Parto Flashcards
Parto - Conceitos:
- Distocico: parto perturbado por condições angolas ou fenômenos patológicos
- Eutocico: fisiológico
- Parto operatório: cesariana ou fórcipe
- Pre-Termo: <37 semanas
- Termo: 37-42 semanas
- Pós-termo: ≥42 semanas
- Aborto: termino da gestação antes de <20-22 semanas ou antes do feto atingir <500g
- Pós-datismo: >40 semanas
- Parto induzido: obstetra estimula o TP pela metrossitoles (ocitocina, misoprostol)
- Parto dirigido: ja inicia o TP sozinha mas é corrigido as intercorrências pelo obstetra
- Parto espontâneo: evolui e termina sem intercorrências
- Pós-maturidade: Sindrome clinica do RN de gestação prolongada (cabelo, pregas plantares, s/ vernix, unha grande)
Parto Prematuro - Fatores de Risco:
- Prematuro anterior*
- Anemia
- Desnutrição
- Polidramnio (útero estendido)
- Gemelar (útero estendido)
- Infecções (ITU, TORCHS)
- Drogas
- Tabagismo
Predição de Trabalho de Parto Prematuro (TPP)
- USG (20-24 semanas) com colo curto se <20 mm OU prematuro anterior
- Conduta: PROGESTERONA via vaginal até 34 semanas (prevenção primaria e se entrar em TP suspender progesterona)
Conduta do Trabalho de Parto
- Se >34 semanas: Parto + Avaliar profilaxia para GBS (TPP, febre intraparto, bolsa rota >18 h)
- Se 24-34 semanas: 2x Betametasona 12mg IM em 24h (ou dexametasona) + Tocolise por 48 horas
- NÃO FAZER TOCOLISE e observar o TP normal: sofrimento fetal agudo, amniorrexe ou corioamnionite
- Sulfato de Magnésio: NEUROPROTEÇÃO em todas gestantes com <32 semanas
Tocolise (TPP de 24-34 semanas)
*Sulfato de Mg não é mais usado como tocolítico e sim para neuroprotecao (diminui a incidencia de paralisia cerebral)
- B-agonista: evitar se gestante cardiopata ou DM ou Hx de edema agudo de pulmão
- Indometacina: evitar se >32 semanas (fecha ducto arterioso levando a hipertensao pulmonar na criança)
- Nifedipine (BCC): de escolha* mas evitado se gestante cardiopata ou hipotensão
- Atosiban (antagonista especifico da ocitocina): não possui contraindicações mas não é o de 1a escolha devido ao alto custo
Parto - Conceitos:
- Distocico: parto perturbado por condições angolas ou fenômenos patológicos
- Eutocico: fisiológico
- Parto operatório: cesariana ou fórcipe
- Pre-Termo: <37 semanas
- Termo: 37-42 semanas
- Pós-termo: ≥42 semanas
- Aborto: termino da gestação antes de <20-22 semanas ou antes do feto atingir <500g
- Pós-datismo: >40 semanas
- Parto induzido: obstetra estimula o TP pela metrossitoles (ocitocina, misoprostol)
- Parto dirigido: ja inicia o TP sozinha mas é corrigido as intercorrências pelo obstetra
- Parto espontâneo: evolui e termina sem intercorrências
- Pós-maturidade: Sindrome clinica do RN de gestação prolongada (cabelo, pregas plantares, s/ vernix, unha grande)
Trajeto do Trabalho de Parto
- Dois ossos ilíacos, sacro, cóccix e pube
- Promontorio: vértice da articulação entre a 5a vertebra e o sacro
- A pequena bacia é a mais importante no parto que é dividida em 3 estreitos que são regiões na pelve de dificuldade de progressão fetal
- O PLANO DE MENOR DIMENSÃO DA PELVE É O DIAMETRO BIESPINHA CIATICA (ESTREITO MÉDIO)*
- Estreito Superior: é delimitado anteriormente pelo pube e posteriormente pelo promontório. Possui o diâmetro oblíquo, transverso e o anteroposterior que é dividido em Conjugata/vera anatômica; obstétrica e diagonallis.
- Estreito Médio: plano entre as espinhas isquiaticas/ciaticas que corresponde ao plano 0 da insunuacao de DeLee
- Estreito Inferior: borda inferior do osso púbico e posteriormente pelo músculo isquiococcigeo (partes moles). Possui a Conjugata Exitus (↑ retropulsão p/ saída do bebe da borda inferior do pubis ao cóccix) e o Ângulo Subpubico que deve ser >90o (=ginecoide, androide é <90) para melhor adaptação cefálica
Conjugatas do Estreito Superior do Trajeto do Parto
- Conjugata obstétrica = 1,5cm < que a Diagonalis (chamada de relação de Smellie)
- Insinuacao: passagem do maior diâmetro transverso da apresentação fetal pelo estreito superior da bacia materna
- Anatômica: linha que une a borda superior da sínfise púbica e o promontório
- Obstétrica: distancia entre o promontório e a face interna da sínfise púbica (espaço real do trajeto da cabeça do feto) - Diâmetro anteroposterior (vista ao Rx ou calculada)
- Diagnonallis: linha que une o promontório e a borda inferior do osso púbico, único que da para ser avaliado pelo toque que fornece a estimativa da conjugata obstétrica
Morfologia da Pelve
*Plano de DeLee: define a altura da apresentação, sendo o plano 0 ao nível das biespinha isquiatica
- Bacia Ginecoide: pelve feminina típica (50%), melhor prognostico vaginal
- Bacia Androide: característica de bacia masculina (20%), estreito superior triangular, mau prognostico se parto vaginal
- Bacia Antropoide: semelhante a de gorilas (25%), diâmetro anteroposterior maior que o transverso, se não houver distocia no estreito superior não haverá no resto da bacia
- Bacia Platipeloide: mais rara (5%), estreito superior ovalado, a distocia é maior na insinuação e posteriormente ameniza
- Pelves assimétricas: não se encaixam em nenhuma acima
Estática Fetal
- Relações do feto com a bacia e com o útero
- Até o 6 mês de gestação a cabeça fetal esta em apresentação pélvica apos essa idade o movimento circular do feto sobre o eixo até apresentação cefálica
- Atitude ou postura fetal: relação do feto entre si* como flexão (ovóide fetal)
- Situação: relação entre o maior eixo fetal (cabeça-nadegas) e o maior eixo uterino (canal cervical - corpo uterino), pode ser LONGITUDINAL, TRANSVERSAL e OBLÍQUA
- Posição: relação do dorso fetal com pontos do abdome materno, se longitudinal pode estar a direita ou esquerda
- Apresentação: relação entre o polo fetal e o estreito superior da pelve materna, pode ser cefálica, pélvica e córmica
Estática Fetal - Variedade de Apresentação do polo Cefálico:
*Na apresentação pélvica pode ser completa ou incompleta
- Fletida ou Occipital: o ponto de referência é a fontanela POSTERIOR ou Lambda (apresentação de vértice) → melhor prognostico e menor diâmetro subocciptobregmatica
1. Grau de deflexão: ponto de referência é a fontanela anterior ou bregmatica (apresentação de bregma) → não sente a lambda
2. Grau de deflexão: ponto de referência é a glabela (apresentação de fronte) → pior prognostico para parto normal por alto diâmetro de apresentação da cabeça fetal (=13,5cm)
3. Grau de deflexão: ponto de referência é o mento (apresentação de face) → simula parto pélvico
Conceitos dos ossos e fontanelas fetais:
- Suturas: “linhas” que separam os ossos do crânio (tecido frouxo membranoso que une os dois ossos) → sagital (entre parietais); coronal (frontal e parietal), lambdoide (parietal e occiptal)…
- Fontanelas: depressões na cabeça do feto que se forma pelo encontro das suturas
- 1 Bregmatica ou anterior: ponto de encontro entre os dois parietais e os dois frontais
- 2 Posterior ou lambdoide: ponto de encontro entre os dois parietais e o occipital
Manobra de Bracht - assistência ao parto pélvico:
- Fundamental para desprendimento fetal
- Levantar o dorso fetal contra a sínfise púbica
- Manobra de Champtier de Ribes: tração horizontal do feto
- Manobra de Deventer-Müller: rotação lateral do dorso
- Manobra de Mauriceau: tração do queixo para fletir a cabeça fetal
- Manobra de Lövset: liberação dos braços pela rotação do dorso
Variedade de Posição Fetal
- Posicao: relação entre o dorso fetal e o lado direito ou esquerdo
- Variedade: relação entre o ponto de referencia da apresentação e o ponto de referencia da pelve materna
- Posicao da lambda/occipital com a pelve materna direita ou esquerda
- A apresentação mais favorável ao parto vaginal é: cefálica fletida c/ variedades anteriores
- Occipitopubica (OP) → lambda voltada para a pube
- Occipito-Esquerda-Anterior (OEA) → diagonal
- Occipito-Esquerda-Transversa (OET)
- Occipito-Esquerda-Posterior (OEP)
- Occipitais-Direita-Anterior (ODA) → diagnonal c/ lambda p/ frente
- Occipito-Direita-Transversa (ODT)
- Occipito-Direita-Posterior (ODP) → lambda p/ trás
- Occipitossacra (OS)
Manobras de Leopold
- Palpacao abdominal com objetivo de avaliar os pontos de estática fetal
- SPAA
- Tempo: SITUAÇÃO fetal, delimita o fundo uterino (longitudinal ou transverso)
- Tempo: POSICAO fetal, determina o dorso do feto (direita ou esquerda)
- Tempo: APRESENTAÇÃO fetal, se o polo fetal esta encaixado no estreito superior e se tiver mobilidade não esta
- Tempo: ALTURA fetal, examinador de costa para gestante sentido o grau de penetração da apresentação na pelve e o seu grau de flexão
Período Premonitório Pré-Parto
- Nao faz parte da fase clinica do parto
- Inicio da fase latente do TP: contrações mais intensas, ausencia de dilatacao progressiva/rápida c/ velocidade ate 1,2cm/h que dura de 14-20 horas (ate a fase ativa que inicia as fases clinicas)
- Inicio entre 30-36 semanas de gravidez até o parto
- Descida do fundo uterino (2-4cm) c/ acomodação da apresentação ao canal do parto
- Contrações IRREGULARES e incoordenadas
- Aumento da saída de secreção e do tampão mucoso endocervica, antecede o parto em horas/dias
- Amolecimento, apagamento e centralização progressivo do colo uterino
Fases Clinicas do Parto
- Contrações são em tríplice gradiente de descendente (inicia no fundo ate o colo)
- Contrações de Braxton-Hicks são as que ocorrem durante a gravidez sao incoordenas, frequentes, não são descendentes → bloqueio progesteronico Subplacentário
- Dilatação total (inicio): contrações frequentes, intensas e durações suficientes p/ apagar e dilatar o colo, termina na dilatação total (10cm)
- Expulsão: inicia quando dilata total e termina com desprendimento do feto
- Secundamento/dequitação/ decedura/delivramento: termina na saída da placenta e membranas fetais
- Período: se estende ate 1 hora apos o descolamento da placenta
Fases Clinicas e Assistência do Parto - DILATAÇÃO (1)
- Presença de contrações uterinas rítmicas e regulares de 2-3 por 10 minutos (de intensidade de 30-40mmHg) E com colo uterino dilatado de 3-4 cm de caráter progressivo**
- Indicado Internação hospitalar
- Parto na água NÃO é mais fisiológico, apenas diminui a analgesia no parto e a percepção da dor pela mãe
- Inicia na fase ativa do parto até colo com 10 cm
- Mais demorado nas primiparas (10-12h),em multiparas (8h)
- Tricotomia, dieta zero, hidratação venosa, enteroclise, restrição ao leito, amniotomia NÃO são mais indicados
- Dieta com líquidos claros (água e chás) e evitar alimentos sólidos
- Deambulação livre e evitar decúbito dorsal pela hipotensão supina
- Toque vaginal fazer de 1-2* horas ou 4/4h pelo MS (evitar o tempo todo e desnecessários)
- Ausculta do BCF: fazer antes, durante e após contrações se baixo risco a cada 30/30 min e se alto risco a cada 15/15min
- Pode ser fornecido analgesia peridural ou opioides (meperidina) se evolução normal do parto e ocitocina para estimular contrações
Fases Clinicas e Assistência do Parto - EXPULSÃO (2)
- Amniotomia é indicada apenas em caso distorcias funcionais, avaliação da posição, liquido amniotico e parto operatório
- Inicia no final da dilatação (10cm) e termina com expulsão TOTAL do feto (dura em media de 20-50min)
- Dx é feito por toque vaginal c/ feto em posição baixa c/ máximo de contrações e c/ esforços expulsivos (puxos) e vontade de defecar. 5 contrações em 10 min c/ duração de 60-70seg
- Ausculta deve ser feita no baixo risco → 15/15min e alto risco 5/5min
- Posição mais usada é litotomia (Bonnaire-Bue) ou Laborie-Ducan com flexão das coxas sobre abdome e so deve ser colocada no final do período expulsivo
- Se gestante não teve bloqueio peridural deve ser feito anestesia do períneo com bloqueio do nervo pudendo interno em nível das espinhas ciaticas bilateralmente
Episiotomia na Fase Clinica de Expulsão
- Nao é feita de rotina, não é medida de proteção de períneo e sim um trauma
- Indicacoes: parto operatório (fórcipes), feto grande, períneo rígido, exaustão materna, período expulsivo prolongado, Sof.fetal
- Manobras para proteção de períneo: Manobra de Ritgen modificado ou Hands-off
- Mediana (perineotomia): mais fisiológica, menos dor/sangramento/lesão muscular e maior risco de lesão ao reto mas melhor resultado estético. Secciona os músculos bulbo cavernoso e transverso superficial do períneo
- Médio-Lateral : mais feita no BR a direita, gera mais dor/sangramento/ lesão muscular e MENOS lesão de reto. Secciona bulbocavernoso, transverso superficial e porção puborretal do elevador do anus
Manobras usadas na Fase Clinica de Expulsão para distocia de espáduas (liberação dos ombros do feto):
- Manobra de Kristeller: compressão fundo uterino, é desconfortável para mãe e pode causar rotura uterina , lesoes perineais graves, toco traumatismo e hemorragia materna
- Manobra de McRoberts (abdução e hiperflexao das coxas): promove rotação da sínfise púbica e retificação da lordose lombar
- Pressão suprapubica e manobra de Rubin I: pressão suprapubica no sentido vertical para diminuir diâmetro biacromial e desprender os ombros
- Manobra de Rubin II: empurrar ombro em direção ao tórax do feto rotacional → aducao
- Manobra de Woods (saca-rolhas): rotacional em 180o c/ pressão no ombro posterior fetal → abdução
- Remoção do braço posterior (Jacquemier)
- Manobra de Gaskin: deixar paciente de 4 tentando desprender os ombros
- Manobra de Zavanelli: reintrodução da cabeça fetal e termino do parto por cesariana de emergencia → fratura de clavícula fetal ou sinfisiotomia
Fases Clinicas e Assistência do Parto - SECUNDAMENTO (3)
- Descolamento e expulsão da placenta e das membranas ovulares, ocorre 10-20min após expulsão, sendo prolongada/patológica quando >30’
- Tracao intempestiva do cordão umbilical e manobra de Credé (compressão do fundo uterinos) são contraindicadas por risco de inversão uterina
- Baudelocque-Schultze: implantação da placenta no fundo do útero (75%), desce então 1o a placenta e depois o coagulo em forma de guarda-chuva
- Baudelocque-Duncan: implantação da placenta nas paredes laterais (25%), vem 1o sangramento e depois saída da placenta
- Uso de OCITOCINA 10 UI IM após expulsão fetal em TODO PARTO
- Fazer tração CONTROLADA do cordão
- Sinal de Fabre ou do pescador: avalia se a placenta ja descolou por tração intermitente sem transmissão ao fundo uterino
- Se hemorragia ou retenção placentária pode ser indicado extração manual da placenta
- Episiorrafia e correção das lesoes perineais
Fases Clinicas e Assistência do Parto - 4o Período (4)
- Observacao cautelosa pelo risco de hemorragias → risco de atonia uterina
- Representa hemostasia do sitio de inserção placentário
- Miotamponagem: contração uterina após parto que faz uma ligadura dos vasos uteroplacentarios (Ligaduras vivas de Pinard)
- Trombotamponagem: formacao de coágulos nos vasos e hematoma intrauterino
- Indiferença miouterina: útero “apático”
- Contração uterina fixa: apos 1h útero adquire maior tônus formando o globo de segurança de Pinard
Partograma
- Evolucao do TP, uso é obrigatório em toda maternidade
- Fase ativa do parto pode ser dividida em fase de aceleração (dilatação inicial), inclinação maxima (dilatação linear e rapida) e desaceleração (dilatação com velocidade cnste)
- Taxa normal de dilatacao do colo varia de 1,2-1,5cm/h
- Iniciar o partograma durante o inicio do TP (2-3 contrações em 10’ e colo >3-4cm)
- Apresentação cefálica fletida: bolinha com T
- Deflexão de 1o grau: bolinha com losango
- Se dilatação for <1cm/h as marcações se aproximarão da “linha de alerta”
- Linha de alerta: necessidade de uma melhor observação clinica (avaliam a evolução da dilatação cervical e não da descida da apresentação*)sendo marcada na 1a hora da abertura do partograma
- Se parada/atraso maior da dilatação e ultrapassar a linha de ação (mais a direita na linha de ação) indica necessidade de correção do problema (parto disfuncional)
- Linha de ação é marcada 4 horas após a linha de alerta
Medidas para proteção do períneo no período expulsivo do parto:
- Episiotomia: mediana mais fisiológica (maior risco de acometer reto)
- Manobra de Rigten modificado: controle da deflexão
- Desprendimento lento e controlado
- Dissociação das forças expulsavas
- Uso de fórcipes
Partograma - Intercorrências na 1a fase de dilatacao :
*Distocia é qualquer coisa que impeça o parto
- Fase ativa prolongada ou distocia funcional: dilatacao de colo <1cm/h, em intervalo de 2 horas, curva da dilatação ultrapassa a linha de alerta e as vezes a de ação, decorre geralmente de discinesias uterinas (falta de motor)
- Parada 2a da dilatacao: 2 toques sucessivos, com intervalo de 2h ou mais sendo que a dilatacao cervical permanece a mesma, ultrapassando linha de alerta. Principal causa é desproporcao cefalopelvica.
- 2 Se desproporção cefalo-pélvica com contrações BOAS → cesárea
- 3 Se desproporção cefalo-pélvica SEM contrações → Ocitocina
- Desproporção cefalopelvica absoluta: polo cefálico > bacia (macrossomico ou pelve obstétrica inadequada) → resolução cesárea
- Desproporção relativa: defeito de posição da apresentação (deflexão) → resolução com deambulação, rotura artificial, analgesia se refratário indicar cesárea
Partograma - Intercorrências Durante período Expulsivo:
*Fase latente prolongada: dilatacao <3/4cm c/ tempo excessivo de contrações dolorosas e regulares com duracao >20h em primiparas e >14 em multiparas. Não é indicativa de distocia e não é necessária sua correção, mas pode ser um fator de risco p/ parto disfuncional
- Parada 2a da descida: dx por 2 toques sucessivos c/ intervalo de 1 hora, desde que a dilatacao esteja completa. Fase expulsivo com altura cefálica de bebe mantida por 1 hora → indicação de cesárea ou forceps
- Período Pélvico prolongado: descida progressiva, mas excessivamente lenta no período expulsivo (MAS NÃO PARA). Decorrente de pouca contratilidade ou desproporção cefalopelvica relativa (deflexão, ma rotação)
- Parto precipitado (ou traquitocito): dilação, descida e expulsão que ocorrem num período <4horas. Estão presente a taquissistolia e hipersistolia e pode ser decorrente da administração excessiva de ocitocina.
Prematuridade e Parto Pré-termo - Causas:
- A partir de 20-22 semanas e antes de 37 semanas completas
- 10% dos nascimentos são prematuros
- Pre-termo moderado: 33-36 semanas
- Muito pre-termo: 28-32 semanas
- Extremo pre-termo: <28 semanas
- Iatrogenia (cesárea eletiva)
- Sobredistensão uterina (gemelar, polidramnio)
- Amniorrexe prematura
- Gestação de alto risco
- Hemorragias da 2a metade da gestação: PP e DPP
- Malformacao uterina ou mioma
- Incompetência istmocervical
- Infecções: aguda ou corioamnionite (óbito fetal e amniorrexe prematura)
Fatores de Risco para parto prematuro:
*4 contrações em 20’ ou 8 em 60’ associadas a alterações do colo do útero OU dilatacao cervical >2cm OU apagamento cervical >80%
- Filho prematuro anterior*** → mais significativo
- Anemia
- Desnutrição
- Polidramnio/gemelar
- Infecção (ITU, congênito)
- Drogas
- Tabagismo
Marcadores de Parto Prematuro
- Relação lecitina/esfingomielina: se >= 2 indica maturidade pulmonar do feto
- Dosagem de fosfatidilglicerol: se esse elemento do surfactante estiver >=0,3 sugere maturidade pulmonar
- USG para avaliar o comprimento do colo uterino: indicado para gestantes sintomáticas, sendo que um distancia <25mm entre o orifício interno e o externo entre 18-24sem é um marcador de risco
- Dosagem de fibronectina fetal na secreção cervicovaginal: são glicoproteinas encontrada no plasma e fluido extracelular que faz adesão celular na interface uteroplacentaria e membrana fetal-decídua
- Hormônio liberador de corticotrofina, estriol salivas, estradiol, citocinas inflamatórias, AFP e HCG
Conduta nos Fatores de Risco de Parto Prematuro:
- Se USG (20-24sem) com colo curto <20mm OU prematuro anterior fazer progesterona ate 34 semanas → prevenção 1a, se TPP fazer outra conduta
- Repouso em leito, abstinencia sexual ou abolir exercício físico não é eficaz/indicado
- Tratar IST como vagina se bacteriana
- Circularem: correção de incompetência istmocervical que resulta em abortamento tardio recorrente, sendo benéfica em hx de parto prematuro e colo curto <25mm na USG de 18-24sem
- Suplementação de progesterona: supositórios vaginais diários ou IM semanal a partir do 2o Trimestre ate 34 semanas
Conduta no TPP em 24-34 semanas
- Pior prognostico
- Uso de tocolitos isolado para prolongar a gestação não melhora o prognostico seu principal objetivo é permitir uso de corticoide que realmente diminui morbimortalidade
- Contraindicações da Tocolise: HAS grave e DPP, corioamnionite, malformacoes fetais incompatíveis com a vida, óbito fetal, sofrimento fetal agudo, maturidade pulmonar comprovada
- Tocolise não é indicada em IG>34 semanas. Tocolises:
- Betamimeticos (B-Agonista - salbutamol, ritodrina, terbutalina → relaxam a musculatura involuntária lisa do útero);
- Inibidores da síntese de prostaglandinas/COX (Idometacina - PGE e F que atuam na gênese das contrações);
- BCC (Nifedipina* → bloqueio do influxo de Cálcio relaxando miometrio)
- Antagonista de Ocitocina (Atosiban)
Contraindicações do uso de Tocolise
*Contraindicacao de qualquer um se: corioamnionite e sofrimento fetal
- B-agonistas: se gestante com cardiopatia, glaucoma de angulo agudo, anemia falciforme, DM ou Hx de edema agudo de pulmão
- Inibidores da síntese de prostaglandinas (Idometacina): evitar se IG >32 semanas pelo risco de fechar ducto arterioso ou por período>48-72h → 1a escolha em <32 semanas
- Nifedipina (BCC): hipotensão (<90x50) ou cardiopatia materna (ICC ou disfunção ventricular) → 1a escolha* entre 32-34 semanas
- Atosiban (antagonista da ocitocina): nao possui contraindicações
Conduta no TPP em 24-34 semanas
- Corticoide reduz a mortalidade neonatal, doenca da membrana hialina, hemorragia intraventricular e enterocolite necrosante
- Acao efetiva após 48 horas de administração
- Acelera o desenvolvimento dos pneumocitos II e sua enzimas fosfolipidios
- Corticoterapia materna neonatal: Betametasona 12mg IM 1x/d por 2 dias ou Dexametasona 6mg IM 2x/dia por 2 dias
- Tocolise por 2 dias para esperar maturação pulmonar pelo corticoide
- Sulfato de Magnésio 4-6g boléus em 20’ seguido de 1-2g/h de manutenção por no máximo 24 horas antes do parto → indicado para NEUROPROTECAO
- Penicilina G 5mi + 2,5mi 4/4h ate parto → profilaxia para GBS (<37 semanas ou temperatura >38 graus ou amniorrexe >18 horas ou bacteriuria por GBS em qualquer IG ou filhos anteriores ou resultado de GBS>5 semanas)
Conduta no TPP em >34 semanas
- Parto
- Avaliar a profilaxia de GBS (filho anterior, febre intraparto, amniorrexe >18 h, <37 semanas, urinocultura GBS + em qualquer fase da IG, SWAB coletado >5 semanas )
- Não se faz Tocolise nem corticoide
Ruptura Prematura de Membranas Ovulares ou Amniorrexe prematura ou RUPREME
*Rotura espontânea das membranas amnióticas ANTES do inicio do trabalho de parto
- Pré-termo: rupreme antes de 37 semanas
- Precoce: quando se da no inicio do TP
- Oportuna: final do período da dilatacao
- Tardia: concomitante a expulsão fetal ou empelicado
- Importante causa de prematuridade sendo suas principais causas inflamacao e infeccao
- Enzimas proteolíticos bacterianas enfraquecem as membranas
Amniorrexe prematura ou RUPREME - Fatores de Risco
- Amniocentese/cordocentese
- Incompetência istmocervical
- Inserção baixa de placenta
- Macrossomia
- Polidramnio e gestação múltipla
- TPP ou hx parto prematuro
- Infecções genitais
- Tabagismo
- Atividade Sexual
Amniorrexe prematura ou RUPREME - QC e Dx:
- Dx padrão ouro: exame especular c/ saída de liquido do colo
- Toque vaginal deve ser evitado no TP franco pelo risco de infecção
- Saída de liquido claro ou amarelado escorrendo pela perna
- Especular c/ saída de liquido → se não visualizar fazer manobra de Tarnier (elevar apresentação fetal pela palpacao abdominal e comprimir útero) ou aguardar contração
- Detecção do pH vaginal c/ Teste de Nitrazina: vagina tem pH entre 4,5-5,5 o liquido amniotico é mais alcalino (6,5-7,5), fita no fundo de saco quando azul pH>6 = RPMO
Amniorrexe prematura ou RUPREME - Dx:
- Teste de Nitrazina: pH amniotico > pH vaginal
- Teste do feno vermelho: alteração da cor do tampão de laranja para vermelho
- Teste da cristalização da secreção vaginal: folha em samambaia
- Presenca de elementos fetais em secreção vaginal: lanugem e células da epiderme fetal (poligonais)
- USG: nao pedir de rotina, avalia diminuição do liquido amniotico (medida de ILA) c/ <5cm (baixa sensibilidade) → oligodramnio
- Alfafetoproteina: enzima produzida pelo rim fetal em Alta quantidade no liquido amniotico
- AmniSure*(alfamicroglobulina placentária ): melhor exame, presença de 1-2 linhas na fita de teste alta sensibilidade e especificidade
Amniorrexe prematura ou RUPREME - Prognostico:
- Infeccao: corioamnionite, sepse, endometrite , TPP
- Prematuridade
- Distocia pélvicas e cormicas (acidentes de parto)
- Sofrimento fetal
- Malformações (sequencia de Potter): decorrente da compressão fetal por oligodramnia c/ fácies anômalas, hipoplasia pulmonar, achatamento da ponte nasal
- Retenção placentária
- Risco de cesariana
Amniorrexe prematura ou RUPREME - Conduta na infeccao/corioamnionite:
*Se infeccao materna ou fetal deve ser feito interrupção da gravidez independente da IG e preferir por via vagina para evitar infecção intra-abdominal c/ cesariana
- Dx: febre materna ≥ 37,8oC + 2 critérios (leucocitose >15 mil; taquicardia materna >100bpm; taquicardia fetal >160; sensibilidade uterina; liquido amniotico com odor fétido)
- ATB empírica: ampicilina 2g EV 1,5mg/kg 8/8h por 48 h ate fim da febre (ou clindamicina,metronidazol)
Amniorrexe prematura ou RUPREME - Conduta SEM infeccao:
- Preferir via de parto vaginal
- Nao se faz Tocolise na RUPREME
- IG ≥ 34 sem: interrupção da gestação + avaliar GBS
- IG entre 24-34 sem: conduta conservadora → hospitalização + repouso + hidratação abundante c/ pesquisa frente de infeccao/sofrimento fetal
- 1 Corticoterapia + Ampicilina 2g IV 6/6h por 48h (GBS) + Azitromicina 1g VO dose única seguida de amoxicillin a 500mg 8/8h por 5 dias (aumenta latência e diminui corioamnionite)
Indicações para indução do parto:
*O sucesso na indução depende da contratilidade uterina e dilatação progressiva do colo (relacionada ao estado inicial do colo e à idade gestacional).
- Gravidez prolongada (≥42 semanas)
- Amniorrexe com infecção ovular/corioamnionite
- Malformação fetal incompatível com a vida
- Morte fetal → via vaginal
- RUPREME >32/34 semanas
Indução do Parto - ÍNDICE DE BISHOP
- Avaliar a maturação do colo uterino
- Colo maduro e favorável à indução c/ ocitócitos quando o índice de Bishop for ≥ 9, intermediário entre 5-8 e desfavorável quando < 5.
- Para fazer OCITOCINA o ideal é BISHOP ≥ 9
- Apagado
- Amolecido
- Anterior
- Aberto
- Altura >0
Preparação para indução do parto se BISHOP<9 (colo desfavorável)
- Se BISHOP ≥ 9 fazer OCITOCINA
- Se BISHOP<9 fazer MISOPROSTOL (prostaglandina E1) via vaginal 25mcg. Contraindicada em mulher com cicatriz uterina*, multiparas, cesárea
- Método de Krause: se contraindicação a misoprostol, introdução de cateter vesical acima do orifício interno do colo. A ação mecânica direta sobre o colo uterino estimula liberação de PG em decorrência da separação entre cório e decídua. É mais demorado.
TEMPOS DO MECANISMO DE PARTO NA APRESENTAÇÃO CEFÁLICA FLETIDA
- Maioria dos partos são cefálicas fletidas*
- A rotação do polo cefálico se dá geralmente para OP, variedade em que o desprendimento é facilitado, se tiver em outra posição girara no menor angulo.
- Insinuação: passagem do maior diâmetro transverso da apresentação pelos limites do estreito superior da bacia materna. 4o tempo de Leopold
- 1 Flexão: permite a insinuação (confirmada pelo toque vaginal)
- Descida: “insinuação mais profunda”
- 1 Rotação interna: penetração das espáduas no estreito superior da bacia.
- Desprendimento
- 1 Deflexão
- Restituição (rotação externa)
- 1 Desprendimento dos ombros posteriormente
Indicações de Parto Cesariano:
- A anestesia por bloqueio (epidural ou subaracnoide) é o método mais empregado para cesariana,mantem a mãe acordada e evita Sd de Mendelson (regurgitação e aspiração do conteúdo gástrico na anestesia geral)
- A laparotomia à Pfannenstiel se estende da incisão da pele até o peritôneo parietal (mais usada), menor risco de herniacao e melhor estética
- Parto pélvico é indicação RELATIVA
- Falha de progressão durante o trabalho de parto (30%);
- Histerotomia prévia – usualmente relacionada à cesariana medial* prévia, mas também associada à miomectomia (30%);
- Apresentação anômala fetal (11%);
- Sofrimento fetal (10%).
- Placentação previa total (placenta prévia, vasa prévia, placenta acreta);
- Infecção materna (herpes simples ou vírus da imunodeficiência humana);
- Gestação múltipla;
- Obstrução mecânica ao parto vaginal (grandes leiomiomas, fratura pélvica grave prévia, macrossomia fetal, anomalias fetais como hidrocefalia).
- Gemelar sendo o 1o pélvico