteo
  2. Moderadamente seguro: sem estudos, risco efeitos adversos lactentes
  3. Uso c/ cautela: várias evidências de risco de dano p/ lactente ou produção láctea, avaliar risco x beneficio
  4. Contraindicados: danos significativos ao lactentes, risco muito maior. Ex: amiodarona, danazol, MTX, ilícitas, corambucil, ciclofosfamida, tamoxifen, ouro, mercaptopurina, isotretinoína, dissulfiram
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22
Q

Puerpério Patológico

A
  1. Complicações que se estendem do 3º período após parto até algumas semanas após (6-8 sem)
  2. Hemorragia pós-parto, infecções puerperais, alterações nas mamas lactantes, dças tromboembólicas, depressão pós-parto
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23
Q

Hemorragia Pós-Parto

A
  1. Principal causa de mortalidade materna em todo o mundo
  2. Responsável por 30% de todos óbitos maternos em países em desenvolvimento e 10% desenvolvidos
  3. É o sangramento excessivo que torna pcte sintomática (vertigem, síncope) e/ou sinais hipovolemia (hipotensão, taquicardia ou oligúria)
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24
Q

Hemorragia Pós-Parto

A
  1. Primária ou precoce ou imediata: antes das 1as 24h após parto
  2. Secundária ou tardia: após 24h até 6-12 sem após parto
  3. Dx é CLÍNICO (avalia perda sanguínea e estabilidade) → grau de choque hemorrágico
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25
Q

Hemorragia Pós-Parto - Causas: 4 Ts

A
  1. Tônus: atonia uterina
  2. Trauma: lacerações do trajeto ou inversão/ rotura uterina
  3. Tecido: retenção placentária ou fragmentos
  4. Trombo: coagulopatia → avaliar TS, TAP, INR, TP
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26
Q

Hemorragia Pós-Parto - Fatores de Risco

A
  1. Multiparidade
  2. Placentação anômala
  3. TP prolongado
  4. TP de evolução muito rápida
  5. Anestesia geral: halogenados “relaxam” utero
  6. Infiltração miometral por sangue: útero de Couvelaire
  7. Miométrio mal perfundido,
  8. Sobredistensão uterina (gemelar, polidramnia, macrosomia)
  9. Cesárea prévia e atual
  10. DPP, corioamnionite, atonia prévia, embolia amnótica, episiotomia
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27
Q

Hemorragia Pós-Parto - Prevenção

A
  1. Manejo ativo do 3º periódo do parto
  2. Administração de ocitocina no momento da dequitação 10 U IM ou 10 U IV diluída → medida profilática mais efetiva e c/ menor efeitos colaterais
  3. Massagem uterina (?)
  4. Tração controlada do cordão
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28
Q

Hemorragia Pós-Parto - Complicações

A
  1. Anemia
  2. Fadiga crônica
  3. Choque hipovolêmico
  4. CIVD
  5. IRA, hepática e respiratória
  6. Sd. Sheehan (necrose hipofisária isquêmica): complicação tardia
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29
Q

Sd. Sheehan (necrose hipofisária isquêmica)

A
  1. Complicação tardia, por atonia uterina e DPP.
  2. A hipóxia em fç do espasmo das a. pituitárias leva a necrose, c/ insuf. hipofisária
  3. Agalactia, amenorreia, atrofia genital, hipotireoidismo e insuf. adrenal
  4. Atualmente é infrequente pelas medidas preventivas e terapêuticas do choque hipovolêmico
30
Q

Hipotonia/ Atonia Uterina

A
  1. Perda na eficiência da manutenção da contração miometrial
  2. Principal causa de hemorragia e choque hipovolêmico após secundamento
  3. É umas das principais indicações de histerectomia pós-parto
  4. Dx: sangramento vaginal moderado e contínua que evolui p/ hipovolemia
    1. Útero subinvoluído, acima cicatriz umbilical, flácido e depressível → 1ª conduta é avaliar contratilidade uterina
  5. Prevençaõ: Ocitocina 10 UI IM no 3º período (após saída placenta)
31
Q

Hipotonia/ Atonia Uterina - Fatores de Risco

*Mesmo de hemorragia pós-parto

A
  1. Miométrio mal perfundido (hipotensão)
  2. Menor contração miometrial (leiomiomas uterino e multiparidade)
  3. Anestesia geral (halogenados), que leva a relaxamento uterino
  4. Sobredistensão uterina (gemelaridade, polidamnia, macrossomia)
  5. TP prolongado ou de evolução muito rápida
  6. Atonia uterina em gestação prévia
  7. Corioamnionite
32
Q

Hipotonia/ Atonia Uterina - Conduta:

  • Se a massagem não resolver passar para cada fase até resolução
  • Deve ser feitas todas, se esgota terapia medicamentosa para depois passar para próximo passo (balão intrauterino)
A
  1. Medidas gerais: acesso, SF infusão rápida de 2-3L ou RL, cateter vesical de demora (manter >30 ml/h), reserva hemoderivados
  2. Massagem do fundo uterino c/ duas mão (Manobra de Hamilton): 1ª comprime fundo e 2ª fechada e colocada por via vaginal comprime parede anterior
  3. Drogas Uterotônicos: ocitocina*, metilergonovina, misoprostol, ác. tranexâmico.
  4. Balão intraútero (Bakri)
  5. Rafia de B-Lynch
  6. Embolização ou ligadura de artéria uterina
  7. Histerectomia
33
Q

Drogas Uterotônicas

  • Contratilidade uterina: 1ª linha no TTO (antes de cx)
  • Deve ser feitas todas, se esgota terapia medicamentosa para depois passar para próximo passo (balão intrauterino)
A
  1. Ocitocina*: de escolha.
  2. Metilergonovina: 2ª linha, promove contração generalizada e tetânica, contraindicada em hipertensas (pré-eclâmpsia) ou cardiopatas
  3. Misoprostol via Retal: efeito colateral diarreia, febre e calafrio
  4. Ác. tranexâmico: antifibrinolítico VO ou retal.
  5. Prostaglandinas: não disponível no BR, mas muito efeitos adversos
34
Q

Técnicas de Tamponamento

A
  1. Se falha na contração uterina bimanual e terapia medicamentosa
  2. Balão de Bakri: intraútero c/ resolução em 85%, deve ser removido 12h após inserção
  3. Sonda de Foley: caso não tenha o Bakri, retirado em 12-24h.
35
Q

Tratamento Cirúrgico

A
  1. Falha nas acimas (após balão), evitar outras causas de sangramento.
  2. Suturas de B-lynch: fio absorvível, preserva a fertilidade e evita histerectomia***
  3. Ligadura das artérias uterinas e das artérias hipogástricas
  4. Embolização seletiva das artérias uterinas
  5. Histerectomia: última opção, c/ preferência subtotal (deixado colo do útero) por ser mais rápido e menor perda sangue, mas a total é necessária se placenta prévia inferior.
36
Q

Laceração do Trajeto

A
  1. 2ª maior causa de hemorragia puerperal precoce
  2. Sangramento c/ útero contraido → períneo, vagina e colo uterino
  3. Fatores de risco: episiotomia extensa, feto macrossômico, manobra de Kristeller intempestiva e/ou inadequada, parto pélvico operatório (fórcipe)
  4. TTO: revisão canal parto, hemostasia imediata e correção + medidas gerais
37
Q

Retenção Placentária ou de Restos Placentário

A
  1. Hemorragia por dificuldade de contração miometrial devido restos, não havendo regeneração endometrial.
  2. Perdas sanguíneas contínuas (escassa/ abundantes)
  3. Retenção cotilédones avulsos, lobo sucenturiado ou acretismo
  4. Útero aumentado tamanho
  5. Dx: USG + histopatológico p/ excluir dça trofoblástica gestacional + b-hCG
38
Q

Retenção Placentária ou de Restos Placentário - Manejo

*Manobra de Harvey é semelhante à Credé mas já ocorreu o descolamento da placenta

A
  1. Infusão de ocitócitos: p/ estímulo da contração miometrial
  2. Manobra de Credé: pré-requisito o cateterismo vesical c/ compressão do fundo uterino antes do desprendimento placentário,
    e remoção da placenta/ restos após anestesia e Credé
  3. Curagem (extração manual da placenta): falha na manobra de Credé, pcte sob narcose.
  4. Curetagem
39
Q

Hematomas

A
  1. Perda sanguínea não exterioriza e retida em: vulvoperineais, vaginas, pós-episiotomia e subperitoneais
  2. Tumoração de crescimento rápido, não redutível, azul/ violáceo e doloroso
  3. Se infecção ocorre febre
  4. Pode ser reabsorvido, romper, encistam, infectam ou choque (depende do volume represado)
  5. Pouco volumosos: expectante (reabsorvido)
  6. Volumosos: abertura seguida de hemostasia do vaso sangrante, colocação de dreno e curativo compressivo.
  7. Se intracavitários: laparotomia e laqueadura do vaso sangrante
40
Q

Inversão Uterina

A
  1. Invaginação do fundo uterino em forma de dedo de luva, que pode alcança segmento inferior e chegar a vagina (parcial) ou vulva (total)
  2. Complicação da tração exagerada do cordão umbilical ligado à placenta ainda implantada no fundo uterino
  3. Pode ser aguda (atonia, placenta fúndica, multiparidade, acretismo) ou crônica (hipotonia, esvaziamento súbito, tração)
  4. Dor aguda e hemorragia precoce c/ choque neurogênico no agudo.
41
Q

Inversão Uterina

*Manobra de taxe é efetiva em >90%

A
  1. Fundo de Útero não encontrado na palpação abdominal, choque e hemorragia
  2. Manejo geral: acesso, SF, hemotransfusão
  3. Correção manual imediata sob anestesia geral → Manobra de TAXE (palma da mão no centro do fundo e ponta dedos c/ pressão p/ cima)
  4. Associar uterolíticos (betamiméticos ou sulfato de Mg) c/ objetivo de facilitar reposição do órgão na pelve, e depois Ocitocina em altas doses
  5. Procedimento de Huntington: se insucesso no Taxe, fazer laparotomia
42
Q

Infecções Puerperais ou Morbidade Febril Puerperal

A
  1. Quadro febril (Tax >38ºC) por >48 horas do 2º ao 10º dia do pós-operatório 2
  2. Exclui as 1as 24 horas por ser um achado comum/ fisiológico no puerpério, por resposta endocrinometabólica normal da mulher ao estresse do parto (resolução espontânea) se duração <48h
  3. A ausência de febre não indica ausência de infecção
  4. Febre não é parâmetro único de infecção puerperal.
43
Q

Infecções Puerperais ou Morbidade Febril Puerperal - Causas

A
  1. Maioria causada por infecção do trato genital inferior
  2. Endometrite é a forma clínica mais frequente de infecção puerperal, e constitui o início de quase todos processos infecciosos do útero e anexos
  3. Infecção do útero e anexos
  4. Infecções da ferida operatória
  5. Infecções da mama
  6. Infecções em outros sítios (urinárias)
44
Q

Infecções Puerperais ou Morbidade Febril Puerperal - Principal Fator de Risco:

A
  1. Cesariana: isoladamente é o principal FR, ↑ morbimortalidade materna, ↑ risco endometrite, tromboflebite pélvica e choque séptico em 30x (comparada ao parto vagina)
45
Q

Infecções Puerperais ou Morbidade Febril Puerperal - Fatores de Risco Anteparto

A
  1. Baixo nível socioeconômico
  2. Desnutrição
  3. Anemia materna
  4. Obesidade
  5. DM
  6. Terapia imunossupressora
  7. Infecção do trato genital inferior (vaginose bacteriana)
  8. Higiene pessoas
  9. Ausência de assistência pré-natal
46
Q

Infecções Puerperais ou Morbidade Febril Puerperal - Fatores de Risco Intraparto e Pós-Parto

A
  1. Cesariana
  2. Roturas prematura das membranas
  3. Corioamnionite
  4. Múltiplos exames vaginais
  5. TP prolongado
  6. Monitorização fetal interna
  7. Perdas sanguíneas
  8. Traumatismode parto
47
Q

Endometrite

A
  1. FR: cesariana, anemia, desnutrição, RPMO
  2. Etiologia: Polimicrobiana
  3. Dx: febre, lóquios fétidos, útero amolecido, subinvoluído e doloroso
  4. TTO: Clinda + Genta IV até 72 se pcte ficar afebril
    1. Se manitver afebril e assintomático: sem ATB p/ casa
48
Q

Condições Associadas a Via de Parto

A
  1. Vaginais: RPMO >12 horas, bacteriúria intraparto, múltiplos toques vaginais, monitoração interna, corioamnionite e traumatismo intraparto
  2. Cesarianas: é o FR mais importante → eleva risco de endometrite em 5-30x, bacteremia 2-10x, abscesso/ tromboflebite 2x e morte por infecção de 80x
  3. TP prolongado, anestesia geral e monitoração intraútero
  4. Qualidade dos cuidados, técnicas assepsia e cirúrgica
49
Q

Puerpério patológico

A
  1. ATB profilático sempre está recomendado na cesariana, inclusive nas eletivas e de emergência
50
Q

Quarto período do parto ou de Greenberg

A
  1. É posterior à dequitação placentária (secundamento)
  2. Redistribuição volêmica, porque se reduz o desvio de sangue para útero
  3. Redução da compressão exercida pelo útero sobre os vasos pélvicos
  4. Se entende por 1 hora para contém sangramento pela hemostasia local
  5. Miotamponagem: ligaduras viva de Pinard (contração útero e laqueadura dos vasos)
  6. Trombotamponagem: formação de coágulos, nos grandes vasos ureroplacentarios e hematoma
  7. Indiferença uterina: útero apático
  8. Contração uterina fixa globo vivo de Pinard
51
Q

Microbiologia de micro-organismos das invasões no puerpério

  • Geralmente são os que fazem parte das infecções puerperais
  • Os da endometriose são similares às da corioamnionite
A
  1. Aeróbios gram +: Streptococcus beta-hemolíticos do grupo A,B (S. agalactiae) e D, enterococcus faecalis, S. Aureus
  2. Aeróbios gram -: E.coli, Klebsiella, Proteus, Enterobacter, Pseudomonas aeruginosa, N. Gonorrhoeae
  3. Anaerobios Gram +: Clostridium prefringens
  4. Anaerobios gram -: Fusobacterium sp., Bacteroides
  5. Outras: Mycoplasma e Chlamydia
  6. Clamídia é a bactérias associada à endometriose puerperal tardia (após 10 dias)
52
Q

Profilaxia das Infecções Puerperais

A
  1. Investigação e correção de fatores predisponentes: nutrição, anemia e infecções genitais
  2. Manutenção da integridade das membranas
  3. Toque vaginal parcimonioso
  4. Assistência ao parto c/ assepsia e antisséptica rigorosa
  5. Correção de distorcias e discinesias uterinas
  6. Uso de ATB no perioperatório
53
Q

Endometrite

  • Infecções que envolvem endométrio (se afetar miométrio é endomiometrite)
A
  1. Geralmente é o inicio de quase todos processos infecciosos do útero e anexos, e é a infecção puerperal mais prevalente
  2. Surge entre 4-5o dia após o parto
  3. Tríade de Brumm: útero doloroso, amolecido e hipoinvoluído
  4. QC: os acimas + febre alta (39oC), colo entreaberto e exteriorizando lóquios piossanguinolentos fétidos, não há empastamento dos paramétricos ou massas palpáveis
  5. Complicações: se relacionam à extensão da infeccao p/ cavidades pélvica e peritoneal (parametrite, salpingite, peritonite, abscesso pélvico, fascite necrosante, choque séptico e tromboflebite)
54
Q

Endometrite

A
  1. FR: cesariana, anemia, desnutrição, RPMO
  2. Etiologia: Polimicrobiana por via ascendente
  3. Dx: febre, lóquios fétidos, útero amolecido, subinvoluído e doloroso
  4. TTO: Clinda + Genta IV até 72 se pcte ficar afebril e assintomatica
  5. Se manitver afebril e assintomático: sem ATB p/ casa
  6. Se suspeita de sepse ou infecção por enterococcus ou anaeróbio pode-se adicionar Ampicilina ou Metronidazol
55
Q

Complicações da Endometrite

*TTO c/ ATB

A
  1. Parametrite: espessamento, unilateral, doloroso ao toque e c/ febre alta
  2. Salpingite: dor abdominal aguda em FI
  3. Abscesso Pélvico: Febre persistente, vespertina, massa identificável à palpação e na USG
  4. Peritonite: febre alta, palidez, pulso rápido, dor pélvica intensa, sinal de Blumberg, mais comum pelo Streptococcus beta-hemolítico
56
Q

Tromboflebite Pélvica Séptica:

A
  1. Diagnóstico de exclusão
  2. Ocorre em pctes com ATBterapia que possuem remissão parcial do sintomas, mas permanecem com febre após 48-72h
  3. Picos febris são acompanhados de taquicardia significativa e desproporcional
  4. Formação de coágulos nos vasos pélvicos relacionado a infecções (ovarianos, ilíacos comuns, hipogástrio)
  5. USG c/ doppler: ausência de fluxo na veia ovariana, mas é melhor avaliado pela TC/ RM
  6. TTO: empírico c/ uso de heparina em dose plena + ATB (resposta clinica ocorre em 48-72h do inicio da heparina)
57
Q

Sepse e Choque Séptico na Infecção Puerperal

A
  1. Mais nas infecção por Enterobactérias, principalmente a E.coli, por produção de endotoxinas e ativação da cascata de coagulação
58
Q

Fascite Necrosante

A
  1. Acomete episiorrafias, feridas operatórias e lacerações perineais
  2. Infecção grave com extensas areas de necrose no 3-5o dia após parto
  3. Infecção inicial pode Streptococcus beta-hemolítico do grupo A (se gás em tecidos moles sugere infecção por Clostridium difficile)
  4. QC: edema, eritema, cor azul/ acastanhada de aspecto gangrenosos/ formação de vesículas e bolhas
  5. TTO: desbridamento cx + ATB de amplo espectro + UTI
59
Q

Alterações nas Mamas Lactantes: Ingurgitamento Mamário

A
  1. Estase láctea repentina em puérperas c/ BEG
  2. Desconforto, hiperdistensão mamária e hipertermia local e sistêmica (se febre <39)
  3. Maioria ocorre entre 48-72h pós-parto e reflete a apojadura
  4. Principal causa: pega mamilar inadequada
  5. Outras causas: sucção ineficiente, dificuldade de ejeção láctea, produção excessiva de leite e obstrução do ducto mamário
60
Q

Ingurgitamento Mamário

A
  1. Aumento da vascularização da mama e congestão vascular 2a à saída da placenta
  2. Acúmulo de leite nas mamas
  3. Edemas 2o à obstrução da drenagem linfática causada por estase do leite e por aumento da vascularização dos alvéolos
  4. Manejo: manutenção do aleitamento e apoio, uso de sutiã adequado, aumento da frequência de mamada e ordenha, massagens circulares nas áreas dolorosas e enrijecidas
  5. Pode ser feito analgésicos na dor e uso de compressas não é mais recomendado
61
Q

Fissuras Mamárias

A
  1. Erosões alongadas em torno dos mamilos por pega inadequada do RN ou por ingurgitamento
  2. Dor durante a amamentação, sangramento
  3. Permitem a entrada de germes no parênquima e predispõe à ocorrência de mastites (continuidade)
  4. Prevenção e TTO: posicionamento adequado e pega correta e não suspender a AME
62
Q

Mastite Puerperal

A
  1. Pode acometer todos tecidos mamários (glândula, SC ou pele), sendo forma aguda puerperal mais comum
  2. Deriva de germes saprófitas da pele, em geral pela fissura mamaria quebra dos mecanismos de defesa do organismo e aumento número de bactérias
  3. Principal agente: S.aureus
  4. FR: primiparidade, idade <25 anos, ingurgitamento mamário , fissura, hx previa, traumas diretos, má higiene
63
Q

Mastite Puerperal

A
  1. Início do processo com estase láctea
  2. QC: dor, calor, rubor, febre de início súbito, calafrios, turgência e adenopatia - sinais flogisticos localizados (edema, calor, eritema e endurecimento da pele)
  3. Prevenção: higiene adequada e prevenção ingurgitamento/ fissuras
  4. Manejo: analgésicos, antitérmicos, suspensão adequada das mamas (sutiãs adequados), esvaziamento completo por ordenha manual e ATB ambulatorial (Cefalexina 500 mg 6/6h por 7-14 dias) e manter a AME*
64
Q

Abscesso Mamário

A
  1. Coleção purulenta no parênquima mamário
  2. ATB + drenagem cirúrgica (incisura radial e mais distante da areola p/ preservar lactação e evitar secção dos ductos principais)
  3. Manter AME, exceto se drenagem purulenta espontânea pela papila e de incisão cx próximo do mamilo.
  4. AME contralateral deve ser mantida e a acometida deve ser esvaziada por ordenha manual ou bomba elétrica adequada, e retornar amamentação após controle da infecção.
65
Q

Doenças tromboembólicas (TEV)

A
  1. Pode ocorre em qqer momento do cisto gravídico, metade na gravidez e outra no puerpério, principalmente na 1a semana pós-parto
  2. Puerpério é o período de maior risco de TEV, e aumenta se fizer cesárea
  3. QC: dor súbita em mmii, edema assimétrico, eritema e calor, sinal de Homans (dor na dorsiflexão), dispneia, taquicardia, dor torácica e hemoptoicos
  4. TTO: Heparina em dose terapêutica e warfarina (segura na gestação se necessário por longo período)
66
Q

Depressão pós-parto

A
  1. Episódio de depressão maior que ocorre nas 1as 4 semanas do puerpério
  2. FR: adolescentes, pctes c/ hx de depressão ou ansiedade na gravidez, ocorrência de eventos traumáticos na gestação, RN em UTI
  3. Pctes com blues puerperal podem evoluir p/ depressão pós-parto
  4. Humor deprimido, falta de interesse, sono, fadiga, disfunção cognitiva, incapacidade ou culpa, falta de interesse no cuidado do filho*** (e na amamentação)
  5. Ocorrem em 10-20% das mulheres
67
Q

Blue pós-parto

A
  1. Ocorre em 60% das puérperas
  2. Alterações de humor transitórias, benignas e autolimitadas
  3. Inicio no 3o dia ao 14o dia do puerpério, raramente pode evolui p/ depressão maior
  4. Primíparas que tiveram cesariana estão mais sujeitas
  5. Dx é feito por questionário assintomatico de Keller
  6. Ansiedade, cefaleia, cansaço e deficit de memória fazem parte do QC
68
Q

Aleitamento Materno

A
  1. Desenvolvimento das glândulas mamarias em mulheres, inicia-se no período puberal e so atinge plenitude caso mulher engravide e amamente (papel imprescindível no crescimento e diferenciação mamas)
  2. Evitar uso de lubrificantes, sabonetes nos cuidados com a mama por exacerbar oleosidade e resseca-la
  3. Lactopoese relaciona-se c/ eventos que visa a manutenção da produção e da ejeção do leite
  4. Galactocinese: mecanismo que descreve a excreção do leite durante a sucção das mamas pelo neonato
69
Q

Hemorragia pós-parto

A
  1. Na gestação há aumento de 40% no volume plasmático e de 25% no numero de glóbulos vermelhos, ocorrem em antecipação à perda sanguínea do parto
  2. De acordo com a FIGO, a hemorragia pós-parto é definida como sangramento excessivo que torna pcte assintomatica
  3. Mulheres com episódios preciso de hemorragia pós-parto tem risco de recorrência de 10% em gravidez subsequentes
  4. A hemorragia pós-parto é responsável por 25% de todas mortes maternas
70
Q

Risco de gestação nos primeiros 6 meses após parto, mesmo se amamentação total:

A

2%

71
Q

Doença psiquiátricas na gestação

A
  1. Na depressão puerperal, o inicio dos sintomas, ocorre geralmente na 3a e 4a semanas de puerpério
  2. Na psicose puerperal, o início dos sintomas, ocorre geralmente nas duas primeiras semanas pós-parto
  3. 20-30% das pctes bipolares desenvolvem psicose puerperal
  4. A carbamazepine e valproate são drogas mais indicados p/ distúrbio de humor durante amamentação